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História Daddy ; jaeyong - Bônus


Escrita por: jyminx

Notas do Autor


esse cap é um bônus, que vai conter os primeiros dias da vida do Mark e os dias de faculdade do Jaehyun, sintam-se a vontade para pular o capitulo se quiserem ou ler apenas um pedaço, pois é apenas um presentinho para vocês, não fará diferença na compreensão da história, espero que vocês leiam :)

ele foi feito para comemorar os 10K lá no wattpad mas não poderia deixar de postar aqui ;)

Capítulo 21 - Bônus


the meaning of love

[ 2015 august, 2 ]

Os primeiros segundos em que Mark estava no colo de Jaehyun, foi uma calmaria, olha-lo de tão perto depois de tantos sentimentos e emoções repentinas parecia tão bom. Mal conseguia assimilar todos os fatos, ou até mesmo que aquela vida que estava em suas mãos, se tratava de seu filho.

Era apenas um jovem de 23 anos, o qual a responsabilidade havia batido em sua porta mais cedo. Não tinha arrependimentos, principalmente após ver o pequeno rostinho do bebê.

Um sentimento completamente desconhecido preencheu seu corpo, um novo tipo de amor havia acabado de ser desbloqueado. Não apenas mudou de fase, mudou de jogo. E por mais que seu coração e todo seu corpo insistissem que não havia mais força para continuar, o jogo já não era mais solo, agora tinha um parceiro e não poderia desistir tão facilmente, era preciso lutar não só por ele, mas pelos dois.

O semblante calmo de Mark enquanto tomava calmamente seu leite, era mais que lindo. Jaehyun apenas gostaria que Seulgi pudesse estar ali ao lado dos dois e poder dividir tais momentos com eles. Ver Jaehyun segurando o Mark pela primeira vez, ela dar de seu próprio leite para Mark ou até mesmo apenas estar ali para segurar a mão de Jung assim como todas as outras vezes e dizer que está tudo bem e que ele estão juntos nessa.

Mas ela não estava ali consigo.

E não estaria nunca mais.

Era algo muito difícil de sequer cogitar aceitar, se questionava se seria capaz de criar sozinho o neném a sua frente. Seria suficiente? Faria um bom trabalho?

Sabia que não estava por completo sozinho, seu pai estava vindo do interior conhecer a criança, Johnny já estava a caminho do hospital e contava com a ajuda de mais diversos amigos tanto seu quanto da Seulgi. Mas apesar de toda a ajuda disponível, sabia que era um trabalho exclusivamente seu.

Torcia para os céus para fazer um bom trabalho e poder fazer Mark feliz.

Antes mesmo de terminar de tomar a pequena quantidade de leite, Mark começou a chorar mas de forma extremamente forte e incessante. A enfermeira que ainda estava no quarto o pegou após um certo tempo para se certificar que não tinha nada de errado com ele.

Ela certificou sua temperatura, olhou cada espacinho do seu corpo e conseguiu sentir com um pouco de dificuldade as pequenas batidas do coração do menor.

– Sr. Jaehyun, você gostaria de testar a "kangaroo care"? – estava enrolando Mark novamente no cobertor.

Jaehyun estava com uma expressão muito mais que apenas confusa, não sabia porquê a mulher havia o chamado de senhor se claramente tinham praticamente a mesma idade e sabia muito menos do que ela estava falando.

– Pai de primeira viagem? – deu uma pequena risadinha enquanto começava a desenrolar Mark novamente. – Senta naquela cadeira ali.

Jaehyun se encontrava no quarto do hospital que era para acomodar ele e Seulgi, em um dos cantado cômodo continha uma grande poltrona extremamente confortável e reclinável a qual Jaehyun estava se dirigindo agora.

– É uma técnica que começou a ser usada nos anos 70, ajuda o bebê a criar o primeiro laço com o pai ou a mãe, além de estabilizar a temperatura corporal, o sono e os batimentos cardíacos. – foi até Jaehyun e lhe entregou um lenço umedecido para limpar suas mãos. – Vocês, ficaram pele com pele pela primeira vez. Senhor, você poderia tirar sua camiseta?

Jaehyun puxou sua camiseta azul bebê por trás, que se encontrava levemente amassanda, fazendo a sair rapidamente e deixando amostra todos os seus músculos. A enfermeira trouxe o bebê que estava apenas de fralda e ainda chorando muito, o colocou deitado no peitoral do mais velho. Disse que voltaria em alguns minutos e logo saiu do quarto.

A primeira impressão foi realmente muito estranha, era completamente diferente de estar o segurando quando coberto completamente. A pele extremante fina do pequeno ainda se encontrava avermelhada e ele continuava a chorar. Jaehyun ajeitou a cabeça do menor em seu peito esquerdo e foi fazendo um carinho de leve nas costas dele. Poucos segundos depois o choro se cessou e um silêncio, agora confortável, se instalou pelo quarto.

Ter aquele corpo tão pequenino em seus braços, significava absolutamente tudo para ele, sentia que estava segurando o mundo inteiro, não podia cometer qualquer deslize e não podia fazer menos do que proteger com todas as forças. Mark parecia um bonequinho, muito pequeno, muito frágil e completamente adorável.

As lágrimas tomaram conta dos olhos de Jaehyun mais uma vez naquela longa noite, mal imaginava que tempos depois quando Mark visse seu pai chorar iria lhe perguntar porque estava chovendo em seus olhos. Tudo até então estava uma completa bagunça, mas se deixou esquecer do que estava para fora daquela porta por alguns segundos e as coisas pareciam certas, ali com seu filho quietinho deitado em seu peito.

Até parecia que estava quieto para tentar escutar os batimentos cardíacos do mais velho, até mesmo como se fosse uma musica que o tranquilizasse, melodia essa que fez com que seus próprios batimentos se normalizassem também.

Ja não estava mais tão vermelhinho, sua temperatura ainda estava levemente alterada mas ainda sim bem melhor. Desde que havia deitado ali, estava em uma luta consigo mesmo para conseguir abrir seus olhinhos mais uma vez, já havia feito contato visual com seu pai mas com os olhos praticamente fechado e por muito pouco tempo. Com muita dificuldade conseguiu abrir seus olhos pela primeira vez por completo e teve a visão perfeita de seu papai pela primeira vez.

Quando Jung viu o que estava acontecendo, não teve como evitar as lágrimas de continuarem a cair, estava extremamente emocionado de estar podendo vivenciando isso, por mais que estado sozinho, era uma emoção impagável que ninguém será capaz de descrever, até porque as coisas perfeitas são aquelas que as pessoas não encontram adjetivos para descrever, porque não é possível sequer se comparar com qualquer outra coisa.

