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História Crônicas de Althunrain - Rei Lich - Caçador de Dragões


Escrita por: Tulyan

Notas do Autor


Espero que gostem do mesmo tanto que estou gostando :3

Capítulo 15 - Caçador de Dragões


Fanfic / Fanfiction Crônicas de Althunrain - Rei Lich - Caçador de Dragões

Observava-os com atenção, Ehras atrás de mim estava pronta para uma investida, Vendor olhou Cemeon tentando entender o que ele disse. – Não é possível, não existem necromantes assim! – gritou. – Mas, mas ainda somos Reis Dragão! – fúria brotou de seu âmago, ele apertou o cabo de sua espada e senti sua aura enrijecer-se.

A armadura espetada ficou incandescente como ferro pronto para o martelo, sua lâmina foi levada ao lado, a ponta curva mirava ao chão e a mim, e por espanto Cemeon nada fez, tinha as mãos entre os cabelos e olhos arregalados, espanto pleno, atitude estranha para um Rei, ao contrário de Cixoam, ele se mantinha de longe, me analisando e sem dar tempo de reação foi minha vez de atacar. Arqueei as pernas, pousei uma das mãos no chão e preparei Ehras.

Meu impulso fez o Rei Rubi ter um susto, em segundos estava a sua frente, olho no olho, sua lâmina subiu ao meu encontro, mas com a mão revestida com gelo a parei, Ehras veio crescente a minha direita, por estar fora do chão ele ditava o equilíbrio, mas fui tão rápido que mal teve tempo de reagir, simplesmente baixou a cabeça ao lado contrário de onde a lâmina vinha, sua ombreira esquerda foi cortava facilmente, pois minha foice tinha tons mais azuis que antes.

Puxei sua arma e na tentativa de mantê-la consigo puxou de volta, um erro, com o impulso consegui dar uma joelhada em seu elmo, as proeminências afiadas de minha bota furaram seu metal, mas felizmente, para ele, ao jogar a cabeça a direita e depois para trás, só ganhou um olho ferido e um corte até mais acima, curvei minha coluna para a direita, e com a mão reversa a essa ele segurou minha perna esquerda, outro erro. Canalizei nosso poder em minha perna livre, balancei Ehras para me ajudar no impulso, a bota encandecida com energia esverdeada bateu contra seu peito, de olhar era notável que não foi forte, mas, o impacto o fez me soltar, e mais, ele voou pelo ar e bateu contra as paredes negras do lugar.

— Matutina Lux! – houve um som, um cintilar e um clarão.

Um raio branco me atingiu nas costas assim que pousei no chão, esse Cixoam será um problema. Apertei os olhos pela dor e me virei, como um monstro observando outra presa, ele tinha um rosto de espanto, mas este logo ficou sério, entrando em posição de ataque o homem apertou as mãos afrente de si.

Duas espadas douradas de luz se formaram, mesmo que elas não se mantivessem muito bem, pois tremulavam de leve, aquilo realmente parecia perigoso.

— Um mago mundial de luz? – Thereza estava espantada. – Que lindo! Aryn, veja, perante a ti está uma das mais raras formas de magia! – seu tom extasiado era engraçado. – Eh, mas há algo ruim, que deves já ter notado.

— Sim, machuca... – bati a mão nas costas.

— Bons ou não, nós, espectros e lichs, somos frágeis contra este tipo de magia, ela e fogo, cuidado... – falou.

— Tudo bem... – mirei nele. – Me dê sua força! – pedi e de imediato meu corpo todo ficou incandescente.

Corri a seu rumo, em lembrança senti a Joia na minha cintura, a foice estava em minha direita, curvada para trás de mim, chamando poder, Cemeon estava estagnado, desorientado murmurando algo, não seria problema, mas é o que mais quero matar...

