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História Dark Love - Twenty


Escrita por: believezayn

Capítulo 20 - Twenty


- Vamos mesmo deixar Paris? – Pergunto a Sebastian. Sento-me ao seu lado e bebo o café.

- Precisamos deixar. – Ele responde.

- Eu gostaria de andar pela cidade pelo menos por hoje. Será que é possível?

- Claro, claro. Podemos ir para onde você quiser. – Ele sorri e segura minha mão.

 

O ar está gelado, o frio do inverno bate forte em nosso rosto. Mas a mão dele está quente, segurando a minha. Andamos em silencio pelo Jardim das Tuileries. A cópia francesa do Central Park. O nome tuileries pode enganar, muitos acham se tratar das tulipas que ali florescem, mas na verdade ali era o lugar onde uma fábrica retirava argila para construir telhados, ou seja, tuiles.

Esse parque deve ser um dos meus favoritos. Não só pela paisagem, mas justamente pelo significado do seu nome e o engraçado fato das pessoas sempre enxergarem as coisas boas em tudo.

- No que está pensando? – Pergunto para Sebastian. Ele da um suspiro.

- Não sei. Em tudo. Em nada. Entende? - Seu olhar é de confusão. Eu respondo que sim com a cabeça e depois encosto-me em seu peito.

É bom ficar sem fazer nada e sem ter que processar nada - seja por um momento sequer. O que ele fez não tem volta, e o que eu to prestes a fazer junto a ele também não. Minha vida nunca foi mil maravilhas, não estou com medo do que vai acontecer. Talvez esteja nervosa e um pouco apavorada com o que vou ver. Mas não estou com medo de fazer.

Quando criança imaginava que todas as coisas que via eram de um mundo totalmente encantador, exatamente como um conto de fadas. Existem os vampiros, os lobos e o melhor de tudo: as fadas. Mas quem diria que o conto não passa de farsas?

Milhares e milhares e milhares de mentiras ao redor do mundo guardadas por anos.

Sebastian interrompe o silencio:

- Preciso saber se tem certeza que quer fazer isso comigo, então lá vai: planejo atacar os institutos ao redor do mundo. Vou levar o Cálice e transformar cada Caçador em meu servo. O primeiro ataque provavelmente será somente eu e você. Os que transformei naquele dia ou morreram ou sabe se lá o que aconteceu. Não importa, eu tenho você. – Ele sorri segurando minha mão. – Claro, se você quiser. Não quero te forçar a nada. Pelo menos não dessa vez, pelo menos não você.

- Eu já te disse, eu quero fazer isso. Eu quero estar do seu lado. Mas eu quero que você me prometa uma coisa...

Ele levanta uma sobrancelha, me questionando.

- Aquele homem, - continuo - na batalha, todo purpurinado. Ele sabia quem eu era. Era como se ele soubesse de alguma coisa a mais sobre a minha vida. Eu tenho que encontrar ele. Saber o que ele sabe sobre mim. Por favor, promete que vai me ajudar.

- Eu prometo, Louise, eu prometo, ma chérie. - Ele deposita um beijo em minhas mãos.

 

O céu já está escurecendo. Estou na sala de armas. Guardo a minha Estela num bolso da calça, e prendo algumas lâminas num cinto. Vou para o quarto e coloco de volta as minhas coisas na mala.

Sebastian quer primeiro transformar os caçadores de sombra em seres do submundo, para que ai possa usá-los para dar uma geral nos terrenos demoníacos do Edom. Acho a idéia boa. Não ia ser seguro irmos primeiro sem ao menos saber o que podemos encontrar.

Essa noite vai ser nosso primeiro ataque. Ainda não sei onde fica o Instituto escolhido, mas Sebastian disse que primeiramente iremos atacar os mais fracos.

Ele entra no quarto já com armas nas mãos.

- Pronta? – Ele pergunta. Seus olhos demonstram ansiedade e fúria. Uma sede imensa de vingança.

- Sim. – Me levanto da cama e seguro seus braços.

 

É como se nossos corpos se estilhaçassem enquanto vamos de um lugar a outro. Não sei como ele faz isso, e acho que nunca vou saber.

Paramos em frente a um grande portão velho. A construção do lugar é antiga e grande. Passamos pelo jardim e vamos em direção a porta. Deve ser algum lugar do hemisfério sul, pois está quente, o céu está bonito, o cabelo de Sebastian fica amarelo por causa dos raios de sol que o atingem.

Eu sinto uma energia diferente percorrer meu corpo.

Acho que finalmente estou me conhecendo realmente. Só agora entendo porque sempre fiz coisas estranhas e do tipo paranormais.

A cada dia é uma experiência nova, um jeito novo de reconhecer a energia de algo ou alguém.

Talvez a energia que sinto no momento esteja vindo do lugar, ou da situação, ou das pessoas ali dentro. Ainda não sei.

Mas vou descobrir.

 

A porta se abre e nós entramos primeiramente num imenso hall de entrada. Sebastian dá um passo indo para um longo corredor da esquerda. Eu o paro no meio do movimento.

- Acho que estão lá em cima. – Digo a ele e ando até os primeiros degraus de uma escadaria enorme. Ele me segue enquanto vou indo na frente, apenas seguindo o meu instinto.

Eu não conheço o lugar, mas não me sinto perdida nos milhares de corredores e portas que encontro.

