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História Crônicas de Althunrain - Rei Lich - Dourado, Vermelho e Branco


Escrita por: Tulyan

Notas do Autor


Mais um cap pra vcs :3

Capítulo 75 - Dourado, Vermelho e Branco


Fanfic / Fanfiction Crônicas de Althunrain - Rei Lich - Dourado, Vermelho e Branco

Forço os olhos a abrirem outra vez, ouço Thereza gritando comigo, clamando para que eu acorde, mas, meu corpo não quer, tudo está dolorido, sinto a tempestade nos soterrando, o calor do chão conforma-me tão bem quanto uma cama, ao menos isso em meio a esse enjoo, a essa ardência...

— Aryn! Levante! – Thereza grita em minha mente, sei que ficar aqui não vai nos matar, mas, temos algo a fazer, mesmo que isso não seja nossa pura vontade, por todos que morreram nas mãos desses canalhas filhos da puta, eu os verei serem devidamente punidos!

Arrasto as costas das mãos na areia e sinto os ventos acima de mim, a tempestade não cessou, muito pelo contrário, parece ainda mais intensa do que antes, o zumbido caótico me faz perder o rumo. Sento em minhas pernas, mal consigo deixar a cabeça erguida, pois isso é horrível, minha cabeça dói muito, parece que algo a aperta logo atrás dos meus olhos e sobre as minhas têmporas, mordo os dentes como único sinal de dor, o resto, eu e Thereza suportamos.

Fico irritado com isso, como pode, nós, com tanto poder sofrermos com esse efeito idiota! Esmurro a terra que treme, a areia esfria de imediato e assim que abro os olhos, vejo o chão congelando. – Não somos qualquer um! – Thereza ruge junto a mim, nossas vozes juntas.

Meu punho direito vai contra o solo e é imediato, tudo congela no instante, os cristais gélidos são arranhados pela tempestade, mas, com ao erguer minha mão fechando os dedos, crio um casulo azul e branco que nos mantêm seguros, escoro as costas nele e, pela primeira vez desde que lutamos em Nostradam, descansamos... Thereza acha forças de onde não havia e sai de mim, sua luz azulada clareia nossa proteção que reage a ela. Seus olhos embelezam ainda mais o sorriso que tem, a Rainha se coloca ao meu lado, vejo que ela está exausta como eu, mas, sua mão me faz deitar sob seu colo macio, sinto a energia familiar contra o meu rosto enquanto ela usa os dedos para pentear o meu cabelo sujo de areia e sangue...

 

Não sei por quanto tempo dormi, mas, o sono que tive foi imediato, o lugar escuro, o carinho dela, tudo me acalmou de uma forma gentil o suficiente para fazer-me esquecer de tudo... do próprio lugar que fiz... acordo com os olhos ainda ardendo, graças aos deuses, a dor de cabeça se foi em avassaladora parte, apenas tenho uma dorzinha ao virar o rosto rápido, e é isso que faço, pois, não percebi, mas, esse lugar é... pequeno, apertado!

Meu peito começa a encher várias vezes, meu corpo começa a ficar dormente, sinto falta de ar e... aperto os punhos desejando, a barreira começa a desparecer, porém, a urgência me faz esmurrar a parede que explode e traz a tempestade de volta a mim, bom, é o que pensei, isso não acontece, pois, meus olhos se apertam pela cor intensa que estava ao meu redor, era um brilho ofuscante, e dourado.

Era ele, Cixoam!

Seu enorme e dourado corpo adentra pela tempestade como um novo Sol, a luz que emana brilha tão intensamente que mal consigo encará-lo enquanto desce e cai afrente de mim, seu corpo faz a terra arenosa tremer, porém, me mantenho de pé enquanto o dragão se coloca sob as pernas e me olha de cima, vejo em seus olhos um misto de ansiedade e alívio, porém, algo mais há por ai, na situação que estou, eu não poderia encará-lo, então, seria uma boa chance de dar um fim em mim...

Suas asas imensas se abrem imponentes como um par de velas de ouro, brilhando em dourado e criando uma barreira circular cintilante, ela fulgurava com a mesma luminosidade da luz contra água inquieta. A areia que batia contra mim para, todo o vento intenso cessa e o dragão abaixa a cabeça para mais perto de mim, não demonstro medo, justamente por não sentir isso, o olho diretamente, Ehras em minha mão esquerda estava pronta para qualquer coisa, pois, mesmo que todo meu corpo doa, mesmo que Cixoam consiga me matar caso possa, eu não vou, nós não vamos fraquejar perante ninguém!