A Joia tremeu, rugindo seu poder sombrio, mas parecia diferente, saltei e desapareci no ar, confusão era mútua para mim e para o Rei Diamante Cixoam, havia usado aquele poder nas sombras, mas não toquei em nenhuma. Sem tempo de pensar, apareci afrente dele, havia apenas desaparecido, incrível... O golpe veio circular, forte e carregado de ira. O cabo da foice passava por detrás de minhas costas e era preso a mim por uma mão apenas, meu antebraço pressionava a arma e minha mão também, a ponta mirou direto em seu pescoço, era um golpe fatal, mas com destreza ele levou ambas as espadas douradas ao cabo logo abaixo da lâmina, baixou sua cabeça como fez Vendor tempos atrás, mesmo assim, a ponta azulada da foice tocou sua têmpora e o fez sangrar.

— Sua força é incrível. – relatou meio sem notar. Sentia seus braços tremendo pela pressão que exerciam.

Com os pés no chão e a mão esquerda livre, pude me preparar, com a palma apontada a ele uma luz azul-clara se formou, ele olhou diretamente para ela e depois a mim, não havia como escapar.

— Amictus Lumine! – conjurou, sua armadura meio bege e pérola ficou branca, brilhosa como o Sol, mal dava para olhá-lo diretamente e por tal decidi me livrar dele.

Pressionei a foice, girei entorno de mim mesmo e lhe dei um chute na barriga, com a perda do equilíbrio, Cixoam optou por se deixar levar, já que ao contrário, teria sua cabeça empalada, suas espadas deslizaram pelo cabo até o último momento, garantindo sua segurança, curvado pelo impacto o homem usou suas armas ao contrário para desacelerá-lo. Mas adiantei seu movimento, girei em torno de mim uma vez levando a foice para o mais longe, meu pulso tocou o final antes da pedra negra e na distância certa a passei sobre a cabeça, o Rei Diamante estava a minha direita e de lado fiz a foice cair mirando em sua coluna, a ponta tiniu com a luz solar acima de nós.

— DRACO FLAMMARUM!!! – ouvi um urro, olhei de onde vinha, uma rajada enorme e caótica de fogo ardente emergia, engolindo as construções atrás dela.

E um som estranho me fez voltar os olhos a Cixoam, por algum milagre ele conseguiu defender meu golpe, suas espadas de luz cruzaram no cabo de Ehras, mas a ponta quase chegou em seu rosto, estava afrente dele, seus olhos fixos nela, puxei-a com um único movimento, deveria parar aquela explosão. – Rumpere Lucis! – sua armadura cintilou ainda mais, uma luminosidade extrema.

Estava um impasse, as chamas imensas a esquerda, e um campo de luz crescente a direita, não havia como fugir, e o pior, eram ambas minhas fraquezas segundo Thereza. Mas ali vi um caminho...

Ambas as explosões se colidiram com tons vermelhos, laranjas e brancos, o chão tremeu com tal encontro, o vento quente foi lançado para todo canto, Cemeon recobrava a razão a minha frente, sua sombra era grande, ainda mais com a luz projetada pelo fogo, emergi dela e ao sentir minha presença ele virou-se de uma vez.

— Aqui! – gritou. – Matem ele! – antes que se distanciasse agarrei seu cajado, por ser mais forte o tomei dele num movimento. Como antes aconteceu com aquele necromante, passei a ouvir milhares de vozes, gritando, agonizando, clamando por liberdade, um horror.

Avancei em seu rumo, ele ergueu as mãos para cantar um feitiço, mas o impedi, veio crescente da esquerda, o cajado bateu contra seu rosto numa velocidade imensa, sangue foi cuspido. – Ahh! – gemeu de dor e caiu sentado no chão. – Me ajudem!

— Porco! – gritei a ele. As vozes agora gritavam felizes por quem as portava e pelo que fiz, a virei ao contrário, a pedra branca e luminosa apontou a ele. – Imundo! – a bati contra sua barriga, e nesse tempo vi Vendor saindo de perto das chamas.

Sua armadura portava esse elemento, os orifícios dos olhos estavam fechados com algo negro, e ele parecia irritado. – Me enfrente! – urrou em marcha, sua espada vinha sendo arrastada por ele, sangue vazava pela junção entre o peitoral e o cinturão com seu símbolo. Larguei o necromante e o encarei.

