História Daddy ; jaeyong - Baunilha, copinhos azuis e corações nem tão partidos

Aquela época do ano era uma das favoritas de muitos alunos, afinal, muitos já concluíam seus cursos, saindo dali para ingressar no mundo profissional, exercendo a função que dedicaram-se a estudar durante anos, então aquilo os trazia uma grande alívio, a sensação de conquista, de um trabalho bem feito. Além de muitos alunos já estarem entregando os seus temidos TCCs, muitos terminavam as provas finais do semestre, e além de toda aquela pressão causada por provas e trabalhos, os jogadores se encontravam fervorosos.

 Hyunjin, havia chego na universidade com um grande troféu dourado após ter vencido uma competição estadual de tênis ao lado de Hyunjin, sua parceira em jogos mistos. Assim como Shownu também chegara com um grande troféu de primeira lugar do campeonato regional de universidades, competindo natação.

 Aquele havia sido um ótimo semestre para a universidade, boa parte dos times, sejam aqueles que não ficavam tanto nos holofotes como tênis, hóquei ou damas, haviam vencido diversas competições, então todos estavam muito animados, e mesmo que alguns times não fossem tão famosos quanto outros, ainda sim, todos eram muito valorizados ali no campus. 

 Já os times mais queridinhos dos alunos, como basquete, cheerleading, vôlei e etc também iam muito bem, ganhando em todas as competições, mas o coração de todos ainda apertava quando o assunto era futebol, após o final do último jogo que resultou em empate, outro jogo fora marcado para decidir de uma vez por todas quem seria o vencedor, e aquilo causava uma grande ansiedade em todos os alunos, principalmente os jogadores, que sabiam que aquele jogo decidiria se iriam para o campeonato nacional.

 Mas ainda sim, aquela sensação de trabalho concluído preenchia a todos, seja como jogador ou como aluno, e agora, era a hora de aproveitar e se divertir, pois para muitos, aquela seria sua última festa durante a vida universitária. 

 Doyoung sorria em frente ao espelho, o próprio reflexo o agradava, e ainda mais dentro daquele jeans que o apertava, exatamente do jeito que gostava. Retocou a maquiagem uma última vez e pegou a chave de seu carro, saindo do quarto e caminhando até o estacionamento do campus. 

 Havia ganhado um carro de seus pais, o que era algo surpreendente para si, afinal, havia dado um verdadeiro show numa festa muito importante, mas não que se importasse, havia adorado e não se arrependia, mas achava que as consequências seriam bem piores, mas talvez os pais tivessem se sentindo culpados com as palavras do filho, mas não se importava, agora tinha um carro.

 Já dentro do mesmo, Doyoung enchia Yuta de mensagens o mandando vir logo, o daria carona para festa, e para Sicheng também, e a após bons minutos, os dois já estavam sentados no banco traseiro.

 – Colocaram os cintos, crianças? – Doyoung zombou.

 – Já sim, Doyoungie... – Yuta afinou um pouco a voz enquanto falava o apelido que Doyoung ainda relutava em receber.

 – Você me dá nojo, Nakamoto! – Riu baixo, logo dando partida e começando a dirigir até a casa de Byounggon, o dono das maiores festas

 Logo o rádio foi ligado para que entrassem no clima, o que talvez tenha sido um péssima ideia pois no exato momento em que o rádio foi ligado, High Hopes começava e Doyoung não negaria ser um grande fã. E se Doyoung era bissexual, devia tudo à Brendon Urie que o fez duvidar de sua orientação sexual durante a adolescência. 

 – Aí meu deus. – Yuta se afundava no banco enquanto Doyoung quase berrava para cantar.

 – O que foi? – Sicheng quase sussurrava.

 – Vai ser assim o caminho todo... Você tem sorte de não poder ver ele dançando essa música! – Falava quase num desespero enquanto cobria o rosto, fazendo o chinês rir.

 – MAMA SAID, DON'T GIVE UP... – Usava uma das mãos como microfone, logo a levando até o japonês – Vai, você sempre canta comigo, Yuta!

 – Não canto não... – Afastou a mão de Doyoung, rindo nervoso.

