Sakura não saberia dizer há quanto tempo estava olhando para o rapaz à sua frente sem mal piscar os olhos.
Parecia até uma maldita stalker.
E isso não tinha a ver com ela apenas olhar, não, se isso fosse algum tipo de problema psicológico então noventa por cento das garotas daquele lugar sofria do mesmo mal. E quem as culparia? O cara da cadeira da frente era praticamente a encarnação de Adônis. Como ele conseguia andar pelos corredores da faculdade sem ser atacado pela horda de garotas era praticamente um mistério.
Uchiha Sasuke havia causado um verdadeiro rebuliço naquele lugar quando chegou no meio do semestre com aquele rosto imaculado, costas largas e um sotaque francês que havia arrancado suspiros instantâneos.
E desde então ele se tornara o sonho inalcançável de praticamente toda garota da KU.
Inalcançável porque ele nunca era visto com nenhuma e nunca parecia trocar mais do que poucas palavras.
Ele chegava, assistia às aulas e então sumia na sua moto em uma aura de mistério, como se sequer tivesse estado lá para início de conversa.
Exceto que era impossível não notar a sua presença.
Até as professoras se viravam para olhar quando ele passava nos corredores.
Então sim, Sasuke era realmente muito observado por quase cem por cento da parcela feminina da universidade.
A questão é que Sakura não sabia se as outras garotas também notaram que ele tinha uma pinta pequena atrás da orelha esquerda ou que ele costumava morder a tampa da caneta quando estava lendo; mas talvez tenham percebido que ele ficava a todo momento passando a mão na nuca.
Mas saber disso ainda não a transformava em uma stalker, certo? Ela só havia percebido essas coisas porque sentava exatamente atrás dele.
Só por isso.
Tentando tirar a mente do belo espécime sentado à sua frente, Sakura percebeu o celular vibrar sobre a mesa e tentando ser o mais discreta o pegou para ver do que se tratava.
Ino
E aí? Qual a descoberta do dia?
Já viu a cor da cueca dele?
E não pela primeira vez Sakura se xingou pelo péssimo hábito de contar cada pequeno acontecimento à Ino, também conhecida como a sua melhor amiga linguaruda.
Mas como não contar do quase ataque cardíaco que ela teve quando aquele homem apareceu na sua sala do nada e ainda sentou bem à sua frente.
E foi difícil, mas ela felizmente ao menos soube disfarçar bem.
Ou ao menos assim esperava.
Por que eu sou sua amiga mesmo?
Ino
Porquê eu sou maravilhosa
E você não conseguiria viver sem mim
Há contradições quanto à isso
Sakura revirou os olhos para a resposta da amiga. Se tinha alguém mais cheia de si do que aquela garota, ela ainda estava para conhecer. No mínimo devia estar cheio de leões naquele mapa astral.
Ela estava tão distraída no celular que mal percebeu a pessoa à sua frente que já a chamava pela terceira vez.
― Hey ― ele chamou a quarta e somente então Sakura levantou o olhar do celular para os olhos negros à sua frente.
E ela tinha certeza que naquele momento seu rosto devia ter ficado tão vermelho quanto o de Hinata quando ficava envergonhada.
E não que Sakura fosse do tipo de garota que costumava enrubescer à toa, mas esperava que ele estivesse observando as prováveis caretas que ela certamente fazia ao conversar com a amiga.
Constrangedor não era nem o início.
― Pode me emprestar uma caneta? ― Sasuke perguntou e Sakura sentiu cada maldito pêlo do seu braço ficar eriçado quando ouviu aquele sotaque tão perto dela.
E ela deve ter ficado uns bons segundos apenas olhando para a cara dele sem dizer nada pois Sasuke agora a encarava com uma sobrancelha arqueada.
Constrangedor, constrangedor.
― Claro ― ela respondeu, abaixando o olhar envergonhado para o seu estojo em busca da caneta ― Aqui.
