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História Crônicas de Heróis - Questionamentos


Escrita por: UchihaAika

Notas do Autor


Oi pessoal :D
Como o POV de Naruto e o de Itachi ficaram curtos, eu resolvi colocar os dois juntos, mas mais uma vez foi uma exceção.
Espero que gostem :D

Capítulo 37 - Questionamentos


Naruto

 

 

 

–  Sor Naruto poderia ficar por aqui para o resto da vida, comigo. Eu seria a melhor esposa que ele algum dia poderia ter.  –  Disse a mulher que ele mantinha enrolada nos braços, nua, dividindo o espaço na esteira, que sequer podiam chamar de cama.

Ela era uma bela mulher, de cabelos castanhos escorridos e com sardas no nariz e nas bochechas, sob belos olhos verdes. Desde que chegara naquele vilarejo chamado de Gonfare, o que ele não tinha ideia do que significava, prendera seus olhos naquela mulher que agora estava com ele, como desde o começo tivera certeza de que estaria.

–  Já disse que não sou um cavaleiro.  –  Respondeu, talvez rude demais.

Mas se havia algo que o desagradava, era quando algumas mulheres não entendiam que os momentos que viviam juntos não acarretavam em compromissos mais sérios, era apenas uma diversão momentânea. Ele sempre deixava isso claro o suficiente, mas muitas mulheres criavam a ilusão de que poderiam fazê-lo apaixonar-se. Nenhuma ilusão poderia ser mais irreal do que aquela. Naruto não se apaixonava por ninguém, preferia não correr um risco como aquele.

–  Bem, isso é o que menos importa agora. Mesmo que não seja um cavaleiro, eu tenho certeza de que meus pais adorariam…

Naruto tirou-a de seus braços, talvez bruscamente demais, e a moça pareceu um tanto quanto assustada. Segurou o vestido, que antes estava jogado ao lado da esteira, em frente aos pequenos seios, e em seus olhos verdes Naruto enxergou o espanto. Aquele tipo de situação era a que ele mais detestava, e ainda assim se repetia, várias e mais outras vezes. Kakashi sempre dizia para que ele não se envolvesse com mulheres que não fossem as prostitutas, pois aquelas situações eram evitáveis quando o que elas estavam fazendo era apenas o próprio trabalho, mas ainda assim ele sempre se envolvia com mulheres comuns. Parecia muito mais interessante, uma das melhores partes de sua aventura… ao menos até que o fim da noite chegasse.

–  Seus pais não adorariam nada, Belle. Avisei desde o começo do que se tratava isto aqui, e não tenho culpa nenhuma se você não acreditou em mim. Agora é minha hora de partir novamente.

As bochechas dela coraram sob as sardas, e Naruto até mesmo imaginou ter visto lágrimas em seus olhos.

–  Achei que uma noite o convenceria…

–  Eu falei que era apenas uma noite, você sabia, e eu sabia. Nada mudou.

Ele amarrou os cordões do calção e vestiu a túnica branca, cobrindo-a com o justilho de couro marrom logo depois.

–  Me desculpe…  –  Ela sussurrou. Naruto tinha certeza que assim que saísse dali, a garota desabaria em lágrimas. Após calçar as botas, segurou o queixo dela entre os dedos e selou rapidamente seus lábios.

–  Não se desculpe, menina. A culpa é apenas minha, por ser alguém que não cria mais vínculos.

E então deixou o quarto. Talvez esquecesse o nome dela, mas nunca esqueceria de seu rosto e de seu corpo. Naruto esquecia muitas coisas, mas sempre lembrava das mulheres que havia tido nos braços, especialmente das que não eram prostitutas.

O vilarejo tinha algumas casas muito bem separadas umas das outras, um templo de Vhitrian bastante pequeno no centro, logo ao lado de uma torre solitária de vigia. Ficava no território Yamanaka, bastante próximo à fronteira central, que separava Austerin de Konoha. Não havia estalagens por ali, por isso ele, Sasuke e Kakashi haviam instalado seu velho pavilhão sob um grande salgueiro, um pouco retirado do vilarejo.

Quando adentrou o pavilhão, Kirin saltou em suas pernas, e quando ele estendeu a mão para acariciá-la ela lambeu seus dedos.

–  Kirin sentiu sua falta.

–  Eu sei. Eu também senti.

Brincou um pouco com a cadela e ofereceu-lhe os pequenos ossos da carne de coelho que Kakashi havia caçado e assado para eles.