 – Mas é claro que canta, sempre que eu estou no banho cantando, você aparece no banheiro de cuequinha e fica em frente ao espelho cantando... – Comentava enquanto dirigia, fazendo Sicheng rir ao ponto de ficar vermelho – Ainda mais com aquela cuequinha do lanterna verde, Yuta já te mostrou a cuequinha dele do lanterna verde? 

 – Não, mas eu adoraria ver! – Sicheng ria, vendo Yuta tentar esconder o próprio rosto.

 – A mãe dele que manda para ele, ela compra lá no Japão e manda pelo correio, natal passado ela até enviou um cobertorzinho do Charizard pro Yuta, não é mesmo, Yuta? 

 Aproveitava o sinal vermelho para apertar a bochecha do japonês contra a vontade do mesmo.

 – Saiba que o Yuta é um grande bebê, Sicheng... – Sorriu ao notar a vergonha transbordar do corpo de Yuta – Ele gosta que coloquem açúcar e um pouco de extrato de baunilha no leite dele, a mãe dele quem me ensinou quando eu a conheci.

 – HYUNG! – Yuta já tapava a boca do amigo na tentativa de o conter para que não passasse mais nenhuma vergonha.

 – Certo, certo... Eu parei, desculpa! – Ria, estacionando o carro – Mas é sério, Sicheng, ele tem cuequinha do lanterna verde e gosta de baunilha no leite antes de dormir com o cobertor do Charizard, se eu fosse você, fugia enquanto da tempo!

 Logo saíram do carro e caminharam para dentro da casa, Doyoung com um sorriso sacana, Sicheng vermelho de tanto rir e Yuta extremamente emburrado.

 – Não fica assim, Doyoung só estava brincando! – Parou em frente a casa enquanto Doyoung já adentrava a mesma – E eu não me importo se você tem uma cueca do lanterna verde e dorme com um cobertor do Charizard!

 – Você não vai esquecer isso tão cedo, não é? – Riu baixo, sentindo as mãos do menor abraçarem sua cintura por dentro da jaqueta do time.

 – Não! – Riram juntos, logo selando os lábios num beijo calmo, mas que logo foi interrompido por Jeon Jungkook, que não resistiu em assustar o amigo.

 – Seu filho da puta! – Colocou a mão sobre o peito por alguns segundos antes de se aproximar do amigo e colega de time, passando o braço pelo pescoço do mais novo e o fazendo se abaixar, isso enquanto usava a outra mão com o punho fechado para esfrega-lo contra a cabeça de Jeon. 

 – Aí! Aí! Aí! – Jeon gritava e ria, tentando se afastar do japonês, que só o soltou quando recebeu uma cotovelada na coxa.

 – Você tá fodido, seu merdinha! – Riu enquanto se preparava para ir para cima de Jeon, tudo numa grande brincadeira, é claro, mas antes que pudessem pensar em continuar, ambos tiverem as jaquetas seguras por Jaebum.

 – Vão mesmo se quebrar antes do jogo da final? – Encarou os dois mais novos.

 – Não, capitão! – Os dois falaram de forma debochada e rindo baixo em seguida.

 – Foi o que eu pensei! – Deu um tapa fraco na cabeça dos dois mais novos, antes de voltar sua atenção ao namorado.

 – Não seja tão chato com eles, só estão brincando! – Riu baixo, sentindo o braço pesado do namorado contra seus ombros e pescoço.

 – Eu sei, eles não seriam capazes de brigar de verdade, conhece esses dois... – Negou com a cabeça enquanto tinha um sorriso bobo nos lábios, já eram alguns anos de amizade então conhecia bem os dois ali, e sabia como poderiam ser brincalhões um com o outro.

 – Vem, vamos beber alguma coisa... – Depositou um selar nos lábios do maior.

 – Não se preocupa, eu busco uma bebida pra gente. – Encarou os olhos de Youngjae por alguns segundos enquanto arrumava os fios do mesmo, colocando-os atrás da orelha por conta do comprimento – Eu te amo...

 – Eu também te amo! – Fechou os olhos e sorriu ao receber um selar contra a testa e uma carícia na bochecha antes do maior sair dali e ir atrás das bebidas.