– Prometo dar o melhor de mim viu! – agora passava a mão pelos poucos fios de cabelo da criança. – Sei que vai ser um desafio para nós dois, mas eu acredito que vai dar certo! Papai já te ama muito, amo mais que tudo.

Continuava olhando para os pequenos olhinhos que estavam fixados em si, eles possuíam um brilho característico, algo completamente encantador. Cada segundo que passava Jaehyun ficava cada vez mais apaixonado por cada detalhe de seu filho, mal percebeu quando a enfermeira já estava de volta no quarto e se encontrava tirando uma foto dos dois naquela maneira. Foto essa que se encontra no criado mudo de Jaehyun, ao lado de sua cama, hoje em dia.

A enfermeira precisou pegar Mark novamente para levar para incubadora, seu pouco tempo com ele havia se acabado, mas mesmo assim não tinha planos de sair dali, mesmo que apenas para observa-lo de longe.

O último capitulo acabou com uma perda, mas um novo se iniciava com um presente enviado dos céus.

Após aquela noite, amor ganhou um novo significado.

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father's lesson

[ 2015 august, 6 ]

Os últimos 5 dias haviam sido com certeza uma mistura de todos os sentimentos, chegava a ser trágico como o dia 2 havia sido ao mesmo tempo o melhor e o pior dia da sua vida.

O funeral de Seulgi foi logo no dia seguinte, graças ao pai de Jaehyun. O menino não conseguia fazer mais nada do que ficar no quarto do hospital esperando poder ver seu filho, parecia que o restante de força que tinha havia ficado reservada apenas para segurar o recém nascido de dois quilos e meio. Derrubara tantas lágrimas naquela madrugada que quando foi fazer seu discurso não conseguiu derramar nenhuma, coisa que não se manteve por muito tempo pois assim que todas as pessoas próximas dela vieram lhe abraçar ele so se sentia mais culpado, se ela não tivesse engravidado, ela não teria falecido.

Se culpava a cada segundo por ter acabado dessa forma, porque o mundo tinha que ser tão cruel e tirá-la dele de forma tão dolorosa. Sabia que não era culpa de Mark, nunca o culpou e muito menos o olhou com desgosto como se ele houvesse uma parcela da culpa, ele era seu único refúgio, era o último presente que Seulgi havia deixado para si. Não conseguia se olhar no espelho sem se enxergar como o vilao de uma história que poderia ter acabado com um belo final feliz, não queria que aquelas pessoas tivessem sido tão compreensivas consigo, não queria ter recebido aqueles abraços e aquelas palavras tão cheias de compaixão e carinho. Não entendia como as pessoas não estavam gritando consigo, talvez quisesse que estivessem para não se sentir tão mal.

Até os pais de Seulgi, que deveriam ser os mais bravos, na cabeça de Jaehyun, nao saíram nem por um segundo do lado dele o dando suporte e dizendo que fariam qualquer coisa que fosse preciso para ajudá-lo.

Recebia visitas a todo momento no hospital, ganhou diversos pacotes de fralda, varias roupinhas e diferentes sapatos. Recebeu tantos bichinhos de pelúcia que quando Johnny ia tirá-los do quarto para levar para o apartamento tinha que fazer de 2 a 3 viagens.

Em falar em Johnny, ele estava sendo um anjo pra Jaehyun, ficava o máximo que conseguia lá com ele e permanecia lá sozinho por um tempo enquanto o Jaehyun voltava para o apartamento apenas pra tomar banho e trocar de roupa, ele não estava comendo direito e isso deixava Johnny frustrado, levava todos os dias as comidas favoritas do mais velho, mas nada parecia dar apetite para ele, não o via mais sorrindo ou animado com qualquer coisa como costumava ver todos os dias na faculdade. Os únicos momentos do dia que Jaehyun parecia um pouco melhor era quando tinha seu pequeno menino em seus braços, aquilo parecia lhe dar de certa forma energia, de vez em quando escapava alguns sorrisos quando Mark fazia um sonzinho engraçado ou fazia uma careta diferente. Pareceste brincadeira, mas era como se Mark soubesse de tudo que estava acontecendo e se esforçava para não dar tanto trabalho ao seu pai que agora estava em um momento frágil, apenas se esforçado para o deixar feliz.

Johnny fez questão de tirar todas as coisas do apartamento de Jaehyun que o fizessem lembrar de Seulgi apenas para não ficar se lembrando com mais frequência quando voltasse para casa, caso ele quisesse aqueles objetos de volta quando estivesse melhor, não pensaria duas vezes antes de devolver.

– Vamos Jaehyun, o que você acha de tirar a aliança, pelo menos por um tempinho... – estava agachado ao lado da cadeira em que Jung estava sentado, segurava suas mãos e o objeto parecia apenas brilhar mais após falar dele.

– Johnny, eu não posso... – olhou pela janela para não ter que encarar seu melhor amigo, sabia que ele estava fazendo aquilo apenas pra ajudá-lo mas era muito difícil. – E-eu não consigo... – agora olhava para Johnny, tão profundamente que o mais novo foi capaz de sentir a dor nos olhos alheios. – Foi com esse anel que eu fiz a promessa de cuidar dela e ficar ao lado dela até o final, mas agora com Mark é como se a promessa tivesse se estendido a ele também, eu não posso tirar, eu ficaria me sentindo como se eu estivesse traindo a confiança que ela depositou em mim e acima de tudo quebrando a promessa de proteger Mark, Johnny, eu não posso.

Os olhos de Jaehyun já estavam cheios de lágrimas mais uma vez, o mais novo se levantou para abraçá-lo. Entendia o que ele quis dizer e não continuou a insistir para que ele a tirasse.

– Quando a gente vai poder ver o pequeno? – Johnny agora se levantou e foi em direção as cortinas para terminar de abri-las, queria deixar o quarto mais iluminado possível para que o ânimo de Jaehyun não fosse caindo mais rápido com a presença das cores escuras e tristes.

– A enfermeira já deve estar trazendo, está na hora dele comer!

Foi em direção a torneira que tinha no quarto, lavou suas mãos para poder pegar o pequeno, havia o visto de manhã mas já estava morrendo de saudades. Se apegou muito rápido, se pudesse ficaria a todo instante grudado nele.

– Como está a construção?

– Do prédio ou da clínica? – estava concentrado em colocar um pouco de água em um copo e fazer com que Jaehyun a bebesse.

– Da clínica né bobão, por que eu perguntaria sobre o prédio do meu pai para você? – riu pela primeira vez naquele dia.

