1. Spirit Fanfics >
  2. Da Infância à Adolescência >
  3. Capítulo II. O Rei

História Da Infância à Adolescência - Capítulo II. O Rei


Escrita por: AoKiriDay

Notas do Autor


Yo minna-san! Aqui está o capítulo 2, que acabou saindo MUITO maior do que eu esperava.
Primeiro quero agradecer aos comentários anteriores, um salve a vocês.
Segundo, sei que é Grand Chase/Elsword, e que a faixa etária geralmente é a partir dos 12-14 anos para frente, mas se acostumem a ler textos mais longos e descrições maiores também.
É bom para aprender vocabulário e começar a desenvolver melhor as suas próprias histórias.
Acredito que os diálogos estão bem distribuídos, então, qualquer coisa que os desagrade é só me avisar.
Um abraço e boa leitura!

Capítulo 2 - Capítulo II. O Rei


...

-Me chamem de Elesis. Eu odeio apelidos.

A ruiva insistia nisso enquanto tentava driblar as companheiras de quarto e sair de uma vez. Seus planos iniciais de ficar despercebida tinham falhado, mas ela continuava convicta em ficar longe desse tipo de gente.

Ela não queria nenhuma abreviação de seu nome e nem andar com os outros. Se ela ia fazer o papel de “garota de cidade”, então ela podia fingir ser descolada e andar por aí sozinha, de preferência longe de todos.

-Credo, não se já tão fria, Eli-chan! Soa bonito e é a sua cara.

Elesis franziu a testa. Arme estava sendo irritante e ela não estava muito paciente.

-Com certeza não. Faça o favor e me deixem em paz, eu tenho mais o que fazer.

-Ow, ow, espera aí! Estamos atrasadas, meninas. – Rey interferiu na conversa, interpondo-se na visão entre Elesis e Arme.

-Eu não me lembro de ter alguma coisa hoje no calendário escolar. – Elesis disse, confusa, afastada de sua ligeira raiva.

Arme lhe apontou o dedo com ar de convencida.

-Hoje é um dia muito especial, como você não sabe disso? Esse evento é muito famoso! Até as pessoas que não estudam aqui sabem disso.

Lire a apoiou, assentindo com um sorriso amável e Elesis sentiu as veias pulsarem em sua testa.

-Eu não tenho obrigação de saber nada. Se é algo sem noção me avise logo para eu não ir.

Tanto a baixinha como as outras duas pareceram meio chocadas e se entreolharam antes de dar de ombros para sua atitude.

-Agora você foi bem sem educação sabia? – Arme retrucou, deixando todas desconfortáveis ali. – Eu não preciso me dar bem com você, mas me preocupei em dar as boas-vindas. Você tem algum problema comigo?

O olhar de Elesis ficou distante e profundo para a garota. Ela não precisava explicar nada para uma desconhecida.

-Não em particular, mas isso não é da sua conta. – Elesis devolveu-lhe. – Esse é meu jeito. Se vamos ser colegas de quarto, espero que fique por isso mesmo.

-Vamos, vamos. – Rey a interrompeu. – Assim fica difícil entender. Ela está falando da Pré-Cerimônia. Os alunos promovem um dia de entretenimento no pátio principal com uma espécie de festival todos os anos no "volta às aulas" e é onde todo mundo se encontra para conhecer uns aos outros.

-É um ritual. – Lire segredou.

Elesis apenas piscou, ficando ali na frente delas sem saber exatamente o que queriam dizer e também não muito interessada. Ela não estava a fim de fazer amizades de graça, especialmente com as ladies que com certeza infestavam o Colégio de Vermécia.

-Eu tenho uma coisa para fazer agora, vocês têm que me desculpar. – desculpou-se rapidamente, balançando a mão, e se dirigindo à porta.

Seu mapa estava em seu bolso, assim como a chave do apartamento, além de que tinha um relógio analógico de pulso, tamanho pequeno, de um vermelho berrante que seu irmão fez questão de lhe dar antes de sair de casa. Ela não tinha nada com que se preocupar.

-Ei! Para aonde você vai?