— Thereza, fique de olho nele e no outro, vou cuidar desse aqui mano-a-mano. – como se assentisse senti meus punhos mais firmes no cabo de Ehras.

Larguei o cajado jogando-o de lado, o chão quebrado em grandes pedaços por nossas auras anteriormente era difícil de caminhar, mas consegui chegar a uma distância boa do Rei Rubi, seu corpo flamejante me inspirava, era bonito de se ver, a montante antes negra agora tinha a cor rubra de metal quente, balancei Ehras a minha volta e me preparei.

— Aryn, a esquerda! – alertou Thereza, levei meus olhos para lá rapidamente e vi Cixoam criando algo entre as mãos unidas afrente de si.

— Ei! – Vendor gritou apontando a enorme espada a ele. – Essa luta é só minha! – seu tom irado e arrogante me animava muito, era um inimigo formidável.

— Então venha! – disse fazendo Ehras se carregar com poder.

— Eu não vou me conter! – seu grito fez o fogo em si intensificar. Mal sabe do que sou capaz, pobre coitado.

— Ainda vou te mostrar o quão pequeno vocês são! – retruquei, nesse momento ele golpeou o chão em meu rumo, uma faixa de fogo violento foi lançada, não desviei, girei a foice a minha frente, seu golpe projetou uma linha de gelo afiado e curvo no ar, este voou até ele rapidamente.

Fez defesa com a arma levantada e a lâmina de lado para maior área e proteção, o elmo não sofreu nada, pois a espada o defendeu, mas tanto esta, quanto sua ombreira e meia foram cortadas levemente, pude ver, com um olhar oculto ele deu um passo, outro e mais três, sua lâmina ficou mais quente ainda e as chamas de sua armadura intensificaram-se, as chamas que lançou em mim não fizeram efeito, pois atingiram minhas botas apenas e por terem sigo afugentadas em maioria, por meu ataque, nesta pequena trilha ele correu de uma vez, com a arma ao lado segurada por ambas as mãos. Fiz igual, mas de lado oposto, Ehras carregou-se, o golpe que mandei antes era um teste simples, apesar de resistente, sua armadura é cortável.

— Rrrahhh!!! – gritou começando um golpe circular de sua direita, peguei Ehras com força e a balancei, o choque entre nossas armas foi forte, a rixa agora, era em força bruta.

 

Sua espada parou bem abaixo da lâmina e lá ficou, a ponta de Ehras mirava a seu ombro esquerdo e o cabo era forçado por mim. O calor que ele emanava era pura fúria, me encarando, Vendor rugia como um Artral, meus membros começaram a fazer real força, ele mantinha a pressão nos braços com vigor, mas o subjugava em resistência, o sangue que vazava lento de sua armadura era prova de minha vitória, ao menos algumas costelas e órgãos foram quebrados. – Eu não vou cair! – disse entredentes.

— Isso é o que veremos... – meu tom era normal, mas com um suspiro rápido. Por meu desejo criei gelo em mim mesmo, não sentia-o, mas o via ser criada em mim.

Tal falo pareceu ter afetado o Rei Rubi, ele vacilou um pouco, era o que precisava, usei toda a força que tínhamos de uma vez, o venci e girei a arma que passou rente a sua cabeça, o movimento fez a terra ser cortada num semicírculo mesmo que Ehras não a tocasse, com a espada de lado consegui uma brecha enorme para atacar.

Girei meu corpo junto com a arma e o resultado foi um corte rápido e azul do peito de Vendor, parei com maestria, a lâmina crescia rumo a ele e sua junção com o cabo quase tocava o chão, meu inimigo cambaleou um pouco, atordoado com o que houve.

— Que, que velocidade absurda... – tocou sua armadura, o fogo onde cortei inexistia, mas logo retornava ao lugar, o cabo de minha arma passava por debaixo de meu braço esquerdo e subia atrás de minha nuca. – Columna Ignis! – a sua volta fogo surgiu, um escudo para todo canto.

