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História Crônicas de Heróis - Surpresa


Escrita por: UchihaAika

Notas do Autor


Hello!

Capítulo 112 - Surpresa


Itachi

 

 

 

Com todos os problemas e todas as situações conflituosas pelas quais passava, Karia devia ser a última das preocupações de Itachi. Entretanto, após a última noite que tinham passado, ele era incapaz de tirá-la da cabeça, especialmente após a sensação de que aquela seria a última vez em que a viria.

De fato, até o momento, havia sido a última vez. Karia desaparecera de sua visão, e Itachi não sabia se ela havia realmente deixado o acampamento ou se, de alguma forma, estava conseguindo se manter fora da visão de Itachi, talvez por meio do uso de sua magia de bruxa.

Eu apenas gostaria de vê-la mais uma vez. De dizê-la que as coisas não precisam ser assim.

Eles poderiam seguir juntos, Itachi não tinha dúvida nenhuma quanto àquilo. Apenas precisava convencer Karia, e tudo ficaria bem. Não seria fácil que todos a aceitassem como sua rainha, mas não haveria outra alternativa, pois Itachi seria o último Uchiha da linhagem principal, e sua palavra precisaria valer alguma coisa. E eu contaria a todos sobre o quão magnífica ela é…

Sabia que aqueles sonhos eram um tanto quanto estúpidos, mas hora ou outra flagrava-se perdido neles, acreditando naqueles contos de fada dos quais durante toda sua vida sempre havia desconfiado. Após suas descobertas, após Sakura entrar em sua vida, ele passou a acreditar em coisas que em outra época desdenharia por completo.

– Vossa alteza…

A voz tímida chegou aos ouvidos de Itachi de maneira musical. Era Shaiera, a garota que se parecia com sua mãe, e a garota que Karia queria que ele se casasse.

– Olá, Shaiera.

– Desculpe-me, acredito que interrompi vossas reflexões.

Itachi sentia-se incomodado quando uma pessoa que claramente estava tentando se aproximar dele acabava fazendo o oposto por utilizar tantas formalidades.

– Chame-me de Itachi, por favor, essas formalidades são incômodas. E você não interrompeu meus pensamentos, na verdade me libertou deles.

A garota sorriu. Ela tinha, de fato, um sorriso encantador, suas bochechas coravam ao menor repuxar de lábios.

– Isso é bom. Quero dizer, é bom que eu o tenha ajudado, mas não é bom que seus pensamentos sejam incômodos…

Itachi sorriu.

– Estamos no meio de uma guerra, e a maioria dos pensamentos que temos nesses momentos são incômodos. Inclusive, que mal lhe pergunte, por que está aqui?

Shaiera não sorriu daquela vez.

– Eu praticamente forcei meu pai a trazer-me com ele. Sou a terceira na linha de sucessão, mas sinto-me uma inútil, pois durante minha vida inteira ninguém me ensinou nada útil, apenas bordados, música… o que alguém pode fazer com esses conhecimentos quando assume o comando de alguma coisa?

Itachi riu.

– Arte não é inútil…

– Não, não acho que seja inútil, apenas me expressei mal. Eu gosto de arte. A música me faz sentir bem, é o meio pelo qual liberto meu espírito. Mas não posso fazer uso de música caso precise herdar a senhoria de minha Casa. Preciso aprender coisas que me possam ser úteis nessa prática também, e é por isso que estou aqui.

– Entendi. Você está certa, não existem excessos quando se trata de aprendizados. Mas você toca o que?

Shaiera voltou a sorrir.

– Toco harpa, e canto.

Antes que Itachi pudesse respondê-la, o berrante do rei soou, dois toques, que significavam que o exército devia começar a se pôr em formação. A reunião com a rainha Tsunade não deu muito certo… nada além do que eu já esperava. Madara não quer nenhum tipo de negociação.

