História Dama de Gelo - Descansar

Quando acordei e encarei sua face serena dormindo e tive a perturbadora sensação de saber profundamente o que é estar apaixonada. O peito de Bruno subia e descia conforme sua respiração. E eu olhava seu rosto praticamente sem piscar. Ele não é mais meu submisso e sim o homem que amo.  Algo que para mim parecia impossível tinha se tornado real e só agora eu havia percebido. E eu não sabia com explicar o que sentia em meu peito, era a dor por ele não ser mais meu submisso e a alegria por conseguir admitir que eu o amava.

- Bom dia anjo.- disse ele abrindo os olhos de repente me assustando.

- Misericordia. - falei de sobressalto. - Bom dia Bruno.

- Te assustei? - perguntou sorrindo.

- Um pouco.-  falei cobrindo a cabeça com o cobertor.

Fiquei lá embaixo pensando no que falar para Bruno. Afinal era a primeira vez que eu acordava ao lado de um homem a quem eu tinha confessado estar apaixonada. Eu simplesmente não sabia como agir.

- Vai ficar de preguiça ou vamos tomar café da manhã? - ouvi ele perguntar

- Ficar de preguiça. - respondo sem vontade.

Bruno então saiu da cama, pelo visto iria tomar café da manhã. Pelo menos foi o que pensei antes dele simplesmente arrancar o cobertor de mim e jogar ele no chão, me deixando completamente nua exposta na cama.

- Nem pensar que vamos passar nossos dois últimos dias em Nova York na cama de preguiça. - falou ele em pé igualmente nú.

- Bruno ontem foi cansativo, toda a história da prisão da Mademoiselle Louise pela morte de Jordan. Tudo aquilo foi pesado demais, quero descansar. - falei tentando pegar o cobertor do chão mais sem sucesso já que Bruno o prendia com o pé.

- Tudo bem. Vou descansar com você então. - falou ele com um sorriso malicioso.

Bruno veio engatinhando na cama até mim. 

- Quero descansar Bruno... - adverti ele.

- Não se preocupe seu esforço será zero baby!- disse com um sorriso cínico no rosto.

Bruno segurou minhas pernas e as abriu com delicadeza. Em segundos ele já estava me provando e provocando. Sua língua entrava e saía de mim vagarosamente. Eu arqueava meu corpo procurando ainda mais contato com sua boca. Ele segurava minha bunda com força e possessividade. Eu já estava indo a loucura quando ele sugou meu clítoris e colocou dois dedos dentro de mim. 

- Seu gosto é o melhor do mundo senhorita Sanders. - sussurrou ele com a voz rouca.

Eu segurei em seus cabelos e direcionei sua boca novamente para aonde eu mais queria. Sua língua voltou a me preencher e eu me contorcia de prazer. Até que não aguentei e gozei. Meus músculos todos contraíram e então relaxaram, era uma sensação maravilhosa. Minha respiração estava acelerada. Mas aos poucos fui voltando a calma.

- Minha senhora quer que eu faça de novo? - perguntou Bruno ainda lambendo o meu gozo.

A dominadora dentro de mim gritou para que eu dissesse que sim. Para que eu falasse para que ele fizesse ainda melhor. Mas a mulher apaixonada que me tornei dizia que as coisas não deveria ser mais assim. Dentro de mim tudo era dúvida. Os meu impulsos continuavam os mesmos, mas eu sabia que não podia ser assim.

- Eu não sou mais sua senhora Bruno. - falei por fim com seriedade.

Bruno retirou sua boca de mim. E se ajeitou na cama para olhar em meu rosto.

- Como assim Melanie? - perguntou confuso.

- Eu estou apaixonada por você Mars e você por mim. Não há como manter uma relação BDSM. - falei para seu espanto.

- Mas antes de dormir você disse que nós ficaríamos juntos...

- Sim. Mas quero tentar uma relação baunilha... Quer dizer normal. Acho que você merece isso. - falei pela primeira vez sem jeito. 

- E é isso que você quer?- perguntou ele sério. 

- Sim... Quer dizer eu não sei. É a primeira vez que amo alguém de verdade eu não sei o que quero, eu não sei o que fazer. - respondo confusa.

- Fala isso de novo. - pediu ele. - Fala de novo que me ama de verdade anjo.

- Não seja Meloso Mars. - falei revirando os olhos. Mas ele continuava a me olhar com aqueles olhos castanhos enormes que eram piores que os olhos do gato de botas. - Aí, tá bom eu te amo de verdade, satisfeito?

- Muito. - respondeu ele me dando um selinho demorado. - Mas agora vamos voltar ao assunto, eu quero que você continue sendo minha senhora, pelo menos na cama. - Disse ele para minha surpresa.

- Como? - perguntei confusa.

- Eu gosto disso, acabei me acostumando com tudo isso. O fetiche em si. Claro que não gosto dos castigos e dos seus chicotes que esquentam meu lindo courinho Havaiano. - falou ele me fazendo rir. - Mas sexo com você é diferente de tudo que eu já experimentei. E eu não quero que isso pare, só quero que tenhamos outros momentos.

- E que momentos seriam esses?

- O momento em que você vira minha namorada, o momento em que eu conheço sua família e você a minha, o momento em que saímos como namorados, o momento em que fazemos parte um da vida do outro sem ser só sexo.

- Os momentos baunilha.- sussurrei 

- Sim, mas com todos os outros momentos BDSM. Eu não quero que você mude por mim Melanie, não quero isso, eu quero estar com você e quero que você estaja feliz comigo.- disse por fim.

- Eu entendo Bruno, mas junto com o baunilha não vem só coisa boa. Vem o ciúmes, o sentimento de posse, as traições. E um monte de convenções sociais ridículas.

- Eu sei o que você pensa sobre relacionamentos como namoro, casamento. Mas eu quero que você tenha uma ótima experiência. Você vai ver que esses nossos dois mundos podem fazer parte um do outro. - falou ele com uma esperança que me fazia tentar acreditar.

- Que seja então. - falei colocando o travesseiro atrás da cabeça para ficar mais confortável.- Agora volte ao oral, quero gozar de novo.- ordenei autoritaria.

- Sim minha senhora. - respondeu com os olhos cheios de malícia.

Ficamos a manhã toda na cama praticamente. Segundo Bruno descansando, apesar de eu ter rebolado tanto em seu pau que fiquei novamente exausta. Acabamos caindo no sono e quando acordamos já era hora do almoço. 

- Estou faminta. Vou ver o que a Bárbara preparou para o almoço.- anunciei para Bruno enquanto vestia um vestido depois de ter tomado meu banho. 

- Vou tomar banho e já acompanho vocês.- falou ele ainda deitado na cama.

Deixei Bruno no quarto e fui em direção a a cozinha a procura de Barbara que já devia estar finalizando o almoço. Porém quando fui me aproximando ouvi vozes. Bárbara conversava animadamente. Quando me aproximei reconheci a voz de quem conversava com ela. sem acreditar que ele estava mesmo ali segui com passos apressados. Quando adentrei a cozinha dei de cara com o Tubarão de Wall street. Meu pai.