― Obrigado, petite ― ele respondeu, pegando o objeto e sorrindo de canto para Sakura antes de se virar novamente para a frente, totalmente alheio a garota que estava novamente quase tendo uma ataque cardíaco às suas costas.
Ino
Passo na sua casa às dez, vamos sair hoje com as meninas
E sem desculpas!
Mas Sakura estava abalada demais para sequer conseguir pensar em recusar.
.
.
.
E ela sabia que se arrependeria amargamente, oh como ela sabia. Inclusive já estava se arrependendo agora enquanto entrava naquela boate que ela nunca havia ouvido falar na vida com todas as suas cinco amigas loucas.
O vestido preto tubinho havia ficado maravilhoso no seu corpo, ela tinha de admitir. Ele era tomara que caia e feito de um tecido brilhante que Sakura não fazia menor ideia do nome. A única coisa que realmente não a agradou nenhum pouco foi aquele salto fino que certamente daria bolhas no seu pé. Ainda que fosse de um vermelho muito bonito. O seu cabelo estava solto em pequenas ondas sobre os ombros e na maquiagem a única coisa que chamava a atenção era os olhos esfumados de preto, deixando o verde totalmente destacado.
Mas mesmo com a iminente dor nos seus pés ela tinha que dar o devido crédito à Ino. O conjunto inteiro estava matador.
A tal boate ficava em um bairro do centro da cidade e olhando-se por fora não parecia nada com o que prometia, não discreta daquele jeito. A única coisa que se destacava era o letreiro com o nome Katon piscando em neon vermelho.
Outra coisa que chamou a atenção de Sakura logo que elas chegaram foi a extensa fila composta somente por mulheres que aguardavam muito animadas na porta. Mas felizmente Ino tinha algum tipo de passe e logo as cinco entraram.
No interior as coisas já eram bem diferentes. O ambiente estava em meia-luz e era todo em tons de preto e vermelho. Haviam várias mesas espalhadas com sofás de couro que as rodeavam e era bastante espaçoso. No centro havia um pequeno palco que estava totalmente escuro e Sakura já estava começando a ter uma ideia do que podia ser.
A terceira coisa que foi estranha o suficiente para quase fazê-la sair correndo dali ― se não fosse por Karin ter segurado o seu braço ― foram os garçons que circulavam por ali, ou mais especificamente o figurino deles.
Era um bando de homens musculosos vestindo nada mais do que calças sociais e gravatas borboletas. Os torsos nus e musculosos arrancavam suspiros das mulheres enquanto desfilavam pelo ambiente com bandejas nas mãos.
E mesmo Sakura que nunca havia ido até um lugar como aquele finalmente entendeu muito bem para onde havia sido levada.
Afinal, não era muito difícil de imaginar ao ver os homens seminus e as mulheres animadas que praticamente os comiam com os olhos.
― Vocês me trouxeram para um “clube das mulheres?” ― ela questionou quase desacreditada enquanto via as amigas deslumbradas com tudo.
Temari, Karin e Tenten secavam os garçons de cima abaixo e até mesmo a santa Hinata não conseguia deixar de separar os “modelitos” deles. A cretina sequer estava de bochechas coradas.
― Relaxa ― respondeu Ino, dando de ombros ― Você vai gostar, é uma noite especial.
E quando a loira sorria daquele jeito era certeza que vinha merda por aí, Sakura já a conhecia bem demais para saber disso. Mas mesmo anos de amizade não a prepararam para aquilo.
E quando a Yamanaka agarrou em um dos seus braços e praticamente a arrastou dizendo que “o show já ia começar”, Sakura não teve outra saída a não ser deixar ser levada.
Ela encontraram uma mesa que ficava em um dos cantos, mas ainda perto o suficiente do pequeno palco para que elas pudessem ver com bastante clareza.
De repente as luzes da boate foram quase todas apagadas e as do palco acendidas, ao mesmo tempo que uma música começou a sair dos alto-falantes.
