Jaehyun ainda se encontrava um pouco mexido devido aos acontecimentos das últimas horas, e todos envolviam Lee Taeyong. Pensou muito sobre como as coisas andavam indo em relação a Taeyong, era nítida a forma com o rapaz fazia bem para Mark e não poderia negar que ter Lee em sua vida só havia o ajudado, mesmo que estivesse cada vez mais se afundando em seus sentimentos, não poderia negar que tudo havia melhorado após a chegada do de fios descoloridos. Por mais que o clima não fosse um dos melhores naquele momento, não se arrependia da decisão de ter o contratado, aquilo não se tratava sobre Jaehyun e Taeyong, o foco era Mark.
Ao adentrar ao apartamento, Jaehyun pode ver Mark correndo até si com as perninhas curtas enquanto o mesmo vestia um pijama de dinossauro, não pode conter o enorme sorriso ao ver seu pequeno, então abaixou-se e abriu o braços, recebendo seu pequeno num abraço apertado e aconchegante.
– Papai, papai... Olha! Eu sou um dino... – Soltou uma risada gostosa, logo recebendo algumas cócegas na barriguinha enquanto era pego no colo e erguido para o alto.
– Como os dinossauros fazem? – Perguntou ao pequeno.
– ARGH! – O garotinho fechou os olhos com força, mostrando os dentinhos enquanto dobrava os dedos para que formassem garrinhas.
– E meu dinossauro está com fome? – Viu Mark assentir e o arrumou em seu colo, logo atravessando a trilha minada, mais conhecida como o tapete de brinquedo do filho, tomando cuidado para não acabar pisando e quebrando algum dos frágeis brinquedos.
Adentrou a cozinha com o pequeno no colo, observando Johnny cortar alguns legumes enquanto mexia em alguma panela, Jaehyun reconhecia que o amigo tinha dom para culinária. Johnny sempre gostou de cozinhar e conseguia fazer diversas coisas ao mesmo tempo, e quando percebeu que tal dom atraia as mulheres, resolveu se matricular num pequeno curso de gastronomia, mas acabou percebendo que realmente levava jeito para tal coisa.
Naquele momento, o mesmo já começava a cozinhar uma sopa de legumes para Mark, afinal, o pequeno tinha um dieta a seguir e precisava de mais nutrientes e vitaminas do que outras crianças, já que o mesmo ainda passava pelo pequeno probleminha em não crescer tanto quanto outras crianças, e por mais que Jaehyun fosse um ótimo pai, o mesmo sempre caia nos encantos do filho e assim burlava um pouco da dieta, e Johnny como um ótimo padrinho, fazia questão de estar envolvido ao máximo na vida de Mark e ter certeza de que o mesmo estaria saudável e faria o impossível para cuidar do mesmo, não que privasse o garoto de comer doces, ele mesmo caia nos encantos de Mark as vezes e não resistia em lhe dar alguns docinhos, mas era claramente mais rígido que Jaehyun.
A comida não demorou em ficar pronta, então Johnny a serviu com todo o cuidado para Mark. Johnny sempre tomava o maior cuidado, usava a menor quantidade de coisas industrializadas possíveis, além de obrigar Jaehyun a comprar a carne mais cara dos mercados, a que não tinha nenhum tipo de hormônio, e apenas carnes brancas, sempre reforçava que Jaehyun devia optar por opções mais naturais, então era comum que Mark saísse por aí comendo jacas junto à Johnny.
Jaehyun tomava o máximo de cuidado possível, assoprando a sopinha par que a mesma não ficasse tão quente ao ponto de queimar a boca de Mark. Então até metade da sopa, Jaehyun fez questão de dar a mesma na boca do filho, mas logo a mesma começou a ficar numa temperatura mais baixa, não correndo o risco de queimar o pequeno. Enquanto Mark se deliciava e se sujava comendo, Jaehyun e Johnny conversavam sobre as redes sociais de Jaehyun.
– Não que eu esteja criticando, mas aqui só tem fotos de... Cachorros... Gatos... Mark... Agora tem foto de uma iguana, é a coisa mais diversificada que vamos encontrar aqui! – Johnny ria enquanto deslizava o dedo pelo celular, passando as fotos publicadas pelo amigo – Não há ao menos uma foto sua aqui, Jaehyun... Como as mulheres vão poder ver seu belo rosto... Ou homens.
Sussurrou a última parte, dando um sorriso malicioso enquanto pode ver Jaehyun arregalar os olhos e tapar sua boca, fazendo sinal para o pequeno que se divertia com sua sopa.
