História Da Amizade ao Amor - 2 Temporada: You Are The Music in Me - Até o Infinito e Além

E lá estava eu, 1º de Agosto e eu deitada na minha cama abraçada as fotos antigas. De quando eu era apenas uma criança sem dores e sofrimentos. Desde que contei a Lia a dois dias sobre tudo, ela tem ficado distante, não sabe ela como isso é ruim. Ela se culpa, exatamente como eu sabia que faria, por ter me deixado ir. Tenho ficado no quarto grande parte do meu dia. Só saio para almoçar e jantar. As aulas começam amanhã, será a pior segunda da minha vida. Olhares, tédio, aulas, mais tédio.

Fui tirada de meus pensamentos quando Liana bateu na porta.

- Entra! – Gritei e ela entrou forçando um sorriso.

- O que está fazendo?

- Lendo Amanhecer, de novo... – Falei rindo e ela sorriu. Eu já estava acostumada a mascarar meu sofrimento, mas Liana parecia ter dificuldades.

 - Amy, vou almoçar com a Emily que quer ajuda para escolher um vestido.

- Vestido?

- Vai sair com o Logan. Quer vir?

- Não, valeu, pode ir, eu me viro por aqui.

- Ok, tem lasanha congelada.

- Hm... Delícia! – Falei rindo e dei um beijo na bochecha dela. – Um conselho: Emy fica melhor com cores claras. – Falei e me deitei novamente. Ela sorriu e me deu um beijo na bochecha saindo do quarto. Fiquei lendo por mais uma hora e meu celular já marcava 13h30. Resolvi ir almoçar. Preparei a lasanha e fiz um suco natura de laranja. Almocei, lavei tudo que sujei e voltei ao quarto. Liguei o som com Pink,  F*cking Perfect. Coloquei ele bem alto e fui tomar um banho. Enchi a banheira e tirei minha roupa. A música já estava repetindo quando eu entrei na banheira. Fiquei ali por quase vinte minutos, sempre escutando a mesma música. Cenas passaram em minha mente e lágrimas começaram a rolar. Recostei minha cabeça na borda da banheira e fechei os olhos, mas foi um erro pois assim que fiz isso vi um pesadelo. Era Sophia com a ex Lucy. Eu sei que as meninas alegam que ela não tem mais nada, mas eu não consigo. Ver ela com a ex é torturante.

Escorreguei meu corpo para baixo d’água e fiquei. Não sei se queria me matar, se queria aliviar a dor mental e aumentar a física, sei que depois de alguns minutos não conseguia mais respirar. Mas como era algo que eu queria, não me debati, apenas fiquei imóvel, de olhos fechados sentindo a água entrar em meus pulmões. Atrás de minhas pálpebras fechadas eu via o sorriso de Liana e o de Sophia. Ambas que eu amava e que eu deixaria se completasse minha tarefa do dia. Via Liana dizendo que me amava, via nossa vida quando pequenas e nossa família unida. Em meio as brigas, eu via, eu e ela na casa da árvore chorando abraçadas. Depois as imagens mudavam para meus momentos com Sophia em Veneza. Nosso primeiro beijo. Nossa quase primeira vez. Nosso passeio pelas ruas de Veneza com os meninos. Tudo era lindo, pena que uma mentira. Lágrimas rolavam por meu rosto se misturando com a água da banheira.

De repente perdi os sentidos. Não conseguia mais distinguir as imagens em meus olhos. Continuava chorando, mas não me sentia mais. Só consegui voltar ao normal quando tive mãos me tirando de dentro d’água. Respirei assustada, cuspindo a água que estava em minha boca e nariz. Meus olhos ardiam mesmo tendo estado fechados. Minha garganta parecia fechada e eu sabia que mais alguns minutos, eu estaria morta. Demorei alguns minutos até recobrar os sentidos perdidos pela falta de ar. Assim que vi Sophia chorando sentada ao chão comigo no colo, eu chorei junto e desmaiei.