E quando um homem vestido de marinheiro apareceu de repente nos holofotes a gritaria foi tão alta que Sakura quase levou as mãos aos ouvidos.
Eu só te ligo quando são cinco e meia
A única hora que eu estarei ao seu lado
Eu só te amo quando você me toca, não me sente
Quando eu estou ferrado, esse é o verdadeiro eu
A primeira coisa que ele tirou foi o quepe, que foi jogado sobre uma das mesas. Sem ele era possível ver claramente o cabelo grisalho que caía liso sobre o rosto de feições fortes, mostrando que nada ele tinha de velho, muito pelo contrário. Quando o homem se virou de frente e começou a tirar botão por botão da camisa o que ficou visível a seguir foi peitoral muito bem trabalhado.
Eu só transo com você quando são cinco e meia
A única hora em que eu vou te chamar de minha
Eu só gosto quando você me toca, não me sente
Quando eu estou ferrado, esse é o verdadeiro eu
O homem dançava sensualmente e aos poucos se aproximava das mulheres que correram para as laterais do palco, tentando ao menos tirar uma casquinha. Nem mesmo Sakura que havia ido para lá totalmente enganada conseguia tirar os olhos do homem que continuava se despindo e deixando à mostra um físico que ela só se lembrava de ter visto nos modelos da Calvin Klein.
A camisa acabou tendo o mesmo fim do quepe, que foi seguido pela calça e logo o homem agora girava sobre uma cadeira com apenas uma boxer branca.
― Esqueci de comentar ― disse Ino de repente, falando no ouvido de Sakura que sequer piscava ― Hoje o tema é “Farda”.
Era uma filha da mãe mesmo no fim das contas. É óbvio que a loira teria algum artifício para obrigá-la a ficar ali e usou justamente o conhecido fetiche que Sakura tinha por homens fardados.
― Eu odeio você ― Sakura respondeu, ainda sem se virar para a amiga, ouvindo-a rir alto em resposta.
E tão logo o grisalho saiu do palco com a cueca abarrotada de notas, foi a vez de outro entrar, dessa vez um ruivo vestido de bombeiro.
Que irônico.
E ao contrário do anterior, ele manteve o capacete de bombeiro e começou pela jaqueta, abrindo cada botão lentamente enquanto a sua cintura se movimentava de um lado para o outro.
Eu sou apenas um solteiro
Estou à procura de uma parceira
Alguém que sabe como montar
Sem sequer cair
E em vez de jogar sobre as mulheres, ele apenas deixou a peça cair no chão enquanto brincava com o zíper da calça, sem parar de mexer o corpo ao ritmo da música.
E tal como o outro, seu físico também era invejável. Sakura praticamente engoliu em seco quando viu a trilha de fios ruivos que descia do seu umbigo até a boxer preta.
E Deus, em que momento ele havia arrancado a calça? Ela sequer vira isso.
E então de repente o homem se jogou no chão e começou a movimentar o quadril contra ele, simulando o ato de penetração.
― Uhul, tira tudo! ― Ino gritou fazendo uma concha em torno da boca para ampliar o som e até mesmo Hinata batia palmas animada enquanto as outras assobiavam.
― Meu Deus, eu estou no filme do Magic Mike ― Sakura murmurou para si mesma, enquanto via o ruivo dançar com a mangueira de bombeiro em volta do pescoço.
A mulher estava tão distraída com a performance que mal percebeu quando um dos garçons parou ao seu lado e estendeu a mão.
Ela o olhou de cima abaixo antes de se virar confusa para as amigas, vendo todas sorrindo pretensiosas.
― Testuda da minha vida ― Ino começou e Sakura já percebeu que não vinha coisa boa por aí ― As meninas e eu concordamos que você anda muito estressada com a faculdade e precisa relaxar um pouco.
