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História Crônicas de Paragon - Segredos


Escrita por: Alexianka

Notas do Autor


Imagem de uma asura

Capítulo 5 - Segredos


Fanfic / Fanfiction Crônicas de Paragon - Segredos

 A pequena figura desceu as escadas de pedra batendo os pés com força, ela parecia irritada, ao chegar ao salão principal se deparou com o grupo ainda se recuperando do caos causado por Alice, sem transmitir nenhuma reação de surpresa, ela caminhou até Alexian que ainda estava amparado por Isaty e disse.

- Que barulheira infernal é essa? Como posso trabalhar se vocês á todo momento parecem que irão derrubar o lugar inteiro? Estou em um experimento muito delicado que exige o máximo de minha concentração, espero não ser mais incomodada com essa algazarra!  E enquanto a você Alexian controle esse bando de trolls, sei que nenhum deles entenderia a delicadeza deste projeto que estou trabalhando, por isso mantenha-os quietos!  Amordace-os, amarre-os, não sei..., mas mantenha-os em silencio!

 Amy se virou subiu as escadas, as trancinhas rosa balançando em seus cabelos, todos olhavam para a pequena asura sem uma reação definida, enfim Isaty quebrou o silencio.

- Porque os asuras sempre acham que estão fazendo algo mais importante do que os outros? Mesmo que seja tentar nos manter vivos.

- Já desisti de tentar entender um asura, principalmente nossa querida Amy. Disse Alexian com um sorriso.

Cela oeste

Ashira esperou o máximo que conseguiu sem entrar na cela, mas depois dos gritos que ouviu e em seguida o silencio isso foi demais para ela, desta maneira ela abriu a porta e entrou, deparando-se com Shuurei caída no chão abraçada a condessa Anise, as duas choravam silenciosamente e um aperto no coração de Ashira surgiu.

- Anise? Shun? Vocês estão bem?

 Anise ergueu a cabeça enquanto passava a mão nos cabeços de Shuurei, ela acenou positivamente e disse.

- Ela está bem, mais precisa descansar.

- Mas o que...? Anise levantou uma das mãos em sinal de silencio.

- Depois eu te explico Ashira, eu prometo.

Ashira assentiu, não conseguiu imaginar o que o interrogatório havia causado a Shuurei, ela estava se sentindo culpada, porém não teve muito tempo para pensar nisso, porque Kim acabava de chegar a cela acompanhado de Marjory e ele estava com um olhar homicida.

Taverna do guild hall

Antony estava em sua terceira garrafa de vinho, o taverneiro Gamli Adal Steinnson já o olhava com desaprovação, porém Antony o ignorava como fazia com qualquer servo, o olhar de indiferença dos olhos verdes vagavam distantes, a barba por fazer e cabelos longos pretos o faziam parecer mais velho do que era realmente, Antony tinha 28 anos, mesma idade de Alexian. Ele não entendia esses princípios idiotas que a guilda pregava: igualdade, fraternidade e lealdade. Em teoria e como propaganda barata era tudo muito bonito, Antony até tentou agir dessa maneira quando tinha 18 anos, mas agora na prática, na vida real ele sabia que era tudo perda de tempo. Era inútil tentar abrir os olhos de Alexian, embora ele fosse uma boa pessoa, era um péssimo líder aos olhos de Antony. Para se comandar era preciso pulso forte, se desprender dos sentimentos, emoções só atrapalhavam o julgamento, nisso seu falecido pai Sebastian tinha razão, uma guilda era um negócio que deveria gerar lucros, não um lugar para se fazer amigos. Se lembrar do pai o fez ter ânsia de vômito, Antony pegou outra garrafa e bebeu direto do gargalo, ele nunca seria igual ao pai e desde o infortúnio de sua morte Antony pensou que poderia se tornar diferente do que foi criado para ser, ele tinha uma idéia e já havia convencido Blaijen, enquanto Zelos mesmo relutante gosta muito mais de dinheiro do que de sua moral.

- Sim. Ele pensou, o plano podia dar certo desta maneira tudo que era seu por direito finalmente lhe seria dado.

 A ala hospitalar do guild hall nunca havia estado tão movimentada, não desde a incursão a Spirit Vale, Alice havia feito um belo trabalho junto de Kim e Shuurei. Thalita e Lily estavam conferindo os curativos e verificando os estoques de medicamentos, diacordo com Alexian os próximos dias seriam turbulentos, em um dos leitos Zelos estava deitado, ele não estava mais sentindo dor ou precisando realmente está lá, tudo o que ele queria era um lugar quieto para pensar, Antony havia sido muito convincente a respeito da fortuna que eles iriam conseguir, mas Zelos ainda estava relutante, se não tivesse um grande dívida nas cartas, nem teria cogitado a idéia. Porém a data do pagamento se aproximava e ele tinha plena consciência de que não teria como paga-la, e ter uma dívida de jogo com o capitão Charr Evan Gnashblade proprietário do Black Lion trading company não era algo a ser ignorado. Zelos já havia escutado histórias demais sobre o que acontecia com quem não honrava suas dívidas com o capitão para não ficar preocupado.