– Para sua informação, ontem quando você foi para o apartamento eu bati o maior papo com seu pai, okay? Já somos super amigos! – estendeu o copo na direção de Jaehyun que negou com a cabeça. – Vamos é só água, um pouquinho...

Depois de alguns segundos tendo aquele copo a poucos centímetros de seu rosto, Jaehyun o segurou e foi tomando aos poucos, simplesmente não sentia mais fome ou vontade de comer nada.

– A construção está indo bem, já está entrando na reta final. Eu entrei em contato com os fornecedores e ele já vão começar a trazer os produtos. Quando você ver, você vai ficar muito feliz, está ficando muito lindo. – o sorriso no rosto de Johnny não poderia ser mais sincero, estava vendo o seu sonho e o de seu melhor amigo começar a se tornar realidade.

– Eu imagino que esteja, só as fotos que você me mandou já deu para ter uma ideia. Quando colocarem a vitrine, vai parecer que as coisas estão todas no lugar certo, a inauguração mesmo sendo daqui a alguns meses, vai ser incrível!

– Vai sim! Eu estava falando com a...

No mesmo instante, o pai de Jaehyun abriu a porta do quarto e a cruzou segurando seu neto.

– Olha o presentinho que o vovô trouxe! – Sr Jung, agora com seus 50 anos estava com seu maior sorriso enquanto o segurava. Fazia uma dancinha engraçada para entreter a criança.

O pai de Jaehyun foi para Seoul assim que escutou que seu netinho tinha nascido, já estava planejando ir para lá quando ele nascesse e aproveitaria para cuidar das construções de seus prédios mas não esperava que fosse acontecer tão rápido. Ele era outra peça extremamente importante na vida de Jaehyun naquele momento.

– Oi pai! Você pegou ele quando?

Johnny estava encantado com cena na sua frente por mais que já tivesse visto o Sr Jung segurando a criança, parecia que iria morrer de amores toda vez que via Mark, quando Jaehyun disse que seria padrinho dois dias atrás só faltou ter uma parada cardíaca, foi um dos momentos mais felizes da sua vida.

– Acabaram de me entregar, acho que me reconheceram por causa dos últimos dias, mas olha ele que bonitinho. – inclinou a criança que estava enrolada como sempre para que pudessem vê-lo. – Tudo bem que 90% do tempo ele está dormindo, mas não deixa de ser a coisa mais fofa do vovô!

– Johnny você tá' chorando? – Jaehyun perguntou não crendo no que estava vendo.

– Ele é muito bonitinho, eu não aguento! – disse quase que indignado.

Jaehyun levantou e começou a preparar a mamadeira com o leite, pra dar ao seu pequeno menino. Era extremamente grato por possuir tantas pessoas incríveis ao seu lado e que faziam aquilo porque se sentem bem e não por simplesmente obrigação ao algo do tipo.

Seu pai pareci ter acabado de receber o prêmio mais valioso do mundo quando viu Mark pela primeira vez, quando Seulgi estava grávida ele ficava falando que estava novo demais para ver avô, mas assim que viu a criança não conseguia proferir uma frase sem dizer "do vovô" no meio, aquilo aquecia o coração de Jaehyun de um modo inacreditável.

Johnny nem se fala, ficou 15 minutos chorando de soluçar falando como a boquinha do Mark era preciosa e muito fofinha, Jaehyun já estava planejando que o padrinho da criança fosse o Johnny, não existia pessoa melhor para o cargo mas quando ele escutou que seria parecia que nunca tinha cogitado essa opção mas disse "sim" até que Jaehyun o ameaçou dizendo que caso ele falasse mais uma vez ele o daria um soco.

– Está na hora de almoçar neném, vem pro papai – estendeu os braços para que seu pai lhe entregasse a criança, a ajeitou em seus braços e quando colocou a mamadeira na boca de Mark, ele abriu levemente seus olhos olhando pela primeira vez para seu pai naquele dia, iscou seus olhinhos 3 vezes como se estivesse feliz em vê-lo

– Jae, eu fiquei de passar na casa da Yuqi, mas mais tarde eu te ligo ok? – passou a mão de forma carinhosa tanto no cabelo de Jaehyun quando na cabeça de Mark. – Sr Jung, é sempre um prazer vê-lo! – se abaixou em forma de respeito e logo saiu do quarto

– Filho, eu estava vendo com o arquiteto e eu passei seu número, eu sei que sua cabeça está a um milhão, mas ele vai te ligar para vocês conversarem como você quer que construa seu apartamento, ele é super criativo e eu tenho certeza que ele vai desenhar algo muito legal para o quartinho do Mark. – enquanto Jaehyun estava concentrado em alimentar o pequeno o mais velho estava arrumando o quarto e colocando os pertences de Jaehyun em uma mochila.

– Obrigado de verdade pai, eu não sei o que seria de mim sem você, você tem feito tantas coisas para mim esses dias que eu espero um dia ser capaz de retribuir! – desviou o olhar da criança e o dirigiu ao seu pai, era um olhar sincero e repleto de amor e gratidão.

O Sr. Jung se sentou de frente para seu filho e respirou fundo.

– Jaehyun, agora que você se tornou um pai você vai entender que apesar de todo o estresse, de todo o trabalho e de toda cansaço, você só faz as coisas porque você ama, não existe outro motivo, a gente não precisa que o filho retribua absolutamente nada, sua felicidade é recompensa suficiente e eu quero que você tenha isso em mente. Eu sei que eu não fui o melhor pai do mundo, dei meu máximo mas eu tenho meus defeitos, entretanto acho que eu te ensinei o suficiente para você ser para o Mark! Sei que você vai fazer um ótimo trabalho! – deu duas batidinhas na perna do filho e abriu um lindo sorriso. – Você era igualzinho quando nasceu, eu fiquei até impressionado quando eu vi pela primeira vez, mas ele é mais bonito! – riu.

Jaehyun se permitiu sorrir de volta, aquelas palavras haviam o passado uma confiança gigantesca, seu pai era uma de suas inspirações, esperava conseguir ser tão bom assim para o pequeno.

– Eu te amo tanto pai! Obrigada, por tudo!

Mark terminou de tomar seu leite e tossiu de leve, fazendo com que Jaehyun se assustasse, o colocou de pé e o encostou em seu ombro para que pudesse dar pequenas batidinhas em suas costas.

– Preciso passar na construtora antes de voltar para casa, você precisa de mais alguma coisa filho? – se levantou e passou as mãos pela roupa pra desamassar – A enfermeira disse que você já pode levá-lo para casa, tá liberado!