***

- Não devia ter feito aquilo! – Disse tomando um gole do chá de frutas cítricas que Sophia fez para mim assim que acordei duas horas depois do desmaio. Ela me fez um sanduíche e um chá pouco doce, mas quente para me aquecer. Ela não falava comigo. Apenas negava ou afirmava qualquer coisa que saia de meus lábios brancos por conta do frio e da falta de oxigênio. – Fala comigo por favor, isso já está me deixando frustrada.

- Quer que eu fale? – Ela perguntou se levantando e eu pude jurar que ela me daria um soco. – Ok, eu vou falar. – Ela respirou fundo e me olhou com os olhos marejados. – Eu acabei de salvar a vida da pessoa que mais amei em toda minha vida. Nunca senti nada assim pó ninguém, e cansei de me negar só por que você, sabe-se lá o porque, foge de mim. No momento em que meus olhos te encontraram, nunca mais quis desviar o olhar. Eu em apaixonei por você, eu nunca amei ninguém como te amo Amy. Nunca, nem mesmo Lucy que eu achei que amava, era só uma ilusão. Você é real, meus sentimentos por você são mais intensos do que posso acreditar ou suportar. Me julgue se quiser, mas eu me apaixonei a primeira vista. Não nego e nunca irei negar meus sentimentos por você Amy. Me desculpa por tentar te salvar. Só estava pensando em mim e como eu teria que viver com a imagem de ver a pessoa que eu mais amei, se matando em uma banheira. Não sei o que te levou a isso. Mas sei que não foi a Liana, pois ela te ama muito e nunca faria nada que te levasse a isso. Esta escondendo algo de mim, até mesmo seus sentimentos que você se nega tanto. Mas eu quero saber. Quero te ajudar e estar com você seja no inferno ou na terra então por favor, seja sincera... – Fez uma pausa e parou de andar de um lado para o outro sentando-se ao meu lado na cama. - ... Apenas diga o que sente e porque foge, e eu nunca mais te deixarei sofrer, pelo menos não sozinha. – Ela parou de falar e eu larguei a xícara de chá ao lado da cama e fiz algo que queria a muito tempo. Eu a beijei. Um beijo calmo, como se houvesse apenas nós duas no mundo. Segurava seu rosto com as duas mãos e ela manteve as mãos na minha cintura todo o tempo. Não subiu e nem desceu. O beijo foi longo e eu finalize com um sorriso nos lábios. Ela me olhou e sorriu de volta.

- Quer a verdade? – Ela assentiu e eu respirei fundo e comecei a falar. Contei sobre como meus pais morreram por minha culpa. Como eu fiquei feliz pelo emprego de modelo e como tudo aconteceu tão rápido em relação ao estupro. Eu chorei muito contando a ela e no final ela me abraçou chorando junto.

- Amy... – Ela me chamou e eu me soltei do abraço. Ela segurou meu queixo e secou minhas lágrimas. – Nada nem ninguém vai nos separar. Você não precisa me proteger, eu estarei aqui... – Ela fez uma pausa e sorriu. – Até o infinito e além lembra? – Ela citou a nossa brincadeira de Veneza.

(Flashback!)

- Quer ver que filme?

- Toy Story! – Falei animada pulando na cama.

- Ok criança!

- Chata! – Os meninos haviam ido caminhar pelas ruas de Veneza. Eu e Sophia ficamos no quarto e fizemos pipoca e ficamos vendo filme.

- Hey! – Ela me chamou e eu a olhei tirando os olhos do Buzz “caindo com estilo” até o carro do Andy. – Eu te amo... Até o infinito e além! – Falou rindo e eu ri junto.

- Até o infinito e além! – Falei e ela me deu um beijo no canto da boca. Seguimos vendo o filme até os meninos entrarem pela porta dizendo que iríamos almoçar todos juntos.

(Fim do Flashback!)

-Até o infinito e além! – Falei e ela me beijo novamente. – Eu quero ficar aqui com você o máximo que eu puder.

- Você é a única coisa que importa para mim. – Falou me beijando novamente e nos deitamos juntas ali e acabamos adormecendo abraçadas.