Pela primeira vez em quatro anos, sono não seria o motivo pelo qual Taeyong não conseguira prestar atenção na aula. Ele estava completamente descansado, não tinha do que se queixar, o problema mesmo é que não conseguia tirar Jaehyun da cabeça, mas sabia que não era nenhum filme em que os personagens não prestam atenção e continuam se dando bem no final, então tomou vergonha na cara e prestou atenção nas duas últimas aulas do dia.
Apesar de tudo, Taeyong sentia um prazer imenso em ir para faculdade, a propósito, ele estava indo aprender sobre o que ele mais se interessa, cinema. Considera algumas aulas inconvenientes, mas nada é perfeito então nem se importa muito.
Não teve tempo de dar uma olhada nos calouros, mas ficou se certa forma mais leve quando pode ver seus colegas de classe mais uma vez, depois de um longo período de férias. Kihyun, um menino que faz fotografia e também amigo de Taeyong, sentou na última aula ao seu lado, algumas matérias são comuns entre os cursos então é possível que durante uma aula alguns cursos estejam mesclados.
Ver a câmera do amigo pendurada em seu pescoço o fez lembrar de seus melhores amigos que não tinha sinal desde de manhã, o que era extremamente raro, já estava começando a achar estranho o fato de Yuta não tê-lo procurado durante o intervalo ou sequer tê-lo enchido de mensagem se certificando de lembrar Taeyong que ele o ama muito.
A aula acabou e mas os pensamentos que estavam consumindo Lee apenas retornaram, como agiria perto de Jaehyun depois de tudo? Como é suposto que consiga olhar em seu rosto novamente sem ter um infarto ou sem querer se enterrar vivo ?
Taeyong estava se dirigindo para a escola que é da faculdade para buscar Mark, localizada apenas a uma quadra da universidade. A faculdade disponibiliza uma escola para filhos de professores e para alunos pré selecionados geralmente por meio de testes, Jaehyun como possui um convênio com a universidade ganhou uma vaga para deixar Mark estudando ali. A escola é reconhecida internacionalmente, por isso nem cogitou desfazer o convênio quando o contrato expirou, tratou logo de renová-lo.
Enquanto aguardava o sinal fechar, para atravessar a rua, Taeyong se perdeu por alguns segundos em seus próprios pensamentos. Não queria ter que ver o pequeno e se sentir culpado toda vez que o olhasse. "E se o pequeno descobrisse que seu pai havia traído sua mãe com o idiota e inconsequente menino que cuida de si."
Ele não queria ter que encarar aquilo naquele momento, não queria ter que responder às mil e uma perguntas que percorriam em sua cabeca, queria apenas esquecer, pois sabia que as respostas não seriam agradáveis.
Tudo parecia tão difícil, no instante. Taeyong poderia jurar que iria ceder toda essa pressão a qualquer segundo mas apenas ao pensar o quanto tinha se sentido leve na noite passada, se sentido tão livre e tão bem, como todos os problemas se converteram a coisas insignificantes e como tudo parecia mais simples.
Mas assim como Ícaro* ele havia sido avisado, e assim como tal teve o mesmo destino. Se direcionou ao Sol, mas não imaginava que seu único destino ao voar até ele, seria o chão.
Percebeu que o sinal havia fechado e então atravessou a rua, apressando o passo pois já estava atrasado 4 minutos, não queria que o menor achasse que haviam o esquecido logo no primeiro dia. Mark era sua única e maior prioridade, por mais que não quisesse vê-lo, já havia sido inconsequente demais, não poderia deixar mais nada para trás.
A criança não deveria ter que pagar pelo "erro" dos outros dois. Taeyong definitivamente não deixaria isso acontecer.
Passou pelo portão da escola que o fez ter acesso a um grande pátio colorido cheio de brinquedos, encontrou uma das funcionárias e pediu que ela informasse onde seria a sala do Mark. Entrou em um corredor com professoras e professores na porta, alguns pais também no corredor.
Se sentiu pela primeira vez não apenas como babá, um sentimento estranho preencheu seu corpo e seu coração por poucos segundos se sentiu completo, fora buscar Mark e se entrava extremamente feliz por isso, se sentir de certa fora responsável por alguém e amar cuidar dela e dar o seu melhor para o bem estar e para que ela fique bem. "Será isso o sentimento de um pai?"
– Olá, eu vim buscar o Mark ! – sorriu para a mulher que estava a sua frente que aparentava ter cerca de 30 anos entretanto passava um ar jovial e muito tranquilo.