– Pera aí, eu vou ficar com ele sozinho? Pai o que eu faço? Não sei se eu aprendi o suficiente? – ainda com a criança em seu ombro o semblante de Jaehyun era mais do que apavorado, estava prestes a surtar.

– Calma, vai dar tudo certo, eu tenho certeza! Você vai aprendendo as coisas que você não sabe ainda com o tempo, faz parte! – passou pela porta – Não esquece que se colocar a mamadeira no microondas, explode!

– O que!?

Ótimo. Estava sozinho com um bebê de 4 dias, o que poderia dar errado?

– Mark, o papai vai terminar de arrumar as coisas e a gente já vai para casa okay? – disse colocando Mark deitado na cama.

A enfermeira entrou no quarto e o entregou a cartela de vacinas e o explicou quais seriam as próximas e a importância de carregar todos os documentos da criança sempre que saísse com ele, falou como não poderia sair nos primeiros dias e deu alguns detalhes médicos sobre a condição de Mark. Jaehyun a agradeceu por toda a ajuda que ela tinha o dado nos últimos dias e disse que se certificaria de pedir ajuda dela as próximas vezes que precisasse ir para lá.

Colocou a mochila nas costas e colocou seu filho em uma posição confortável em seu colo, estavam indo para casa, finalmente.

Não que Jaehyun estivesse de fato contente com isso, a propósito, no hospital Mark ficava consigo apenas algumas horas e tinha o auxílio de varias enfermeiras que iam lhe dando dicas e caso acontecesse algo poderia as chamá-las, se ele pudesse ele passaria mais algumas semanas no hospital.

Chegando em seu carro, a cadeirinha já estava posicionada no banco de trás da maneira correta, graças ao seu pai. Colocou a criança sentadinha cuidadosamente e estava até estranhando o quanto estava quieta nos últimos minutos. Resolveu avisar Johnny que já estava indo para o apartamento.

Colocou a mão no bolso mas não sentiu seu celular, passou a mão no outro mesma coisa, apalpou o restante do corpo como se houvesse a possibilidade de estar em outro lugar. Suspirou cansado.

– Não acredito que eu esqueci o celular lá dentro. – agradeceu aos deuses por ter percebido antes de chegar no apartamento – Será que se eu deixar ele aqui, ele morre asfixiado? – se perguntou olhando para o filho que dormia serenamente. – Para de ser idiota Jaehyun, é claro que não, mas e se ele começar a chorar e eu não estiver perto para pegar ele? – pensou mais um pouco. – Ótimo! Não faz nem 5 dias e eu já estou falando sozinho e na terceira pessoa. – pegou o filho no colo e voltou correndo para pegar seu celular.

A ida para o apartamento poderia ter sido extremamente tranquila se Mark não tivesse passado o caminho inteiro chorando depois de um carro buzinar ao lado de Jaehyun. O mais velho já estava perdendo parcialmente a audição de um de seus ouvidos quando finalmente conseguiu estacionar e sair do carro praticamente voando para pegar a criança no colo. Ficou no estacionamento por mais 10 minutos enquanto colocava Mark para dormir em seu próprio peito, quando finalmente conseguiu subiu para o apartamento sem sequer pegar seus pertences dentro do carro, não queria dar chance ao azar e fazer com que o menor acordasse mais uma vez.

Assim que cruzou a porta uma onda de paz preencheu seu peito, apesar da ideia de ter voltado para casa com um filho ser muito assustadora, não deixava de ser de certa forma tranquilizante estar em casa.

Agora era apenas ele e Mark contra o mundo inteiro.

Levou a criança até o berço o qual era todo branquinho com alguns detalhes em roxo. Se lembrou quando saiu para comprar com Seulgi e ambos pareciam ter encontrado ao mesmo tempo aquele objeto e tinham certeza que era aquele deviam levar. Mark parecia confortável nele, Jaehyun estava feliz em apenas ver seu pequeno dormindo.

Colocou um bichinho de pelúcia dos que havia ganhado de presente e colocou dentro do berço junto à Mark, para que não se sentisse sozinho. Tirou uma foto, para que para sempre pudesse ter esse primeiro momento sozinhos guardado. O nervosismo de Jaehyun mas a calmaria de Mark pareciam se completar e se anular. Mark havia vindo ao mundo com intuito de trazer tudo aquilo que faltava em Jaehyun, ele mudaria a vida por completo de seu pai, mas com certeza para melhor.

Foi rapidamente para cozinha esquentar o leite do filho pois sabia que logo mais ele iria acordar com a barriguinha implorando por comida, ligou o fogão e colocou o leite especial dentro de um recipiente para que pudesse o aquecer.

Jaehyun achava que naquele momento ele era o único pai que havia ficado nervosos e frustrado, entretanto ser pai de primeira viagem tem essa característica, não fazer ideia do que está fazendo mas continuar tentando até encontrar os melhores meios para se lidar com a situação. Todos os pais passaram por isso em algum momento, um leve desespero por ter uma vida em suas mãos e nada mais a partir daquele momento importar mais do que isso.

Nao havia passado nem 5 minutos e Mark já estava chorando lá dentro do quarto.

– Mark, o papai ainda não aprendeu a se multiplicar, espera só um segundinho, eu já vou! – desligou o fogão e já corria para pega-lo no quarto.

Para o novo capítulo que estava se iniciando, Jaehyun iria precisar de muita calma e paciência mas com certeza seria o mais feliz de sua vida. A propósito ser pai nada mais é que entregar todo seu coração de diversas maneiras apenas em troca de receber o mais lindo dos sorrisos.

Ser pai, é ser amor.

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young forever

– FINALMENTE, NOSSO PESADELO ACABOU! – Johnny gritou ao sair da sala de aula após o sinal tocar, havia recebido suas notas da semana de provas, conferindo que não havia pego nenhuma recuperação, ou seja, estava oficialmente de férias, sem provas, sem aulas chatas, sem todo aquele desespero e correria.

– Johnny! Não grita. – Jaehyun o seguia de cabeça baixa, vendo que todos no corredor os encaravam devido a empolgação de Johnny.

– Jae, acabou! Você tem noção de que estamos de férias? Eu vou ficar semanas sem ter que olhar na cara da senhora Shin! Ah, isso parece bom demais para ser verdade... – E assim, seguiram pelo corredor, onde Johnny fazia danças estranhas e animadas, e Jaehyun o seguia um pouco afastado, tentando a todo custo fingir que não conhecia o Seo, mas a expressão constrangida não negava, e não que Seo não fizesse questão de gritar "Jaehyun" em todas as suas frases.