As garotas do apartamento ainda tentaram pará-la, mas Elesis escapou para o corredor com rapidez. Não tinha nada que conversar com elas, pelo menos não por enquanto. Primeiro, como dizia seu pai, era necessário fazer reconhecimento do local, não importando se tinha ou não uma cerimônia antes das aulas.

-Mm... – resmungou para o mapa, recém-aberto em suas mãos. Elesis tomou o elevador sem pensar duas vezes, sabendo perfeitamente o caminho por aonde viera.

O interessante sobre o colégio era que sua estrutura era perfeita. Tudo era calculado e bem distribuído, porém, essa repartição tão rigorosa a fazia lembrar-se de um presídio.

Sim, ela tinha ido ao presídio uma vez, ao famoso Presídio Submundo, no qual seu pai Elscud a tinha levado no Dia da Profissão. Ela tinha ficado fascinada, mas com medo também, admitia.

Ao sair do Bloco-B, ela se deparava com pouquíssimos metros até a pequena calçada, e do outro lado da rua única que dava a volta pelo colégio todo, o maior jardim do campus: árvores enormes compunham o quadro do enorme campo retangular, ao centro havia uma reunião de árvores menores e plantas de folhas grossas que se fechavam em volta de um pequeno lago que os alunos não costumavam se aproximar. Tudo era coberto de grama em pelo menos 500m de largura. Era uma espécie de reserva no meio da instituição. E sim, era um pedaço de uma floresta muito antiga e nela havia espécies de animais e plantas únicas que acabaram se tornando símbolos da região.

Se Elesis olhasse para o mapa, perceberia que a calçada dos dois dormitórios tinha a mesma extensão, mas a do dormitório feminino passava em frente ao Depósito enquanto o do masculino em frente ao do Prédio dos Funcionários. Os dois prédios se situavam logo após uma travessia, cortada pela rua principal e tinham exatamente o mesmo tamanho, de acordo com o mapa.

-Contando daqui, parece ter mais ou menos 350m dos dormitórios para o Prédio Principal. – Elesis deduziu, calculando visualmente à distância. Dali ela via o imenso e renomado prédio de aulas, que tinha formato em "C" deitado.

Ela fez seu caminho e percebeu que em dez minutos ela podia chegar lá.

Várias pessoas iam para o mesmo local que ela, andando em pares ou conjuntos, mas nunca sozinhas. Internamente ela se sentiu mal por ser a única, mas teria um tempo para conhecer boa parte do prédio antes de anoitecer. E quando ela atravessou as imensas portas, ela se permitiu olhar melhor para o local onde estudaria pelos próximos anos.

Paredes claras, chão tão liso que poderia patinar, teto firme e decorado. As lâmpadas tinham formatos circulares e soava tudo meio futurístico para um colégio tradicional como aquele. A ruiva seguiu em frente. Na segunda parte do mapa havia uma planta detalhada do Prédio Principal, onde eram administradas as aulas, palestras e outras atividades relacionadas aos alunos.

Como dito, eram um prédio em "C" deitado. Possuía 4 andares e 1 nível subterrâneo. Era uma obra arquitetônica e esplêndida aos olhos, por dentro e fora.

-Com licença. – Elesis parou a primeira pessoa que passou por si assim que ficou perdida entre os grupos que iam e vinham olhando-a de canto e seguindo em frente.

-O quê? O que você quer?

A voz era feminina, fina.

Coberta dos pés à cabeça de rosa, literalmente, estava uma menina baixa, um pouco mais alta do que Arme. Seus lábios eram pequenos e rosados, seus olhos castanhos, bonitos e brilhantes. A roupa era cheia de babados. Usava os cabelos róseos absurdamente longos em chiquinhas e ela toda soava como uma filhinha de família rica.

Além de tudo, ela era extremamente fofa.

Era aquilo! Aquela coisa famosa que toda menina de Canaban não podia ser! Uma Lolita!

-Lolita. – Elesis disse automaticamente, olhando-a cheia de acusação. Não que ela odiasse, mas pessoalmente era realmente assustador. Principalmente por ser a cor rosa. Seus olhos doíam.