– Mark, seu papai chegou! – virou para dentro da sala para chamá-lo.
Não demorou nem 10 segundos para que o pequeno aparecesse em seu campo de visão com sua pequena mochila nas costas, sorrindo com o mais sincero dos sorrisos.
– Não eu...
– Taetae! – passou pelo lado da sua professora e pulou no colo de Taeyong que estava no chão prontificado para abraçá-lo.
– Como foi seu primeiro dia de aula bebê ? - tirou a mochila das costas da criança, assim a segurando no colo com uma e a mochila na outra.
– Foi muito legal! A professola brincou com a gente o dia todo enquanto a gente conversava, eu fiz uma amiguinha hoje! O nome dela é... oi hyuckye!
Taeyong ficou de certa forma confuso mas quando olhou para onde a criança estava acenando pode ver outra criança sendo segurado por uma mulher, os dois acenaram de volta.
Ficou parado por um tempo pois teve certeza que já havia a visto. Ela estava de jaleco então muito provavelmente era uma das professoras da faculdade. Mas a memória aprecia vaga demais para já tê-la visto pessoalmente. "Como Mark a conhecia?"
Lee era um mar de dúvidas e confusão, queria ir para casa e só sair de lá quando tudo se resolvesse sozinho. Mas nesse momento tinha uma criança em seu colo e um último ano com direito a tcc para ser enfrentado.
Apertou Mark contra si e começou a andar em direção à saída, apenas torcendo para que Jaehyun não resolvesse almoçar em casa ou passar a tarde lá.
Não queria encará-lo de forma alguma.
Lee Taeyong virou a própria definição de covardia.
*»»——⍟——««*
Doyoung caminhava apressadamente pela universidade, havia marcado de almoçar junto à Chan, um de seus melhores amigos, mas como de costume havia se atrasado por conta de suas aulas do período matutino. A manhã estava sendo uma loucura total, já havia tido cerca de 4 aulas e teria mais algumas durante a tarde, mal tinha tempo para respirar, estava agitado demais para isso, por conta dos atrasos, vestia algo simples, que consistia numa camiseta preta simples por dentro da calça jeans em lavagem clara de cintura alta e seus inseparáveis all-star's.
Não que estivesse desleixado, tinha confiança o suficiente sobre sua aparência, sabia que estava bonito, que era bonito. Ao adentrar o grande refeitório, pode ver Chan numa mesa mais afastada, o garoto vestia um suéter amarelo chamativo e lia algum livro do qual Doyoung não fazia ideia sobre sobre o que se tratava, caminhou até a mesa logo sentando-se ao lado de Chan.
– Está atrasado! – O garoto proferiu sem ao menos erguer o olhar para encarar Doyoung.
– Eu sei, eu sei... – Ergueu os braços em rendição, como se tivesse cometido algum crime e agora estava sendo julgado por isso. – Precise tirar dúvidas com os professores e eu tive tanta coisa para fazer, sério!
– Eu imaginei... – Trocaram alguns olhares e logo soltaram sorrisos bobos – O que vai querer comer?
– Não sei, acho que posso assassinar alguém e comê-lo a qualquer momento, sério! – Sua barriga roncou alto, o fazendo soltar um grunhido – Só vamos comer...
Caminharam até onde as bandejas ficavam e pegaram uma, adentrando a pequena fila enquanto pensavam em suas opções, Doyoung optou por saladas e frango, o suficiente para satisfazê-lo, já Chan escolheu alguma massa que tivesse muito queijo e muito molho.
– Você tem falado com Jinyoung? – Chan perguntou, mantendo um sorriso malicioso nos lábios – Eu vi ele hoje, parecia apressado!
– Ele é só um ficante, Chan! Sério... Nada demais, e eu não tenho falado com ele, estamos bem ocupados... – A lembrança do sexo que tivera com o garoto na biblioteca lhe invadiu a mente, o fazendo corar levemente – Então, já achou algum novato bonito?
– Não reparo nos novatos... – Deu de ombros, tomando seu suco – Nada interessante!
Naquele momento Chan pode pagar com sua língua, pois naquele exato momento o sol pareceu brilhar até mais forte e aquele refeitório apenas pareceu uma passarela de desfile pra que um completo desconhecido pudesse passar por ela, Chan não fazia ideia de quem o garoto era mas ao vê-lo caminhando pelo refeitório com um sorriso e pele radiante, pode sentir seu coração acelerar um pouco, o garoto loirinho com roupas coloridos parecia tão atrativo ao seu olhos que ficou estático.