Já dentro do dormitório, Johnny já planejava tudo o que fariam, mal deixando que Jaehyun pudesse dizer algo, já havia planejado a primeira semana de férias, onde de acordo com Johnny, iriam em todas as festas, todos os bares e qualquer lugar com pessoas e muitas bebidas. Jaehyun ao menos tentou contestar, apenas ficou em sua cama, olhando o amigo com certo desdém enquanto comia alguns salgadinhos e mexia em seu Twitter, não que tivesse algo de muito interessante lá, mas talvez fosse melhor do que ouvir Johnny Seo falar sobre festas.

– Certo, mas como vamos nesta festa? Eu nem conheço esse cara! – Se referiam a Jackson Wang, o capitão do time de vôlei, o intercambista mais bonito (como as garotas diziam) e além de ser o cara mais popular, dava as melhores festas.

– Enquanto você lia seus livros, jogava seus jogos, saia do quarto somente para ir as aulas, eu, Johnny, fiz meus contatos... E a gente está definitivamente convidado para essa festa, Jae!

Não teria escapatória, Jaehyun teria de ir a aquela festa. Certo, Jaehyun não era um completo introvertido, mesmo que não tivesse lá tantas amizades, ainda sim era um garoto carismático e era difícil encontrar alguém que não se encantasse pelo mesmo, afinal, era um ótimo aluno, gentil, sempre disposto a ajudar, era o tipo de pessoa que você sonha em ter em seu grupo de TCC, mas talvez não levasse jeito para ser aquele cara popular dos times que saiam para festas todos os fins de semana, mas depois de muito pensar, uma festinha não o faria mal, afinal, depois de madrugadas em claro, havia tirado notas ótimas em todas as provas e seu trabalho conclusivo havia ficado incrível, talvez merecesse um pouco de "diversão jovem".

Depois de muita ter que ouvir Johnny, pularam para a próxima etapa, se arrumar, Johnny sempre teve um ótimo gosto para moda então confiava no amigo para que o mesmo o vestisse, então quando Seo checou a temperatura que estaria durante a noite, começou a escolher o que o outro iria vestir, e agradecia por ambos terem quase a mesma altura, então em qualquer caso dividiam roupas, na verdade aquilo acontecia com grande frequência, sempre que Johnny procurava por algum pijama, lá estava Jaehyun dormindo tranquilamente no aconchego do seu pijama macio de patinhos.

Jaehyun trocava mensagens com o pai, contando sobre as provas e de como suas notas iam bem, deixando o pai mais orgulhoso ainda, afinal, Jaehyun nunca foi de dar problemas e sempre tirava boas notas, seu único problema é que talvez Jaehyun fosse um pouco certinho demais, então apenas desejava que Johnny tomasse conta do resto, mas quando soube que o colega de quarto levaria seu filho para um festa, um alívio tomou seu peito, até onde sabia, Jaehyun podia ser virgem ainda.

– Certo, vem cá! – Johnny puxou Jaehyun, o fazendo ficar em pé e logo o entregando as peças de roupa – Veste isso!

Jaehyun não contestou e caminhou até o banheiro do quarto, não eram todos os quartos que disponibilizavam seu próprio banheiro, havia um banheiro coletivo, um para homens e outro para mulheres, onde se usava de acordo com o que você se enxergava, mas o pai de Jaehyun optou por colocá-lo num quarto mais confortável, mesmo que isso significasse pagar mais, e Jaehyun adorou a ideia, até porque tomar banho com várias pessoas ainda era uma ideia um tanto desconfortável, então era grato por isso, mesmo que o banheiro não fosse um dos melhores, mas era bom o suficiente. Adentrou ao banheiro e tomou um banho rápido, logo vestindo as roupas entregues pelo amigo, fez questão de passar muito perfume e até mesmo um creme hidratante, mas antes que pudesse cogitar a ideia de arrumar os fios com o gel costumeiro, o banheiro foi invadido por Seo.

– Hoje eu arrumo seu cabelo, nada de gel, não toca nesse cabelo! – Arrastou o mais novo para fora do banheiro.

– Você não sabe arrumar meu cabelo, deixa que eu faço isso, ele organizado é bem melhor... – Encarou o melhor amigo.

– Shhh.... – Colocou o dedo indicador sobre os lábios rosados do mais novo – Confie em mim, okay?

Jaehyun sentou-se e fechou os olhos, deixando que Johnny se divertisse na tarefa de o arrumar, as vezes sentia-se como um bonequinha que Johnny arrumava, vestia e cuidava, mas até que gostava, poupava muito trabalho, sentia-se frequentemente mimado pelo amigo. Manteve os olhos fechados a todo momento, mas pode sentir o pente arrumar seus fios, os sprays com cheirinho de morango e alguma coisa no canto de seu cabelo que parecia o segurar bem mas não sabia exatamente o que era, mas quando abriu os olhos em frente ao espelho, pode notar que tratavam-se de algumas presilhas com algumas pedras em tons pastéis, haviam 4, duas cruzadas formavam um "x" e as outras duas estavam apenas retas, nunca havia experimentado usar esse tipo de acessório mas havia gostado, o deixava mais delicado, e não que isso fosse um problema para si, de fato não era.

– Até que ficou bonitinho... – Sorriu para seu reflexo enquanto Johnny bagunçava a franja solta, o deixando com um ar mais descontraído, o qual não era acostumado a ver, já que realmente mantinha os fios sempre arrumados, até mesmo a sua roupa estava mais jovial do que os costumeiro, mesmo que as vezes perdesse o horário e não tivesse muito tempo para grandes produções, a maioria de suas roupas seguiam uma espécie de padrão, mas naquele momento, Jaehyun vestia uma regata branca larga, um jeans skinny preto com rasgos no joelho e uma corrente presa nos passadores da calça.

– Eu sei, agora vou tomar banho, pode colocar algum acessório se quiser, ou se maquiar... Só não acaba com meu trabalho! – Fuzilou Jaehyun com o olhar e adentrou ao banheiro.

O mais novo ainda se admirava no espelho, então aproveitou ter liberdade e começou a escolher seus acessórios, acabou optando por poucos anéis de prata e uma gargantilha preta, a maquiagem era simples, apenas um pouco de base para esconder as olheiras da semana de provas, e por fim, calçou os sapatos por cima das meias do batman, quem o visse por fora, nem imaginária a coleção de meias infantis que Jaehyun possuía, até então, somente Johnny sabia da coleção que o mesmo possuía.

Johnny não demorou em se arrumar, conseguia se arrumar pela metade do tempo que gastava com Jaehyun, mas mesmo assim, ainda gostava, afinal, tinha um bom gosto e o compartilharia com os outros. Johnny vestia uma skinny preta, parecida com a do melhor amigo mas sem os rasgos, uma camisa de botões um pouco aberta, proporcionando uma completa visão de suas clavículas, optou por uma maquiagem básica mas fez questão de escurecer os olhos de forma que o agradava.