–  Como foi a noite? Problemática?  –  Questionou o cavalheiro. Naruto pôs um sorriso de canto nos lábios.

–  Um tanto quanto.

–  Como imaginei…

–  Por que continua se envolvendo com essas mulheres?! Já existem alguns vilarejos que não podemos voltar por causa disso…

–  Em um desses vilarejos a culpa não foi minha.  –  Respondeu, erguendo os braços.

Sasuke era bastante sério, não gostava de se envolver com prostitutas pois, como ele mesmo dizia, eram mulheres sem significado. Para Naruto, todas elas tinham algum significado, mas ele nunca conseguia se apaixonar por ninguém. Sasuke, ao contrário, se apaixonara uma vez, e para deixar tudo ainda pior do que poderia ser, apaixonara-se justamente pela filha de um dos vassalos dos Sabaku. Aquilo rendera grandes problemas para o príncipe (que ninguém sabia ser o príncipe de verdade), e no fim eles haviam sido banidos das terras onde a moça vivia.

Sasuke sofrera, mas rapidamente deixara de se sentir apaixonado, pelo simples fato de que a moça não demonstrara força de vontade nenhuma para sair daquele castelo e fugir com ele. Para ele, aquilo era inaceitável. Alguém tão convencido, só podia ser mesmo.

–  Isso não dá para negar.  –  Kakashi disse, rindo, enquanto Sasuke revirou os olhos.

–  Bem, ao menos ainda temos muitos lugares para onde ir. Qual será o próximo?

Um trovão ecoou após um relâmpago que iluminou o mundo. Kirin correu para o interior do pavilhão naquele mesmo instante, incomodada pelo barulho. Aliás, mais uma noite de chuva no pavilhão furado…

–  Acho que a Vila da Lua, em território Hyuuga, seria um bom lugar. A vila fica à beira do Rio Oharis, ou Rio dos Elfos como muitos chamam, a caminho da Floresta Negra. Lá é um bom lugar para conseguirmos um pavilhão novo, já que uma das principais produções locais.

–  Para mim, qualquer lugar ao norte.  –  Sasuke falou.

Ele nunca gostava muito da ideia de ir ao sul, especialmente ao sul de Austerin. Muitos anos haviam passado, mas Sasuke ainda guardava a mágoa de saber que seu irmão mais velho não tinha aceitado herdar o legado de seu pai. Um dia, Naruto perguntara a ele por que ele mesmo não ia até lá e tomava seu lugar de direito. “Itachi me tirou esse direito”, ele respondera, mas Naruto sabia que aquele não era o problema. Sasuke poderia muito bem voltar e dizer que Itachi não podia responder por ele, e que ele exigia tomar seu lugar. Mas aquilo não seria Sasuke de verdade, o melhor amigo aventureiro que Naruto tinha e amava. Aquele que ele conhecia como Sasuke, jamais escolheria ser um rei caso tivesse a chance de escolha. E ainda assim ele julga Itachi… algumas pessoas são difíceis de entender.

–  Se tem um pavilhão novo, então é para lá que vamos. Quem vai dormir sob o furo é você, Kakashi.

–  Eu? Você pode reclamar do que quiser, mas o pavilhão ainda é meu, e eu que decido quem dorme onde. E somente por esse comentário infame será você que dormirá sob o furo.

–  Se tivesse me falado isso antes teria escolhido ficar na cama quente de Belle.

Sasuke revirou os olhos, e Kakashi riu.

–  Então se mande para lá de uma vez.

–  Não…

Naruto podia ser horrível o suficiente para se aproximar das mulheres mesmo sabendo que elas desejariam que ele ficasse, mas não era tão horrível a ponto de retornar para fazer com que elas criassem ainda mais esperanças. Seguia seu caminho, sem nunca olhar para trás.

–  De qualquer forma, mesmo que decida voltar para lá e ao amanhecer não nos encontre mais aqui, saiba que teremos partido para a Vila da Lua. Assim você não vai perder tempo indo até as Ruínas do Clã das Bruxas para chegar lá e não nos encontrar.

Eles haviam combinado aquilo: quando algum deles se perdesse, encontrar-se-iam nas ruínas do palácio do Clã das Bruxas. Esperariam o tempo necessário, mas não deixariam aquele local sem que todos estivessem reunidos novamente.

–  Não se preocupe, estarei aqui para partir com vocês.