E assim, o dragão abaixa-se, ouço sua respiração pesada como um rugido de Artral, suas mãos dianteiras tocam o chão afrente de mim com cuidado, e num gesto estranho para ele, o dragão imenso se deita ao redor de mim, suas asas gigantes permanecem erguidas ao limite da barreira dourada mantendo-a sem falhar. Seu pescoço fica ao meu redor enquanto sua cabeça fica diretamente apontada a mim, com vagareza, se aproxima, vejo seus dentes brancos e longos como espadas se curvando para dentro da bocarra enquanto suas narinas expiram ar quente, sem receio algum, ergo a mão direita e dou uma dupla de passos curtos, tudo para encurtar a distância entre nós e assim. – Olá Cixoam... – toco onde seria seus lábios e o dragão branco e dourado treme um pouco.

— Olá Cix. – nós dois o cumprimentamos e em resposta, ele parece querer o carinho que dou a ele, pois, esfrega o lado direito de seu enorme rosto em mim.

 — Obrigado Aryn... – sua voz grossa e alta ecoa como um trovão calmo. – Sem sua ajuda... Dupla-Fenda teria caído...

— Não confunda o que eu fiz com ajuda a Ezthel... Fiz isso por você, pelo seu pai Cix, porém, depois de tudo que vi, não podemos... – paro um pouco a fim de respirar fundo, falar cansa muito. – Haah... preciso descansar, usei poder além do possível...

— Os generais... fugiram? Não sinto magia nenhuma. – o dragão se deita ao meu redor, e, aproveito isso.

— Tem um ali, ainda está vivo. – aponto na direção que sinto fulgurar uma miúda centelha de poder que julgo ser de Fayra. – O outro... ah. – sinto uma dor absurda nas costas ao me sentar e o faço quase como uma queda, escoro no pescoço do dragão que reage suspirando pesado. – O outro eu afundei a cara dele na lava... – comento pousando a foice no meu colo, minhas pernas ardiam com essa mínima caminhada e, deixa-las quietas agora é de um alivio incrível.

— O senhor como?! – espantado, Cixoam ri.

— Há atividade vulcânica perto das montanhas e... eu joguei ele lá, junto com fogo espiritual... Mas não importa, vocês, Klyce est-

— Sim, só... Mospher não...

— É eu sei. – olhando para minhas mãos posso ver a culpa. – Se eu tivesse destruído o general logo que pude eu...

— O senhor é um homem bom naturalmente, não é sua culpa de forma alguma, sei que não era sua intenção, mas, não há como voltar atrás.

— Eu poderia ter sido melhor... mas preferi testar-me Cixoam, no fim, eu-

— Não permitirei que se culpe senhor, seria egoísmo... a culpa é minha também, eu devia ter previsto isso, devia ter preparado um plano de ação correto, eu sou o Grão-Mestre de Ezthel, eu que comandei toda a operação e... tivemos um sucesso graças ao senhor.

— Sucesso? – o questiono, ele chama aquela chacina de sucesso?

— Perdão, não quis dizei com tanta satisfação... porém, se perdêssemos a Dupla-Fenda ou Nostradam, seria um cenário muito pior, sei como se sente, mas, não podemos salvar todo mundo, não somos deuses... – suspiro pesado, fecho os olhos que ardem enquanto penso no que ele disse, afinal, por mais poder que eu tenha, não sou onipotente... – Olha, não se preocupe com mais nada eu... por mais que tenhamos uma guerra afrente, não posso pedir nada ao senhor, porém, devido a posição que tenho... creio que tenham já imaginado, mas, irei providenciar o que precisar para continuar sua busca pelos outros Reis eu....

— Sim nós sabemos Cixoam... – relato a concordância de Thereza. – Nunca esperamos que nos servisse assim, ficamos felizes por ter mudado para algo bom, ao menos não preciso te matar mais. – bato em seu pescoço com a mão direita, brincando, e o dragão entra no jogo.

— Aryn, se há uma coisa que você me ensinou é que... sempre temos uma chance de nos redimir, sempre temos uma chance de sermos melhores, o senhor fez por mim o que ninguém faria, me deu uma surra e mostrou o caminho certo, não posso dar uma surra nos senhores, mas, posso mostrar as inúmeras benfeitorias que fizeram por nós... – eu a Rainha riríamos disso, se minhas costelas não doessem como agulhas a cada vez que tento respirar.