As sobrancelhas perfeitamente desenhadas da garota se levantaram e ela se virou totalmente para Elesis, colocando as mãos na cintura.

-Do que você me chamou?

A voz da menina foi histérica. Elesis contraiu os ombros e imaginou que talvez fosse melhor não arranjar problemas.

-Me desculpe, eu só queria saber para onde todas essas pessoas estão indo. – gesticulou a ruiva, sentindo o suor frio. Pela pose a garota de rosa devia ser alguma patricinha e, claro, com tanto exagero de cor e estampa todos deviam conhecê-la.

-Hnf. Que maus modos, hein? – a menina murmurou a olhando de cima a baixo. Quando ela parou em seu rosto, seus olhos arregalaram. -Oh, você é Elesis Elsteiner! A novata!

Dizer que a ruiva ficou abalada foi pouco. Então o que aquele rapaz, Dio, tinha dito antes era verdade, que todos sabiam quem ela era.

A garota desfez a pose e sorriu largamente.

-Meu nome é Amy Plie, mas é claro que você sabe disso, hohoho! – a menina riu, colocando a mão nos lábios.

Elesis lembrava-se de ter algum dia ouvido esse nome... Er... Sim, isso mesmo: Amy, a Idol!

-Ahh, você! – Elesis exclamou com um sorriso. Era a primeira vez na frente de alguém famoso, seu coração batia rápido. -Muito prazer!

A rosada riu de novo e segurou sua mão.

-Você quer saber onde todos estão indo, né? Venha comigo, Elsteiner. – disse Amy, a puxando de uma única vez.

Elesis a acompanhou entre os alunos sentindo que os olhares dobravam, lhe dando uma sensação estranha, mas ela ignorou até que chegasse na passagem para o pátio no corredor principal do prédio de aulas.

O pátio era a área correspondente no mapa era o espaço no interior do "C", ao ar livre, com frente para a lanchonete do campus e com passagem ao refeitório. Geralmente os alunos ficavam ali à toa também.

Amy disparou num sorriso, agarrando sua mão e apontando à frente.

-Você está prestes a ver com os próprios olhos a maior celebração do Colégio de Vermécia! A Pré-Cerimônia!

-Hah...

Ambas as garotas estavam paradas atrás de uma dezena de jovens, que simultaneamente tentavam sair ao pátio. As pessoas se apertavam, falando alto, mal deixando Elesis se comunicar direito com Amy além de que, naquele ambiente, havia música alta e uma média de trezentas pessoas. Era absurdo!

-Venha, venha! – Amy a puxou, conseguindo um espaço milagrosamente entre um grupo de colegiais que a reconheceram.

"É a Amy!" gritou um deles e o resto o seguiu, por pouco não travando a pequena idol num cerco de meninos excitados e garotas apaixonadas. Elesis tremeu só de pensar em estar entre eles.

-Amy... – Elesis a chamou, tentando adquirir a atenção da rosada, cujos olhos brilhavam numa direção.

-SIM! – Amy gritou repentinamente, erguendo as mãos. – Olha que demais esse lugar!

-Meu pai... – Elesis murmurou a si mesma enquanto olhava abobada.

Era uma aglomeração maior em cada canto. De um lado barracas de jogos, do outro de comida e todas tinham uma dezena de mesas e cadeiras. As pessoas não acabavam, andavam, reviam-se, discutiam e riam.

E para completar suas primeiras impressões da escola de elite, havia uma piscina no meio de tudo isso, antes de um espaço gramado e florido. Ao lado havia um carro de som e estudantes veteranos desnudos, pregando peças e aproveitando ao máximo toda a diversão.

Amy a levou até uma parte menos concentrada quando ela de repente ficou empolgada e começou a acenar.

Foi sem demora que um rapaz, ao lado da piscina e cercado de outros rapazes, viu o gesto e veio na direção delas.

-Amy! – ele sorriu, indo para abraça-la.

-Não me abrace, Jin!

Foi então que Elesis o olhou da cabeça aos pés. O cabelo era de um ruivo tão intenso que a deixava parecendo uma "desbotada", mas os olhos eram muito claros, da cor de mel. Na verdade ele inteiro dava um ar de "intenso". Sua voz era meio aguda, mas ele era bastante másculo e tinha um sorriso tão largo quanto o bom humor. O perfeito esportista.