– Qual a sensação de ser meu amigo e poder me olhar todo dia, qual é? Eu sou tão bonito, deve ser ótimo poder me apreciar a qualquer momento! – Johnny dividia a atenção entre o espelho e o melhor amigo, que o encava de forma engraçada – Eu não gosto de homens mas caraca, eu me namoraria!

– Cala boca! – Saiu do quarto, vendo Johnny o seguir.

Caminharam até o estacionamento, encontrando a "lata velha" de Johnny, como Jaehyun costumava a chamar, o carro era um modelo antigo e havia sido vendido por um preço estranhamente baixo, mesmo sendo um clássico, mas o mesmo era totalmente velho e como Johnny ainda não tinha dinheiro o suficiente para reformar o carro, o mesmo era realmente muito velho então as vezes perdiam tempo apenas para que o mesmo ligasse.

– Melhor você rezar antes de entrar! – Jaehyun zombou, sabia que o amigo tratava o carro como uma espécie de filho.

– Vai se foder! – Adentrou ao carro e fez uma pequena oração, logo ligando o mesmo na primeira tentativa – Forças supremas nos querem naquela festa, Jung!

Já dentro do carro, em direção à festa, Jaehyun usava seu celular para tocar uma música pop que fazia sucesso no momento, já que o carro de Johnny ainda não tinha rádio, então restava somente os celulares se quisessem ouvir música, e como estavam indo para uma festa, começavam o aquecimento ali mesmo, cantando alto enquanto as pessoas os olhavam, talvez pelo barulho excessivo ou somente pelo carro ser um clássico, mas não se importavam, apenas gritavam alto cada palavra da música.

Ao chegarem na festa, puderam ter a total visão da grande e luxuosa casa de Jackson Wang, a mesma tinha diversas paredes de vidro, então era possível ver dentro da casa mesmo que da rua, e principalmente ver o quão lotada a mesma estava, a mesma tinha um jardim bonito e bem cuidado e a porta era bem maior que as de costume. Haviam diversos carros na rua, todos pertenciam aos convidados da grande festa, algumas pessoas ficavam ao lado de fora, a maioria em casais querendo um lugar mais silencioso, mas de fora já era nítido que a casa estava cheia, era audível a música alta, as pessoas falando, gritando ou rindo, quase acharam que não iriam ouvir quando tocaram a campainha, mas para a sorte e surpresa de Johnny e Jaehyun, foi Jackson quem foi os receber.

– Seo! – O puxou para um abraço apertado, retribuído por Johnny e estranhado por Jaehyun, que não fazia ideia de que os mesmos tinham tanta intimidade assim – E você deve ser o... Jae...

– Jaehyun! – Sorriu de forma tímida, cumprimentando o chinês.

– Jackson, um prazer! – O loiro sorriu, não que Jaehyun tivesse alguma ideia de como era a personalidade do chinês, mas ali de perto, Jackson parecia tão amigável e gentil, a simples presença do mesmo já fazia com que Jaehyun quisesse sorrir, então não lhe restou dúvida do porquê Jackson era tão popular, alguns segundos perto do mesmo já o animava, era fascinante – Venham, vão entrando, fiquem a vontade!

E aquela foi a última frase que Jaehyun pode ouvir com mais clareza e a última vez que veria Jackson durante a noite, logo já estava dentro de toda aquela algazarra, sentindo corpos roçando contra o seu na tentativa de somente conseguir andar. Jaehyun respirou fundo e apenas continuou a seguir Johnny para onde quer que o mais velho estivesse indo.

– Esse aqui é o Lucas! – Johnny gritou na tentativa de apresentar o amigo a Jaehyun, que pediu para o amigo repetir algumas vezes somente para que entendesse o que o mesmo dizia. Jaehyun pode notar que o garoto mesmo que asiático, não era coreano, mas não deu muito importância, havia prestado mais atenção em como o outro parecia tão mais animado do que todos ali.

– É um prazer! – Sorriu, erguendo a mão, ato totalmente ignorado por Lucas, que apenas o puxou para junto de si, o abraçando de forma meio desajeitada e logo iniciando uma conversa onde Jaehyun não pode entender uma palavra sequer, tanto pelo barulho, tanto pela forma embolada que o mesmo falava e principalmente por notar que o garoto ao menos falava alguma língua que realmente entendesse, afinal, após alguns minutos notou que o mesmo estava falando em chinês, e Jaehyun não era o melhor na língua, apenas sabia palavras básicas como "olá", "tchau", "obrigada" e coisas do tipo.

– Você veio sozinho? – Johnny tentava comunicar-se com Lucas, e quando Jaehyun o olhou, pode ver que o mesmo segurava um copo colorido mas não fazia ideia de como o amigo havia arranjado aquilo.

– Não, vim com uma amiga da minha sala! E ela trouxe um cara aí! – Deu de ombros, voltando a dançar de forma desajustada enquanto gritava coisas totalmente desconexas.

– Você quer? – Johnny aproximou-se, segurando o copo colorido.

– Eu não tenho nada a perder, não é? – Deu de ombros e pegou um copo, tomando a bebida até então desconhecida, apenas a sentiu descer quente enquanto um gosto de álcool forte junto à algo doce tomava conta de sua boca. Não era exatamente ruim, mas era totalmente diferente do que era acostumado, não que nunca tivesse bebido, mas sempre optava por beber as mesmas coisas, quase sempre mais fracas e mais doces, mas até que havia gostado da bebida "misteriosa", então continuou a bebendo enquanto Johnny o encarava, rindo das expressões do amigo, que se alternavam em uma expressão de prazer e caretas.

Os amigos de Lucas não demoraram em chegar, tratavam-se de Irene e Suho, Irene cursava economia junto com o chinês, a mesma era conhecida tanto por ser inteligente quanto por ser muito bonita, Jaehyun nunca havia conversado com a mesma mas tinha um certo receio, devido a mesma ter uma aparência séria e rigorosa, já Suho era um garoto que cursava pedagogia, o garoto sempre andava por aí sorrindo e usando roupas em tons pastéis, e por mais que Jaehyun estivesse levemente alterado, lembranças o atingiram, fazendo seu coração acelerar.

Não podia ter certeza, mas mesmo que Irene e Suho estivessem agindo de forma tranquila, conversando e rindo como todos ali, Jaehyun não pode deixar de notar que frequentemente sentia o olhar de Irene sobre si, o causando certo desespero, afinal, aquilo só fazia com que sua mente gritasse "ELA SABE". Vez ou outra seu olhar se esbarrava ao de Suho, o deixando ainda mais nervoso.