– Eu não tenho problema alguma com as minhas redes sociais, e elas fazem com que eu pareça uma ótima pessoa, um pai presente e que ama os animais... O que há de errado?
– Não tem nada de errado nisso, mas você está esquecendo de algo muito importante... – Colocou a mão pesada sobre o ombro do amigo – Você! Sua vida não se resume somente em ser pai ou veterinário, você devia ao menos tentar mostrar mais sua individualidade...
– Acha que Taeyong se interessaria mais por mim se eu fizesse isso? – Questionou, vendo Johnny cobrir o rosto em total desaprovação.
– Esse não é exatamente o nosso foco, Jaehyun... – Coçou a nuca, fazendo uma careta enquanto observava Mark sujar as bochechas, o que o fez rir – Mas quando os amigos dele forem te stalkear, eles podem ao menos achar alguma foto sua!
Antes que Jaehyun pudesse contestar, Johnny pegou seu celular e vasculhou a galeria até que achasse alguma boa foto de Jaehyun, então a selecionou para que fosse a foto de perfil de Jaehyun. A foto havia sido tirada num parque há poucos meses atrás, num feriado onde fora com Johnny e Mark para um parque, Johnny quem havia tirado a mesma e até aquele momento, nem lembravam da existência da mesma, mas a foto extremamente espontânea do homem sorrindo e meio ao campo verde era tão bonita, fazendo com que Jaehyun aparentasse ser uma espécie de modelo.
Enquanto Johnny focava em mexer no celular do amigo, Jaehyun não tirava Taeyong de sua cabeça, se perguntava a todo instante se o garoto ficava procurando por fotos suas em redes sociais ou coisa do tipo. Jaehyun viajou para lugares tão distantes ao pensar em Lee que mal se deu conta de que sentia uma falta absurda do de fios descoloridos ao seu lido, não que fosse assumir, mas gostaria de ter Taeyong ali, não sabia o que aquilo significava mas apenas gostaria da presença de Lee consigo.
– Papai! Papai! Papai! – Mark balançou-se em sua cadeirinha, apontando para a televisão que transmitia um trailer de uma animação, Pororo: O pequeno pinguim, o desenho favorito de Mark – Pororo! Pololo...
Naquele momento, se estivéssemos numa animação, uma lâmpada se acenderia no topo da cabeça de Jaehyun enquanto o mesmo formava um sorriso malicioso em seus lábios.
*»»——⍟——««*
Assim que viu seu melhor amigo daquele jeito, completamente quebrado e pedindo por sua ajuda, por mais que não houvesse um resquício sequer de força em seu corpo, segurou sua mão de volta para mostrar que estava ali para ele e começou a puxá-lo do meio do corredor para dentro de seu apartamento novamente. Talvez ele devesse conversar com Jaehyun, mas seu melhor amigo precisava dele e acima de qualquer pessoa, Yuta era sua prioridade número 1.
– Yuta, vamos fazer assim oh, – ajeitou o cobertor do que estava em sua frente. – senta ali no sofá, – colocou suas duas mãos nas bochechas do japonês e secou suas lágrimas da forma mais gentil – eu vou fazer um chocolate quente para você, okay? – ainda com as mãos em sua bochecha, ficou na ponta dos pés e depositou um beijo em sua testa.
Lee não se importava que havia deixado a porta aberta, não se importava que Jaehyun ainda estava parado no meio do corredor observando tudo, não se importava com sequer o que havia deixado Nakamoto assim, apenas se importava em fazer Yuta sorrir novamente, amava tanto essa parte no japonês. Seu sorriso.
Sempre que pensava em Yuta, uma imagem positiva e alegre sempre vinha a sua mente e todas elas acompanhadas de seu sorriso. Yuta é seu porto seguro que tem um cheirinho engraçado e apesar de não demonstrar muito o ama demais. Vê-lo tão quebrado partia seu coração.
Viu seu amigo se afastar indo em direção ao sofá, e se permitiu pela primeira vez olhar para outra coisa senão Yuta e então viu o mais velho ainda parado o olhando do lado de fora. Foi em direção a porta e pode ver com clareza seu semblante cansado e até de certa forma... bravo?
Encostou na batente e sussurrou "a gente conversa depois" enquanto ia puxando a porta devagar. Jaehyun acenou com a cabeça de forma calma e deu um sorriso ladino, por mais que o ciúmes já estivesse passado os valores da estratosfera, entedia a situação, Yuta parecia ser alguém importante para outro então deveria ir mesmo. Piscou para Taeyong quando ele estava prestes a fechar a porta e foi então ver seu pequeno que já estava cansado de esperar por seu papai dentro do apartamento.