Ele coçava a cabeça, sorrindo para a rosada.

-Foi mal, Amy. – ele dizia enquanto finalmente olhava para Elesis. – Oh!

"De novo essa reação!" Elesis pensou, irritada. "Eu agora virei celebridade por acaso?"

-Você sem dúvida é mais bonita pessoalmente! – o rapaz ruivo disse com um ar de análise.

-Jin, se apresente direito, idiota. – Amy retrucou no mesmo instante, cruzando os braços.

-Ah, claro. Sou Jin! – ele apontou para si mesmo com um olhar flamejante.

Amy não pôde se conter e deu uma risada, tocando o ombro de Elesis.

-Esse é Jin Kaien, por um acaso ele é meu amigo de infância e também meu namorado.

-Ah, entendi. – Elesis respondeu, assentindo. – Espera! O que quis dizer com "pessoalmente"?

O rapaz alargou seu sorriso.

-Vamos para as mesas perto da piscina! – ele disse apontando os objetos.

O trio seguiu para a área das mesas, que ficava ao lado de uma lanchonete, atraindo a atenção das pessoas em roupas de banho.

Elesis sentia agora um calor insuportável. Jamais esperou estar no meio de tantas pessoas naquela espécie de "festival" e muito menos que andar alguns metros a faria se cansar tanto e desejar tirar a roupa por isso.

A primeira coisa que aconteceu ao se sentar em uma das cadeiras foi ser atendida por um garoto que parecia muito à vontade também, já que estava só com um calção de banho e uma ridícula gravata borboleta verde, trazendo o cardápio. Ele sorria de ponta a ponta.

-Olha, vejam só! Jin, o que você está fazendo com duas meninas tão lindas por aqui? – o garçom perguntou, balançando sua cabeleira arrepiada, de um ruivo alaranjado fortíssimo.

-Que sorte a nossa. – Amy respondeu pelo namorado, com um tom claramente irônico, e abaixando o cardápio na mesa. – Já que por infortúnio você está trabalhando aqui Ryan, aproveite para dar as boas-vindas para a Elsteiner.

O rapaz pareceu ter ficado confuso e a olhou sem mostrar nenhuma reação exagerada.

Ele tinha olhos verdes tão escuros que parecia caber uma floresta dentro deles. Na cabeça usava um tipo de arco para segurar o cabelo atrás. Tinha uma beleza do tipo peculiar, tinha ar de "selvagem".

Por fim, ele sorriu.

-Muito prazer, meu nome é Ryan Woodguard, estou no segundo ano! Aqui a cor verde é para os secundanistas; os primeiranistas usam vermelho e os terceiranistas ficam com o azul. -explicou o rapaz, apontando para a gravata. – Isso não importa. Qual seu nome?

Elesis viu Jin dar um suspiro e Amy dizer algo como "Como esperado do Ryan, tão sem noção!", mas a ruiva até que ficou feliz por ter alguém que não a encarou como se soubesse tudo sobre ela.

-Elesis Elsteiner. Eu também estou no segundo ano, mas ingressei no colégio apenas esse ano.

-Ah, isso é muito legal! Espero que goste daqui, Elesis. O que vocês vão querer mesmo? -perguntou o rapaz, arrumando seu bloco de anotações.

-Refresco para todo mundo. – Amy comandou, fazendo um sinal para ele ir logo e ele a obedeceu. -Elesis, posso te chamar assim?

-Hm? Pode. – ela respondeu, sentindo que chamar pelo seu nome não era tão mal como chamar por “Eli-chan”, como as garotas do dormitório tinham sugerido.

-Seria meio idiota eu perguntar qualquer coisa sobre você já que praticamente eu já sei tudo. Então me deixe te avisar uma coisa... As pessoas do Colégio de Vermécia são as mais inteligentes do mundo, apesar de o Ryan ser uma exceção-,

-Você não pode falar muito, Amy. – Jin comentou baixo, mas Elesis o ouviu.