― Então nós resolvemos te fazer um agrado ― Karin completou, olhando para as outras que balançaram a cabeça em confirmação ― Considere isso o nosso presente de aniversário adiantado.
E mesmo que Sakura estivesse muito receosa sobre esse “presente adiantado” a curiosidade acabou sendo maior e então depois de dar uma última olhada prometendo as piores formas possíveis de morte para as quatro, ela segurou a mão do garçom e deixou que ele a guiasse através da boate.
Eles passaram por algumas mesas e em algumas delas haviam mais homens dançando com as cuecas abarrotadas de notas, e isso fez Sakura quase tropeçar nos próprios pés.
Seguindo até o fundo do lugar eles adentraram um longo corredor e pararam de frente à uma porta de madeira.
Sakura deu uma última olhada para o garçom, mas ele apenas indicou com a cabeça e então ainda receosa ela entrou, ouvindo a porta ser trancada atrás de si.
A sala era do tamanho de um quarto razoavelmente grande e tinha apenas uma cadeira no centro dela, além de um pequeno palco bem menor do que o salão principal da boate e uma porta que ela notou do lado esquerdo.
Sem saber exatamente o que fazer Sakura sentou na cadeira, aguardando o que quer que fosse.
Mas não muito tempo depois as luzes se apagaram deixando a sala quase completamente escura, exceto pelo lugar onde estava a sua cadeira e logo uma música começou a tocar.
Você me deixa te violar
Você me deixa te profanar
Você me deixa te penetrar
Você me deixa te complicar
E tão logo a música começou, Sakura notou uma sombra alta movendo-se até o pequeno palco que ficava a menos de dois metros dela.
Pelo contorno do corpo a única coisa que foi possível ver claramente era que se tratava de um homem.
E quando o corpo dele começou a se movimentar não foi muito difícil juntar dois mais dois e entender do que aquilo se tratava.
Era um show particular.
Me ajude
Eu fragmentei meu interior
Me ajude
Eu não tenho alma para vender
Pela pouca iluminação do palco não era possível distinguir ainda as feições do seu rosto, mas foi impossível não ver aquela farda azul quando ela caiu exatamente aos seus pés.
Um maldito policial.
Era até pertinente porque ela iria cometer um homicídio quíntuplo quando saísse dali, ah se ia.
O corpo do homem balançava ao ritmo sensual da música e mesmo à baixa luz Sakura conseguia ver perfeitamente o contorno definido do seu tórax ― um perfeito tanquinho, senhores ― e os ombros largos. A pele extremamente branca destacava-se, assim como os fios negros que escapavam pelo quepe que estava levemente inclinado sobre o rosto dele.
E então ele se aproximou, fazendo Sakura agarrar os lados da cadeira fortemente.
Mas isso era o de menos já que ela quase caiu para trás quando ele chegou perto o suficiente e agora com a iluminação necessária ela conseguisse ver claramente as feições do policial desconhecido.
Porque ali à sua frente e em toda a sua glória seminua estava ninguém menos do que Uchiha Sasuke.
E de início a mente dela tentou negar, tentou fazê-la acreditar que era somente alguém muito parecido com ele.
Porque não podia ser Sasuke ali, certo? Não o seu Sasuke da faculdade que quase a deixava de pernas bambas todas as vezes em que direcionava aqueles escuros para os dela.
Exceto que Sakura jamais confundiria aquele sorriso ladino que já teve direcionado à ela vezes o suficiente para que não conseguisse contar.
E quando ele parou perto o suficiente a ponto de quase esfregar aquela tórax esculpido em mármore no seu rosto, ela conseguiu sentir o perfume que saía do seu corpo e ela jamais confundiria aquele cheiro. Não quando já teve pensamentos loucos de roubar uma camisa dele apenas para que pudesse ficar cheirando-a sempre que quisesse.