O próximo destino de Lee era a cozinha, pegou duas canecas e colocou ao lado do fogão, começou a esquentar o leite enquanto pegava o chocolate em pó, a barra de chocolate e alguns marshmallows que sabia que Yuta acharia fofo ao ver. Era possível escutar um choro baixo da cozinha, Taeyong já estava agoniado, faria o mais rápido possível para conseguir ir falar com o mais novo.
Posicionou três marshmallows coloridinhos por cima e então levou as duas canetas até o sofa.
– Aqui, tá bem docinho, do jeito que você gosta!
Para surpresa de Taeyong, a reação de Yuta foi completamente oposta à que ele estava imaginando. O japonês começou a chorar ainda mais ao olhar o copo e tentou dizer em meio aos soluços:
– Os... marsh...mallows ele... ele... ele fazia igual!
Taeyong sentou no sofá ao seu lado, cruzou as pernas e puxou seu amigo para deitar em seu colo, tirou a caneca de sua mão alegando que ele "tomaria depois". Ajeitou o cobertor e iniciou um carinho calmo e afetivo pelos fios descoloridos alheios.
– Conta para mim o que aconteceu, vou fazer de tudo para te ajudar, viu. – o japonês recebeu mais um beijo, dessa vez no cabelo – Quantas coisas nos já não enfrentamos juntos, hum? Nada é mais forte que nós dois, ouviu?
– Eu te amo, sabia? – Yuta proferiu enquanto secava algumas lágrimas,as que ainda insistiam em cair
– Sabia! Nao tem como esquecer, você faz questão de me lembrar a cada 10 minutos. – Yuta riu – Mas eu também te amo, mais que tudo. – enquanto fazia carinho com uma mão, com a outra segurou uma das mãos de Yuta – Quer me contar o que aconteceu?
Yuta respirou fundo
– Sehun terminou comigo. – foram as únicas palavras que saíram de sua boca, cada uma delas o cortou de uma forma fatal, ainda não conseguia admitir para si mesmo.
– Espera aí, Yuta, eu acho que você pulou um pedaço da história... Como assim terminou? Voces estavam juntos?
O japonês fechou os olhos para não ter que encarar Taeyong, queria ter contado antes, queria de verdade. Taeyong é quase uma parte de si, se sentia tão culpado de não ter dividido tal parte da sua vida com o outro e ficava triste apenas de pensar que caso as situações fossem inversas, ele ficaria extremamente chateado.
– Desculpa, Tae... eu... e-eu... e-e-eu – então as lágrimas voltaram – desculpa.
– Oh, meu chorãozinho, não pede desculpas para mim, nada que você tenha feito para mim vai me deixar bravo, pode me contar sem medo, eu estou aqui para te ajudar e não vou sair até ver o sorriso mais bonito desse mundo, – pausou para admirar como Yuta tem o poder de estar lindo todos os segundos da vida dele, até com o rostinho inchado, o nariz vermelhinho e os olhinhos cheios de água, ele continua lindo – que você sabe que é o seu!
Da mesma forma que não queria admitir para nenhum dos seus amigos que estava namorando para não se machucar nesse exato momento, não queria ter que contar como aconteceu o término e se machucar mais ainda. Depois de passar 5 meses ao lado de Sehun, ter que encarar uma realidade onde o outro não se faz mais presente é um tanto quanto doloroso.
– A gente começou a namorar o dia que eu peguei um ônibus de última hora para aquela cidade 5 horas daqui, lembra?
– Que você me obrigou a te levar na rodoviária? Claro que eu lembro! – Taeyong continuava fazendo carinho tanto na mão quanto no cabelo.
– Desculpa não ter te contado, eu sei que era algo importante é se fosse o contrário eu ficaria extremamente chateado com você, desculpa mesmo. – Lee proferiu um "tudo bem" silencioso – Eu acho que eu fui tão egoísta de ficar pensando que ao não contar eu me machucaria menos que eu nem pensei em você, desculpa de verdade.
– Yuta não pede desculpas por isso, era óbvio que tinha alguma coisa entre vocês. – abriu um sorriso ao se lembrar de diversas coisas que aconteceram nesse meio tempo e ficou feliz que o outro estava acompanhado de uma pessoa tão boa – Voce começou a aparecer menos em casa, quando eu digo menos foi quase nada, você continuava vindo todos os dias , mas ficava um pouco menos. Todas as festas que a gente ia você ficava com ele e era perceptível que ele cuidava de você, eu ficava muito feliz na verdade. – secou uma lágrima que acabará de sair dos olhinhos do japonês – Vocês na verdade, eram péssimos escondendo e eu sou lerdo, mas agora que você falou eu vi ele segurando sua mão no campus na frente de todo mundo mais de duas vezes e uma das vezes que eu fui no seu dormitório tinha uma camiseta em cima da sua cama que claramente não era sua e muito menos do Doyoung.