– Acho que devemos nos movimentar, nem que seja para entrar em nossas tendas e nos proteger. – Disse Itachi, sorrindo. – Mas quero que saiba que ainda desejo vê-la cantando.

Shaiera ficou bastante vermelha, mas aquiesceu, e saiu correndo em meio à movimentação intensa do acampamento.

Itachi então prestou atenção em um detalhe que ainda não havia notado. A tenda em que ele dormia ficava no centro do acampamento, bastante perto do pavilhão de Madara. Itachi viu que alguns cavaleiros da guarda real saíam do pavilhão de Madara carregando aquela arca que ele vira com Karia, a arca que, Itachi tinha certeza, carregava a pedra Lápis-lazúli.

Mei Terumi aproximou-se de Itachi, e ambos conversaram por meio de olhares. Itachi soube que ela compreendeu que aquela era a arca que ele havia comentado.

– Senhores! – Madara gritou. Sua voz continha o poder do discurso, sempre saía alta o suficiente para que não apenas alcançasse a audição de todos, mas para que todos se calassem.

– Escutem bem o que eu tenho a dizer! Hoje, finalmente chegou o dia em que tudo isso vai acabar. Eu, vosso rei, cansei-me de ser tratado como um idiota pelos inúteis konohanos! Cansei de vê-los desdenhando o nosso poder! E por isso, resolvi que devemos utilizar de nosso maior trunfo!

Itachi viu Onoki ali perto, e percebeu que o velho também entendeu o que Madara estava falando.

Eu não acredito que ele teve a coragem de chegar nesse ponto…

– A reunião com a rainha serviu para perceber o quanto eles não nos respeitam. Apesar de tudo o que fizemos, de todas as nossas conquistas sobre eles, apesar de termos subjugado seu povo ao nosso poder fornecido pelo único e verdadeiro deus, eles ainda acreditam serem maiores, melhores… eles ainda exaltam os falsos deuses! A única solução para acabar com isso de uma vez por todas, algo que já durou mais do que deveria… encontra-se dentro dessa arca.

O silêncio reinou entre as pessoas presentes.

– O que vossa graça está querendo dizer? – Perguntou Inoichi Yamanaka, aparentemente confuso. Parece que de fato Madara guardou bem seu segredo, e nenhum deles sabia de verdade.

– Eu estou falando que deus está ao nosso lado e por isso ele colocou o poder em nossas mãos. O poder que nos pertence, porque nós fomos os primeiros a conquistar, e não eles!

Madara então abriu a arca, e ergueu a Lápis-lazúli em suas mãos, permitindo que o acampamento inteiro a enxergasse. Um som de júbilo generalizado se espalhou entre as pessoas que observavam, mas o júbilo logo deu espaço a reações confusas.

Itachi procurou Kisame com os olhos, e encontrou ele bastante próximo dali e atento a todos os movimentos. Dependendo da reação das pessoas… eu não poderei deixar isso seguir.

Todos os seus companheiros estavam por perto, Itachi estaria bem guarnecido caso decidisse finalmente fazer o que precisava ser feito.

– Sei que vocês devem estar se perguntando como foi que isso aconteceu. – Madara falou, cessando o murmurinho generalizado que havia se instalado. – A questão é que isso é algo que nem eu mesmo sei responder. Por isso acredito que foi deus, e apenas ele, que colocou a Lápis-lazúli em nosso caminho para que possamos vencer essa guerra.

Ninguém vai cair num papo ridículo desses. É agora que eu te destruo, tio… você deu a brecha.

– Porque ele sabe que nós merecemos! E porque eu, vosso rei, tenho fé nele, eu tenho fé! Eu acredito que ele nos guia para nossas maiores potencialidades, agora mais do que nunca! E pelas mãos dele, nós conseguiremos chegar ao nosso poder de direito que nunca tivemos! Nós seremos os reis de Letoria!