 Im Jaebum poderia ter uma aparência até mesmo intimidadora e as vezes poderia ser autoritário, mas quem o conhecesse verdadeiramente, sabia que Jaebum era uma pessoa completamente adorável, seja com os amigos mais próximos, com os familiares e principalmente com Youngjae, com quem era extremamente carinhoso e meloso, Youngjae se sentia como um príncipe ao lado de Jaebum, sempre sendo mimado de diversas formas possíveis, e não poderia ser mais feliz. 

 Ainda na entrada da casa, Yuta e Jungkook adentravam a festa, Yuta ao lado de Sicheng e Jungkook ao lado do garoto de fios ainda azuis, e todos os amigos ficavam felizes por Jungkook, pois por mais que o garoto fosse tímido demais para contar sobre o namoradinho, qualquer um poderia notar o brilho nos olhos de Jungkook e até mesmo o fato de que agora andavam cada vez mais juntos, e que a cada dia se tornava algo mais público.

 Assim, todos adentraram a festa, Yuta e Sicheng logo foram até Youngjae que agora já tinha Jaebum ao seu lado enquanto cada um segurava alguma bebida, o mais novo um copo azul e o mais velho uma garrafa de cerveja.

 Logo mais pessoas foram juntando-se a roda de amigos ali, Hoseok e Junhoe competiam para ver quem conseguia beber mais cerveja, o que fazia com que todos em volta gritassem em animação, o que atraia a atenção até mesmo de outros convidados da festa, mas no fundo, todos sabiam que aquilo não terminaria bem.

 Conforme os minutos passavam, mais pessoas chegavam, e algumas em específico chegavam naquele exato momento, os líderes de torcida. Yooa caminhava ao lado de Momo, Jinhwan e Mark,  Mas logo cada um tomou seu rumo, inclusive Yooa que se juntou a Sicheng e a Youngjae.

 – Oi... – Acenou para todos, inclusive para Jaebum, mesmo que uma tensão existisse entre ambos os capitões, a situação melhorava, então apenas sorriu para o maior, que retribuiu.

 – Jun vai vir? – Sicheng perguntava enquanto sentia os dedos do japonês brincarem com os seus.

 – Não, vai ficar com o Chan... – Ambos amigos tinham um sorriso sacana nos lábios, quem diria que Junhee estaria namorando, mesmo que o amigo fosse uma pessoa extraordinária, não tinha algo além de ficadas e muito menos  tinha tempo para relacionamentos, mas Chan havia o atingido de forma inexplicável, havia um amor tão puro ali que qualquer obstáculo poderia ser vencido, e era exatamente o que acontecia, e ficavam felizes por isso.

 – Ele está namorando? – Youngjae tinha um sorriso bobo nos lábios, não falava muito com Junhee, havia o conhecido por conta de Yooa, mas o adorava mesmo assim, e ficava feliz pelo mesmo, também não era tão próximo de Chan, mas conhecia o garoto que frequentemente andava com Sehun, então tinha breves recordações, nunca havia cogitado a possível ideia de um casal, mas pensando ali naquele momento, formavam um belo casal.

 – Sim, o Chan... Ele cursa dança! – Yooa respondeu.

 – Eu lembro dele! – Acenou, sorrindo.

 – Junhee já está prestes a se formar, não? – Yuta questionou a Sicheng.

 – Sim, ele já apresentou o TCC, e então vai se formar... – Tinha um sorriso orgulhoso nos lábios, mas o mesmo tempo sentia um leve pesar por saber que não teria mais o amigo ao seu lado durante algumas aulas e até mesmo não poder dividir quarto com o mesmo.

 – Também não vejo a hora de me formar! – Jaebum bebia a cerveja e sorria com a ideia de finalmente estar formado.

 – E quem vai ser nosso capitão? – Hoseok parou de beber por um segundo para que pudesse dar um soco leve no braço de Jaebum, fazendo todos ali rirem.

 – Não se preocupe com isso! – Bagunçou os fios do amigo, empurrando a cabeça do mesmo logo em seguida, talvez fossem um pouco brutos mas naquela brutalidade toda, tinha muito carinho envolvido.

 E por um bom tempo seguiram daquela forma, todos conversavam e riam, tudo fluía muito bem.