– Fecha a boca, senão entra mosca... – Virou-se na mesma hora em que o garoto que Chan tanto admirava se sentou, fazendo com que Doyoung não pudesse vê-lo nem se quisesse – O que foi?
– N-nada... – Suspirou – Nada!
– Você é estranho! – Doyoung sorriu, voltando a observar o amigo – Bom... Eu vou indo já, nos vemos mais tarde!
Despediram-se rapidamente e logo Doyoung já caminhava pelo campus, adentrando a torre onde teria aula de produção e captação, sabia que teria um professor novo devido à aposentadoria da antiga professora, então estava um pouco mais ansioso que o costume.
Caminhou rapidamente até a sala, não queria se atrasar de forma alguma e levou aquilo a sério, já que havia sido o primeiro aluno a chegar. Mas ao adentrar a sala, se arrependeu quase que de imediato, desejando nunca ter entrada naquela bendita sala de aula.
Jamais esqueceria do homem que havia lhe pego transando com Jinyoung, jamais esqueceria a expressão assustada e quase horrorizada do homem, que aparentemente seria seu novo professor. Doyoung quis morrer, quis que qualquer pessoa adentrasse aquela sala e dissesse que aquilo não passava de uma grande pegadinha. Como poderia olhar na cara do mais velho sabendo que o mesmo havia o pego no flagra enquanto tivera um dos melhores orgasmos de sua vida, era ridículo.
Não demorou muito para que o homem desviasse seu olhar focado em relatórios para que pudesse ver quem havia chego, e bem... Doyoung não foi o único que lembrou da cena quase cômica. Doyoung nunca havia se sentindo tão constrangido na vida, então apenas correu para o espaço vago mais longe possível do homem, pegando seu celular e mexendo em coisas aleatórias para que não tivesse que ergueu seu olhar, correndo o risco de o cruzar com o do professor.
Logo a sala já havia sido quase que totalmente preenchida, e isso melhorava um pouco a situação.
– Bom dia, sou o novo professor de vocês... Me chamo, Moon Taeil e irei dar aula de produção e captação fotográfica a vocês.
Doyoung nunca quis tanto ser um avestruz para que pudesse enfiar a cabeça na terra e não precisasse sair dali e nem olhar para a cara de Taeil, que naquela altura do campeonato já deveria ter certeza de que Doyoung era o garoto que pegou no flagra um dia antes. Soltando um manhar meio desesperado, o garoto foi baixando sua cabeça enquanto fazia uma careta, logo batendo a cabeça contra a mesa, causando um estrondo alto, fazendo com que o restante da turma o encarrasse pelo som alto.
– Bom... Eu gostaria de passar um trabalho inicial que fosse mais o perfil de vocês aqui! – Taeil começou, logo ouvindo alguns murmúrios em reclamação, afinal, que tipo de professor chega já passando algum trabalho – Fiquem calmos, o trabalho não é um monstro de sete cabeças, ele é até bem divertido... Bom, quero que criem alguma conta numa rede social, um Instagram é perfeito, e quero que postem fotos do seu cotidiano mas numa visão mais pessoal de cada um, quero conhecer vocês e quero saber como trabalham e nada melhor do que um perfil!
Um sorriso de canto brotou nos lábio de Doyoung, que já idealizava como seriam as fotos e todos os mínimos detalhes possíveis, tiraria a nota máxima naquele trabalho.
– Qualquer dúvida podem falar comigo, mas por enquanto acredito que seja somente isso... – Passou a mão pelos fios acastanhou de forma um tanto quando sexy, era ridículo como o homem era jovem para o cargo que ocupava – Espero que possamos ter um ótimo ano letivo onde trocaremos nossos conhecimentos, sempre evoluindo e produzindo!
*»»——⍟——««*
Jaehyun havia chego um pouco mais tarde do que o habitual, uma diferença mínima mas o suficiente para que pudesse adiar seu encontro com Taeyong, afinal, não sabia com que cara iria olhar para o de fios descoloridos.
– Com a única que você tem! – Johnny o dizia. Até havia achado melhor levar o amigo junto a si.
– Você entra lá, pega o Mark e assim o Taeyong sai de lá, aí eu entro sem que ele possa me ver... – Jaehyun arquitetava seu plano.
– Que tipo de adolescente você está se tornando, Jaehyun? – Mexia a cabeça de um lado para o outro, negando. Era uma situação ridícula mas não contestou, apenas saiu do carro e adentrou ao elevador, indo até o último andar.