Yuta se permitiu sorrir verdadeiramente pela primeira vez desde de manhã.
– Doyoung já tinha me falado que achava que vocês estavam juntos, mas como 80% das coisas que saem da boca do Doyoung são estranhas eu nem dei atenção. Mas eu fico feliz de verdade que você tenha vindo falar comigo agora, mas quero que saiba que não é mais para guardar só para você. Por mais que eu esteja aqui para todas as vezes que você ficar mal, quero estar aqui para as coisas boas também. Por mais que você tenha entrado na minha vida de uma forma inusitada, não quero que você saia tão cedo e quero compartilhar tudo com você. Você mais que ninguém sabe que você é a pessoa mais importante para mim nunca vai deixar de ser, sou muito feliz por ter você como melhor amigo e eu definitivamente não poderia pedir alguém melhor.
Yuta levantou e abraçou Taeyong, se sentia tão bem, que chegava a ser inexplicável, não havia nada no mundo que trocariam por essa amizade. Se Taeyong tivesse o poder de pegar toda a dor do amigo apenas para ver ele bem novamente, ele não pensaria duas vezes antes de fazer
– Certo, agora me explica como ele terminou com você porque dependendo eu não me importo de ir no inferno buscar esse cara para bater! – ainda abraçava Yuta, ele se arrumou de uma forma que Lee ainda estava sentado e ele com a perna esticada no sofá, com os braços pendurados no pescoço de Taeyong
– Ano passado ele ganhou uma bolsa de estudos lá no Canadá e ele foi pra lá hoje, por isso eu não te contei antes, porque eu sabia que já teria um fim. – Taeyong durante nenhum segundo parou de fazer carinho no outro, queria que ele se sentisse seguro. – Mas eu amo tanto ele, eu... e-eu não... não queria – mais um vez voltará a chorar.
– Calma, calma. Ele vai ficar muito tempo lá? Você tentou conversar como ele para vocês tentarem algo a distância ao algo assim?
– Tentei... Hoje de manhã ele veio se despedir na quadra da faculdade e ele me deixou lá, só que eu não aguentei depois de dois minutos e eu corri atrás dele, porque eu não tava conseguindo acreditar que aquele era nosso último beijo, aí eu fui com ele pro aeroporto, perguntei se ele não queria tentar... Mas ele insistiu em dizer que eu iria encontrar alguém que me fizesse mais feliz e que pudesse me dar mais atenção do que ele de tão longe mas que ele se certificaria de vir me visitar mesmo a gente não estando mais junto.
– Eu imagino como deve estar doendo, mas fica tranquilo, se for para vocês ficarem juntos essa distância não vai impedir, mas também não quero que você fique preso a ele. Olha para você, literalmente a pessoa mais bonita do campus inteiro, pessoas de todos os tipos adorariam tirar uma casquinha de você, aproveita, conheça novas pessoas e quem sabe de uma chance a uma nova. Caso o Sehun seja de fato o amor da sua vida em algum ponto vocês vão se reencontrar, então eu quero ver o sorrisinho do meu melhor amigo de volta. Eu aposto que o Sehun não ficaria nada feliz se te visse desse jeito, então vamos levantar esse astral! – Yuta agora levantou sua cabeça do peitoral de Taeyong e o encarava
– Você acha que eu vou encontrar outra pessoa? – perguntou com os olhinhos ainda tristes
– Não só acho como tenho certeza! Hoje você vai dormir aqui comigo, a gente vai assistir algum filme idiota e se você quiser eu deixo você ser a conchinha menor, mas só dessa vez hein.
Com a última declaração o mais novo se permitiu rir, estava feliz por estar com o melhor amigo e também porque poderia ser a conchinha menor que desde sempre foi o Taeyong.
– Posso só fazer uma pergunta? – Taeyong proferiu depois de algumas horas quando estavam comendo pizza sentados na cama em sua cama, Yuta acenou com a cabeça. – Quem era o passivo?
– Olha, eu digo com toda a propriedade que eu sou ativo em todas as minhas relações, mas era só ele falar um "a" para mim que eu ficava de quatro.
Os dois caíram na risada. Se sentiam envoltos em uma atmosfera muito agradável quando estavam juntos.
Poucas coisas eram certas na cabeça de Taeyong, mas uma delas era que se de fato existirem almas gêmeas, Yuta é a sua.
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