 – Yooa! Yooa! – Baekhyun corria para alcançar a amiga – Você viu?

 – O que foi? – Tinha uma expressão confusa, Baekhyun fazia questão de não soar tão alto e silêncio era definitivamente algo que não existia naquela festa, então se esforçava para entender o amigo.

 – Eu o perdi de novo! – Baekhyun mexia nos fios de forma frustrada... – O número 61! Ele sumiu de novo... Acho que o vi subindo as escadas, eu não tenho certeza, mas eu estava tão perto, foi por pouco!

 – Está tudo bem, Baek! – Riu baixo, achando fofa a expressão do amigo – Ainda vamos achá-lo, você ainda tem o restante da noite!

 E com o coração apertado, Baekhyun seguiu até a cozinha com Yooa, onde pegaram uma bebida para o garoto, que tinha um pequeno bico sobre os lábios por mais uma vez não ter encontrado o garoto da jaqueta número 61, e quando já estava prestes a perder a esperança, conseguiu ver o mesmo sair pelos fundos, indo até a área exterior da casa.

 – ALI! – Baekhyun correu o máximo que pode, deixando uma Yooa confusa e com um copo em mãos. 

 Ainda na roda de amigos, Hoseok já começara a sentir o efeito do álcool em seu corpo, diferente de Junhoe que era um pouco mais forte no quesito, era profissional em festas. 

 – Não sinto meu fígado, acho que o matei! – Hoseok ria de forma boba, logo voltando a beber mais.

 – Vocês viram o que fizeram? – Seungcheol chegou ao lado de Jongin, ambos segurava um copo branco – Os copos brancos são para os solteiros e os azuis para quem está comprometido.

 – É... – Youngjae balançou o copo azul enquanto tinha um sorriso nos lábios.

 – Oi, gente... – Jongin sorria para todos mas consideravelmente havia gastado mais segundos para sorrir para Sicheng, causando um certo incômodo em Yuta.

 Yuta debatia consigo mesmo em sua mente, era uma eterna confusão, pois não tinha nada realmente oficial com Sicheng mas já andavam juntos de mãos dadas, tratavam-se como namorados e eram quase isso, então não poderia negar que sentia uma certa insegurança, o suficiente para que ficasse ansioso, fazendo seu estômago revirar, suas mãos suarem e sua perna não parar quieta.

 – Winwinnie... Você quer uma bebida? – Usou o apelido normalmente usado por Jun e Yooa.

 – Eu acho que pode ser... – Tombou a cabeça para o lado, seguindo o japonês.

 – O que você quer? – Perguntou ao vasculhar o freezer.

 – Pode ser só um suco. – Batucou os dedos no mármore enquanto observava a todos ali, e quando percebeu, já tinha um copo azul a sua frente, e quis rir quando notou ser um copo azul destinado a pessoas já comprometidas.

 Pensou em dizer alguma coisa, mas não negaria que em partes havia gostado daquilo, pois gostava verdadeiramente de Yuta, e gostaria de ter algo com o mesmo, e também era visível o ciúmes bobo de Yuta, e não negaria que estava adorando. 

 – Vamos? – Depositou um selar sobre a testa do chinês enquanto entrelaçava os dedos aos do outro, isso enquanto usava a outra mão para segurar um copo azul de vodka.

*»»——⍟——««*

 – Não fica com essa cara, Jinhwan! – Mark chacoalhava o melhor amigo que aparentava estar triste até pela posição da coluna, enquanto encarava os próprios pés.

 – Eu não to triste... É só que... 

 – Claro que você está, está com essa cara desde o jogo! – Sentou-se ao lado do amigo e abraçou as próprias pernas.

 – É ele, é sempre ele! – Coçou a nuca e evitou os olhos de Mark por alguns segundos devido a vergonha – Você lembra que ele me levou para a enfermaria naquele dia? 

 – Sim, não tem como esquecer! – Riu baixinho.

 – Não foi lá toda o filme de romance que eu ensaiei por meses! Foi constrangedor, Mark, eu estraguei tudo... Eu não consegui nem falar, e eu encarei os lábios dele por uns 10 minutos seguidos! – Escondeu o próprio rosto – E nem se eu quisesse resolver isso e conversar com ele naquela hora, uma enfermeira chegou e dispensou ele! 