— Quer um embate gelo e fogo? – perguntei criando mais gelo em meu corpo. – Fraco! Lhe falta honra para portar tal elemento Vendor!

— Cale a boca! – seu tom era um pouco desesperado, a diferença entre força e velocidade era grande entre nós, mas ele optou por poder arcano, um grande erro.

Deixando suas costas à onde vim, parecia tentar me encurralar.

— Não! Lichs são mestres em magia! – Cemeon gritou de longe, ele se arrastava rumo a Cixoam que lançava algo nele, talvez cura? Não ligo agora, meu embate é com esse aqui.

— Não importa! – retrucou. – Vou usar Aquilo! – seu tom ficou sério e um pouco maligno. – Mande os sacerdotes me ressuscitarem depois! – o que? Ele vai se matar? – Você não vai sair vivo daqui monstro! – ele abaixou o corpo e se projetou em meu rumo, de seu peito uma luz branca se formou. – Solaris!

Se era tão poderoso não seria sábio permitir assim, dei um salto horizontal, passei de suas chamas com facilidade, Ehras estava atrás de mim, pronta para um golpe circular e vasto, mesmo naquela fornalha ardente, não sentia nada, minha defesa gélida era muito boa, ela nem sequer derretia, fiz questão de imitar sua armadura com quase todos os detalhes, e isso o irritou mais ainda, mas, agora, era hora de susto, a lâmina veio com minha força junta, o golpe pegaria seu pescoço, mas foi ai que ficou interessante.

— Vinculis Tenebrarum! – alguém gritou, este era Cemeon, pois do chão, laços negros emergiram agarrando minhas pernas, outros seguraram a foice com rapidez e a fizeram parar bem perto de furar o pescoço do Rei Rubi.

Uma chama de esperança apareceu nele, pude sentir, e então reconjurou, com todas as forças que tinha, pois sua aura foi totalmente retraída no processo, seria um ataque poderoso, tua armadura ficou totalmente branca, o calor facilmente passava dos milhares. – SOLARIS COREEE!!! – e então um flash branco, o som inexistiu, e depois de alguns segundo ele veio, infelizmente.

Era caótico, avassalador, violento e tumultuado, não entendia o que houve, mas, será que morri? Tudo ficou mais escuro, o branco virou negro, e do negro emergiu Thereza.

— Fortes demais? - perguntou. – Se quiseres, eu o ajudo... – seus olhos baixaram levemente, mas não, mesmo que não conseguisse mexer-me, falei.

— Não, descanse... Você ainda não se recuperou bem, foi minha culpa estarmos aqui.

— Errado, foi decisão nossa. – retrucou. – Mas confio em ti, meu amigo... – ela se aproximou me olhando diretamente. – Jamais vamos cair... – suas mãos tocaram os lados de minha visão.

— O que vai fazer? – não, eu sei o que ela vai fazer... – Therez-

Então veio, um beijo simples, tranquilo, rápido, sem calor, mas quente, sentia meu corpo formigando, fechei os olhos e fim.

Os abri para encarar o céu, não havia mais Sol, não havia mais brancas nuvens, havia só negras e carregadas nuvens tempestuosas, agucei meus sentidos para verificar meu corpo enquanto dava leves espasmos conferidores, eu estava bem, chamuscado, mas bem, minha armadura foi essencial para isso, ela inexistia agora, estava todo dolorido, mas até que era uma dorzinha boa, sutil, e alertava que estava vivo. Não me mexi, fiquei ali mesmo, como não vejo os dois outros Reis, não sei se é uma armadilha, por tal tentei localizá-los com minha aura, mas ela havia retornado a mim totalmente, então agucei meus ouvidos, o som pedregoso vinha de longe, passos também, escutava até mesmo o batimento de uma dupla de corações além do meu.

— Ele morreu? – era Cixoam, parecia ferido, agora que reparei, o chão estava quente, o suficiente para que pisar descalço fosse ruim.

— Acho que sim, Vendor seu idiota... – respondeu o outro Rei. – Ainda bem que ele tem uma Pérola da Vida... – este comentário me foi familiar, se não me engano, estas Pérolas trazem o portador de volt-

— MERDA! – Vendor gritou. –MEU CORPO ESTÁ ARDENDO!!! – para alguém que manipula o fogo, isso era preocupante.