 O travesseiro atingiu o rosto de Zelos fazendo-o quase cair da cama de susto, ao olhar para o lado viu Ledox deitado na cama ao lado rindo.

- Me desculpe. Não resisti, parecia que você estava a quilômetros daqui.

- Ledox! Se não fossemos amigos, eu o estrangularia agora.

- Mais somos! Ledox replicou sorrindo.

- É por isso que vou só fazer isto! Disse Zelos se levantado, segurando a lateral da cama onde Ledox estava deitado e a virando, o amigo foi parar no chão com um sonoro baque, derrubando a mesinha de canto com vários potes que se quebraram.

- Se vocês dois estão bem o suficiente para fazer bagunça podem muito bem jogar o lixo hospitalar fora. Disse Thalita apontando para um deposito de lixo que ficava em uma sala lateral próximo dali. Zelos suspirou agarrou Ledos pelo colarinho e arrastou-o para o deposito.

- Sabe Ledox, às vezes não compensa ser seu amigo.

Cela oeste

Ashira tentava formular um plano, se Kim perdesse a razão as conseqüências seriam muito ruins.

- Kim acalme-se! Não faça nada precipitado.

- Soltem minha irmã! Kim gritou.

 Kim assumiu a forma de sombra espectral, tentáculos de pura escuridão ergueram-se de seus pés. A luz do ambiente era drenada e convertida em mais sombras que avançavam pelo chão e paredes. Marjory foi empurrada para trás por um dos tentáculos, a porta da cela se fechou sendo lacrada por sombras vivas. Ashira puxou as adagas que se inflamaram, ela sabia que era arriscado lutar usando os elementos em um ambiente fechado como era a cela, mais ela não via outra alternativa.

- Largue minha irmã sua cadela ou juro que vou drenar cada gota desta sua alma imunda.

 Condessa Anise olhou para Kim sem demonstrar medo, na realidade ela o olhava com pena, algo que pareceu deixar Kim ainda mais furioso.

- Pare de me olhar assim! Nós não precisamos de sua pena! Kim gritava feito louco, Ashira não entendia e não sabia se devia fazer algo. E pela primeira vez não sabia o que dizer, então foi Anise que falou.

- Pobres crianças, vocês dois carregam um fardo pesado demais, nunca imaginei que existisse uma pessoa capaz de fazer o que fizeram com vocês dois.

 Kim tremeu dos pés a cabeça, parecia estar revendo o que quer tivesse acontecendo com ele e a irmã. Ele levou às mãos a cabeça e gritava descontrolado balançando o corpo, os olhos estavam nublados, como se uma leve camada de vidro cobrisse eles.

- Faça-o parar! Faça-o parar! Eu não quero! PARE!!!

 Após um grito horrível Kim desabou no chão desmaiado, as trevas dissipando. Condessa Anise baixou os olhos e disse em um sussurro.

- Me perdoe, mais não tive escolha.

- O que você fez? Perguntou Ashira espantada.

 O fiz reviver seu pior pesadelo, assim como fiz com Shuurei. Era isso ou ter de matá-lo. Ashira você deve colocar os dois em um quarto em repouso, vigiados por alguém que eles confiem, quando Shuurei acordar diga-a que honrarei minha promessa. Ajude-os Ashira. Você e seu marido. Amor é a única coisa capaz de curar está ferida.

A porta se abriu e Marjory entrou com a mão na cabeça dizendo:

- Esse moleque só me dá problemas.

- É seguro deixar os dois soltos? Perguntou Ashira.

- Sim, Shuurei irá lhe explicar assim que acordar, mais apenas até onde ela pode falar. Acredite nela e no irmão, eles precisam de você.

 E sem dizer mais nada deu um beijo na testa de Shuurei e se retirou.

Entrada do guild hall

 Canach estava próximo a entrada do guild hall, não quis acompanhar Condessa Anise no interrogatório, não gostava de aglomerações, mesmo depois de se juntar a nova Destiny’s Edge ainda se sentia um intruso, a mancha em seu passado ainda iria assombrá-lo por muito tempo. Condessa Anise e Marjory chegaram a entrada do guild hall caladas, era fato que as duas não gostavam muito uma da outra, o motivo era Kasmer, namorada de Marjory. Mas Canach achou que o motivo do silencio agora era outro, ele se aproximou colocando o braço em volta de Anise e disse o mais gentil que pôde.

- Foi tão ruim quanto imaginou querida?

- Foi pior do que imaginava. Por favor, não me pergunte nada.

- Claro minha querida. Ele disse suavemente enquanto os dois saiam, Marjory ficou alguns segundos olhando para eles e riu. Ela ainda não sabia dizer se Anise gostava realmente de Canach ou se ele era nada mais que uma distração. Logo após pensar nisso sentiu-se péssima. Quem era ela para julgar relacionamentos. Ela se retirou deixando um último pensamento para seu discípulo problemático. Esperava que a conversa tida com ele e logo depois com Ashira tivesse ajudado de alguma maneira. Porque o mistério continuava, e a voz de Kim dizendo: “- Estamos mortos!” ainda a intrigava.



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