– Eu vou lá buscar uma bebida... – Esforçou-se para não gaguejar na tentativa de avisar Johnny, fugindo antes que o amigo pudesse dizer algo.

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Jaehyun estava tão animado, aquela seria a primeira vez que participaria de um serviço comunitário, e isso o deixava tão empolgado. Naquela tarde, frequentaria uma ONG que ajudava crianças (na maioria com deficiências), o projeto inicialmente só envolveria a turma de pedagogia, mas após algumas pesquisas, acharam que seria melhor que alguns animais participassem do projeto, tanto para divertir quanto para acalmar as crianças, então a turma de medicina veterinária havia sido chamada para participar, mais como uma espécie de supervisão (mesmo que fosse pedido um relatório sobre o comportamento humano e animal com base na tarde onde o projeto ocorreria) e Jaehyun foi um dos poucos escolhidos devido às suas notas.

Haviam alertado sobre vestir roupas casuais, ou seja, nada de jalecos ou algo do tipo, então Jaehyun apenas vestia suas roupas corriqueiras. Ao chegar no evento, seguiu Nana, uma garota dois anos mais velha que era sua colega de classe, a mesma já entendia mais sobre o projeto então a todo momento auxiliava Jaehyun e o dizia o que era melhor.

– Noona, e se eles fizeram xixi lá nas crianças? – Referiu-se aos cachorrinhos.

– No caso, vão mandar a gente limpar! – Riu, pegando alguns pequenos filhotes no colo – Vamos!

– Eu não quero ter que limpar! – Fez uma careta e pegou alguns filhotes, seguindo Nana.

E assim caminharam até uma área ao ar livre onde as crianças passavam o tempo, a mesma não era tão grande mas era o suficiente, e alguns poucos cachorrinhos não atrapalhariam, então logo a equipe veterinária já soltava os bichinhos pelo gramado, onde os mesmos corriam animados, pulando e brincando com as crianças, que até então os aceitava bem. Mesmo que a cena das crianças mantendo contato e interagindo com as crianças fosse uma das coisas mais adoráveis que Jung pudesse presenciar, algo lhe prendia a atenção, algo não, alguém, um rapaz de fios castanho com um sorriso calmo e radiante, o mesmo vestia roupas em tons rosas pastéis e conversava com algumas crianças, sendo o mais cuidado e carinho possível, e mesmo que Jaehyun não estivesse lá para ouvir o que o mesmo falava, pode ter certeza de que o mesmo estava sendo o mais gentil e calmo possível.

Era realmente difícil prestar atenção nos cachorros e no rapaz de rosa ao mesmo tempo, mas Jaehyun sentia-se preso, a cada pequena ação, cada pequeno detalhe, e até mesmo quando viu o jovem sair chorando, o que imediatamente fez seu coração pesar.

– Certo, se eu sair rapidinho, nem vão notar, não é? – Esperou pelo momento exato onde Nana havia se distraído e então correu até o banheiro, onde viu que o garoto de rosa havia entrado.

Seu coração bateu forte quando viu o mesmo sentado num canto chorando como um bebê, então ousou aproximar-se e sentar ao lado do mesmo.

– Você está bem? – Perguntou de forma delicada, tentando estabelecer contato visual com o mesmo, logo o vendo negar enquanto soltava um soluço – Quer me contar o que houve?

– As crianças, elas são tão puras, tão inocentes e elas não merecem isso! – Tentava desesperadamente secar o rosto molhado pelas lágrimas – Nós viemos ver elas apenas para aprender mais sobre métodos de educação com crianças como elas, mas aqui, agora, com elas... Como algo assim pode acontecer com pessoas tão puras e inocentes?

Jaehyun entendia, pode ver muitas crianças com grande dificuldades tentando apenas manter contato com algum dos filhotes e aquilo era emocionante, não pode evitar de sentir uma dor forte em seu coração.

– Olha, vocês estão aqui para ajudar elas, não? Para fazer do mundo um lugar melhor para tantas outras crianças com elas, vocês estão aqui para assegurar que elas tenham as mesmas oportunidades como qualquer outro! – Tentou acalmar o garoto, vendo o mesmo fungar e concordar.

– Você tem razão... – Secou os olhos novamente, podendo esboçar um sorriso, momentos como aquele apenas reforçavam o quanto era apaixonado pelo que cursava – Eu me chamo Suho...

– Jaehyun!

E assim perderam longos minutos com conversas intensas sobre mudar o mundo e o fazer um lugar melhor que logo já estavam se beijando, era ridícula a forma como escondiam-se numa cabine apertada para duas pessoas, mas apenas para que conseguissem se beijar. Jaehyun sentava-se sobre a tampa do vaso sanitário, tendo Suho em seu colo enquanto segurava com firmeza a cintura do mesmo, a acariciando delicadamente enquanto o beijava de forma calma.

Durante aquela tarde, trocaram olhares e até mesmo beijaram-se antes de cada um ir para seu lado no dormitório, mas tudo acabou ali, esqueceram de trocar números e como não tinham tanto tempo, o que não pode começar se acabou, mas mesmo assim, deixando ótimas lembranças dos amassos dentro da cabine, havia válido a pena mesmo que tenha levado uma enorme bronca de Nana após voltar.

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Jaehyun caminhava pela casa ainda na tentativa de achar a cozinha, andou de um lado pelo outro, teve tempo até mesmo de acabar parando num corredor com fotografias da família, e realmente não se importou, a coisa que menos gostaria de ver naquele momento era Suho e o olhar de julgamento de Irene, talvez fosse uma grande paranoia de sua cabeça, ou talvez ela realmente estivesse o encarando.

Quando finalmente achou a cozinha, caminhou até a geladeira e a abriu, vendo diversas garrafas e latas, mas em meio as varias bebidas alcoólicas, teve a sorte de achar uma lata de coca-cola, então pegou a mesma rapidamente e a abriu, enquanto fechava a geladeira, de relance pode ver os amigos, Johnny e Lucas conversam de forma animada enquanto bebiam, Irene não ficava de fora e Suho parecia receoso quanto a beber, o mesmo conseguia ser bem mais careta que Jaehyun, mas alguém estava lá além daqueles quatro, uma garota, uma das mais bonitas que Jaehyun já pode ver, a mesma tinha os olhos tão bem desenhados e um sorriso tão alegre, mal sabia Jaehyun que a mesma seria a futura mulher de sua vida, mal sabia que era ela, Kang Seulgi.