Sempre havia sido daquele jeito, nunca antes eles precisaram voltar ao Clã das Bruxas para esperar um ao outro, pois sempre estavam juntos, nunca separados. Como Kakashi dizia, era bom que houvesse sempre uma maneira de precaução para desencontros, mas isso não significava que precisavam se desencontrar para testar se aquilo funcionaria. E assim continuavam sua jornada sem fim, repleta de aventuras. Naruto havia descoberto com o tempo que as coisas funcionavam de maneira completamente diferente daquilo que ele costumava imaginar quando vivia no castelo, mas isso não significava que seu caminho era desinteressante: muito pelo contrário, significava que tudo era uma surpresa, ele nunca poderia saber o que encontraria à frente.

 

 

 

 

Itachi

 

 

 

Existiam os mais diversos tipos de cores de cabelos entre os seres humanos, desde que a pedra Lapiz-lazúli começara a exercer sua influência sobre aqueles organismos. Itachi lia histórias com relatos sobre pessoas com cabelos azuis como o céu, ou verdes como as folhas de uma árvore viva na primavera, e até mesmo roxos, como se tivessem grandes jabuticabas por toda a sua extensão. E já tinha ouvido falar em cabelos rosados como as mais delicadas pétalas de uma flor… mas como sempre, ele tivera uma grande dificuldade em acreditar naquelas coisas, já que nunca tinha visto um cabelo estranho daqueles com os próprios olhos.

Até aquele dia.

Desde então sonhara com aqueles cabelos cor de rosa, em um tom suave e delicado, harmoniosamente coexistentes com olhos verdes que não transmitiam nada além de tranquilidade. Desde então também, ele começara a questionar tantas outras coisas, que talvez apenas por um tremendo descuido ele nunca tivesse questionado: e se tudo aquilo que ele negava existir por sua falta de fé em qualquer coisa, realmente existisse? Não era impossível, ao menos não até que se provasse o contrário.

Sentia-se estranho, pois ele sempre havia sido o primeiro a determinar que devia-se desconfiar de qualquer coisa, até mesmo daquilo que os Mestres Sábios, com todos os seus anos de estudos e conhecimentos, falavam. Agora ele simplesmente cogitava acreditar, por um caso à parte, inexplicável, mas ainda assim…

Ela havia chegado em sua vida como um espírito celestial, ou qualquer coisa com o mesmo sentido. Apenas ao tocar em sua pele Itachi vira coisas inexplicáveis, que envolviam seus pais, e escutara a voz dela mesmo que seus lábios não se movessem. Era quase como se seus olhos falassem.

Não falara sobre aquilo com ninguém. Shisui não estava com a tropa, pois diferentemente de Itachi, ele não era um estúpido, e sabia desde o começo que ali não era o seu lugar. Eu sempre soube também, sempre tive certeza… e ainda assim, estou aqui.

Ali estava mais uma razão para as suas estranhas desconfianças. Quando a moça que se parecia uma mentira proporcionara a ele as visões envolvendo seus pais, que para Itachi muito se pareciam com o momento da morte deles, por alguns segundos vira o mundo se tornar vermelho. E tinha visto, da mesma forma, o mundo se tornar vermelho quando estava prestes a decidir sobre ir ou não para aquela batalha. Era no mínimo inusitado, tanto que ele começava a desconfiar cada vez mais da própria sanidade. Talvez a moça de cabelos rosados nem mesmo existisse. Talvez ele ainda estivesse preso em qualquer tipo de transe causado por cogumelos alucinógenos que, sem querer, as cozinheiras do castelo haviam colocado na comida…

Irritado com a confusão extrema dos próprios pensamentos, levantou-se e jogou uma água gelada no rosto, de uma jarra que ficava ao lado de sua cama de acampamento. Estava sem camisa, e a água gélida correu desconfortavelmente por sua barriga, fazendo com que acordasse e, ao mesmo tempo, pensasse em outras coisas, como sobre aquele simples toque da água em sua pele fazia cócegas. Não era frio na primavera ao norte, então não podia reclamar do frio, mas ainda existiam as cócegas.

Vestiu a túnica cinza que carregava consigo e saiu para fora de sua tenda, algo que tentava evitar ao máximo. A cada vez que saía dali, tinha ainda mais certeza de que estava no lugar errado.

Os soldados assavam carne em brasas pelo chão, conversavam e riam enquanto bebiam qualquer coisa. Itachi não se sentia confortável o suficiente para andar entre eles, por isso ficava na tenda, mas enquanto ficava lá seus pensamentos fervilhavam em um ritmo insuportável, tanto que ele achava que poderia enlouquecer a qualquer momento.