— Seu idiota! Isso foi perigoso! – Cemeon retrucou irritado. – Que droga! Eu fui inútil!

— Acalme-se. – o Rei Diamante o consolava.

— Meus poderes eram inúteis contra ele, parecia que o ajudava atacando-o... - com a proximidade dos passos fechei os olhos calmamente. – Veja, seu corpo está intacto... Era realmente poderoso, pena que nos subestimou...

— ME! SUBESTIMOU AHAHAHAHAA! – Vendor tinha um tom feliz. – CHAME OS SACERDORES! SACERDOTES! – estava impaciente demais. – ME CUREM SEUS IMPRESTÁVEIS!!! – resmungou antes de voltar a agonia.

Os Reis que ainda estavam de pé passaram longe de mim, por precaução, ouvi mais passos longe, vindos do palácio, eram aqueles ordenados. Tentei pensar em como reapareceria, mas não queria brincar mais, havia experimentado dor demais para me manter calmo...

Os Reis estavam de pé ao lado de Vendor, todo seu corpo exibia queimaduras feias, sua armadura foi derretida completamente e sua espada era um pedaço de metal, onde apenas o cabo e parte superior da lâmina se mantinham em poucos centímetros, doze sacerdotes de túnicas avermelhadas cheios de desenhos bonitos em dourado se puseram ao redor dele. – Rápido! – mandou Cemeon.

Todos ergueram as mãos ao Rei Rubi, pelo visto a pedra apenas o manteve vivo, mas seu corpo carbonizado era difícil de olhar, se encostasse com certeza desmancharia. Das mãos de cada um deles, uma luz surgiu, não como a de Cixoam, era mais dourada do que branca, e mais suave e gentil, em unisonoridade recitaram.

— Palpate speciosa vita. – suas vozes eram suaves, clamorosas. A luz pairou no ar e envolveu o corpo de Vendor, ela se curvava como as pontas de videiras, não, eram videiras, já que via folhas douradas e sinuosas aparecendo, seu simples toque fazia a pele queimada voltar a cor, a carne se restaurar, ossos se reformar, era como vislumbrar alguém sendo queimado ao contrário, diria.

Ao final ele se levanta sozinho, ainda dolorido, mas com o corpo intacto, não havia sequer cicatrizes, foi um trabalho de curar perfeito. Mas eles não tiveram agradecimentos, apenas foram enxotados como cães depois de fazer uma bagunça. – Saiam daqui! Chamem alguns soldados para levarem o corpo... Mal posso esperar para estudá-lo. – Cemeon falou com ganância na voz, os sacerdotes curvaram-se calados e foram pelo portão da direita, mas quando os três olharam para onde eu deveria estar, viram apenas um belo monte de nada.

— Mas o que?! – Vendor falou espantado, eu havia entrado nas sombras, via tudo muito bem do alto, estava sob uma das estátuas de Avony, com uma das pernas relaxadas, a foice caída em meu ombro, um olhar tranquilo para eles ao vento que soprava entre meus cabelos.

— Ao que vejo, terei de lutar a sério? – me respondi. – Uma pena, estava quase me divertindo... – bati os dedos ritmicamente na cabeça da estátua. – Pelo que vejo, toda a magia daqui foi exaurida... – me levantei devagar. – Magos Mundiais... – ergui a mão esquerda na altura de meu rosto, dela fiz nosso poder fluir ao tom de um complexo geométrico de gelo. – Em batalha, seu melhor guerreiro falhou... – olhei o Rei Rubi, seus dentes se mordiam tanto que poderia quebrá-los. – Bom, acho que ele é o melhor de vocês não?

Meu tom sarcástico os irritava. – Sabe, já que não resta mana aqui para vocês, nem mesmo podem me rivalizar num combate... – o homem nu ficou meio cabisbaixo, mas não recuou com a expressão irada. – Me veio uma dúvida. – agora de pé, dei um passo ao ar.