O dragão abaixa mais as enormes asas douradas e reduz a barreira que até agora contém a tempestade de areia intensa e rubra.

— O que houve com ele? – confuso, Cix move um pouco a cabeça a fim de conseguir me ver e mostrar a Joia no lugar de seu olho.

— O que foi senhor?

— Klyce, ele estava, diferente. – um sorriso pequeno se abre. – Digo, ele treinou com All’ma correto?

— Sim senhor, supervisionei todos os dias, inclusive nos de descanso, mas, aquele Nanci é extremamente aplicado, fez coisas incríveis, feitos que me espantaram...

— E o que seria? – o dragão é rápido na resposta, se é que posso dizer que foi uma.

— Porque não pergunta diretamente a ele? Creio que aquele lobo precise do senhor mais que imagina, ele nunca parou de falar sobre você, nunca deixou um dia sem perguntar se havia alguma novidade em Nostradam, os guardas me informaram que ele chorava a noite por sua falta. – junto as mãos e vejo os ossos negros da esquerda recuperando a armadura de gelo negro e toda a eteriedade que queimava ali se recuperando.

— Fiz isso belo bem dele... – estava exaurido outra vez, parecia que minhas forças iam e voltavam, oscilavam em um ritmo enjoativo que me causa sono.

— Eu sei Aryn, até admiro seu amor pelo Nanci, haha... – o dragão ri com sua voz intensa. – Não é só eu que devo a vida a você não é... – dou os ombros sem graça, não sei como responder.

— Fico muito feliz por ter vocês dois como amigos, são... muito especiais para nós. – Cix faz um som grave, confortante, como um agradecimento algo do tipo, acho.

Me escoro melhor sobre ele, aquelas escamas duras eram até aconchegantes, se comparado a toda dor que sinto, isso é macio como lã. O dragão fala algo outra vez, mas, sono me domina, estou seguro agora, estou com um amigo... não tenho que temer mais nada, por isso, apoio a cabeça no ombro e em pleno cansaço, adormeço...

 

— Vai, puxa! – Akryn e eu retirávamos algumas rochas de cima de alguns humanos que estavam presos, suas pernas estavam esmagadas, nem conseguiram ficar conscientes coitados, por isso, os médicos os deslocavam dali com mais atenção. – Vai, vai! – forço meus braços junto com ele, apesar da recente cura que tive, eles doem pelo esforço que fazemos, minhas patas afundam no chão arenoso e úmido enquanto mais dois são retirados e, infelizmente, um não está entre nós mais. – Isso Klyce, agora solta! – ao seu comando, ambos largamos a rocha que bate no chão com peso e força tremendos.

Dou um breve salto para trás a fim de não ter os dedos destruídos. – Vamos voltar e falar com All’ma. – apesar de cansados, nós nos dispusemos ao serviço deles, ao menos trabalhar aqui é uma forma de não pensar mais naquilo. – Ei. – meu amigo segura em meu ombro esquerdo e fala mais baixo. – Tudo bem Klyce?

Minha cabeça baixa o responde, mas... – Melhor, um pouco... – o humano bate em minhas costas, fico feliz de não sentir dor nelas, e assim, ambos seguimos por entre o caos frio da batalha, mesmo que eu não saiba o motivo dessa luta, de todo esse sangue derramado, eu lutei aqui, sangrei aqui, perdi amigos por uma causa que não ouso perguntar, afinal, apenas me empenho em servir o melhor que puder.

Nosso “exército” havia capturado muitos dos soldados inimigos... cuidava de alguns até, porém, as baixas deles triplicavam, quadruplicavam se comparada as nossas. – Senhor All’ma. – nos aproximamos do homem, sua armadura prateada estava um pouco fosca, o elmo fechado que ocultaria seu rosto se encontrava sob o braço direito que é o mesmo lado onde sua espada encontra-se, as linhas vermelhas e trançadas que surgem da nuca do elmo estavam sob sua posse, entre os dedos prateados.

— Rapazes... – ambos curvamo-nos perante nosso tutor. – Ainda bem que voltaram, vamos para a cidade, certo... Akryn, chame Enlay e Mallf, vamos subir em dois minutos. – sinto os olhos de All’ma sobre mim. – Cixoam foi atrás de Aryn a algum tempo e dado a situação, temos que dar suporte aos nossos aliados lá encima.

— Sim senhor! – meu amigo presta entendimento e sai, eu por minha vez.