No centro do acampamento, relativamente próximo da barraca de Madara, mas distante o suficiente para que ele não se incomodasse, ficava um campo improvisadamente cercado por troncos altos que alternavam-se com grandes lanças pontiagudas cuidadosamente depositadas de modo a não permitir que alguém indesejado se aproximasse do local, tal como era ao redor do acampamento. Ali, o cheiro era insuportável, mas ainda pior que o cheiro, era aquilo que Itachi via e ouvia. Naquela prisão improvisada eram mantidas as pessoas capturadas em batalha. Ele quase não podia conter os impulsos constantes que tinha para soltá-los todos e deixá-los livres, mas sabia que de nada adiantaria. Estavam fracos e famintos, além de sujos pelas próprias fezes e pela própria urina, isso se não estivessem doentes, o que em breve ficariam caso Madara não tomasse cuidado. Se Itachi soltasse aquelas pessoas, seria para dar-lhe falsas esperanças: nunca conseguiriam fugir dos cavaleiros fortes e saudáveis do exército Uchiha, e se insistissem em sua perseverança, apenas morreriam.

Ao longe, viu Obito chutando um homem, e gritando coisas horríveis para ele. Itachi não conseguia mais suportar nada daquilo. Não sabia o que estava fazendo ali, e nem por que continuava ali. Sabia que jamais poderia contestar Obito naquele instante ou pagaria por aquilo, mas ele era uma pessoa detestável, talvez a pior que ele já tinha conhecido.

Resolveu que precisava falar com Madara caso quisesse fazer alguma coisa.

O pavilhão de seu tio ficava ali, podia enxergá-lo, alaranjado e negro, com um estandarte maior que um homem preso no mastro central, esvoaçando tranquilamente, mostrando para todos a grandeza de fênix em fundo negro.

Entrou no pavilhão sem pedir licença, pois os guardas de Madara não barravam seu caminho. Interrompeu a refeição do rei, mas naquele momento não se importava nem um pouco sobre formalidades.

–  Itachi! O que houve para chegar assim tão repentinamente?

Ele mal conseguia acreditar na naturalidade com que seu tio falava mesmo enquanto fazia todas aquelas coisas horríveis com as pessoas que havia capturado. Mesmo Itachi, que nunca havia sido uma pessoa violenta, sentia vontade de socá-lo no rosto para que acordasse.

–  O que me traz aqui é, primeiramente, a falta de cuidado com que aquelas pessoas lá fora estão sendo tratadas.

Madara arqueou uma sobrancelha.

–  Está falando dos meus soldados?

Era completamente estranha para Itachi a naturalidade com que aquela frase fora proferida por seu tio, não havia nenhum resquício de sarcasmo em seu tom. Para Madara, aparentemente, era um fato que as únicas pessoas que estavam lá fora eram seus soldados, e os demais eram pouco ou quase nada, qualquer coisa exceto pessoas de verdade.

–  Não. Estou falando das pessoas que você capturou.

Quando Madara finalmente entendeu, não pareceu que fez muita diferença para ele.

–  O que tem aqueles? Falta comida?

–  Possivelmente. Mas pior que isso são as condições em que estão, atolados nas próprias fezes, com fome, e ainda sendo maltratados por Obito.

–  Se eu fosse você não discordaria de meu filho, Itachi.  –  Disse ele rindo.  –  Mas é para isso que eles foram capturados. São pagãos que zombam de nós nas nossas caras, mesmo agora enquanto prisioneiros. Não viu Obito contar que um dos escravos lhe disse que era um burro, uma aberração da natureza e falso crente?

Itachi não duvidava que tivessem dito aquilo a Obito, pois haviam sido capturados em suas casas, enquanto festejavam, sem qualquer motivo aparente. E depois que descobriram os motivos perceberam também a estupidez das razões que levavam aquelas pessoas a cometerem atrocidades. Além disso, antes de qualquer coisa eram seres humanos, e jamais poderiam representar sua espécie de maneira legítima se não carregassem em si um pouco de ódio por seu semelhante devido a motivos frágeis como crenças.

–  Não tinha ouvido sobre isso, mas de qualquer forma, não é muito diferente do que vocês dizem sobre eles.

Madara não pareceu gostar nem um pouco de ouvir aquilo.

–  Qual o seu ponto, Itachi? Se não está satisfeito com o que está sendo feito, por que está aqui?