Antes de cair naturalmente, desapareci e reapareci afrente deles, pois usei a própria sombra da estátua para isso, tendo em vista que o Sol nascia por onde vim a algumas horas e morria do outro lado. Pela velocidade, qualquer um diria que foi um teleporte.

— Vou lhes dar uma última chance, apenas por curiosidade... – baixei a foice atrás de mim, eu estava no comando agora, eles, paralisados, apenas ouviam. – Estou certo de que, por se chamarem “Reis Dragão” tenham algo haver com estes seres não? Pois bem, sempre quis ver um, então façam o seu melhor, lhes darei tempo de preparo, mas, ao final, usarei o meu melhor também... – os três se entreolharam, vi um breve sorriso de Cixoam, confiança? Pode ser...

— Faremos deste lugar, o teu túmulo! – Vendor gritou com ódio, agora sem armadura, pude ver seu corpo criar um tom rubro, seus pés se tornaram patas, uma cauda surgiu e chifres curvos também, um par de asas membranosas e uma armadura escamosa com desenhos circulares e negros. Sim ele se tornou um dragão...

Era uma criatura linda, imponente e poderosa, tinha seus cinco metros de altura e olhos de fenda rubros, os outros Reis fizeram o mesmo, um dragão negro apareceu, diferenciado por ter desenhos brancos nas escamas e não ter chifres grandes, mas segmentos de espinhos escuros percorrendo a coluna, e Cixoam, era a mais bela dentre as criaturas, branco com símbolos dourados, dois chifres curvos e sinuosos da mesma cor que seu corpo. Qualquer vestimenta desapareceu magicamente, pois não a via em lugar algum, agora, a minha frente jazia um trio de dragões, com olhares de ódio e fúria, mas sorria, sorria pela batalha que virá...

— Podem vir! – toquei a Joia das Sombras em minha cintura. – Não se acanhem... – mesmo agora, eles tinham receio, o que tenho na manga é formidável, talvez sintam isto.

Com o longo pescoço Vendor atacou numa mordida vertical, esta, me pegaria em cheio se não fosse a Joia, meu plano é atacar aquele que mais me oferece perigo... Cixoam me viu desaparecer, mas não ressurgir abaixo dele, girei a foice em suas pernas, as escamas foram arranhadas, bom, ao me notar ele curvou o pescoço para baixo e em olhou, de sua boca algo brilhoso vinha, era belo, pura luz. Sem canto ou conjuração, uma torrente de luz foi feita, ela bateu contra o chão de onde sai, voltei a estátua, nisso uma sombra gigante e vermelha passou acima de mim, suas patas dianteiras bateram contra a estátua que tombou, e num movimento simples ele curvou-se para a esquerda e voltou a me encarar. Agora que notava, era o foco único de três dragões e por tal, me mantiveram no centro, um trio de inspiradas fortes foram feitas, um ataque em conjunto...

Girei Ehras e chamei Thereza em mente, era hora de jogar sério...

As três rajadas elementais colidiram comigo no centro, três cores mistas se juntando num único alvo, era muito poder, belo poder, mesmo as sombras de Cemeon seriam danosas, estaria em problemas se não fosse a cúpula de gelo expeço que fiz, ela derretia rápido, até demais, mas sempre a refazia com mais velocidade, os pulmões das criaturas exauriram-se e por fim as rajadas sessaram. E lá estava eu, de pé em meio a terra queimada, ao meu lado, minha foice, em seu tom negro e puro.

Eles inspiraram mais uma vez, mas fui veloz, ergui o punho esquerdo e o revesti de gelo, toda minha força aplicada a ele, no momento que eles lançariam o ataque a terra tremeu, meu golpe fez uma cratera rasa, mas o suficiente para desequilibrá-los, sem perder tempo saltei rumo a Cemeon, sua pata direita veio em minha contenção, mas não adiantaria, usei da Joia para desviar e aparecer a sombra de suas asas negras, aproveitando isso segurei uma delas e dei um único golpe, a asa caiu jorrando sangue, um grito visceral era alto, então pela pressão do ar senti a cauda de Cixoam vir, veloz em horizontal. Saltei dela pouco antes de me tocar e a vi atingir do dragão negro no pescoço, ainda sob a couraça de Cemeon, andei sobre ele e arrastei Ehras no caminho, a lâmina o perfurou facilmente e o rasgo que fiz ia de sua coxa até o ombro.

