– Wonnie busca a caixinha para mim! – Junhee chamou a pequena que estava segurando algumas flores, que ela não sabia, mas eram girassóis.
Desde que a menina tinha lhe dado algumas ideias pra pedir Chan em namoro, não conseguia tirar aquilo da cabeça. Então, no sábado enquanto Chan ficava com a vó durante o horário de visita, Jun estava cuidado da Wonnie no apartamento em que moravam, mais especificamente eles estavam tentando preparar uma surpresa para o outro que chegaria daqui a alguns minutos.
– Aqui Junnie! – ela caminhou até a mesa e ficou na pontinha dos pés para conseguir alcançar a caixa com alguns doces, pegou com maior cuidado e veio correndo na direção do mais velho que parecia estar bem confuso quanto em que lugar colocaria as flores, sem que elas ficassem destruídas e também não estando óbvio para o outro.
– Vem cá princesa! – proferiu assim que ela chegou perto correndo, colocando-a no colo de uma vez. – Quer pegar um?
Ele olhou para caixinha cheia de chocolate e então olhou para o mais velho e mais uma vez para caixinha de chocolate.
– Mas aí o Channie vai ficar sem... – disse quase em um tom triste.
Junhee tinha passado boa parte da semana cuidando da pequena e mesmo não tendo sido tão tempo assim, já conhecia a criança com a palma da sua mão. Ela amava dividir as coisas e sempre colocava os outros em primeiro lugar, assim como Chan e nem imaginava como deveria ser no dia a dia um querendo dar as coisinhas para o outro primeiro. Ela adora qualquer tipo de doce mas frutas são incrivelmente bem vindas, vegetais são outra história mas nada que uma pequena pressao não faça para ela comer um pouquinho. Ela é extremamente criativa e dedicada a qualquer coisinha que ela faça mesmo que seja a mais simples de todas.
Depois dessa semaninha que passou junto com ela, não sabia se conseguiria ficar tanto tempo sem ter a pequena pertinho de si, havia se encantado por cada um dos detalhes dela. Estavam organizando aquilo a manhã inteira, nem tinha tanta coisa para ser feita, mas como colocaram música e ficaram dançando juntos 80% do tempo, provocando que o processo de preparo ficasse um tanto lento
– Ué... Você vai comer só um espertinha! – apertou as bochechas cheiinhas da garotinha. –Qual você quer? O Chan vi te dar mais assim que ele pegar.
Foram alguns bons minutinhos até Wonyoung desistir e falar que queria deixar tudo para seu irmão, mas Jun mesmo assim pegou um dos bombons que eram de chocolate branco que a menina passou a maior parte do tempo encarando e a entregou. Dizer que a pequena não abriu um sorriso mesmo tendo recusado a alguns segundos seria uma completa mentira, o que fez Junhee sorrir junto.
Do jeito nervoso e ansioso do jeito que Jun era, caso a pequena não estivesse ali para aliviar o clima, ja teria tido pelo menos 4 infartos, não estava fazendo nenhuma surpresa grande e muito menos um pedido extravagante, apenas tinham algumas florezinhas e chocolate –– 100% indicações de Wonyoung –– que já parecia o suficiente, levando em conta que o mais novo odiava receber qualquer tipo de presente e surpresas não agradavam nem um pouco o outro.
Após posicionar o pequeno buquê atras do sofá em uma posição que parecia segura, se permitiu olhar em volta para o apartamento, as coisas estavam em ordem, pelo menos, agora, estava. Ele e Wonyoung destruíram a cozinha enquanto preparavam muffins com gotas de chocolate, mas os dois trataram de arrumar toda a bagunça assim que colocaram no forno, a limpeza foi até que rápida mas ainda sim com o atraso de 80% devido as músicas infantis que estavam tocando.
Só tinha mais um coisinha suja...
Olhou para a pequena que ainda possuía vestígios de farinha em seu cabelo e algumas marcas de chocolate no rosto também.
– Acho que alguém tá precisando de um banhozinho...
Ela olhou confusa para Jun e logo em seguida para o gatinho que andava de um lado para o outro no apartamento de forma preguiçosa.
– Mas eu dei banho nele... hm... ontem? – colocou a mãozinha na bochecha tentando se recordar que dia Chan e ela haviam dado banho no felino.
Jun riu e apertou de leve a barriguinha da menina a fazendo rir junto consigo.
– Não vai conseguir escapar pequena, vamos logo que logo o Chan chega!
Foram para o banheiro ainda brincando e foram acompanhados pelo gatinho que parecia seguir todos os passos da criança. Ela o instruiu que como eles precisavam ser rápidos que ele não precisava pegar os brinquedinhos dela como ele fez nos outros dias, que a baleiazinha que já ficava dentro do box já era suficiente.
Jun nunca se imaginou tendo que cuidar de um criança tão cedo, sua família não era tão grande e por ser filho único nunca teve que lidar com nenhuma situação. Entretanto aquilo não era nem um pouquinho estranho para si, gostava na verdade, não sabia se era a menina ou se tinha algum talento nato com criança mas tudo parecia extremante divertido e gratificante para si.
Achava um tanto engraçado como os produtos de bebês tinham um cheirinho tão característico e como eles impregnavam e simplesmente não saiam mais. Todo dia quando voltava do apartamento do Chan depois de cuidar da pequena alguém o parava no campus e perguntava se ele tinha começado a usar produtos infantis, — detalhe que Sicheng fez questão de o perguntar duas vezes — não que aquilo o incomodasse de forma alguma, apenas achava cômico.
Pegou o shampoo da menina e espalhou com toda calma do mundo no cabelinho dela, sabia que nessa época tudo deveria ser feito com delicadeza para não acabar machucando ou prejudicando a criança. Wonnie parecia estar feliz ali com ele, tudo bem que gostaria de ter sua avó e o Chan ali consigo também, mas estava grata pelo mais velho ter entrado na vida deles e estar sendo tão atencioso com ela agora.