E quando Sasuke de repente se jogou de uma vez na sua frente a garota teve de segurar um grito de surpresa que quase irrompeu por sua garganta. E então ele começou a se levantar lentamente, passando pela ponta dos seus pés até a altura das orelhas, a ponta do seu nariz tão próxima do corpo dela quase a ponto de tocá-lo.
― Eu quero fodê-la como um animal ― ele cantou junto à música, arrepiando cada pelo do corpo dela com aquele sotaque francês pesado soprando na sua orelha ― Eu quero senti-la por dentro.
Sasuke deixou que Sakura sentisse o sorriso maroto dele próximo a bochecha dela antes de se afastar e continuar a dançar. E então num movimento que ela mal conseguiu acompanhar ele literalmente arrancou a calça de uma vez com um simples puxão, ficando apenas em uma boxer preta que evidenciava muito bem os seus atributos.
Os olhos dela desciam sem nenhum pudor pelos gomos da barriga que se movimentavam ritmicamente com a música e quando ela notou uma gota de suor descer por toda aquela extensão de músculos a sua língua praticamente coçou.
Ele segurou o quepe com uma mão na frente e outra atrás e deu um giro antes de escorregar de joelhos na frente de Sakura que inconscientemente apertou uma perna contra a outra.
Levantando-se sem parar de mexer a cintura, Sasuke deu a volta por trás de Sakura, apoiando as duas mãos sobre a cadeira dela. E então em um movimento rápido demais para que ela pudesse acompanhar ele girou o móvel, deixando a garota que já estava quase trêmula novamente de frente para ele.
E para o completo desprazer de Sakura que continuava congelada na cadeira a música já chegava ao fim. Sasuke sorriu da expressão perdida da garota e então colocou o quepe na cabeça dela antes de lhe lançar uma piscadela e sair pela mesma porta pela qual havia entrado.
(...)
Voltar para a mesa depois daquilo definitivamente não foi nada fácil.
Sakura teve que esperar uns bons cinco minutos até que tivesse certeza de que podia confiar nas próprias pernas e só então ela se atreveu a levantar.
Quando ela voltou ao salão, viu que as garotas agora estavam no meio de um bando de mulheres aglomeradas próximo ao banco enquanto outra apresentação rolava. Aliás, quatro delas estavam ali embaixo porque em cima do palco estava uma Hinata rindo à toa sentada numa cadeira enquanto um cara loiro fazia um lap dance para ela.
E se ela não tivesse visto essa cena com os próprios olhos certamente não teria acreditado. E se tivesse recuperado um pouco mais do seu raciocínio naquele ponto certamente teria pensado em tirar uma foto para guardar para a posteridade.
Karin até veio chamá-la para se juntar à ela quando a viu sentada, claro que depois de perguntar se ela havia gostado do “show”. Mas Sakura apenas desconversou e disse que precisava respirar um pouco de ar puro.
Felizmente não foi difícil sair dali, afinal, as mulheres estavam todas amontoadas aos pés do palco.
E quando ela conseguiu passar pelas portas de entrada e chegar ao pequeno estacionamento agora vazio e silencioso, sugou fortemente o ar frio da noite antes de soltá-lo vagarosamente, tentando pôr os pensamentos em ordem.
E com isso sua mente estava um turbilhão de pensamentos. Sakura nunca imaginaria que as suas amigas loucas inventariam de levá-la à uma boate de strip tease e muito menos que ela teria uma show particular com a sua paixão platônica.
Se ela tivesse consumido ao menos uma gota sequer de álcool teria afirmado que estava bêbada e tudo aquilo não passava de um sonho muito louco. Mas ela lembrou que o seu drink havia permanecido intocado sobre a mesa na qual elas estavam. As emoções que Sakura teve naquela noite haviam sido fortes demais para que sequer lembrasse de entornar o copo.
― Encerrando a noite? ― uma voz soou de repente no silêncio da noite, tirando-a de seus pensamentos nada sóbrios e fazendo o seu corpo novamente tensionar quando ela reconheceu o sotaque da pessoa.