— Klyce eu... – seu tom muda completamente, até mesmo os soldados que estavam conversando entre si sobre algo chamado Tetranon, meu senhor além de baixar o tom, fica mais perto de mim. – Eu, soube do que houve... sinto muito... – mesmo de cabeça baixa, eu queria ficar menor, queria me esconder em mim mesmo. – Ei, não ouse tirar os olhos de mim, estou falando com você.

Sua repreensão me faz arrumar a postura, deixo a coluna ereta e firme, arrumo a cauda e coloco as mãos para trás. – Sim senhor.

— Quero agradecê-lo pelos seus serviços, por ter se colocado em risco aqui... você mais do que ninguém tinha uma opção muito mais segura, ficar na capital, fico honrado em ter lutado ao lado de um homem tão valoroso, e por mais que tenhamos perdido amigos... essa vitória poupará milhares na guerra que vem ai... seu mestre fez o que seria quase impossível para nós, ele assegurou nossas maiores fontes de magia e matéria-prima, todos que caíram aqui foi por culpa nossa, não sua, mesmo que Aryn o tenha pedido para assegurar aqueles magos, a culpa da morte, de toda essa dor é nossa, de Ezthel, não sua.

— Peço humildemente ao senhor que... explique isso ao meu mestre, por favor. – baixo a cabeça apenas em sinal de súplica. – Não posso, nem terei coragem de falar tais coisas, não posso acusar nada nem ninguém senhor, mas o imploro que ao menos esclareça isso ao meu mestre.

— Tudo bem eu faço isso pra você Klyce, só. – sua fala é interrompida, meus amigos retornam conversando sobre como foi glorioso a batalha, porém, creio que ao me verem, se calam.

— Senhor, aqui estamos. – Akryn fica ao meu lado direito e cutuca o meu ombro. – Isso aqui é seu Klyce. – com quase desespero, olho o que seja e vejo, a cimitarra.

Meus olhos caem, assim como minhas orelhas. – Eu... não posso ficar com isso, a luta acabou, não posso portar armas, nem nada do tipo. – explico tentando não chorar mais.

— Tem razão, mantenha-a segura Akryn, Vossa Graça Aryn decidirá se o Nanci ficará ou não com ela. – baixo a cabeça outra vez, pois, o que ele fala é verdade, Aryn nem percebeu ela, nós nem tivemos chance de conversar, entretanto, meu egoísmo se vai, os deuses me trouxeram aqui, me mantiveram vivo, e tudo que mais quero, é rever meu senhor, a minha vida. – Tairy! – meu tutor grita enquanto se vira. – Vamos indo! – juntos, seguimos a uma pedra branca e plana que, creio...

É uma runa, parecida com a que usei dezenas de vezes no palácio de Ezthel, reconheço alguns dos símbolos. – Muito bem senhores, fiquem longe da beirada e não se movam está bem. – surgindo por entre os soldados, uma mulher, não, reconheço ela, aqueles olhos verdes, aquele porte, ela é a moça que estava na sala de espera quando meu mestre me apresentou ao senhor All’ma, engraçado que, nunca a vi depois disso, estaria ela sob missão?

Não tenho tempo para pensar nisso, fico mais no centro possível da pedra, e assim, meus amigos e tutor se colocam a minha volta como seguranças de um nobre. – Prontos? – a moça pergunta a nós enquanto puxa as mangas cinzas de sua roupa cheia de runas no peito e ombros.

All’ma apenas sinaliza com a mão e faz Tairy começar a falar nessa língua de mago. – Levant! – com as mãos cintilando em um azul claro, símbolos se contorcem e rodam pelos pulsos finos e brancos dela, em resposta, a runa ao qual pisamos muda a cor dos símbolos talhados para um azul intenso, aquilo então pressiona as minhas patas e sinto, estávamos sendo içados no ar por pura magia, a perda de luz que o fundo da fenda proporcionava deixa essa subida obscura, fria e muito assustadora, graças aos deuses estou no meio, se não, provavelmente estaria em pânico.