O discurso fanático e fervoroso de Madara inflou o peito de inúmeras pessoas. Claramente uns ou outros ficaram bastante desconfiados, Itachi percebeu que os Inuzuka conversavam entre si, e os Namikaze também. Mas os Yamanakas e os Sabaku gritavam de maneira totalmente fanática de volta, como se não tivessem nenhum tipo de senso crítico para perceber que aquela história não fazia sentido nenhum, que era uma enganação completa à qual eles estavam submetidos há muito tempo, desde antes do assassinato dos pais de Itachi.

Você cavou sua própria cova, tio. Eu o contestarei.

– Essa história não faz nenhum sentido! – Itachi gritou de volta. Foi a primeira vez que sua voz foi ouvida por todos, sem que ninguém o ignorasse, e claro, sem que ele ignorasse a si mesmo. Itachi sabia que era capaz de derrubar um imprestável como Madara. – Como foi que vossa graça achou a pedra? Acredito que vossos súditos merecem um esclarecimento!

Itachi enxergou com clareza, mesmo à distância, a cólera que se apossou de Madara Uchiha. Ele acabaria com a vida de Itachi naquele momento mesmo se pudesse.

– Você está confrontando a vontade de deus, Itachi Uchiha?

Típica resposta.

Itachi percebeu alguns olhares de ódio além dos de Madara voltados a ele. Mas não havia entre todos aqueles olhares o que ele mais desejava ver. Onde está você, Karia?

– Não estou confrontando vontade de ninguém, apenas quero melhores explicações. Desde quando vossa graça tem a pedra consigo?

Itachi ouviu algumas manifestações de concordância após suas palavras, e sentiu-se bastante orgulhoso. Talvez esse seja o meu momento afinal. A hora de desmascarar meu tio, de colocá-lo em seu devido lugar de assassino e então executá-lo…

Antes que Madara respondesse, gritos foram ouvidos. Os batedores cavalgavam de maneira ensandecida em direção ao acampamento, gritando coisas desconexas. Os integrantes do exército austeriniano passaram a trocar olhares, questionando uns aos outros o que eles escutavam.

Itachi finalmente pôde ouvir com clareza:

– Ataque de Konoha! – Eles berravam, em desespero.

– Ataque surpresa! – Gritou Madara, entre os dentes, com tanto ódio que não conseguia conter dentro de si mesmo e deixava evidente para quem quisesse ver. – Vamos terminar com essa guerra agora mesmo! E você, Itachi, terá as respostas que merece após o fim!

Itachi engoliu a ameaça com um sorriso. Havia atingido seu tio no nervo certo, e acabaria com ele em breve. Quem sabe durante essa batalha mesmo.

Mas para isso, precisava vestir sua armadura, e preparar suas armas.

Visualizou, à distância, o exército konohano se aproximando com rapidez.

A vida de Madara não passa de hoje.

 

 

 

Hinata

 

 

 

Desde sua chegada no acampamento, não havia tido nenhum momento de paz. Em seu primeiro dia, Hinata recebera logo de cara a notícia da morte de seu pai, e logo depois presenciara a tensa conversa entre Sakura e a rainha Senju.

Naquele mesmo dia, por um descuido de todos os envolvidos, Sor Koh descobrira que Sasuke e Naruto não eram quem Hinata havia dito que eram, e a inquiriu, de maneira privada, sobre aquilo. Felizmente ele não havia falado tudo na frente da rainha, pois ele confiava em Hinata, e entendia que a partir da morte de Hiashi era ela quem dava ordens a ele. Hinata não teve a audácia de dizer quem eles eram de fato, pois temia reações descabidas. Apenas disse a Sor Koh que os rapazes não representavam nenhum perigo, e ele pareceu aceitar suas ordens, mas Hinata percebeu pela forma como ele olhava para Naruto que suas ordens não eram tão bem aceitas.

Ainda em seu primeiro dia, conversara de maneira privada com a rainha, que demonstrou depositar sobre Hinata expectativas que ela ainda não sabia lidar totalmente. E logo depois, ao anoitecer, Naruto e Hanabi apareceram, dizendo que Sasuke e Sakura haviam desaparecido após aquele estranho barulho de trovões, o que tornou tudo ainda mais estranho.