– Junnie olha só o que eu sei fazer! – ficou de costas para o mais velho enquanto parecia preparar algo, colocou as duas mãozinhas no cabelo e começou a o colocar para cima enquanto ainda shampoo nele, formando um grande topete com toda extensão dos fios. – Tcharam!
– Uau meu amor, como que você fez isso? – fingiu surpresa fazendo a menina fica orgulhosa de seu feito e o fazendo sorrir segundos depois.
– Mágica... – moveu suas mãozinhas como se estivesse manuseando algum tipo de feitiço.
– Você acabou de quebrar o Tio Newton e a lei da gravidade universal. – Ligou o chuveiro mais uma vez para poder enxaguar o cabelo tá pequena. Uma coisa que havia aprendido nessa semana era que se você quisesse preservar a água do mundo e dar banho em uma criança ao mesmo tempo, era preciso ficar ligando e desligando o chuveiro o tempo todo. – Vamos tirar o shampoo pro seu cabelo não ficar duro.
– Tio quem?
– Ninguém, neném.
Tentava fazer algum tipo de massagem enquanto tirava todo o produto dos fios da pequena. Ela parecia bem concentrada com a baleia que cabia na palma de sua mão e soltava aguinha pela parte de cima. Junhee desligou mais uma vez o chuveiro e começou a passar o condicionador, foi passando pedacinho por pedacinho para deixar bem hidratado, coisa que acabou aprendendo quando Sicheng literalmente queimou a parte de trás do cabelo e eles tiveram que recorrer a todo tipo de alternativa para tentar salvar o cabelo dele.
– Como que o Mark e o Seungmin estão, bebê? – continuava massageando o cabelo da criança com calma.
– Eu te falei que o Minnie queria um cachorro né? – Ela se virou pro mais velho e recebeu uma resposta afirmativa do outro com a cabeça. – Mas a mãe dele disse que é alérgica você acredita? – se virou mais uma vez. – Como alguém pode ser alérgico a bichinhos?
– As vezes acontece, meu amor. Você não é alérgica a canela?
– Mas é comida... – ela disse com um voz emburrada, Junhee também achava uma pena alguém ser alérgico aos animais que ele tinha tanta afeição e amava. – Você é alérgico a alguma coisa, Junnie?
Ele era alérgico a alguns tipos de remédios e a picada de abelha, esse último ele acabou descobrindo no meio de uma aula que ninguém tinha coragem de ir até abelhas para tentar pegar uma para estudarem, ele conseguiu pegar uma e ficou tudo bem, até no final da aula que ele acabou se desequilibrando e bateu a mão bem em cima do lugar que ela estava. Ficou por 2 semanas com a mão enfaixada e descobriu a alergia, mas sinceramente, Wonyoung não precisava saber dessa história trágica.
– Sou alérgico a criancinhas travessas que não gostam de tomar banho! – continuava passando o condicionador devagarzinho no cabelo dela e recebeu um risinho como resposta.
– Junnie sabia que entrou um menino novo na nossa sala! Ele tem um nome parecido com o do Minnie, ele é meio quietinho mas parece legal!
– Ah é? – se levantou e ligou o chuveiro mais uma vez. – E você foi conversar com ele?
Junhee ajustou a água e a colocou em baixo logo em seguida para tirar todo o produto, imaginava que Chan já deveria estar saindo se é que já não tinha saído do hospital, mas como era longe, ainda daria tempo de fazer tudo.
– Os meninos ficaram com vergonha mas eu fui, ele é bem baixinho tipo o Mark! – falou por baixo do chuveiro e acabou deixando água entrar em sua boca.
– Deixa eu tirar aqui e você já me conta.
Assim que conseguiu retirar tudo se sentiu orgulhoso ao sentir o cabelinho da menina extremamente macio e foi logo buscar uma toalha. A secou enquanto ela contava mais sobre o aluninho novo, colocou o roupão de joaninha da menina e foram para o quarto escolher a roupinha dela.
– Ali Junnie, o vestido! – ela apontou para um dos vestidos que estava na pontinha do guarda-roupa, era branco com várias cerejas vermelhas espalhadas o corte era realmente bonito o que com certeza iria deixar ainda mais fofa.
Logo depois de a vestir voltou com ela para o banheiro para que pudesse secar seu cabelo. Ligou o secador no mínimo com medo de a queimar e foi secando devagarzinho seu cabelo, como não tinha tanto cabelo ainda e o que tinha era bem fininho, secou bem rápido. Ela ficava linda com o cabelo solto mas estava com vontade de fazer algo diferente.
– Em que lugar ficam as presilhas que você usa, Wonnie? – ele perguntou assim que o barulho do secador se fez inexistente naquele cômodo.
Ela apontou para uma caixinha que estava ali perto, não tinha tanta coisa mas encontrou um elástico com uma cereja bem bonitinha presa e percebeu que seria perfeito. Separou a franja da pequena e a deixou para frente enquanto puxou o restante para trás e com muita calma e cuidado prendeu seu cabelo em um rabo de cavalo alto e com a cerejinha para cima.
Ela nunca esteve tão fofa, Jun estava quase explodindo de amores pela criança ali mesmo, se Yooa a visse daquela forma com certeza teria uma parada cardíaca.
– Vamos tirar os bolinhos do forno?
– Vamos Junnie! – Ele a pegaria no colo em momentos como esse mas como ainda estava sujo a colocou no chão e segurou sua mãozinha até chegarem na cozinha.
Quando chegaram os pequenos bolos já estavam douradinhos em cima o que significava que estavam no ponto certo. Pediu que a pequena se afastasse para ele tirar do forno e colocou a assadeira ao lado do fogão para esfriar. Jun levou a pequena até o sofá e disse que iria tomar banho rapidinho mas que tá estaria de volta.