E realmente não podia ser outra pessoa se não fosse Sasuke ali parado de braços cruzados.
Ele agora estava totalmente vestido. Uma calça jeans escura, uma camiseta branca e uma jaqueta de couro preta, além é claro dos inseparáveis coturnos de cadarço.
E foi estranho vê-lo assim tão coberto quando há algum tempo atrás o homem estava dançando quase nu à sua frente. Estranho e quase decepcionante ela tinha de admitir, porque realmente era uma ótima visão.
Sasuke continuava a encará-la do carro onde estava encostado e só então Sakura se deu conta de que não havia respondido a pergunta dele.
― Acho que já deu por hoje ― ela respondeu, aproximando-se dele sem perceber.
Sasuke apenas deu outra olhada no rosto dela antes de rir baixo e Sakura apenas acompanhou a forma que os fios escuros do seu cabelo caíram sobre o rosto quando ele abaixou a cabeça.
― Você realmente não me parece o tipo de garota que frequentaria um lugar como esse ― ele comentou, aumentando o sorriso ao ver a expressão emburrada que o rosto dela assumiu.
― Você não me conhece, Sasuke ― ela replicou, cruzando os próprios braços e inconscientemente empinando o nariz em afronta.
Sakura simplesmente detestava quando suponham coisas sobre ela sem que soubessem realmente para que pudessem afirmar. E ela sabia da fama de garota quieta que tinha na faculdade, mas não era como se fosse uma celibatária ou algo do tipo, apenas gostava de ficar na dela. Assim como o próprio Sasuke fazia.
Ele por outro lado não pareceu nenhum pouco mexido pela quase grosseria dela quando se aproximou lentamente.
E a expressão irritada de Sakura rapidamente se dissipou quando o viu levantar a mão e então trazê-la em direção ao rosto dela, delineando o contorno dos seus lábios levemente com as pontas dos dedos.
― Não, não conheço ― ele concordou, olhando para aquelas lábios cheios e rosados com uma expressão tão faminta que fez Sakura quase engolir em seco ― Mas adoraria.
E novamente Sakura quase perdeu o controle das pernas quando ele se aproximou mais ainda. Mas Sasuke foi mais rápido e sustentou-a com o próprio corpo quando a prensou levemente contra o carro.
O nariz dele voltou a passar pelo seu pescoço, enlouquecendo-a assim como havia feito antes. A única diferença é que agora ele não se preocupou de evitar encostar nela. E Sakura arrepiou-se instantaneamente quando sentiu o toque frio do nariz dele contra a sua pele quente.
― Ah, o estrago que eu faria em você, mon petite… ― ele murmurou rouco contra o ouvido dela, enquanto as suas mãos se firmavam na cintura fina ― Não sabe o quanto me deixa louco com essa pose de garota boazinha.
E ao ouvir aquelas palavras Sakura sentiu como se a sua mente momentaneamente tivesse ficado em branco. Ela não conseguia perceber mais coisa alguma ao seu redor, nada senão aquele corpo tão firme pressionando-a contra a lataria do carro e aquela boca que agora envolvia delicadamente o lóbulo da sua orelha.
E então num movimento ousado demais até para ela, Sakura levantou as duas mãos até a cabeça dela e a afastou de seu pescoço, fazendo com que novamente Sasuke a encarasse.
Ele por sua vez ficou parado, totalmente à expectativa do que a garota faria à seguir e foi totalmente surpreendido quando ela sugou o seu lábio inferior.
― E se eu quisesse? ― ela perguntou contra a boca dele, enquanto os lábios de ambos se esfregavam delicadamente ― E se eu quisesse que você me estragasse?
Ele sorriu sacana.
― Então você só teria de pedir.
(...)
E no fim eles acabaram indo para o apartamento dela, que era o mais perto da boate.