Hinata mal conseguiu descansar naquela primeira noite.

No outro dia, ela, Naruto e Hanabi fizeram buscas por Sasuke e Sakura no bosque dos leopardos, mas não obtiveram nenhum tipo de sucesso em encontrá-los, apenas rastros de sangue e três leopardos mortos, claramente por um ou mais seres humanos. Ou ehyrim…

Houve também o triste velório e cremação de Dan Kato, cavaleiro da guarda real morto em batalha. A rainha pareceu especialmente triste naquela ocasião, e Hinata então pensou que se Tsunade Senju tinha direito de mostrar a si mesma tão fragilizada, Hinata também tinha o direito de não cumprir as expectativas colocadas sobre ela. Eu posso errar também, e posso ser fraca às vezes.

Naquela noite não conseguiu dormir direito mais uma vez, não apenas pela preocupação com Sasuke e Sakura, mas também porque ficou bastante clara a distância que Naruto estava mantendo em relação a ela durante aquele dia, e isso fazia com que a culpa consumisse seu coração. Eu posso ter arruinado o coração dele, e o meu também. O que é que eu faço, deuses?

Agora, no segundo dia após sua chegada, o acampamento estava fervoroso, após a rainha Tsunade ter conversado com Madara Uchiha para iniciar as negociações. Sakura devia estar ali para ver aquilo, que absolutamente não teria acontecido se não fosse por influência dela.

Entretanto, as negociações não tinham surtido efeito, e a rainha havia acabado de fazer um discurso cheio de ira sobre todas as coisas horríveis que Madara Uchiha havia dito a ela.

– Atacaremos agora mesmo! – Ela havia gritado. Nesse momento, o acampamento que já estava agitado, tornou-se o caos com os preparativos para a batalha.

Tsunade Senju olhou na direção de Hinata e veio até ela, sobre o grande cavalo que montava.

– Senhora Hyuuga comandará seu exército? Você e sua irmã podem vir conosco… Hanabi seria muito útil em batalha.

É claro que ela sugeriria isso.

– Hanabi não participará, vossa graça. Ela sofreu demais com o uso do byakugan e não arriscará utilizá-lo novamente.

A rainha aquiesceu, mas havia uma seriedade muito estranha nela, bastante diferente daquela que Hinata vira no dia em que ambas conversaram.

– E você, comandará seu exército como uma Senhora?

Hinata olhou na direção de Naruto e Hanabi, que observavam a conversa entre as duas. A primeira coisa que veio em sua cabeça foi o quanto não estava preparada para uma guerra, pois não havia sido ensinada a respeito daquilo. Não tinha nenhuma ideia sobre como comandar um exército em um campo de batalha, não sabia muita coisa sobre estratégias, apenas o básico, que provavelmente não serviria muito naquela situação. Sabia como usar uma espada, mas perto daqueles cavaleiros com tanta prática, Hinata reconhecia ser apenas uma garotinha estúpida, que morreria no primeiro combate. E quando viu a preocupação estampada no rosto de Naruto, e principalmente no de Hanabi, ela soube que seu lugar não era no campo de batalha. Era ali, com eles. Protegendo Hanabi como sempre havia estado.

– Não estou preparada para isso, vossa graça, sinto muito. Sor Koh poderá ajudá-la muito melhor do que eu jamais poderei.

Hinata foi até o cavaleiro, enquanto a rainha saiu dali sem dizer nada. Talvez desapontada comigo, mas dessa vez eu realmente não posso dar meu melhor.

– Sor Koh, comande os Hyuugas como vem fazendo esse tempo todo. Eu, e meu falecido pai, confiamos a vida de nossa Casa em suas mãos.

Ele prestou uma breve mesura.

– Como vossa senhoria preferir.