Ele já havia tomado banho naquela manhã mas achou melhor ao menos passar uma água para se livrar do suor e de alguns vestígios de farinha que tinha em si. Revisava mentalmente tudo o que iria dizer mesmo não tento preparado nada específico, Wonnie tinha lhe sugerido um plano e seria isso que seguiriam.
Caso desse errado, não havia um plano B para substituir.
Aproveitou que o secador ainda estava no banheiro, então, após sair arrumou o próprio cabelo e logo em seguida passou o perfume que Chan gostava tanto. Estava pronto.
As flores estavam posicionadas, a criança estava limpinha e os bolinhos já estavam prontos.
Era normal ele estar se sentindo mais nervoso ali do que na sua apresentação do tcc? Porque era exatamente assim que estava, o sentimento de enjoo e as mãos suando sem parar, mesmo o clima não estando propenso para isso.
– Junnie, você está parecendo um príncipe de verdade! – A menina quase gritou de cima do sofá, desceu devagar e foi até o mais velho que a pegou no colo em seguida.
– Vou te colocar lá na frente, o Chan já me mandou mensagem falando que tá chegando.
– Okay! Vai dar tudo certo Junnie! – ela o abraçou antes de sair de seu colo e se sentar em um cadeira ao lado da entrada do apartamento.
Jun foi para plugar combinado e então foi possível escutar a porta do elevador se abrindo.
Estava na hora.
Chan abriu a porta alguns segundos depois. Estava cheio de olheiras, estava claramente cansado e o sorriso que os dois ali centram tanto amavam já nao estava se presente fazia alguns dias.
– Channie! Você chegou! – a menina correu para os braços do irmão que mesmo sem muita força a ergueu e a abraçou como se nunca tivesse feito antes. Estava com saudade de ficar pertinho dela por muito tempo, estava com saudade do Jun também, apenas o via oie alguns minutos que era o tempo de deixá-lo com a Wonnie e já ir pro hospital, ou pro trabalho.
– Por que minha princesa está tão linda desse jeito? – disse acariciando a bochecha da menor. – E tão cheirosa... Junnie cuidou bem de você?
– Uhum! Ele até colocou o elástico com a cereja, olha! – a pequena apontou para a parte de cima da cabeça e Chan apenas conseguiu sorrir com a fofura da irmã.
– Ficou muito lindo, nunca consegui deixar ela certinha em cima, ele tem talento. Cadê ele?
– Na sala, mas vamos para cozinha antes quero te mostrar algo! – ela disse rápido, caso ele fosse para sala antes o plano está inteirinho arruinado.
Chan a colocou no chão e tirou sua mochila das costas, foi andando com ela em passos preguiçosos, seu único desejo era deitar e dormir até a próxima vida. Viu na bancada os bolinhos que tinham feito, rezavam lindos e as gotas de chocolate apenas o deixavam ainda mais atraente.
– Vocês fizeram ate muffin? – a pequena concordou rapidamente sorrindo. – Que outros talentos o Junhee tem que ele não está me contando?
– Pega um Channie, vou chamar ele para comer com a gente!
– Okay!
2/4 do plano concluídos. Estava tudo na mão da Wonnie até então.
Foi até a sala mas voltou correndo algum tempinho depois.
– Channie! Channie! O Jun ta passando mal! Ele não tá me respondendo! – ela falou entrecortado devido à falta de ar, Chan tinha acabado de morder o bolo mas cuspiu logo em seguida.
Chan foi correndo em direção a sala, não tinha forças para isso mas a adrenalina e o medo do mais velho ter tudo algum tipo de crise ou ter desmaiado era maior que qualquer coisa. Sua vó estava extremamente mal e a ideia de perder Junhee também era demais para si.
Chegou na sala e não conseguiu ver onde o maior estava.
Se virou para perguntar onde ele estava mais uma vez para Wonnie e então se deparou com o mais velho parado atrás de si segurando um buquê extremamente delicado de girassóis e um sorriso lindo no rosto.
– Junhee, eu juro por Deus que assim que eu conseguir me recuperar eu vou acabar com essa sua carinha linda! – disse com o último resquício de sanidade, pois assim que terminou de falar começou a chorar. – Eu achei que você estava machucado, idiota!
– Ei, amor, era só um brincadeira para você ficar feliz! – as lágrimas não eram fininhas, desciam lágrimas grossas e pesadas, o pequeno estava triste de verdade. Toda a descarga emocional que havia tido nos últimos dias parecia ter caído a ficha apenas naquele momento. – Não chora pequeno, por favor, tá tudo bem! – Junhee afagava o cabelo alheio com todo o carinho do mundo enquanto o abraçava. – Fiz isso para te pedir em namoro bobinho, mas to achando que você não vai querer né...
Chan se afastou um pouco para conseguir ver o rosto do mais velho, seus olhinhos estavam inchados e uma coloração mais avermelhada assim como seu nariz. Junhee estava lindo, como sempre, na visão de Chan.
– É sério? – o mais velho confirmou com a cabeça, viu mais uma vez as flores que o mais velho estava segurando, agora na mesa que estava ao lado deles e vários chocolates espalhados. – Olha eu ainda estou bravo por vocês terem planejado isso, mas como eu poderia dizer não? É impossível não cair nos encantos de Park Junhee.
Jun o puxou um pouco mais para perto mas quem fez o trabalho de unir os seus lábios foi Chan.
"Ew", foi o som que foi possível escutar assim que a garotinha saiu andando em direção a cozinha para não ter que ver os dois daquele jeito.
Deram risada e seguiram a menina para poderem comer os bolinhos que haviam preparado, já de mãos dadas.
*»»——⍟——««*
Sicheng estava quase que saltitando naquela manhã. Estava andando em direção ao dormitório do Yuta, no dia anterior o japonês havia esquecido seu fone com o mais velho e perguntou se o outro não poderia o levar para ele.
