História Daughter of Artemis - Cães Infernais

- É a estação que aparece no Madagascar!! – exclamei feliz.

Alison, Lucy e John olharam para mim e começaram a rir, o que é? Não tiveram infância não??

- Da para parar! Não tenho culpa que vocês não tiveram infância! – reclamei e eles me olharam sérios, mas segundos depois estavam rindo de novo – Eu não vejo o motivo das risadas – murmurei e continuei a caminhar.

Pelo que eu vi em alguns mapas por aí, a estação está bem longe daqui, teríamos que pegar um ônibus ou ir a pé, mas assim levaria muito tempo.

Perguntei para Alison se ela sabia de alguma parada de ônibus que poderíamos pegar e ela disse que só teria bem mais para frente, decidimos caminhar até lá e pegaríamos um ônibus até a Estação.

Lucy e Alison começaram a conversar atrás de mim, John estava na minha frente. Passamos por uma rua deserta onde do lado esquerdo havia um beco, no começo iria passar por lá como se fosse uma rua qualquer, não iria dar bola, mas ouvi um barulho vindo do mesmo.

- Shiu.. Quietos, ouvi uma coisa – disse para as meninas.

Peguei minha cimitarra e os outros me acompanharam, avancei primeiro, mas John ficou ao meu lado. Pude ouvir o barulho novamente, vinha de trás de uma caçamba de lixo. Sinalizei com a cabeça e John entendeu: era para ir pelo outro lado. Caminhei pelo lado esquerdo e John pelo direito, passei a espada devagar por trás, sabia que isso era um erro, o que fosse que estivesse ali atrás podia pegar a espada e me fazer de refém, mas John estava esperto do outro lado, e senti a ponta da cimitarra encostar em algo..

- Aii! – ouvi alguém resmungar e logo um menino estava de pé com a mão na bunda, parecia que a cimitarra tinha pegado ali.

Ele era mais alto que qualquer um ali, seus cabelos eram pretos e sua pele clara, não conseguia distinguir a cor de seus olhos e eu adorei sua camiseta: AC/DC.

- Quem é você? – perguntei apontando a cimitarra para o mesmo que começou a ir para trás, mas encontrou a espada de John em suas costas.

- Sou Carlos.. – disse ele tremendo, mas percebi que queria por confiança na voz.

Pela suas roupas ele não era um mendigo, mas sua calça estava rasgada e suas mãos esfoladas, o que referiam que estava fugindo de alguém.

- Do que estas fugindo? – perguntei.

- Você não vai acreditar, ninguém acredita... – murmurou ele.

Olhei para John e ele intendeu o que eu quis dizer.

- São monstros? – disse John e fui abaixando a espada lentamente, assim como eu. O menino só assentiu, parecia que estava prestes a chorar, o que era meio estranho, comparando ao seu tamanho. – Como eram?

- Eram cachorros gigantes e negros, eles me perseguiram por quadras e sempre que me escondia eles me achavam, mas quando passei por um laguinho em uma pracinha eles desapareceram... – falou ele. Espera, ele descreveu cães infernais, eles não eram dóceis? Mas isso não vem ao caso agora, o que importa é que achamos um semideus.

- Ahm, Carlos, você já ouviu falar de deuses Gregos? – ele assentiu, relutante, como eu no dia que descobri que era uma semideusa – Então, eles ainda existem e tem filhos com mortais, que se chamam semideuses, e bom, vou dizer tudo na lata, você é um deles...

- C-como você tem certeza? – perguntou ele, gaguejando.

- Bom, o que você está vendo? Uma espada de verdade ou um balão em forma de espada? – disse levantando minha espada e dando o exemplo, pelo menos eu achava que os mortais a vessem assim.

- Uma espada – respondeu ele óbvio.

- Então você é um semideus, se você não fosse veria qualquer outra coisa, menos uma espada de verdade. – argumentei. – Lucy! Alison! Barra limpa! – gritei para as duas que estavam na entrada do beco, para qualquer coisa que acontecesse.

Elas vieram até mim, e pelo visto não perceberam Carlos.

- O que estava fazendo barulh... Uau! – bom, Alison percebeu agora e pelo visto Lucy também, não posso negar que ele era bonito sim, mas as duas estavam fazendo papel de ridículas.

- Precisamos falar com Quíron, ele é um semideus, tem que ir para o Acampamento Meio –Sangue – falei e as meninas pareceram despertar.

- Ahm? Ah sim, tenho uma dracma aqui, é só achar alguma poça que possa reluzir.. – disse Alison. Assenti.

- Carlos, acho melhor você vir com nós, é perigoso você andar por aí sem nenhuma coisa para lhe proteger. – falou John, mas parecia que o mesmo não queria falar exatamente isso, parecia que estava contra sua vontade. Essa eu não entendi.

Carlos demorou um pouco para responder, se eu fosse ele também demoraria, imagina: 4 estranhos lhe pedem para acompanhar porque você corre perigo...

- Eu vou.. – falou finalmente, parecia que não respirava, pois soltou todo o ar de seus pulmões.

- Alison, você tem uma adaga? – perguntei me lembrando que ela lutava com uma espada, mas já tinha visto ela com uma adaga.

- Tenho sim, o que você quer com ela? – disse me estendendo a arma.

- Ele terá que ter alguma coisa para se proteger. – me virei para Carlos, entregando a adaga – É melhor você não perder isso, não queria ver aquela ali com raiva – disse me referindo a Alison. Ele assentiu, corando.

Sai do beco com John ao meu lado me olhando estranho, no começo não falei nada, mas aquilo estava me acomodando.

- O que foi? – perguntei parando, agora já na rua. Alison e Lucy estavam conversando com Carlos mais a frente, tenho pena desse garoto.

- O que foi o que? – perguntou ele de volta. Revirei os olhos.

- Por que você está me olhando assim? – falei.

- Não ‘tou te olhando de nenhum jeito – retrucou ele. Bufei. Idiota.

Qual é o problema dos homens? Depois eles dizem que as mulheres são complicadas, mas não olham para si próprios.

Sai do lado dele e fui até as meninas e pulei na garupa de Alison, fazendo com que a mesma quase caísse.

- Coloca força nesses braços guria – disse rindo...

Continua..