Hinata desejou sorte e coragem para o cavaleiro. Da forma como a rainha tinha falado, ela estava realmente disposta a fazer com que aquela batalha fosse de fato a última.

Ela foi até Naruto e Hanabi, e abraçou a irmã.

– Estou feliz que você não vai para a batalha. – Disse Hanabi. Hinata beijou a testa da irmã, que estava já quase da sua altura.

– Por que decidiu não ir? – Naruto questionou.

Hinata imaginava que ele estivesse vendo uma ponta de esperança ali, e desejou avisá-lo para que não visse. Mas, obviamente, não teve a coragem de ser honesta. Não teve a coragem de dizer que havia tomado sua decisão, e que cumpriria com as obrigações de sua vida. Porque é absolutamente difícil dizer isso, e pensar que não olharei mais em seus olhos, que não ouvirei mais sua voz, e que não receberei mais o seu sorriso e alegria.

Hinata de fato amava Naruto, havia compreendido aquilo. Mas também amava sua Casa, tinha obrigações para as quais tinha sido criada, e todos esperavam que ela cumprisse. E também amava Neji, principalmente sabendo o quanto ele estava aguardando pelo seu retorno.

– Eu não fui ensinada a estar em uma guerra, pois cresci em tempos de paz. Aprendi superficialmente sobre estratégia… não acredito que uma batalha como a de hoje seja a ideal para adquirir experiência. E preciso cuidar de Hanabi.

Naruto balançou a cabeça, provavelmente compreendendo a mensagem implícita por trás de suas palavras. É melhor assim…

Sor Koh então apareceu novamente, agora devidamente equipado para a batalha, montado em seu corcel.

– Escutem-me bem. Fiquem no acampamento até que as notícias cheguem a vocês. Caso a notícia da derrota venha até aqui, fujam, não fiquem, porque Madara não perdoará ninguém. Voltem para Hyunin, onde encontrarão alguma segurança.

Hinata percebeu que a preocupação do cavaleiro era genuína.

– Não se preocupe, sor. Eu garantirei a segurança delas, como fiz durante todo esse tempo.

O cavaleiro assentiu com a cabeça, e então foi para a formação.

O exército inteiro juntou-se, alguns poucos na reserva. Mas daquela vez, absolutamente ninguém que fosse capaz de lutar permaneceu no acampamento. Todos integraram a formação, e todos partiram, levando com eles aquele grande peso que parecia rodear o ar do acampamento. O som da marcha do exército, das armas e escudos se chocando, era audível mesmo quando eles desapareceram entre as irregularidades do terreno.

Mas o peso não partiu com eles por completo. Ainda ficou uma aura estranha, de mau agouro, que parecia simplesmente não desaparecer daquele ambiente. Hinata tinha um peso constante no coração e um leve embrulho no estômago.

– Como poderemos partir sem Sasuke e Sakura? – Naruto questionou. – Caso seja necessário partir, claro.

Hinata segurou a mão dele, e olhou em seus olhos. Era difícil tocar a pele dele, ter todas aquelas sensações, mas saber que não poderia continuar com ele.

– Você percebeu que todos esses acontecimentos foram muito semelhantes aos da Floresta Negra? Eles estavam caçando e desapareceram, deixaram um animal ferido moribundo para trás… demoramos, mas nos encontramos novamente. Você não acredita que talvez os elfos tenham algo a ver com isso que está acontecendo?

Hinata acabou construindo aquele raciocínio ali, naquele instante, pois apesar de suas noites mal dormidas ainda não havia conectado tudo devidamente. Naruto pareceu surpreso com aquela constatação.

– Talvez… será que eles estão fazendo algo para que a guerra acabe?

Uma ruga surgiu na testa de Hanabi.

– Ou talvez vocês estejam loucos. Os elfos não se envolvem com as guerras humanas, não mais.

Hanabi tinha razão. Mas aquela situação toda estava muito estranha.