E Sakura ainda se perguntava como eles não haviam batido em lugar algum até conseguir chegar ali porque os dois estavam quase descontrolados. Ainda que não fosse se surpreender se por acaso Sasuke descobrisse uma multa de trânsito na manhã seguinte.
E foi por muito pouco, muito pouco mesmo que eles não transaram ali mesmo no estacionamento da boate.
Logo que chegaram ao seu pequeno apartamento de solteira, Sakura teve o corpo prensado contra a porta da frente e não evitou de soltar um gemido alto quando sentiu o volume dele tão duro contra a sua barriga.
As mãos de Sasuke percorriam o seu corpo sem nenhum pudor e ela não se lembrava de já ter se sentido tão excitada assim na vida.
― Aqui mesmo? ― ela perguntou sem fôlego, enquanto sentia a boca dele deixar pequenas mordidas no seu pescoço.
― Eu adoraria te foder na sua cama ― Sasuke respondeu, enquanto uma das suas mãos tateava o vestido de Sakura em busca do zíper ― Mas eu não acho que aguento chegar até lá.
E então a mão dele finalmente achou o zíper que ficava na lateral e abriu-o até embaixo de uma vez, fazendo com que a peça caísse ao redor dos pés dela. Sasuke soltou um gemido baixo quando viu que ela estava sem sutiã e não pensou duas vezes antes de segurar os seios firmes com as duas mãos enquanto atacava a boca dela.
Os dois foram caminhando aos tropeços até o sofá, onde caíram um por cima do outro.
Sasuke se levantou, olhando para a figura da mulher ofegante abaixo de si antes de tirar e jogar a jaqueta sobre uma das poltronas ao lados deles, em seguida sem perder tempo tirando também a camiseta branca.
E Sakura de onde estava não conseguiu deixar de acompanhar o movimento com os olhos, porque mesmo que ele não estivesse mais rebolando em cima de um palco tudo o que o moreno fazia ainda parecia extremamente sensual para ela.
Depois de se livrar também da calça, Sasuke voltou a se debruçar sobre Sakura. A boca dele deixou um beijo forte na dela, mas logo os seus lábios começaram a descer lentamente pelo corpo pequeno, passando pelo pescoço, seios e continuaram descendo até a barra da calcinha vermelha que ela usava. Ele olhou firmemente nos olhos da garota e começou a abaixar o tecido até conseguir tirá-lo completamente do corpo dela.
Deixando-a então completamente nua para regozijo dos seus olhos, Sasuke deu um sorriso sacana para Sakura antes de levantar um dos pés dela que ainda estavam com os saltos e beijar suavemente a região do seu tornozelo.
Ele começou a subir e boca lentamente, apenas deixando os lábios passarem sobre a pele macia das pernas e coxas dela e só parou quando alcançou o meio delas. E quando um dos seus dedos passou pela dobras molhadas da boceta dela Sakura gemeu baixo mordendo o lábio inferior.
― Isso é tudo para mim? ― ele quase ronronou naquele sotaque que a deixava mais molhada a cada coisa que ele dizia.
Mas Sakura sequer conseguiu pensar em responder antes que a boca dele se juntasse aos dedos e então tudo o que ela conseguiu fazer foi gemer alto e agarrar o cabelo liso com força.
― Ai meu Deus!
Sasuke sugava o clítoris dela com força enquanto os seus dedos entravam e saíam da sua boceta tortuosamente lentos.
A garota estava uma perfeita bagunça jogada sobre o sofá e estava tendo que reunir todo o seu autocontrole para não sufocar o homem entre as suas pernas a cada vez que ele a sugava.
E então o primeiro orgasmo chegou forte fazendo com que ela finalmente perdesse o controle e pressionasse os saltos finos dos sapatos contra as costas dele, mas Sasuke não poderia estar se importando menos com isso.
Depois que o aperto em torno de si afrouxou, Sasuke levantou o tronco, limpando a boca com o dorso da mão e Sakura estava com a cabeça longe demais para sequer se envergonhar.
