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História Crossfire - A guerra


Escrita por: Haruka_Miyazaki

Capítulo 14 - A guerra


*Eren POV*

Provavelmente aquela seria a última noite que eu viveria na Vila das Bênçãos, teria o conforto dos habitantes da Fortaleza, poderia descontrair melhor.

Tinha saído do jantar para apanhar algum ar fresco, desanuviar um pouco dos pensamentos de que amanhã eu podia voltar mas morto àquele lugar tranquilo, onde o vento batia nas árvores fazendo-as soltar sons melódicos, onde eu podia ver o amanhecer e o anoitecer sem pensar no resto.

-Já esperava que estivesses aqui.

Olhei para trás e vi o Levi caminhar na minha direção, com um manto negro vestido e trazendo algo na mão.

-Precisava de me acalmar um pouco. – Murmurei quando ele se sentou ao meu lado. – Queria aproveitar a última vez que estou aqui antes de irmos para a guerra.

Ele suspirou olhando para o céu estrelado. Parecia que viajava nos pensamentos, como se estivesse a recordar-se de algo mas preferi não me pronunciar pois sabia que podiam ser coisas frágeis mesmo que elas tenham acontecido à muito tempo.

-A última vez que eu estive assim foi com os meus dois e únicos amigos. – Disse ele vendo o céu noturno. – Nós éramos novos, tínhamos entrado para a Tropa de Exploração porque o Erwin e o restante pessoal viu “talento” em nós. Foi a última vez que eu estava feliz verdadeiramente mas, no dia seguinte, tornou-me no que sou agora.

-Os teus amigos…eles…

-Sim, morreram.

Permaneci calado, pensando no que poderia ter acontecido no dia em que Levi perdeu os seus únicos amigos.

-Sabes, a primeira vez que te vi eu vi a Isabella, a minha melhor amiga e o Armin parecia-se imenso com o Farlan. – Murmurou ele olhando para mim como se navegasse nas memórias. De relance, vi uma lágrima escapar dos seus olhos como se toda aquela dor sempre estivesse escondida no seu coração. Quanta dor terá ele guardado somente para si? Será que ele fez o luto pelos amigos que perdera? Possivelmente não pois eu conseguia ver que o seu coração estava cheio de dor, rachaduras e outras feridas que ainda não haviam sarado.

-Eu sei que pode soar egoísta ou outra coisa semelhante mas…bem…agora, tu não estás sozinho. – Falei  com algum receio, vendo-o voltar o seu olhar para mim. – Tu tens a mim, ao nosso esquadrão na Tropa de Exploração, a tua irmã, o pessoal da Fortaleza e…bom, eu…eu acho que não estás sozinho. Pelo menos, não mais.

Ele sorriu e isso deixou-me confuso. Porque é que ele sorria? Terei dito algo de errado?

-Não, não estou sozinho mas ambos sabemos que amanhã pessoas vão começar a perecer.

-Levi, pensa no agora e não no amanhã. Nós podemos ver amigos perecerem mas sempre terás aqueles que nunca te abandonarão, que nunca te deixarão cair na solidão e escuridão.

-E se ficar apenas eu? E se não forem vocês a perecerem primeiro mas sim eu? Ninguém…

-É bom que nem termines essa maldita frase! Tu não digas que se morreres primeiro ninguém irá sentir a tua falta! Todos nós iriamos sentir, seria um pesadelo viver sem ti! – Acabei por me descontrolar um bocado no tom de voz. – EU IA SENTIR A TUA FALTA! NAO CONSEGUIRIA AVANÇAR NA MINHA VIDA SE TU MORRESSES PRIMEIRO! COMO É QUE EU IRIA OLHAR AO MEU REDOR, TENDO TANTA MEMÓRIA CONTIGO EM CADA CANTO E CONSEGUIR FICAR BEM? NÃO BRINQUES COMIGO, LEVI ACKERMAN, PORQUE EU NÃO CONSEGUIRIA VIVER SEM TI!

-E-Eren…

-EU…EU TE AMO MAIS DO QUE À MINHA PRÓPRIA VIDA!

*Narrador*

O coração de Eren batia descompassadamente, a respiração estava ofegante como se tivesse corrido inúmeros quilómetros. Já Levi olhava para o mais novo completamente boquiaberto pois nunca esperara que o jovem se declarasse daquela forma.

Eren fechara os olhos por um breve momento, contudo nesse breve momento, Levi erguera-se e depositara um beijo preenchido por amor, carinho e um pouco que sensualidade surpreendendo o mais novo.

Apesar de surpreso, Jaeger retribuiu o beijo sentindo uma mão de Levi na sua nuca para aprofundar mais o carinho quase fazendo-o cair.

-Eu também te amo mais do que à minha própria vida, Eren Jaeger.

**

-Com que então tu és um espião deles?

-Sua…

-Tento na língua, Dylan.

Maky aproximou-se de Dylan, sorrindo sarcasticamente ao ver o ex-noivo de Camila ao vê-lo acorrentado na parede. O rapaz estava completamente machucado e algumas das suas feridas eram bem severas, sendo possível na próxima tortura, ele acabar morrendo. Ao caminhar Maky rebolava o seu corpo sedutoramente, fazendo os seus servos engolirem em seco pois havia algo, uma arma bem poderosa na vilã que podia aniquilar inimigos: poder de sedução.