-Eu não terminei! É o seguinte, Elesis, logo que os resultados saíram todo mundo ficou ligado na novata nº1 que surgiu de repente e tinha um resultado tão bom quanto o representante do colégio. Você apareceu conseguindo uma posição perfeita e ainda por cima você é uma simples garota de classe média, além de ser canabana! E, claro, quem sabia logo espalhou que você era daquela família tradicional e famosa em que todos os membros nascem ruivos!

-O que isso tem a ver? – Elesis indagou confusa.

Por mais que ela entendesse a parte onde sua pontuação era a melhor do colégio e se igualou ao do melhor aluno do colégio, e também que ela vinha de Canaban, ela não compreendia porque sua família era um ponto importante.

-Oras. – Amy retrucou, dobrando as pernas, a olhando como se fosse óbvio. – Você é a novidade do momento, por assim dizer. Todo mundo está interessado em se aproximar da garota Elsteiner de Canaban. Mas eu digo que uma hora isso vai acabar.

-E você está falando assim para tentar me desanimar ou o quê? – Elesis questionou meio confusa e também irritada com a atitude da rosada, como se ela previsse o futuro.

-Eu estou dizendo isso para você não se incomodar. A minha presença é a garantia que você tem para evitar aglomerações desnecessárias.

Aquilo não fez sentido na cabeça de Elesis, mas também não precisou pedir para a rosada se explicar.

-Olha... Todo mundo também sabe que os canabanos são cabeça-quente e também que não gostam muito de se misturar. Mas eu sei que se você veio para Czara é porque não se importa com isso, mas também quer dizer que você quer ser tratada normalmente. E eu aqui, tenho uma reputação mundial e posso falar com você sem você correr o risco de ser assediada.

-Como você tem certeza disso? –a ruiva perguntou incapaz de ouvir mais tanto convencimento de uma pessoa. Como se aquela pirralha entendesse metade das coisas que ela foi obrigada a passar, mesmo em Canaban!

-Ei, ei. – Jin interrompeu a conversa, percebendo como a ruiva realmente estava ficando zangada com a conversa. – Amy, não fale assim com liberdade. Se vai falar alguma coisa, explique melhor.

-Ok, relaxa aí. A questão é que se você tivesse entrado nesse lugar sozinha é óbvio que um monte de gente ia te parar e perguntar coisas. Isso ia te deixar desconfortável não? Eu sei como é isso pelo menos.

Elesis ouviu essas palavras e abaixou o olhar. Ryan tinha voltado com suas bebidas e vinha com outro sorriso.

-Uau! Mas essa tensão não combina com o evento, pessoal! – o rapaz dizia com descontração, entregando os longos copos de laranjada.

-Ai, Ryan, não se mete. – Amy retrucou.

-Você não tem a obrigação de se preocupar comigo. Eu não te pedi nada.

A pergunta, feita na lata, tinha sido um péssimo hábito que Elesis tinha, e foi bastante inesperada pelos dois que estavam na mesa.

-Mas era você que queria saber para aonde todo mundo estava indo. – Amy murmurou, pega de surpresa pela grosseria da ruiva. Tinha sido muito fria, até mesmo para Amy.

Elesis parou uns instantes, percebendo a mudança do clima. Jin estava olhando para seu suco e parecia estar contando os segundos para sair dali.

"Tch, que bando de mimados!" Elesis pensava, não entendendo como ela podia ter mal interpretado a situação desde o início.

Afinal, ela só precisava de uma resposta, não que a rosada a arrastasse, apresentando-a para qualquer um que aparecia.

Sim, ela era idol, mas ainda assim não podia assumir seus pensamentos e agir por conta própria.

-Enfim, obrigada por me trazer até aqui. Seu trabalho é incrível e eu aprecio isso, mas não precisa tomar a minha frente e nem se preocupar comigo. Eu não vim para essa festa, eu estou fazendo outra coisa no momento. Por isso, até mais.

Elesis se levantou da mesa, indiferente à situação, deixando o casal enrijecido e retomando o mapa. Ela visitaria os andares superiores primeiro.

Quando a ruiva se virou e deu dois passos, sentiu um choque frontal.

-Opa!