 – Isso é sério? – Mark segurava o riso, sabia que aquilo era muito importante para o amigo e não tinha como ser mais azarado.

 – Sim, ela mandou ele ir embora, que ele poderia ir aproveitar o dia e que ela cuidaria de mim, e ela cuidou, mas eu queria que ele tivesse cuidado, ele, entende? – Tinha os ombros ainda mais caídos e um coraçãozinho ainda mais apertado, e que só poderia ser curado por um médico em específico.

 Naquele momento, Jinhwan apenas desejou que Hanbin estivesse se especializando em curar coraçõezinhos parcialmente partidos.

 Mas aquela noite ainda estava começando, e talvez coisas surpreendentes ainda fossem acontecer, era só preciso um pouquinho de paciência.

 – Caralho, eu acho que bebi demais! – Junhoe quase tossiu ao notar uma presença quase ilustre ali. Kim Hanbin.

 Aquele era o último lugar onde Hanbin aproveitaria o seu fim de semana, a questão era que raramente aproveitava seus finais de semana, ao menos tinha tempo para aquilo, mas havia terminado suas provas finais e poderia abrir uma exceção, principalmente quando a exceção tinha nome e sobrenome, mas não que o mesmo fosse admitir.

 Muitos encaravam Hanbin, talvez não houvesse um aluno ali que não o conhecesse, Hanbin era famoso dentro e fora do campus, e por um ótimo motivo, e por mais que tivesse admiradores, somente um havia mexido com o garoto. 

 Hanbin claramente era um tanto diferente da maioria das pessoas ali, afinal, ele ao menos sabia como se vestir para ir numa festa, seus anos de universidade não continham festas e experimentar maconha como uma boa maioria ali, então era por isso que vestia roupa social e se perguntava como as pessoas suportavam um som tão alto, o que já o fazia pensar sobre uma matéria que havia lido fazia pouco tempo sobre danos irreversíveis causados nos ouvidos por conta de sons altos em excesso e como afetava principalmente os jovens.

 Não sabia bem o motivo para estar ali, bom, talvez estivesse atrás de diversão mas lá no fundo de seu coração, uma voz lhe dizia exatamente o que esperava encontrar ali, então revirou aquela bendita casa em busca.

 Mark e Momo haviam ido dançar e Jinhwan simplesmente não tinha ânimo para dançar naquele momento, então simplesmente seguiu até a cozinha e encheu um copo de uma bebida vermelha, então seguiu ainda de cabeça baixa enquanto escutava os próprios pés, mas soube que andar daquela forma havia sido a pior ou melhor decisão de sua vida, pois teve a capacidade de esbarrar em alguém, derrubando a bebida em ambos, mas principalmente no outro.

 A primeira coisa que pensou foi que o mesmo vestia branco e com certeza mancharia, a segunda coisa que pensou foi o que levava alguém a usar roupa social numa festa e a terceira coisa que pensou... Bem, após erguer o próprio olhar e notar em quem havia esbarrado, seu raciocínio parou por ali mesmo e não conseguia pensar em nada que não fosse os lábios rosados de Kim Hanbin.

 – Me desculpa, eu não quis, eu... Eu limpo isso! – Arrastou o outro para o banheiro que por sorte estava vazio, e então adentraram ao mesmo, onde Jinhwan tentava ao máximo limpar a camisa do maior enquanto tentava formular alguma frase.

 – Ei! – Falou, mesmo que o pequeno nem fosse capaz de ouvi-lo tamanho era o desespero. O pequeno simplesmente só conseguia pedir desculpas enquanto molhava a camisa na tentativa de limpar.

 – Jinhwan! – Parou ao ouvir o próprio nome.

 – S-sabe meu nome? – Ergueu o próprio olhar.

 – Sei, e tá tudo bem, foi um acidente... – Sorriu ladino e desabotoou a camisa molhada, a retirando, Jinhwan quis gritar ali.

 Talvez aquilo fosse muito melhor do que qualquer filme de romance que tivesse planejado, pois estar dentro de um banheiro com Kim Hanbin sem camisa era como estar no paraíso.