Jaehyun o observou adentrar ao elevador, sentia suas bochechas queimarem de vergonha. Sabia que a situação era ridícula, estava usando o melhor amigo para evitar Taeyong, não que realmente não quisesse mais ver Taeyong após ter relações com o outro, não era esse tipo de homem, mas estava tão receoso quanto a ver o outro novamente e podia ter certeza de que Taeyong também não queria vê-lo assim tão cedo. Tinha certeza que o outro havia visto sua aliança e enquanto pensava sobre isso, rodava o objeto brilhante em seu dedo.
Sentia-se preso a aquele objeto e a o que o mesmo simbolizava em sua vida, tinha medo de não conseguir seguir em frente, em se privar de amar novamente, ou até mesmo de ser completamente feliz, afinal, sentia que uma parte de si havia sido levada há 3 anos atrás e que uma grande vazio ficava por ali, aguardando ser preenchido.
Esperou por alguns minutos e assim subiu, encarnava-se no espelho do elevador, seu rosto ainda estava avermelhado e seu uniforme de trabalho já não se encontrava tão limpo assim, tinha uma aparência amena e calma, como sempre muito tranquilo. Suspirou ao ver que a porta se abria, então virou-se e saiu do elevador, mas naquele momento quis gritar consigo mesmo por não ter esperado mais alguns segundos sequer, quis gritar consigo porque era tolo e pode confirmar ainda mais quando sentiu seu coração bater fortemente ao ver Lee saiu de sua casa, o garoto segurava alguns objetos consigo e estava focado em os organizar para que nada pudesse cair, mas logo ergueu seu olhar, cruzando-se com o de Jaehyun.
Era quase cômico a forma como a vida sempre os pregava uma boa peça, as coisas nem sempre eram como queriam mas naquele exato momento, talvez deus ou algum ser supremo havia alinhado todos os pequenos acontecimentos para que ambos pudessem encontrar um ao outro, mesmo que fosse contra gosto. Jaehyun e Taeyong trocavam olhares faziam alguns segundos, não tinham coragem e ao menos sabiam o que dizer naquele momento, ambos tinhas bochechas avermelhadas e corações aceleradas, aquilo era algum tipo de piada?
Taeyong sentia as mãos suarem, mal podia acreditar que havia dado de cara com Jaehyun justamente agora, seu interior queria rir alto porque quando viu Johnny entrar no apartamento, sacou na hora que Jaehyun estava o evitando mas não pode escapar de seu destino, haviam encontrado um ao outro, o que significava que o plano de Jaehyun havia ido por água abaixo, mas aquilo também o afetava, afinal, estava surtando desde a noite passada e Jaehyun talvez fosse uma das últimas pessoas que gostaria de ver naquele momento.
Era inverno e as folhas caiam, então pela interpretava aquilo como um futuro recomeço, pois as folhas caiam para logo nascerem mais fortes e belas, mas cá entre nós, aquilo tudo estava longe de ser um filme de romance onde os acontecimentos tinham uma espécie de conexão com caducifólia, onde as coisas tinham conexões com as situações, caso fosse, Taeyong estaria num longo e vasto inverno.
– Então... Uniforme bonito! – Taeyong tentou puxar algum assunto, não fazia ideia de como agir ou falar. Tal comentário havia diversas interpretações mas para Jaehyun, aquilo havia sido o ápice, sabia que Taeyong tinha uma espécie de quedinha por si quando vestia seu uniforme, então isso fez com que o mais velho acreditasse que estava tudo bem, escolha errada.
– Obrigada... Você está muito... Bonito! – Jaehyun sorriu de forma aliviada, em sua cabeça, não havia mais com o que se preocupar, afinal, havia interpretado tal frase como uma espécie de flerte.
Antes que a conversa pudesse ser prolongada, a porta do apartamento de Taeyong for aberta e um japonês quase que desesperado saiu da mesma, procurando por Taeyong e segurando na mão do mesmo com uma certa força que era perceptível. Jaehyun sentiu uma onda de raiva atravessar seu corpo, afinal, estava conseguindo conversar com Taeyong e justo naquela exata hora Yuta Nakamoto apareceu, mas antes que pudesse ficar realmente irritado, pode ver que os olhos puxados do japonês estavam molhados e avermelhados, o que fez seu coração pesar, talvez naquele momento Nakamoto precisasse mais de Taeyong do que Jaehyun precisava.
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