Mais uma vez o Dragão Branco interferiu, cuspindo luz violenta em minha direção enquanto avançava, mas desta vez seria diferente, seu ataque bateu contra Ehras que apoiei na extensão de meu braço direito, até mesmo o cabo impróprio impedia o turbilhão brilhoso. Na distância certa peguei a foice abaixo da base e a girei com a mão esquerda, sua lâmina cortou a luz e logo depois saltei, com o punho livre carreguei poder, o dragão apenas me viu chegar rápido, um golpe e pronto, o impacto sobrenatural em sua boca e o fiz cambalear. E em voo outro ataque, fogo rodopiante vinha em minha direção, por estar no ar não poderia desviar, mas posso cortar.

Girei em meu eixo horizontal e golpeei com a arma, o fogo, ao toque da foice, congelou-se de imediato, toda a torrente de chamas era congelada numa velocidade assustadora, tento que parar o ataque, Vendor viu seu fogo apagar, e o gelo cair na terra se dispersando. Toquei o chão, Cemeon estava sangrando, será o primeiro... Seus olhos amarelos me encaravam, rosnados graves eram audíveis, ele veio para cima ergueu as patas ao alto e derrubou-as sobre mim, rolei para trás saindo delas, em sequência ele abocanhou-me, foi rápido demais, os dentes longos e afiados se fecharam em minhas pernas, mas estiquei os braços, sua força era formidável, mas tinha uma vantagem, tocando sua língua e o céu de sua boca, fiz gelo ser formado, em dor ele me largou, não antes e usar o pescoço como chicote e me lançar ao alto, lá via tudo muito bem, cheguei à altura das paredes negras da montanha, Vendor nada fez, depois de ver seu fogo sendo subjugado, acho que feri seu ego, mas Cixoam tinha energia de sobra. Sua boca ficou escancarada, dela a luz brotou, sentia a vontade dele, a fúria dele.

Desta vez o raio da torrente era imenso, posso até dizer que ele mesmo recuou pela força exercida, era difícil de defender aqui, ainda mais sem Ehras, ela ficou no chão, congelando-o, mas é claro! Aquela energia chegou perto e antes que perdesse de vista, conjurei as sombras, com os braços fiz meu mais novo elemento arcano ser projetado, Thereza e eu discutíamos sobre ter mais de um elemento natural, era magnífico. – RRRAAAHHHH!!! – gritei levando as mãos a minha frente, o poder negro em mim fluiu, em tamanho éramos quase iguais, os ataques polares se chocaram, mas tinha algo ao meu favor, dragões tem magia própria, mas eu, tenho muito mais.

Cada vez mais ganhava na disputa, me mantinha no ar por próprio apoio, e isso me deixava extasiado. – RRAAAHH!!! – forcei meu golpe mais uma vez, Cixoam perdeu, não tinha mais fôlego, minha torrente negra cortou o ar em sua direção, Cemeon tentou tirá-lo de lá com seu corpo, mas foi falho.

O impacto foi forte, Cixoam caiu, mas não parei, queria ter certeza desta vitória, mas isso deu tempo ao dragão negro, ele saltou afrente de seu parceiro defendendo-o com a asa restante, seu plano seria curar-se? Bom, será intrigante ver o resultado...

Minha velocidade aumentava a medida que parei meu golpe, cobri mas pernas e as costas com energia esverdeada e azul, era um impacto forte até para mim, bati contra o chão de uma vez, o poder fluiu em minha coluna, sem perder tempo corri rumo ao dragão negro, apontei a mão a Ehras que estava a alguns metros, ela veio rápida em pleno ar, Cemeon recobrava os sentidos acima de Cixoam, que desmaiara.