 – Me desculpa, de verdade mesmo, eu sou um idiota... – Encarou Hanbin nos olhos pela primeira vez naquele dia – E obrigado por aquele dia, eu não consegui ver você, na verdade eu até te vi mas não tive coragem de falar com você porque você é muito ocupado mas é que, me desculpa mais uma vez eu to ficando nervoso e como você tem um abdômen assim? Desculpa, eu to nervoso...

 Hanbin tinha um sorriso idiota nos lábios, não sabia ao certo o motivo mas o jeito de Jinhwan o deixava daquele forma, mas mesmo que achasse adorável a forma como o pequeno ficava quando estava nervoso, se sentia culpado por deixá-lo assim, Então selou os lábios aos do mais novo, tanto para acalma-lo quanto porque desde o dia do jogo, não tirou o mesmo da cabeça, o selar durou poucos segundos pois logo a consciência atingiu Hanbin em cheio.

 – Me desculpa, a gente nem se conhece direito, não sabia se podia... – Desviou o olhar com um sorriso nos lábios.

 Mas antes que pudesse ser respondido, Jinhwan sorriu enquanto o puxava pela nuca, selando os lábios aos do maior ali, iniciando um beijo calmo.

 E naquele momento Jinhwan adicionou uma nota mental sobre Hanbin ter descoberto outra cura científica, a de um coração parcialmente partido que havia sido curado por um belo sorriso e um doce beijo. 

*»»——⍟——««*

 A noite seria longa, e ainda estava somente começando para Doyoung, que segurava dois copos brancos como dois grande troféus em suas mãos. 

  Observava a todos ali com muita atenção, escolhendo bem quem seria o próximo a cair na sua lábia, até mesmo cogitou beijar byounggon, o dono da festa que estava um completo gostoso, mas aquilo estava fora de cogitação, pois já havia o beijado uma vez e aquilo ia contra a sua regra de beijar alguém mais de uma vez, mesmo que tivesse suas exceções, que se chamavam Jinyoung e Taeil.

 Bebia a bebida colorida em seu copo, até que achou sua "vítima perfeita".

 Uma garota alta e magra, com fios escuros que chegavam quase a sua cintura, a mesma tinha um sorriso doce mas um olhar autoritário. 

 Trocaram alguns olhares e logo já conversavam, a garota cursava direito e se chamava Sooyoung, pretendia se tornar promotora de justiça e estava em seu penúltimo semestre mas estudava em outra universidade, e que havia ido para a festa com uma amiga que estudava na mesma faculdade que a maioria ali. 

 A conversa não se entendeu por longos minutos pois logo Doyoung já tinha as mãos na cintura da garota, a apertando com vontade, o beijo era lento e quente, e Doyoung podia sentir todos os pelos do seu corpo se arrepiarem enquanto seu membro já dava sinais, mas antes que cogitasse a ideia de levá-la para algum quarto, pode notar um olhar queimar sobre si, e quando o achou, sorriu malicioso.

 Sabia quem aquele garoto era, já havia o visto no campus, se chamava Lee Minho e era um completo gostoso, e quando notou o olhar do garoto sobre si e Sooyoung, resolveu provocar ainda mais, pois era tudo menos idiota, então apenas continuava a beija-la e toca-la enquanto fazia questão de encarar Minho, que tinha as bochechas coradas e aparentava suspirar, e quando Sooyoung notou, bastou um olhar para que Doyoung percebesse que não seriam somente aqueles dois naquela noite.

 Minho demorou um pouco para perceber, mas quando notou que estava sendo convidado com o olhar, juntou-se ao outros dois, primeiramente beijando Sooyoung enquanto Doyoung chupava seu pescoço com gosto, então não resistiu e logo já beijava o maior ali.

 Palavras não eram necessárias ali, e quando ambos já se encontravam sensíveis, não hesitaram em subir para um quarto qualquer e iniciar a noite da forma mais quente e excitante que poderiam.

 Por alguns segundos, Doyoung se sentiu estranho por não estar com Taeil ou Jinyoung, não se sentia culpado mas os outros dois insistiam em ficar em sua cabeça, e aquilo o apavorou, então apenas relaxou e continuou, pois jamais escolheria uma grande romance a uma boa noite com diferentes pessoas, diferentes beijos, diferentes toques.