Sem perder mais tempo ele tirou a última peça de roupa que ainda tinha no corpo e pescou um pacote laminado da carteira que estava no bolso da calça.
Sob o olhar atendo de Sakura ele desenrolou o preservativo sobre o seu pau que já doía de tão duro e então se aproximou dela, sentando ao seu lado. E quando ele bateu uma das mãos sobre uma das coxas ela rapidamente entendeu o recado e então de pernas bambas engatinhou até onde ele estava, passando uma perna por cada lado do corpo dele.
Com uma das mãos ela segurou o pau dele firmemente e começou a martubá-lo devagar, adorando a expressão de sofrimento que o rosto dele assumiu.
― Vai me foder como um animal? ― ela provocou, passando o polegar pela cabeça do pau dele e se deliciando ao ver o desespero do homem aumentar ― Ou aquilo fazia tudo parte do show?
E ela sabia que talvez se arrependesse por ficar provocando-o, o rosto dele prometia a pura e primal vingança, mas ela estava com a cabeça envolvida demais no tesão para conseguir raciocinar direito.
― O show que eu queria dar era te colocar de quatro algemada naquela cadeira e te foder ali mesmo ― ele respondeu entredentes, quase cumprindo as suas palavras ao pensar em realmente deixá-la de quatro sobre o sofá e acabar com o desespero de ambos.
Mas antes que ele conseguisse tomar qualquer atitude quanto a isso, Sakura finalmente o posicionou na sua entrada, descendo vagarosamente com a ajuda das mãos dele que a empurravam para baixo e gemendo com a sensação de ser tão bem preenchida.
Quando finalmente o sentiu dentro de si até o limite, Sakura apoiou as duas mãos sobre os ombros dele e então começou a subir e descer, pegando velocidade aos poucos.
Sasuke segurou a cintura dela com força e quase xingou quando sentiu aquela boceta apertada em torno do seu pau.
― Eu sempre achei que você tinha cara de ter uma boceta gostosa ― ele disse, olhando-a com os olhos semicerrados e dando uma mordida no lábio inferior quando Sakura desceu particularmente forte ― Só não achei que fosse tanto assim. Desse jeito eu vou viciar em você, petite.
Sakura no entanto mal conseguia pensar, ao menos não em uma resposta que pudesse dar à ele. Tudo o que ela conseguia no momento era sentir à flor da pele cada sensação que estava tendo com ele. A forma que ele preenchia cada centímetro dela, a firmeza com que as mãos dele a seguravam pela cintura, as coisas sujas que ele dizia em seu ouvido; e quando Sasuke abocanhou um dos seus seios e aumentou o movimento dos quadris, ela jogou a cabeça para trás em êxtase.
Porque é claro que ela não podia esperar menos de um cara que tinha tanto gingado assim; ela não podia esperar menos do que o melhor sexo de sua vida até então.
E quando Sasuke no desespero de alcançar o seu próprio ápice puxou o cabelo dela para trás, fodendo-a com ainda mais força, Sakura conseguiu chegar ao segundo orgasmo dela da noite, que acabou sendo apenas alguns segundos antes do dele.
E então sem forças ela apenas deixou o seu corpo quase desfalecer sobre o dele, enquanto ambos tentavam recuperar as próprias respirações.
Sakura estava com a cabeça enterrada no pescoço de Sasuke quando o sentiu deixar um beijo leve sobre um dos ombros dela e logo os braços fortes a apertaram contra ele.
― Espero que não esteja cansada ― ele murmurou contra o cabelo dela. E Sakura que já estava quase dormindo ali mesmo quase deu um pulo quando ele beliscou um dos seus mamilos ― Porque eu não vou acabar com você tão cedo.
E pela voz dele Sakura percebeu claramente que Sasuke não se referia a apenas aquela noite.
Definitivamente.
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