– Se não envolve os elfos, envolve ao menos algum tipo de magia.

– Disso eu não tenho dúvidas. – Naruto respondeu.

Eles conseguiram ouvir o som quando a batalha começou. Era um som distante, quase imperceptível, mas ainda assim era terrível, parecia alcançar as entranhas de Hinata e fazer com que sua pele se arrepiasse de horror.

Quem será que voltará vivo dessa vez? Quantos corpos teremos de queimar?

Ela conseguia desejar apenas que tudo ficasse bem. Que os deuses olhassem pelo lado que claramente era o mais justo, pois não estava escravizando ninguém, e não estava acabando com vidas inocentes. Apenas que tudo fique bem, deuses… que olhem por todos.

Em meio ao som distante da batalha, Hinata acabou ficando completamente tensa e focada apenas naquilo. Era quase como se estivesse lá no meio, lutando.

– Espero que Sasuke e Sakura estejam bem, distantes da batalha. – Disse Hanabi.

– É provável que eles estejam distantes. Eles não correriam para a direção do perigo. – Naruto falou. Então, os três trocaram olhares entre si.

– Você bem sabe que eles correriam sim para a direção do perigo. – Hinata respondeu, e ninguém discordou. Afinal, era exatamente aquilo que eles haviam feito desde o início daquela jornada.

Começou comigo, saindo da proteção das muralhas em direção ao ataque. Depois, eu, Sakura e Ino perseguindo o grande exército, até encontrarmos os três… quando por fim nos jogamos nessa missão suicida. E sobrevivemos até aqui. Mas até quando continuaremos escapando das leis da lógica? Quem corre para a morte, invariavelmente acaba a encontrando em algum momento…

E com aquele pensamento, Hinata sentiu-se completamente desconcertada quando, logo após ele terminar, aquele som de trovão que havia escutado no dia em que conversava com a rainha retornou. Inicialmente um som remoto, quase imperceptível, sem inibir em nada o som da batalha. Mas ele foi aumentando, e aumentando, e aumentando…

– Que porra?! – Naruto gritou, claramente apavorado.

Então, a sombra passou por eles, como uma nuvem escura e ligeira. Hinata sentiu um arrepio desconfortável na espinha, especialmente quando outra sombra passou. Ela olhou para cima, e seus olhos não puderam acreditar no que viam.

– Mas o que…?! – Hanabi gritou.

Eram dragões. Ao menos, era a única coisa que podiam ser. Criaturas imensas, com escamas que brilhavam à luz do sol, coloridas. Um deles era azul e negro, o outro, era completamente verde, e o terceiro deles, que estava mais distante, era uma mistura de vermelho, laranja, amarelo e branco, Hinata não conseguia distinguir com clareza, pois onde começava uma cor, terminava a outra.

As poucas pessoas que ainda estavam no acampamento observavam estupefatas, com declarações de esplendor e medo. Algumas berraram e começaram a correr…

E foram justamente essas que receberam aquilo do que fugiam. O dragão de inúmeras cores soltou um grito, ou rugido, Hinata não tinha ideia de como chamar. Quando ele gritou, sua enorme cabeça voltou-se para o alto, e seu peito inflou. Então, ele olhou para baixo…

E entre a boca imensa, saiu fogo, um estranho fogo tão vermelho que parecia quase uma coisa viva e dançante. Gritos de pavor espalharam-se pelo acampamento, e todos começaram a correr, enquanto algumas gritavam em agonia pelo fogo que derretia seus corpos e acabava com suas vidas.

– Hinata, vamos! – Naruto chacoalhou seus ombros e fez com que ela saísse do completo transe em que se encontrava. – Vamos fugir!

Ela finalmente entendeu.

Corremos tanto em direção à morte e não a alcançamos… então, óbvio, ela veio até nós.

 


Notas Finais


O que acharam?
Próximos POVs serão da Tsunade e do Naruto.
Estou oficialmente a dez capítulos do fim, na escrita (:


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