Atrás de nós, aquele emaranhado organizado de andares, plataformas e pontes de pedra e madeira estavam sendo reconstruídas por alguns senhores de roupas curtas e sujas, que exibem seus corpos musculosos e os colares com pedras brilhantes que iluminam seu trabalho. A luz do Sol se foi a algum tempo, por isso, a necessidade de tochas e globos de luz se tornam cada vez mais indispensáveis, pelo que sei, a enorme maioria dos nossos inimigos estavam ali abaixo, alguns que permaneceram acima agora foram capturas ou mortos, mas, o general que meu mestre enfrenta é o verdadeiro receio que todos nós temos nos nossos corações... Somos levados ao topo da fenda em menos de dez minutos, um feito muito rápido caso tivéssemos de subir pelas escadarias e rampas, por tal, agradeço a Tairy pela ajuda. A beirada das fendas é toda segura por muros, porém, a parte que chegamos estava destruída e escura, provavelmente por conta de fogo, com um passo, sinto o chão duro em minhas patas, agradeço outra vez por isso, é uma sensação boa não sentir sangue e restos mortais entre os dedos. Enlay então toca as minhas costas para me fazer acordar do torpor que tive e seguir o senhor All’ma, a nossa frente, a cidade que vejo é estranha, o corredor, a rua larga que chegamos é um dos vários que se encontram rasgando a cidade, porém, o que a difere, além do chão totalmente em pedra recortada em paralelepípedos tão bem colocados que mal caberia um dedo entre, as casas em si são construídas em dois andares, onde as casas de baixo são maiores, porém, seu teto serve de varanda para as de cima, como se tivessem suas ruas, creio eu, entre as casas, postes de madeira e pedra seguravam globos de luz meio amarelada, como se estivessem ali a muito, muito tempo.

A nossa frente, um homem de armadura branca reluzida levemente pelas luzes, caminhava com pressa até nós, em suas costas, um tipo de lança e machado estava seguro em seu metal prata. – Cixoam saiu pelo portão Noroeste, por sorte, limpamos o caminho para lá, senhor. – ele fala com All’ma revelando uma voz feminina, percebo e confirmo ao ver um cabelo médio e branco.

— Muito bem... Muito obrigado Nayda, homens! De pressa! – meu tutor vira-se com um sinal de agradecimento e seguimos com velocidade à esquerda. O número de pessoas aqui é alucinante, mal consigo contá-las, porém, por sorte nenhum ousava ficar a beirada da fenda, o que nos deu um caminho perfeito a seguir, tinha medo de olhar para o abismo, pois, meu pavor de altura ainda está aqui, por mais que meu mestre tenha me feito melhorar, ainda sinto vertigem, não aquele pavor desesperador, só uma auto segurança.

A quantidade de ferramentas, matéria-prima que os populares carregam em prol de restauração é intensa, vejo cavalos, humanos, e até mesmo algumas criaturas que nunca vi antes, eram seres de pedra, madeira ou ambos, altos e enormes que carregam coisas absurdas, como blocos de pedra pura, troncos mais grossos que um humano gordo, seria isso os golens que mestre Aryn me contou? Bom, não importa agora. O caminho que fazemos é literalmente reto até curvarmos a direita, pois assim, estamos na rua principal, aqui, vejo algo impressionante, muito afrente, uma muralha vermelha e negra se erguia acima até mesmo das casas superiores, e por mais colossal que fossem, o que as tornavam incrivelmente impressionantes, é um tipo de barreira que emitem iluminam a noite obscura, com sua cor azul intensa ela vibra e ondula de picos acentuados, a origem, que clareia e brilha ainda mais em seu azul lindo, os riscos quase brancos que partem verticalmente deles param exatamente na mesma altura e criam uma cruz que se estende um pouco abaixo dos picos e unem-se uma as outras formando uma estrutura integra. Me perguntava o motivo de ter isso, bom, é muito belo e incrível, porém... seria uma perda de magia, quer dizer, se for feita disso...

Logo minha resposta é sanada, pois, meus olhos conseguem ver algo além da muralha, era quase tão imensa quanto ela, um tipo de tempestade vermelha se agitava em um caos colossal. Ao nosso redor, as pessoas desoladas tentavam reerguer suas vidas, bom, aquelas que ainda tinham isso, ou que não estavam com suas crianças inertes nos braços... essa é a face da guerra, percebo aqui que, no final, não há diferença nenhuma entre nós e eles, todos sentimos a mesma coisa, todos queremos viver.

Nosso grupo ignora tudo isso, tempos que reaver Cixoam, bom, eles têm que fazer isso, eu preciso encontrar o meu mestre, e pedir perdão a ele o mais rápido que puder.


Notas Finais


O Caçador e a Raposa via atrasar, pois estou consolidando o enredo, e para não postar um cap mequetrefe para vocês, decidi por esperar.


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