Hoje era um dia mais do que bom para o chinês, a propósito, era dia de jogo. Já estava quase pronto, o jogo seria em outra faculdade, então, deveria se aprontar logo para ir cedo. Estava usando sua camiseta nova do time, começaram a vendê-la durante essa mesma semana e Sicheng conseguiu comprar logo na primeira leva, mesmo tendo tido que comprar alguns tamanhos maiores que si.
Chegou rapidinho na porta alheia, não era tão longe da sua, o que de certa forma era uma vantagem e tanto. Bateu de leve e aguardou a resposta do outro.
Yuta abriu a porta s não conseguiu evitar sorri ao ver quem se tratava. Já estava até cansado de ficar com a bochecha doendo de tanto sorrir, quando ficava perto do mais velho.
– Bom dia! – se sentiu envergonhado por ter acabado de acordar e ainda estar uma completa bagunça, enquanto Sicheng estava tão bonitinho. Estava com uma calaça branca marcando 100% suas duas pernas e a blusa com uma raposa azul brilhante do meio. – Como você consegue ser tão bonito?
Dong desviou o olhar sorrindo.
– Você já se olhou no espelho? – voltou a olhar pro outro que agora estava vermelho. – Aqui seu fone!
– Tem o nome de quem atrás da sua camiseta? – o japonês perguntou e estendeu a mão para alcançar a caixinha com o fone.
– Eu peguei a versão sem nome, já não tinha mais as outras e ainda essa é muito grande. – se virou para que o outro pudesse ver as costas. – Mas da próxima vez eu tento chegar antes!
– Você sabe que eu deixei meu fone com você ontem de propósito, né? Para poder te ver agora. – o mais velho fez que não é se achou um rolo por aquilo, tinha percebido que o jeito que ele tinha deixado tinha sido estranho demais. – Vem cá!
Yuta pegou sua mão e o puxou para dentro do seu dormitório. Era muito entranho ver o dormitório de outra pessoa que não fosse o seu ou o do Youngjae. Não era colorido e não tinha nada muito especial mas era um tantinho bagunçado.
– Eu pedi para separarem um camiseta com meu nome atrás para você... – passou pela cama de Doyoung e pegou a blusa em cima da mesa para o mais velho. – Experimenta!
– Obrigada... – pegou a blusa e a abraçou, o mais novo continuava o encarando como se estivesse esperando que o outro falasse algo. – Espera, você quer que eu coloque agora?
– É... – viu o menor recuar um pouco para trás e entendeu. – Você tem vergonha? Pode ir no banheiro ali!
Dong foi cabisbaixo em direção ao banheiro querendo enfiar a cabeça em um buraco e amaldiçoar toda a vergonha que estava sentindo no momento.
Enquanto o mais velho estava se trocando , Yuta pegou sua mochila e colocou tudo que ainda estava faltando. Se arrumaria apenas quando chegasse no vestiário da outra faculdade, era o que sempre faziam, então resolveu apenas trocar a blusa. Foi até o guarda roupa e pegou uma blusa branca lisa para substituir o sua que era de pijama.
– Como você sabia o meu tam... – Dong abriu a porta ainda focando na blusa que havia ficado perfeita em si, mas assim que ergueu o olhar se deparou com o abdômen definido do outro. – AI MEU DEUS, juro que não olhei! – se virou rapidamente e escondeu o próprio rosto com as mãos.
– Não tem problema olhar, não tenho vergonha. – riu baixinho do chinês, ele era fofo demais pra si. – Pode olhar, já estou vestido! E a blusa ficou linda, achei que ia ficar feio colocar glitter na camiseta mas ficou bem bonita!
Sicheng foi até o outro e deixou um beijinho em sua bochecha como agradecimento, mas antes de conseguir fugir mais uma vez, Yuta colocou suas mãos na cintura alheia.
– Eu já preciso ir, quer vir com a gente?
– A gente... o time? – Yuta fez que sim e Sicheng logo arregalou os olhos. – Não não! O Jun ganhou um carro do pai por ter se formado e ele vai me levar para eu conhecer o carro.
– Certeza? – fez um biquinho que rapidamente foi desfeito ao receber um selinho do chinês.
– Sim. E também, eu tenho vergonha, imagina eu faço algo estranho perto do Jongin, eu nunca mais me perdôo.
Nakamoto não parecia ter entendido o que o menor quis dizer, ficou com a feição confusa ainda segurando o outro carinhosamente.
– O Jongin? – Sicheng estava a todo custo tentando desviar o olhar mesmo estando a pouquíssimos centímetros do japonês. – Seu jogador favorito é o Jongin? – soltou a cintura de Dong. – Era so o que me faltava...
– Não! N-Na-Não é bem assim... – tentou reverter rapidamente.
– Quem é seu jogador favorito, então?
Piscou algumas vezes nervosamente antes de responder.
– Cl-Claro q-que é você!
Yuta não se sentia convencido o suficiente.
– Para sua informação, o Jongin não vai jogar hoje porque ele está viajando, então se você não quiser ir, tudo bem.
– Ei! Não é assim, quero te ver jogar!
– Eu to brincando... – se aproximou mais uma vez e roubou um beijo do outro. – Preciso ir, te vejo mais tarde!
Correu para fora do quarto agora com a mochila nas costas deixando um Sicheng com o coração acelerado e extremamente arrependido por ter citado o nome do volante.
Os últimos dias havia tido chuva pela parte da manhã mas hoje em especial o tempo estava ótimo. O céu estava completamente aberto e Yuta se sentia feliz enquanto caminhava em direção ao ônibus na frente da faculdade. Avistou alguns meninos sentados do lado de fora do ônibus e até mesmo alguns já lá dentro, posicionou bem seu fone e continuou a caminhar.
Mingyu estava perto da porta com seu namorado. Ele deixou cair a tinta facial e Wonwoo se abaixou para pegar, mas acabou deixando sua touca azul escuro cair no processo, revelando os fios pretos que ficavam escondidos na maior parte do tempo.