Após esbarrar em muitas pessoas, acabou encontrando Nana, a última pessoa que esperava ver ali mas ficava feliz em vê-la, somente conseguia vê-la na sala durante as aulas, então mal podiam se falar.

– Noona! – Gritou para ter certeza de que a mesma o escutaria, mas a mesma tanto escutou quanto assustou-se.

– Meu deus, Jaehyun, você está querendo me matar? – Colocou a mão sobre o peito e respirou fundo, vendo Jaehyun tomar a coca-cola enquanto sorria de forma sapeca – O que está fazendo aqui? Você tem idade para frequentar esse tipo de lugar?

– Sou somente dois anos mais novo! – Deu de ombros, erguendo um pouco seus ombros somente para que parecesse ainda mais alto do que já era, na tentativa de irritar a amiga.

– Ainda não me convenceu... – Negou com a cabeça, rindo – Você veio sozinho? Onde estão seus amigos?

– Eu vim com o Johnny! – Nana já esperava por aquela resposta, como eram da mesma turma, podia ver que onde Jaehyun estivesse, Johnny também estaria, estavam sempre juntos e a princípio até desconfiou que tivessem um romance escondido, mas após os conhecer melhor, viu que tratava-se somente de uma boa amizade – E a gente tá lá com uns amigos dele, sabe? Mas eu não os conheço e acho que um deles está drogado para falar a verdade!

– Quase todo mundo aqui está, mas apenas vai lá e aproveita, certo? – Bagunçou os fios castanhos alheios e sorriu, vendo o mais novo concordar.

Despediram-se, prometendo marcar algo durante as férias e assim Jaehyun voltou ao que deveria ser seu círculo de amigos, vendo que a tal garota já não estava mais lá, então apenas se concentrou na música e a aproveitou.

– O que é isso aí que você tem? – Johnny perguntou a Lucas, vendo o mesmo retirar algo do bolso – Quero experimentar!

– LSD! – Deu uma pequena cartela colorida do bob esponja ao amigo e sorriu.

– Aí que fofo? O que é isso? – Jaehyun meteu-se na conversa.

– Doce! – O chinês respondeu, não que estivesse tentando enganar Jaehyun, mas não tinha culpa, aquela era a forma como chamavam a droga na festa, mas a inocência de Jaehyun foi maior e quando viu, já tinha enfiando um dos quadradinhos na boca.

– É de mastigar? – Perguntou.

– Jaehyun, isso é uma droga! – Johnny riu, colocando um quadrado semelhante sobre sua língua.

– Uma o que? Isso não era doce, ele disse que era doce!

– Doce é como chamam o LSD! – Lucas falou como se fosse óbvio, mesmo que para Jaehyun drogas e doces fossem dois extremos bem diferentes que não se misturavam em hipótese alguma, mas o que poderia fazer, agora a droga já estava em sua boca e logo o efeito o atingiria em cheio.

– Calma, é só beber bastante água e evita sair por aí, o efeito não dura tanto assim! – Irene o aconselhou – Você está quase mais careta do que o Suho!

Forçou um sorriso para a garota, agradecia pelas palavras mas ainda estava desesperado, por alguns minutos, apenas ficou estático, esperou pelo efeito como se estivesse esperando pela morte.

Por um segundo, pode sentir que um garoto piscou para si, demorou muito pensando sobre, talvez aquilo fosse e começo de sua alucinação, mas o garoto o observava demais, então começou a ceder, talvez o garoto estivesse tentando flertar. Tal coisa não passou despercebida por Johnny, que também notou que um garoto encarava e piscava para seu melhor amigo.

– Aquele cara piscou para você? – Fez uma expressão confusa.

– N-não! – Negou, corando.

– Ele piscou para você, tenho certeza!

– Não, ele não piscou! – Mordeu os lábios.

Jaehyun sentiu o coração apertar, o garoto parecia tão carismático e era tão lindo, mas não poderia ir atrás do mesmo, Johnny o notou também então teria de ficar ali, esperando e passando uma das maiores vontades de sua vida.

Conforme os minutos foram passando, os efeitos foram ficando cada vez mais intensos e Jaehyun sentia o corpo suar, as vezes as coisas pareciam mais lentas, as vezes mais rápidas, as vezes invertidas, tinha medo de tudo não ser real, não tinha mais noção de muita coisa, apenas de que Johnny não havia aceitado bem a droga, o mesmo parecia estar perto de um colapso, perto de vomitar ou algo do tipo.

– Vamos lá, eu vou te ajudar! – Levantou-se meio zonzo e puxou Johnny para si, o arrastando até o quarto e então subiram as escadas, cantando e gritando mesmo que ouvissem suas vozes ainda mais baixas que o normal.

Abriram varias portas até que achassem uma aberta e que desse a um quarto vazio, Johnny não demorou em jogar-se na cama e começar a falar coisas totalmente desconexas. Jaehyun ainda sentia o corpo quente e suado então aproveitou que não havia mais ninguém ali e aos poucos foi retirando todas as suas peças, Johnny apenas por ver o amigo fazer isso, resolveu tirar suas roupas e assim, ambos ficaram deitado sobre a cama, conversando sobre coisas aleatórias.

– O mundo é redondo e nós não caímos, isso não é surreal? – Johnny observava o teto.

– Você viu aquela teoria da terra estar sendo segurada por elefantes e tartaruga, não é genial? E se estivermos sendo segurados por uma tartaruga e dois elefantes!

– Vamos agradecer a eles! – Ambos ergueram as mãos.

Horas passavam e o efeito não passava, os garotos giravam, corriam, pulavam, mas o efeito nem ousava querer passar.

– Deveríamos fazer algo físico que nos cansasse, não é? – Johnny sorriu malicioso, ficando sobre Jaehyun.

– Talvez, aí nós podemos dormir mais rápido para o efeito passar! – Levou os braços até o pescoço de Johnny e o abraçou.

– Certo, então não faz barulho... – Sorriram.

Jaehyun abriu os olhos vagarosamente, sentindo os olhos e a cabeça doer, sentou-se na cama e olhou para os lados, não lembrava-se de muita coisa após ter subido para o quarto, na verdade após entrar naquele quarto não havia lembrado de mais nada, e o restante da noite eram apenas flashes em sua cabeça, mas aquilo ainda não era o mais grave, até porque confiava em si mesmo, mas não que esse sentimentos tivesse durado muito, afinal, notou que estava nu, apenas sendo coberto por alguns lençóis, e quando olhou para o lado, Johnny estava na exata mesma situação. 

– Puta merda! – Passou os dedos pelos fios, arregando os olhos.



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