Paro diante de uma porta.

- Tem alguém ai. – Digo para Sebastian. Ele entra na minha frente, me empurra pra trás e abre a porta.

Encontramos um rapaz que parece ter 20 anos sentado numa cama. Ele olha para cima, e quando não reconhece a gente se coloca de pé pegando uma espada que estava numa cômoda ao lado da cama.

- Olá – Sebastian diz com um sorriso macabro no rosto – Meu nome é Jonathan Morgenstern, como já deve ter ouvido, estou recrutando novos soldados para se aliarem à minha causa. Por bem, ou por mal... Poderia nos guiar gentilmente até os outros moradores desse mísero Instituto?

O garoto aponta a arma para a gente. Seus olhos demonstram espanto. Ele não consegue reagir, só balbucia sons indecifráveis.

- Humm, sinto que não vai colaborar, não é mesmo? – Ele tira do casaco o Cálice e passa para mim. Depois arranca sua espada do cinto e num golpe simples derruba no chão a espada que estava com o garoto. Ele chuta o peito do rapaz, que cai para trás, depois prende a espada contra a garganta dele.

– Ma chérie, – Ele diz para mim – por favor, pode colocar um pouco do meu sangue no Cálice para esse insignificante Caçador de Sombras beber?

Eu faço que sim com a cabeça. Ele estende a mão para mim. Pego uma faca que está presa no cinto da minha roupa e faço um corte na mão dele. O sangue pinga no Cálice. O rapaz tenta desesperadamente se livrar de Sebastian, mas é impossível. Ele começa a gritar, mas Sebastian logo tampa sua boca com a mão que acabei de cortar.

Vou chegando mais perto. Meu coração bate mais rápido. O medo no rosto daquele garoto poderia assustar qualquer um. Qualquer um menos eu e o Sebastian. Ele tira a mão e eu coloco o Cálice na boca do rapaz.

Não sei dizer o que se passa pelos olhos do garoto antes de beber do sangue no Cálice. Seus olhos se fecham após dar um gole no líquido e quando abrem a cor castanha que era perfeitamente visível antes se torna preto por um instante para depois se transformar em castanha novamente.

Sebastian solta o rapaz e ele cai para a frente. Se levanta rapidamente e se curva diante de Sebastian:

- Meu senhor – ele diz.

 

O novo membro do Submundo que acabamos de transformar nos guia pelo Instituto até encontrarmos os demais Caçadores que moram ali.

Ele nos informa que são apenas mais cinco e que estão todos na sala de treinamento.

Sebastian garante sua entrada triunfal quebrando a porta. Todos param o que estão fazendo e sacam suas armas.

A sala é enorme, vários tipos de arma, paredes para escalagem, equipamentos para vários tipos de exercícios físicos, entre outros.

Sebastian ordena que o garoto amarre os outros com a corda que tem. Eles tentam lutar com ele, mas é claro que a insegurança e o medo de ferir alguém tão familiar é grande.

Uma mulher se desloca em minha direção e eu sou pega de surpresa. Ela faz um corte superficial em meu ombro direito e o impacto faz com que o Cálice caia da minha mão.

Me desespero para pegá-lo de volta, mas antes que eu chegue até o objeto, ela se joga na minha frente e aponta a arma para meu coração.

Olho para o lado e Sebastian está amarrando o restante do grupo com a ajuda do garoto.

Tento sentir a energia daquela mulher, tento sentir a minha própria energia e de alguma forma tentar controlar o que vou fazer. Não sei no que vai dar, mas deixo a sensação que é sentir raiva tomar conta de mim, e então no segundo que sinto aquela sensação correndo por minhas veias a arma que estava na mão da mulher se quebra em milhares de pedaços.

Meu peito sobe e desce acelerado, adrenalina se espalhando por meu corpo.

Aproveito o momento de distração e chuto sua perna fazendo com que ela caia.

Corro e pego o Cálice.

- Louise, se importaria de dar seu próprio sangue para eles? – Sebastian sorri para mim. – Ambos sabemos que você ter rastros demoníacos. O que me diz?

Corto minha mão, despejo um tanto considerável bom para que todos ali bebam.

Sebastian chuta a mulher para ver se ela está consciente. Ela solta um gemido ao sentir a pancada.

- Fica de olho nela – Ele me diz, me dá um beijo na bochecha e pega a taça da minha mão.

Vai em direção ao grupo amarrado. O garoto segura a cabeça de um senhor e Sebastian agilmente derrama o sangue na boca dele.

Ele faz isso com os outros quatro, e por último sobra a mulher que tentou me matar.  

- De joelhos – Sebastian diz.

Ela não se mexe. O rapaz que estava soltando os novos caçadores aparece e a levanta com brutalidade.

- Filho, por favor, não. Filho, por favor, eu sei que você está aí. – Ela diz olhando para o garoto, que não demonstra nenhuma reação. Ele solta ela ajoelhada e se afasta.

Sebastian segura seu queixo e levanta sua cabeça.

- Você é um monstro. Um monstro. Monstro! – A mulher grita.

- Um monstro que destruirá o mundo. Um monstro que vai acabar com o que um dia foi ser um Caçador de Sombras. E tudo novo que for criado vai se lembrar de mim, de um Morgenstern, que viverá pela eternidade! – Ele diz com orgulho e força a mulher a engolir do liquido que escorre do Cálice. 



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