— RRRAAAA!!! – rugiu, mas ele sabe bem que não pode me lançar sua magia. Ele avançou, usou as patas traseiras para saltar alto, deslizei no chão ao vê-lo passar por cima de mim, mesmo que não estivesse bem, parecia melhor.

 — Use nosso gelo Aryn, use nossas sombras! – Thereza sussurrou.

Assenti ao nada e girei a foice, bati-a contra o chão criando espinhos de gelo que foram rumo a Cemeon, sem poder voar ele tentou correr, mas adiantei isso, aparecei atrás dele e ergui a foice, finquei sua ponta em sua cauda e cortei um pedaço, em dor ele a debateu e virou-se para olhar, nisso já corria em suas costas, movendo a asa ele quase me golpeou, ela passou forte acima de mim, segurei em sua base com força, e dali fiz. – Morra! – ergui os braços, do chão, grandes espinhos de gelo subiram de uma vez, o corpo do dragão foi perfurado em inúmeros lugares, empalado e quase sem movimentos subi seu pescoço com velocidade, saltei, ele havia se entregado, um corte rápido antes de passar acima de sua cabeça, juntei ambas as mãos arqueando-a sobre minha cabeça e finquei-a entre os chifres dele e dei um mortal, pelo corte que fiz, sua carne se separou, como os ossos cortados junto aos outros tecidos, cuspiam sangue, com meu movimento, arranquei sua cabeça enorme.

Cai em terra, foi um movimento bonito, ágil e limpo. – Você não sentirá mais dor Cemeon. – segurei Ehras com sua ponta para baixo, com o pé esquerdo retirei a cabeça da lâmina negra.

Então, um estranho ruído trovejante, uma fumaça veloz e roxeada saiu do dragão, e foi levada a algum canto, peculiar... Acho que meus olhos estão enganados, mas é sua alma...

— Ele paga por seus crimes Aryn, não perca o foco, há dois restantes. – Vendor estava parado, não surpreso ou irritado pela morte de Cemeon, mas feroz por não poder me matar, Cixoam desacordado estava perto da encosta das paredes negras, havia uma mancha negra sobre ele, como uma queimadura.

Gotas leves de chuva começaram a cair, logo elas se somavam a milhares, e com um trovão continuei.

— O primeiro cai... – relatei ao dragão vermelho. – Venha! – arqueei meu corpo, a massa vermelha fez igual, suas asas expandiram-se lançando água aos cantos, com sua força ele se projetou para frente, com as asas, se manteve na altura ideal.

Saltei em seu rumo também, por minha força, estava rápido, puxei a foice para trás de mim, sem chances dele adivinhar de onde viria, o ar que ele deslocava fazia a água do chão se afastar, de sua boca, fogo saia no lugar de baba, no instante certo ele a abriu, a fornalha que era sua garganta cuspiu uma bola de fogo, girei a foice a minha frente, as chamas ficaram azuis e pesadas, mas logo depois veio sua boca, fui engolido sem problemas, que erro tolo, meu e dele, entrei num caos de chamas, mal sabia onde era alto e baixo, tive de me concentrar em usar o gelo aminha volta para me defender, mas com a raiva de não me mexer bem gritei. – AHHH!!! – fiz uma explosão de gelo ali mesmo, Ehras balançou em minha mão, cortei tudo o que podia, abriu um rasgo em seu pescoço que pude passar, ao fazer isso, estava muito, mais muito alto, seu plano era um suicídio? Outro?

— Ahhh, você é esperto! – falei com ele, seu foco era subir ao máximo. – MAS EU NÃO VOU DEIXAR!!! – a foice negra cintilou, a mesma raiva que coloquei a algum tempo entre aquelas montanhas era esta que uso.

Sujo de sangue e com um frio nas costas fiz o meu último ataque contra ele junto a relâmpagos que cortavam as nuvens próximos a nós. – ESTA É A CANÇÃO DE NOSSA FOICE THEREZA!!! – a ergui aos céus, subi no dragão que perdia muito sangue, a levantei sobre minha cabeça, e a desci contra ele.



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