Ela sentiu o baque e quase foi ao chão. Quem era tão pesado assim para tirá-la do equilíbrio tão facilmente? Ela, Elesis, que tinha treinado com seu pai desde pequenina e moldado seu corpo para a luta e para a defesa.

Olhou para cima. Do chão viu um corpo alto e esguio, ainda por cima, vestindo apenas uma bermuda negra.

-Garota, você tá’ legal? – ele perguntou, inclinando em sua direção e estendendo a mão.

Elesis franziu o cenho, desgostando inicialmente daquele tom de voz. Era pretensioso. Era convencido. Unicamente o jeito de falar “garota” já fê-la pensar inúmeras intenções que ele podia ter. E isso era um defeito que seu pai vinha tentando corrigir desde muito cedo “Elesis, você não pode assumir a verdadeira personalidade das pessoas pelas atitudes e muito menos pela primeira impressão” dizia o investigador com calma, passando a mão em sua cabeça naqueles tempos.

-Eu tô’ legal. – ela respondeu, recusando a mão para levantar-se sozinha, mostrando não ter gostado nenhum pouco de ter levado um tombo logo no primeiro dia. Limpando as roupas, ela alcançou o mapa no chão e finalmente pôde observar o novo indivíduo.

Olhos prateados. Depois o que viu foi um penteado desordenado, todo repicado e com uma franja volumosa sob a testa. Ele tinha luzes roxas no cabelo e usava um alargador engraçado no lóbulo esquerdo do qual saía uma corda que se conectava a aba da orelha. O rosto era oval, os lábios protuberantes e bem desenhados.

Ele era... Como se diz? Deslumbrante.

O tipo que chama a atenção positivamente. O estereótipo do cinema, com seus dentes brancos, olhos claros, o corpo de estátua grega.

E aparentemente tinha acabado de sair de um banho de sol.

-Oh, meu Deus! – exclamou a rosada atrás de si, que por um momento pareceu adquirir todo o ânimo do mundo ao vê-lo. – SIEGHART!

Foi assim que Elesis aprendeu o nome dele. Ela olhou de Amy para Sieghart e ergueu uma sobrancelha levemente. O nome não lhe era estranho.

-Você se machucou ruivinha? – perguntou ele novamente, segurando-a no ombro.

Com isso, Elesis não pôde se controlar. Ela não gostava de ser tocada, e homens nunca a tinham tocado. O espanto foi tal que ela girou o braço e bateu na mão dele, tão fortemente, que ele deu um passo para trás pela surpresa e infortunadamente escorregou.

-AH! – ele exclamou, assim como Elesis.

As pessoas em volta os viram ficar à beirada da piscina, equilibrados na ponta. O rapaz moreno a segurava pelos pulsos, tentando se salvar, enquanto ela apenas queria se livrar dele.

-Me larga, você é pesado! – Elesis exclamou, irritada por ele tê-la envolvido no problema.

-Mas a culpa é sua!! –exclamou indignado. -Agora me puxa ou eu te levo junto!

-O que disse, seu metido?! Não pode molhar seu cabelo lambido? – ela rosnou de ironia, balançando os pulsos para deixa-lo cair na piscina.

Ele franziu a testa, quase caindo.

-Cala a boca, ruiva! Me puxa logo! – ele gritou, começando a parecer realmente aborrecido.

-Se você me chamar de ruiva de novo eu juro que te arrebento, moleque!

Ele ia dizer algo, mas foi inútil, porque alguém passou por trás de Elesis, nem se dando conta da situação de ambos e sem querer esbarrou nela.

-Foi mal. – disse o individuo se virando com um sorriso leve e se espantando ao ver um splash de água voando e o som de duas pessoas gemendo de dor.

Dois segundos depois Elesis emergiu, cabelo na cara, tossindo uma e duas vezes. Sieghart fez o mesmo e já foi virando para ela para falar umas verdades.

-Cê’ tá louca, menina?!

Elesis tirou os fios do rosto e o encarou. Seus olhos faiscavam e seu rosto inteiro estava vermelho, seja lá de vergonha ou de raiva, ou dos dois.