 Mas a questão era que nem sempre a vida nos dá o que desejamos ou o que planejamos, e Doyoung já deveria ter aprendido isso, mas naquele momento, estava ocupado demais para pensar naquilo, pois tinha duas lindas pessoas para foder por um bom tempo.

*»»——⍟——««*

  Horas já haviam se passado e Yuta e Sicheng haviam ficado juntos a festa toda, mas naquele momento Sicheng encontrava-se dentro da casa junto à Yooa, Mark e Momo, os quatro ali conversavam enquanto Yuta encontrava-se fora da casa ainda com algum dos meninos do time de futebol, como Hoseok, Junhoe, Wonho, Minhyuk e Jaebum.

 A temperatura havia baixado então Sicheng optava por ficar dentro da casa, e também queria passar um tempinho junto a Yooa, então não se importou em ficar ali, e não havia nada de mais até então, mas do lado de fora, Yuta agradecia por Sicheng ficar lá dentro, não que não gostasse da companhia do outro, mas era que naquele momento, queria tanto poder fumar e não gostaria de fazer aquilo em frente ao outro, e mesmo que odiasse mentir, tinha muito medo da reação do chinês. 

 Minhyuk foi o primeiro a retirar o baseado do bolso, sorrindo para os outros ali.

 – Alguém trouxe isqueiro? – Verificava se o baseado estava bem fechado e bem feito.

 – Pega! – Jaebum retirou o isqueiro prata de seu bolso, o dando para o outro ali, que rapidamente levou o baseado até a boca, deixando as mãos livres, uma para acender o isqueiro e a outra para proteger a chama do vento. 

 Logo o baseado foi acendido e Minhyuk fez questão de dar uma boa tragada, Yuta quase salivou. Rapidamente o japonês retirou dois baseados de seu bolso, guardando um e pegando o isqueiro de Jaebum para acender o outro, logo dando algumas tragadas e o passando para Wonho. 

 Ainda dentro da casa, Sicheng ria alto com os amigos.

 – Então ele simplesmente me expulsou da sala de aula! E eu nem fiz nada... – Mark contava sua história enquanto todos riam. 

 – Gente, se me dão um segundo, eu já volto! – Sicheng caminhou para fora da casa, havia ficado com o celular de Yuta e o mesmo havia recebido uma notificação do aplicativo do banco, e por mais que pudesse não ser nada importante, resolveu ir avisar em qualquer caso, não tinham intimidade o suficiente para mexerem no celular um do outro, então não arriscou.

 Saiu da casa sentindo o vento frio contra seu rosto, o que o fez suspirar, então logo já andava de um lado para o outro em busca de Yuta, e quando achou os fios roxos no meio de uma círculo cheio de caras com jaquetas iguais, teve certeza de ser Yuta.

 – Oi, bebê! – Abraçou Yuta por trás, afundando o rosto na jaqueta macia do mesmo.

 – Sicheng? – Yuta quase engasgou com a fumaça em sua boca mas naquele momento, teria de segura-la em sua boca.

 Com o baseado ainda na mão, Yuta virou-se tão rapidamente para levar as mãos atrás do corpo de Sicheng para que o mesmo não pudesse ver o baseado, que até chegou a duvidar se tinha dado certo, mas pareceu dar pois naquele momento, Yuta tinha os braços cruzados em volta da cintura de Dong e o mesmo ainda tinha um sorriso nos lábios,

 Mas Yuta tinha outro problema, tinha fumaça em sua boca e estava começando a ficar sem ar, então a única saída era abraçar Sicheng tão forte de forma que sua cabeça ficaria apoiada no ombro do chinês e assim pudesse soltar a fumaça pelas costas do menor, e assim fez. 

 – Yuta... – Perguntou confuso após o japonês o soltar do abraço repentino, mas antes que pudesse questionar sobre, pode notar a fumaçava saindo da boca de Jaebum enquanto o mesmo segurava um baseado, e principalmente o cheiro forte vindo de Yuta.

 – Oi, meu bem... – Seu olhar já o entregava, o cheiro já o entregava, a cena o entregava.

 – Yuta, você tá fumando?