– Pode deixar que eu coloco em você, meu amor. – Mingyu segurou a touca e passou os braços por cima do ombro do namorado antes colocar com cuidado a touca no outro. – Já falei que te amo hoje?
Yuta poderia jurar que viu os olhos do mais velho pegando fogo assim como as maçãs do rosto que agora estavam em um tom adorável.
– Cala a boca, Mingyu... – Wonwoo disse baixinho e nem Yuta que estava prestando atenção foi capaz de ouvir.
O Kim o abraçou antes de sibilar algo que parecia com "amo você" e receber um "eu também" do outro que tentava se esconder na volta do pescoço do mais alto.
Moon bin estava do lado de fora andando de um lado para o outro ao telefone, estava sorrindo, então Yuta resolveu não se preocupar. Jungkook vinha correndo em direção ao ônibus, achava que estava atrasado, era o único que faltava. O mais novo estava usando as orelhinhas de raposa o que fez Yuta rir com o quão fofa a cena era.
Entrou no ônibus e viu que a maioria já estava distribuída e que já até tinham alguns dormindo.
– Você viu o mel que está escorrendo ali do departamento de odonto? – Hongseok perguntou a Yuta assim que viu o outro.
– O Mingyu e o namorado? – Jungkook perguntou ofegante logo atrás de Yuta, recebendo um peteleco do japonês por ter corrido daquele jeito.
– Não liga para ele, tá só brincando com o coitado do Kim, ele tá interessado mesmo no departamento de enfermagem, né? – Minseok comentou e logo indicou que Yuta e Jungkook deveriam se sentar.
Hongseok revirou os olhos e logo se ajeitou no assento dando risada ao ver que Junhoe jogava alguma espécie de candy crush extremamente bizarra. Yuta percebeu que o lugar ao lado do Seungwoo estava vazio, então se sentiu ao lado do mais velho que parecia feliz ao tê-lo ao seu lado. Jungkook teve que se sentar mais ao fundo sozinho, mas o lugar ao seu lado foi preenchido poucos minutos depois por Moon bin.
Wonho ligou sua caixinha de som e logo o ônibus já estava em movimento e os que estavam acordados dançavam acompanhando as letras, muitas vezes bobas, das músicas mais tocadas no momento. Às vezes alguém soltava algum comentário ou piada que fazia todos rirem.
– E aí, Woo? Tá melhor? – Seungwoo se tocou que Yuta estava falando consigo e tratou de tirar os fones do ouvido. – Sabe... aquele outro dia quando a gente conversou você estava meio mal...
Seungwoo nem se lembrava mais que sequer tinham conversado, tantas coisas percorriam sua cabeça naquelas últimas semanas que sequer conseguia se concentrar ou se lembrar das coisas.
– Ah, eu estou um pouco melhor sim! – Seungwoo sorriu de lado pra o amigo confirmando. – Nem te expliquei a história direito né... Bom, eu fui em uma festa com uma galera do meu curso e você sabe como eu tive o azar de cair com a pior sala que já existiu de qualquer engenharia, aquelas pessoas são tóxicas demais! A gente estava jogando verdade ou desafio e eu acabei escolhendo desafio em uma das vezes que acabou parando em mim , então, eles me desafiaram a dar em cima de um garoto lá, que eu sequer fazia ideia da existência e depois terminar com ele de forma humilhante. Eles ficaram mandando mensagem para o menino por dias na minha conta mas eu não tive coragem de humilhar o coitado, no fim ele me bloqueou e eu fingi que tinha terminado e usei como "prova".
– Nossa hyung, mas não tinha como recusar, pedir outro desafio ou simplesmente mandar eles se foderem?
Seungwoo riu, mas dessa vez com umas triste
– Eles me ameaçaram de falar com o técnico que eu estou usando doping... – falou baixo, mesmo sendo mentira não poderia deixar que os outros escutassem aquilo.
– Não acredito que esses fodidos falaram isso, mas você não está usando de qualquer forma, hyung, por que você não deixou eles falarem? – Yuta estava extremamente bravo, como era possível existirem pessoas tao ruim. Acusar alguém de doping, uso de substâncias proibidas para aumentar a força, rapidez ou outra habilidade, é praticamente acusar de um crime para um atleta.
– Se o técnico recebe essa queixa mesmo ele acreditando em mim, ele é obrigado a chamar o ministério da saúde e eles fariam diversos exames em mim. Iria dar negativo mas como essas substâncias só se mostram meses depois ou como algumas ficam bem escondidas, eu ficaria sob observação por 6 meses, ou seja...
– Você perderia o seu último ano de jogador aqui... – Yuta estava endurecido, não conseguia sequer ligar para mais nada em volta. – Eu vou quebrar cada um desses caras.
– Yuta, não se mete com eles, eles acabariam com a sua vida e a última coisa que eu quero é que aconteça algo com você também. Está tudo bem já. – tocou no ombro do amigo sinalizando que realmente estava tudo bem. – Eu so torço para que o garoto esteja bem também, ele parecia legal e com certeza merece alguém bem melhor do que esses babacas foram com ele.
Ficou estressado boa parte da viagem mas conseguiu se soltar um pouco mais quando Jungkook tentava colocar um cheetos no nariz do Jaebum que estava dormindo desde que entraram no ônibus, Jungkook tirou tantas fotos do mais velho para o zoar depois que já imaginava a cara do Im ao ver. Outro momento marcante foi quando perceberam que Minhyuk e Seungcheol estavam dormindo um de frente para o outro com as cabeças se encostando como se estivesse fazendo alguma espécie de fusão ou passando conhecimento de um para o outro, rendeu mais algumas fotos incríveis.
Os líderes de torcido já estavam na outra faculdade desde cedinho, fizeram a marcação das posições e aproveitaram que não tinha nenhum jogador chato para os impedir.