–  Eu não sei por que eu estou aqui, e irei embora na primeira oportunidade. Mas existe algo que você precisa pensar sobre, Madara. Se continuar mantendo as pessoas que capturou naquelas condições, elas não demorarão a adquirir alguma doença que se espalhará pelo seu exército feito uma praga. Você perderá a guerra que iniciou como se fosse uma brincadeira, e muitas pessoas morrerão, inclusive você. Então se deseja evitar uma praga, melhore as condições nas quais aquelas pessoas vivem.

Pela primeira vez, seu tio pareceu considerar qualquer coisa que ele dissesse. Ainda assim, era orgulhoso demais para admitir aquilo verbalmente.

–  Pois bem. Vamos seguir para o próximo vilarejo a ser atacado, e iremos o mais longe possível. Quando voltarmos, você pode retornar ao castelo.

Itachi mal podia acreditar que ainda passariam por mais lugares causando toda aquela destruição.

–  Por que não posso voltar agora?

Madara deu de ombros.

–  Se quiser, volte, mas voltará sozinho. Se esperar até o final, poderá voltar com todos.

Itachi não gostava da companhia de todas aquelas pessoas, mas também não sabia andar sozinho pelo mundo da mesma maneira que Sasuke e Naruto provavelmente sabiam. Portanto, talvez fosse melhor que esperasse.

–  Eu esperarei que todos voltem. Contudo, não participarei de mais nenhuma batalha de agora em diante.

Seu tio passou a mão pelo rosto, visivelmente desgostoso com a situação. Aparentemente para ele era tão bom quanto para Itachi que aquela conversa apenas acabasse de uma vez.

–  Eu o trouxe até aqui pois julguei que seria uma boa maneira de se redimir com seu pai por tudo o que já fez, mas vejo que mesmo tentando ajudá-lo tudo o que consigo é repulsa.

Itachi desacreditava das palavras de seu tio. Não achava que aquela era sua intenção, e estranhamente, toda a confiança que um dia tivera nele e que o levara a passar a coroa para Madara, agora havia desaparecido.

–  Jamais me redimirei com meu pai pelos erros que cometi.

Sua resposta sincera pareceu atingir Madara feito uma flecha envenenada por raiva. Talvez tivesse errado em finalmente confessar que havia feito algo errado, mas de que adiantaria naquele momento? Não havia mais volta para o passado, e após Madara, o insano Obito teria a coroa que pertencera ao pai de Itachi, se não morresse na guerra antes disso. O que foi que eu fiz, afinal? Será que devo me culpar tanto assim por essas pessoas inocentes que estão sofrendo nas mãos de meu tio e Obito?

O peso da culpa era cada vez mais insuportável sobre seus ombros, tanto que ele mal conseguia caminhar. Mas ainda havia uma maneira de se redimir, caso ele assim desejasse. Talvez não mais com seu pai, com consigo mesmo, com seus irmãos, e com a humanidade.

–  Erros, então. Assim você até mesmo me magoa, sobrinho. Mas não direi que me ofende pois, como Fugaku falava sempre, você realmente nunca seria um bom rei, portanto não cobro de você que compreenda o que faço agora.

Itachi tentava, mas jamais entrava em sua cabeça a ideia de que os planos de Madara eram também de seu pai. Não que Fugaku fosse uma pessoa boa, ele era ruim também, mas não terrível até aquele ponto em que se encontravam. Ou será que era? Itachi era novo demais para conhecer seu pai direito antes que ele fosse assassinado.

–  Pois bem, partirei, e como já disse, sem me envolver em batalhas. Além de não ter nascido para ser rei, não nasci para lugares como esse, e voltarei assim que possível. Agradeço-o pela atenção, tio.

E finalmente pôde voltar para sua tenda um tanto quanto mais tranquilo. Apenas um tanto quanto. Quando estivesse no Latíbulo da Fênix, Itachi concentraria todos os seus esforços em encontrar um jeito de mudar tudo aquilo que estava acontecendo, especialmente de livrar aquelas pessoas que sofriam nas mãos de outros que carregavam seu sangue e o nome de sua Casa. Pela primeira vez, deixaria de ser o covarde que todos sabiam que ele era, para se tornar alguém útil. E se meu pai não se orgulhar disso… eu entenderei por fim que não tenho desejo nenhum de orgulhá-lo.

 


Notas Finais


Complicada a situação do moço Itachi :/
Até a semana que vem <3


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