Ela rangia os dentes e respirava muito alto, indo na direção dele, devagar, mas como um touro que ataca o toureiro. Os punhos fecharam e ela andou dois passos e levantou o braço.

Sieghart arregalou os olhos e até tentou se afastar um passo, mas foi tarde.

-UGH! –ele gemeu de dor e foi lançado para trás, caindo de volta na água.

Houve quem viu o soco bater bem na lateral de sua boca e um pouco de sangue sair. Ela soltou um tipo de bufo, como se tivesse ficado satisfeita com isso, e se virou.

Os gritos e assovios começaram a soar pelo local, sobrepondo a música e aquilo ficou marcado na história da Pré-Cerimônia.

-Esse idiota, é tudo culpa dele. –resmungava ela, tentando ajustar o cabelo enquanto se aproximava da beirada da piscina.

-Ei, ei.

Ela levantou os olhos. Havia um rapaz agachado que estendia a mão. Olhos azuis, cabelos até os ombros muito lisos, expressão pacífica. Estava de camisa, bermuda e chinelos. Ele não sorria, tinha uma expressão preocupada.

Elesis a aceitou e subiu. “Preciso me secar”, pensou ela.

-Você está bem, senhorita? –questionou o rapaz, que de pé era um palmo mais alto. Ele estendeu-lhe uma toalha e reforçou a pergunta com o olhar.

-Estou bem. Eu fui puxada para piscina, mas não é como se eu não soubesse nadar. –Elesis respondeu, internamente de mau-gosto, aceitando a gentileza do rapaz.

-Ah, sim, eu vi tudo. –ele disse e olhou para o meio da piscina, de onde Sieghart praguejava e apontava para ela, mas sem conseguir falar, com a mão na boca. O azulado deu uma risadinha.

-O que foi? –perguntou ríspida.

-Perdoe a idiotice do Sieghart... Ele não achou que você fosse reagir daquele jeito.

Elesis levantou uma sobrancelha.

-Você é amigo dele?

-Irmão mais velho para ser sincero. E eu preciso aguentar aquele idiota todos os dias. Por isso fiquei até meio feliz por você ter socado ele. –riu de novo o rapaz.

-Hunf... Não fiz isso para dar show. Fiz isso porque ele tocou em mim. –Elesis respondeu, desviando um pouco o olhar. Na verdade era bem embaraçoso dizer isso.

O outro ficou quieto uns instantes até Elesis terminar de tirar o excesso d’água da cabeça. Ela era uma menina interessante, séria, impulsiva. Era raro e de alguma forma fofo.

-Meu nome é Ronan Erudon e o seu?

Elesis o encarou.

-Obrigada pela toalha. –ela disse, sua voz neutra, e entregou-a.

Antes que ele pudesse perguntar de novo, o grupo do dormitório reapareceu, se espremendo entre as pessoas para ver como ela estava.

-U-AU! –Amy exclamou, esquecendo-se de tudo o que havia acontecido anteriormente. –Isso foi genial mesmo!

-Nunca vi ninguém fazer isso antes, que loucura! –Lire comentou, pondo a mão no rosto, como se tivesse visto a cena mais improvável do universo.

Elesis só queria sair dali, mas não podia.

Arme dava risadas como se fosse a coisa mais engraçada de todas.

-O que é tão engraçado por aqui? Eu só dei a ele o que ele merecia, aquele galinha convencido!

Arme riu mais ainda ao passo que os outros tentavam segurar o riso também.

-Você não faz ideia de quem ele é, não é? –perguntou Jin, com um sorriso que não saía do rosto.

-Não mesmo. –ela negou e torceu a camisa.

Arme parou de rir e apontou para o rapaz moreno, que saía da piscina com uma expressão ruborizada e raiva latente. Elesis observava.

-Aquele é o Rei.

Continua


Notas Finais


Yo minna-san. Agradeço muito por terem dado a chance de ler a minha fic, continuar lendo, relendo, seja lá o que for.
Se puderem, deixem comentário, crítico ou não, para desenvolver melhor a história!
E RELEMBRANDO: é um remake, então tem coisas que vão permanecer imutáveis da fanfic original ok?
Um abração! Até mais ver~


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...