Changkyun e Kihyun haviam ido junto com os torcedores, Kihyun foi contratado pela reitoria da faculdade para tirar foto para eles, então aproveitou que não teria quase ninguém lá e agora tirava fotos de Mark, Youngjae e Jinhwan que estavam treinando alguns tipos de pirueta. Changkyun estava apenas sentado observando e apoiando o namorado.
No vestiário ao lado do campo estava Yooa, Momo e o Baekhyun. O garoto estava separando os produtos que usaria para fazer a maquiagem das meninas enquanto elas se trocavam. Momo saiu primeiro de uma das cabines mas logo foi chamada pela amiga.
– Fecha pra mim? – Yooa apontou para a parte de trás da roupa e logo a japonesa tratou de a ajudar.
– Acho que a gente pode colocar um pouquinho de brilho na nossa maquiagem, já que o uniforme do outro time parece mais um holofote do que uma roupa. – Baek comentou com as meninas que agora estavam próximas de si. – Eu diria que aquilo é no máximo um bom banner, mas como roupa, é triste.
– Não fala assim da roupa deles, tadinhos. – Yooa tentou defender a dignidade da roupa da faculdade, era uma dos maiores rivais deles durante as competições, mas resolveu defender.
– Errado ele não está! – Momo riu junto com Baek que havia acabado de conseguir organizar as milhares de maquiagem que tinha. – Prende meu cabelo, Yooa?
Estava distraída com uma espinha que estava do lado da sua bochecha, mas era to pequena que tinha certeza que o menino conseguiria esconder para si. Foi até a mochila e pegou os docentes lacinhos.
– Um ou dois rabos de cavalo? – pegou o spray fixador e preparou os elásticos.
– Acho que vai ficar mais bonitinho dois! – Baek se intrometeu enquanto passava base em si mesmo.
Eles tinham várias técnicas para o penteado ficar intacto até o final da apresentação e tentavam usar o máximo que co seguiam mesmo que o cabelo ficasse extremamente duro depois, era o único jeito. Yooa preparou bem os dois rabos e passou o laquê por toda a parte de cima antes de colocar os lacinhos, quando optavam por dois, usavam os lacinhos menores para não ficar tão exagerado. Após prender o laço eram colocados ainda mais alguns grampos para se certificar que não sairia de jeito nenhum dali.
Baekhyun terminou a própria maquiagem que era extremamente simples e foi fazer a de Momo que já era bem mais elaborado e ele dava seu máximo para fazer algo bem bonito usando as cores azuis, que diga se de passagem, não é um trabalho nada fácil. Yooa fez o próprio rabo de cavalo e prendeu o laço prata em cima, era a única que usava daquela cor, as vezes achava ele um tanto exagerado mas como ela era a center, era obrigatório o usar.
Sepois de algumas tentativas conseguiu fazer um delineado perfeito na cor azul que ficou ainda mais bonito assim que colocaram os cílios postiços. Baek se sentia um artista quando maquiava elas, assistia vários tutoriais na semana para testar nelas depois. Colocou três brilhinhos não parte inferior do olho da menina que deu ainda mais poder ao seu olhar.
– A gente se produz inteiro para torcer por esses bananas para gente ainda ser criticado, haja paciência. – o garoto reclamou enquanto olhava o rosto de Yooa tentando esquematizar o que iria fazer. – Se aquelas meninas querem brilho, então eu vou dar brilho para elas.
– Se o Jaebum falar o "a", o negócio vai ficar louco de verdade. – yooa bugou irritada apenas de pensar
– Calma Baek, amanhã tem jogo de basquete!
– Esse sim vale cada um dos meus esforços!
– O número 61 quem o diga, né! – Momo deu um tapinha na bunda do garoto que o fez rir.
Fez o delineado delicado apenas de glitter e passou só um pouco de sombra azul no cantinho da parte interior do olho, era simples mas a menina estava simplesmente arrasando.
– Kihyun tá me mandando mensagem falando que se a gente não for logo ele vai vir tirar foto da gente aqui mesmo! – Yooa disse enquanto o mais velejo se esforçava para passar gloss nela.
– Ja acabei!
Quando saíram as arquibancadas já estavam inteiras preenchidas e faltavam apenas alguns minutos para o jogo começar.
– Você viu quem veio? – Baekhyun chamou a atenção das meninas que sequer acreditaram quando viram.
– Eu acho que a gente está em alguma espécie de delírio coletivo...
Sicheng conseguiu pegar um lugar bom e ainda descolou o boné emprestado de Junhee pois o maior teria outro compromisso na hora, mas não deixou de dar a tal carona para o chinês. O carro era incrível, era um modelo novo e super moderno, não era nenhum dos mais caros, obvio, mas ver alguém que havia saído da faculdade o usando seria definitivamente uma novidade.
Taeyong chegou correndo e pediu para um garoto qualquer passar tinta em seu rosto apenas para entrar um pouco no clima, fazia um tempo que não assistia Yuta jogar e pareceu uma ótima oportunidade. Encontrou Changkyun e sentou-se com o outro, era mais amigo de Kihyun do que de Chang mas nada que eles não pudessem resolver no período em que passariam ali.
– Entao, vocês já sabem o que fazer, certo? – o treinador perguntou para os meninos segundos antes de entrarem pra o campo.
– Vencer! – todos responderam em um único som.
Aparentemente o treinador deles tinha tido uma briga com o da faculdade em que estavam e o outro treinador havia os humilhado, então apenas queria que os meninos ganhassem para provar o contrário. Porém caso isso não acontecesse toda a culpa cairia sobre Jaebum, o técnico tinha um péssimo hábito de apenas culpar o líder e Jaebum já estava sobrecarregado o suficiente de ter tudo que reorganizar o time todo por Jooheon e Jongin estarem fora.
Mesmo não sendo um jogo tão importante para o campeonato, perder não era mais uma opção.
Entraram no campo sentindo uma pressão enorme sobre os ombros, até mesmo Minseok que estava no banco de reserva roía as unhas com velocidade, buscando que aquilo fosse o acalmar de alguma forma.