-Dylan, Dylan, Dylan. – Disse a ruiva pausada e sedutoramente, levando uma mão aos cabelos negros do rapaz, fazendo-o erguer a cabeça. – Tu sabes o que te vai acontecer, não sabes? Eu vou-te matar.

Dylan esboçou um leve sorriso irónico mesmo enfrentando a própria morte, sabendo perfeitamente que poderia morrer numa fração de segundos.

-Quem te iludiu, Maky?

Maky recuou um pouco, olhando com um misto de ódio e cautela para o espião. Que troque ele ainda poderia esconder nas mangas?

-Achas mesmo que eu vou morrer aqui e agora? Achas mesmo que vou ser eu a morrer? Enganaste, sabes? Abre o olho.

-O que queres dizer?

-Maky, não és burra e nós sabemos isso muito bem.

-Seu…- Maky fechou os olhos, abrindo-os depois e virando-se para os soldados. – Levem-no para a Torre e chamem o Ivan.

-Sim, senhora.

Quando os soldados saíram, Maky virou-se para trás, sorrindo para Dylan.

-Ninguém te vai salvar.

Na Torre, onde Maky executava os seus inimigos, Dylan já tinha a cabeça à mercê da lamina, pronto para morrer mas que a ruiva seria aniquilada numa questão de tempo.

-Espero que tenhas feito tudo o que querias.

-E fiz, Patrícia.

-O quê?

-AGORA!

Maky e os soldados ficaram confusos ao ver o carrasco tirar a máscara negra e revelar a sua verdadeira identidade: Patrícia estava ali a comandar as Operações Especiais. Num acesso de fúria, Maky avançou para a morena contando que nem viu a rival desviar-se e sacar das suas espadas matando os dois soldados que protegiam a ruiva. Espadas nas gargantas e os olhares de fúria e ódio encontravam-se.

-Patrícia.

-Makyla.

Para a namorada de Larry, o facto de Maky ser a vilã deste acontecimento todo deixava-a abismada, desiludida e furiosa. Ela havia acreditado, confiado e amado a ruiva como uma irmã mas agora tudo isso tinha sido uma verdadeira e perfeita ilusão.

-Patrícia, lutemos com ela noutra altura. – Falou um dos seus companheiros de Pelotão.

-Levem o Dylan. – A jovem morena retirou o seu manto e mantendo a calma. Ela havia sido treinada para ser uma samurai, ser uma assassina a sangue frio e, naquele momento, ela havia desligado a sua humanidade.

O seu Pelotão das Operações Especiais saíra rapidamente do local, deixando para trás a sua Comandante, mas estariam aguardando fora do território da vilã pois nunca seriam capazes de voltar para a Fortaleza sem Patrícia.

-Vamos dançar mais uma vez? – Sorriu Maky retirando as suas armas, enquanto Patrícia permanecia imóvel.

As nuvens afastaram-se, a lua surgiu e iluminou a Torre e as duas garotas.

-Tag, you’re it (Apanhei-te). – Murmurou Patrícia lambendo um pouco uma das suas laminas.

Maky tremeu ao ouvir Patrícia falar daquela maneira, sentindo as suas pernas falharem. Porém, a ruiva tomou o primeiro passo e correu de faca em punho para Patrícia mas a morena fora mais rápida esquivando-se da rival. Sempre que tentava acertar em Patrícia era quando a moça escapava como se conseguisse prever cada ataque até que a namorada de Larry golpeou Maky em pontos importantes, ferindo-a gravemente.

Caindo de joelhos, Maky sentia o ar escapar de si e o sangue manchar o chão, a visão falhava todavia ela conseguiu ver Patrícia a vestir o manto e ainda parar antes de partir.

-Não serei eu quem te irá matar, mas mereces morrer. – Patrícia pulou da Torre desaparecendo da vista da pessoa que confiou imenso.

-Pa-Patrícia…

Chegando à Fortaleza, Dylan fora tratado enquanto Patrícia estava exausta para explicar o quer que fosse a Camila, Larry ou qualquer outro.

No dia seguinte, Levi soube que a sua irmã estava na ala hospitalar e fora para lá, vendo-a já acordada e a ler.

-Patrícia!

-Ah, olá Levi.

-O que…

-Depois.

Quando o namorado de Eren ia para fazer mais uma pergunta quando entraram na ala hospitalar.

-Co-Comandante!

-Philipe? O que se passa?

-Maky deixou um recado e…ela…ela capturou o Larry, o Ethan e o Caleb!

-O quê? – Exclamaram todos.

Patrícia suspirou, saindo da cama e vestindo-se.

-Philipe, prepara o meu cavalo. – Ordenou Patrícia já vestida. – Gabriel, Daniel, Rafael, vocês vêm comigo.

-Sim, senhora.

Levi agarrara na manga da irmã, olhando preocupado para ela.

-Eu voltarei com eles todos. – Patrícia acariciou o cabelo de Levi beijando o seu rosto com carinho e amor. – Fica perto do Eren.

-Sim.

Já na entrada da Vila das Bênçãos, Patrícia seguiu a cavalo até chegar à frente do grupo que levaria consigo.

-Voltem com cuidado. – Pediu Camila enquanto confortava Diana.

-Nós voltaremos.

Patrícia colocou o seu capacete e deu sinal de partida.  



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