A partida teve início e em um primeiro momento até parecia que estavam sob vantagem, mas isso logo foi cessado quando o ataque do time oposto ja estava conseguindo alcançar Seungwoo e Seungcheol. Jaebum falou para Mingyu e Jungkook darem uma recuada para auxiliarem os dois zagueiros mas nem isso parecia estar dando conta.
Junhoe já havia defendido dois chutes mas a cada segundo precisa ainda mais difícil com tantos jogadores cercando o gol. Apenas perto do final do primeiro tempo o time dos garotos conseguiu dominar melhor a bola e ter um maior controle dos passes. Moon bin conseguiu com muita destreza mesmo estando cercado por três pessoas passar a bola para Minhyuk que chutou logo em seguida para Jaebum que estava um tento perto do gol e conseguiu marcar um ponto com facilidade.
Era exatamente disso que o técnico deles estava precisando. A chance vitória já estava bem proviam e apenas precisavam se segurar dessa forma no próximo tempo.
A arquibancada a favor da faculdade em um segundo gritava e comemorava e em outro ficava incrédula com o que acabara de acontecer.
Gol impedido.
Segundo o juiz, Jaebum estava parado a tempo demais ali apenas tomando vantagem para fazer o gol. Os garotos perderam o restinho de esperança que ainda lhes restava e assim terminou o primeiro tempo.
Sem força, animação e nem um pouco de esperança.
Os líderes de torcida entraram em campo e nem isso parecia agradar os garotos, antes era um momento divertido que os fazia ficar feliz e descansar, mas com o clima ruim que estava não conseguiam sequer parar para assisti-los. Yuta conseguiu comentar como estavam lindos antes de sair e isso deixou Yooa contente, Yuta era um dos poucos que salvavam dali, em sua concepção.
A apresentação deles ao contrário dos garotos foi bem tranquila, a do outro time não teve tanta emoção mas essa era uma característica que eles tinham, apenas se dedicavam nos ensaios para a competição e não para os jogos regulares, como aquele.
Finalizaram com uma das poses mais incríveis que já tinham feito. Foram diversos aplausos e logo após estava na hora de desmontar a pose, Mark estava com Jinhwan no ombro e no momento que foi colocar o menor no chão acabou pisando em falso e os foram pro chão.
– Puta merda Mark, tira sua cabeça gigante do meu pé! – Jinhwan disse baixo pois a dor era tanta que não conseguia sequer gritar com o outro.
Mark se levantou como se nada nunca tivesse acontecido, afinal, não tinha torcido o pé de verdade. As meninas assim como o resto da plateia ficou extremamente aflito enquanto o pequeno continuava no chão sem conseguir se levantar, Mark acalmou-os enquanto Momo saiu correndo para buscar gelo.
Jinho que estava na primeira fileira da arquibancada mesmo sendo muito tímido, resolveu que seria melhor interferir e tentou alcançar o pequeno que estava no chão, mas duas mãos que conhecia bem o seguraram antes.
– Não precisa se preocupar, bebê, o Mark e o Junhoe planejaram isso é pro Hanbin ir lá! – Hongseok o abraça por trás enquanto o coração do menor ainda tentava se normalizar pelo susto que levou de ver o torcedor caindo.
– Vocês só inventam né...
– O que não fazem pelo coração de Kim Hanbin não é mesmo, o que não fazem...
Junhoe correu em direção ao amigo que estava um tanto chocado com o que acabara de acontecer, Hanbin havia ido no jogo após Junhoe o infernizar durante uma semana inteira.
– Hyung, o garoto caiu, você precisa ir lá ver se não aconteceu algo, ele não levanta de jeito nenhum!
Hanbin sentiu um certo desespero na voz alheia e percebeu que talvez fosse algo sério. Usava um sweater azul escuro em prol da faculdade mas continuava com a feição seria que carregava por aí. Quando atravessou o campo e percebeu quem havia caído, se lembrou do pequeno garoto que constantemente roubava sua atenção no meio do campus, seja sorrindo ou aprontando com o outro amigo mais alto.
– Mark, Mark! – Jinhwan usou o resto de energia para chamar seu amigo. – Acho que eu bati a cabeca e estou alucinando que o Hanbin está vindo para cá.
– Acho que hoje é seu dia de sorte baixinho...
Baekhyun estava praticamente urrando aí perceber o que estava prestes a acontecer, Youngjae já estava sabendo do plano e mesmo não tendo aprovado torcia para que funcionasse.
– Olá, meu nome é Hanbin, não sou formado ainda mas estou quase. Aparentemente eles não tem uma equipe de emergência, você me da licença para olhar seu pé?
– Mark, eu vou desmaiar, sério! – o garoto estava perplexo e queria condenar sua mente por ter imaginado Hanbin em tanto lugares diferentes, aquilo simplesmente, não poderia ser real.
– Sua visão está ficando turva?
– Hanbin, relaxa, é drama! Pode olhar sim.
O quase médico apertou um nervo específico que ligava a perna com o pé e viu o pequeno se contorcer de dor, já havia visto de tudo, mas aquilo com certeza foi algo que mais o machucou.
Jinhwan estava desacreditado, seu coração falhava batida atrás de batida e jurou que o outro de perto era ainda mais bonito.
– Tenho certeza que foi só uma torção, mas vou te levar para outro lugar para examinar melhor. Eles devem ter um laboratório por aqui. – olhou em volta e notou um lugar não tão longe dali ao lado do primeiro predio que parecia ser um laboratório. – Acha que consegue andar?
Jinhwan tentou formar seu pé mas foi inútil, doia demais.
– Acho que não, Mark você pod-
Antes mesmo que terminasse a frase Hanbin o colocou no colo, como se fosse uma pena. Jinhwan tremeu e dessa vez estava prestes a desmaiar. O rosto de Kim jamais estivera tão perto de outro alguém da faculdade quanto estava com o de Jinhwan naquele momento. O pequeno apenas se perguntou o que teria feito para ser tão privilegiado daquela forma, por ter Hanbin perto de si.
Saíram do campo e deixaram para trás um Mark e um Junhoe com expressões de vitória, o que deu espaço para que o segundo tempo retornasse.
Sicheng conseguiu entregar um docinho para Yuta e ainda receber um beijo de agradecimento antes que o outro retornasse ao jogo, lhe disse algumas palavras reconfortantes e garantiu que estava muito orgulhoso dele.
Entraram mais uma vez ao campo, Yuta estava melhor mas os outros não poderiam dizer o mesmo. O outro time parecia estar ainda mais animado e aquilo era extremamente preocupante, o placar estava zero a zero, mas aquilo poderia mudar em segundos.
Passaram-se 15 minutos extremamente sofridos do segundo tempos, parecia que nada estava acontecendo mas seus adversários estavam claramente fazendo de tudo para os cansar e os prejudicar. O ataque estava muito forte e em um momento de súbita raiva, Jungkook recebeu um carrinho do outro time, que o fez ir direto pro chão. Aquilo era uma falta gravíssima, era proibido e haviam feito de propósito, Jaebum percebeu quando todos ficaram tranquilos com um deles recebendo cartão vermelho.
Jungkook não conseguiria levantar, eliminaram um da defesa.
Jaebum estava prestes a explodir, o técnico o olhava com cara feia como se tivesse culpa, queria socar o menino que tinha causado tamanha dor para o mais novo dos jogadores, mas quem teve que ser impedido foi Junhoe que ja tinha levantado o braço para descer a surra no menino, quando Seungwoo o impediu.
Minseok entrou pro jogo e agora Jungkook estava no banco com um saco de gelo, que anteriormente era para Jinhwan, mas quando Momo voltou, ele já não estava mais lá.
Como se já não fosse algo óbvio, não foram necessários mais que dois minutos para o outro time marcar um gol. Os adversários não poderiam ter sido mais inteligentes, eles não tiraram o jogador mais forte, eles tiraram o jogador mais amado pelos outros meninos, e ao invés de abalarem a estrutura do time... abalaram a estrutura psicológica de cada um deles.
O restante do jogo apenas foi de mal a pior, não conseguiam marcar mais nada e seguiam perdendo de um a zero. Quando finalmente conseguiram tirar s bola do outro time, Minseok passou direto para Hongseok, que normalmente passaria para o Wonho ou para Yuta, mas ambos estavam marcados. Fez o que todos os técnicos diriam que é um erro gravíssimo.
Fechou os olhos.
E arriscou chutar.
Foi com esse mesmo chute que conseguiram marcar o ponto de empate. Hongseok havia conseguido. Os meninos o abraçaram, ele tinha dado um lindo chute e os poupou de uma humilhação maior.
Mas ainda sim, ficaram extremamente mal, ao fim do jogo.
Entretanto, no calor do momento, Jaebum acabou tomando uma decisão errada. Foi para trás do campo onde os cheerleaders estavam.
Eles estavam apenas brincando de ver quem conseguia dar mais estrelas seguidas, que até o momento era Baekhyun, enquanto aguardavam o vestiário ficar livre. Mas foram surpreendidos pelo líder do time de futebol cuspia do fogo pela boca antes mesmo de os alcançar.
– Vocês viram o que aconteceu ali? – gritou estressado.
Parecia uma pergunta retórica, mas Baek não se importou em responder.
– Vocês empataram?
Os meninos do time os alcançaram, não sabiam o que estava acontecendo e nem o motivo do líder estar ali, apenas foram ver se estava tudo certo.
– Se vocês não tivessem enchido o saco, a gente estaria levando o prêmio para casa! – Minseok foi o primeiro a chegar e a escutar Jaebum falando daquela maneira, estavam mesmo brigando mais uma vez?
Yooa agradeceu por Youngjae ter ido não banheiro e não precisar acompanhar nada daquilo.
– Quem você acha que é, Jaebum? – Yooa deu um passo à frente, se colocando cara a cara com o jogador. – Você pensa antes de falar? Como assim é culpa nossa? – riu de forma debochada. – Quer dizer então que a culpa do Jinhwan ter caido é de vocês, por não ter deixado a gente ensaiar a semana toda?
Jaebum suspirou enquanto revirava os olhos.
– Não está satisfeito, desce o soco!
Aquilo foi a gota d'água para Mark, pedia para deus lhe dar paciência para aguentar aquela briguinha entre os dois líderes. Se orgulho matasse os dois já estariam na sepultura a um bom tempo.
– Eu que lute. – disse baixinho para si mesmo e se dirigiu ao meio dos dois. – Seguinte, Yooa você sabe que as coisas não se resolvem com violência, então, não precisa disso. E os meninos já estão na competição deles, estão tendo que passar por muita pressão, o que não justifica eles serem babacas, mas tenta ser mais compreensiva e ignorar 50% do que eles falam. – respirou fundo e dirigiu seu olhar para Jaebum. Na boa irmão, se manca! Lamento te informar mas futebol não é o único esporte que tem aqui no campus e da mesma forma que isso é extremamente importante para vocês, o cheerleading também é para nós, então, se coloca mais no lugar dos outros. – olhou em volta para todos os os jodadores e para os torcedores – Vamos comer pizza?
– Acho uma boa! A gente precisa melhorar esse astral, hoje é por minha conta! – Junhoe se colocou a frente e sorriu ao passar o braço por cima do ombro de Mark.
Foram todos juntos jantar, mesmo com o clima ainda estranho entre aquelas duas personalidades fortes.
Algumas hora as coisas se resolveriam.
A propósito, torcedores sem um jogo não são torcedores e um jogo sem torcida é apenas um treino.
Precisavam um do outro...
E assim que o orgulho abaixasse, perceberiam isso.
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