História De encontro com o destino - Uma nova amizade

"Agente não faz amigos, reconhece-os."

                                                             - Vinicius de Moraes

 

...

É claro que ela não acreditava que um garoto sempre tão vazio como Naruto poderia ter passado o que Nabi estava passando, o olhava desafiadoramente, ele por sua vez tinha uma estranha tristeza no olhar.

 

- Bem...

- Yo mina!

- Desculpem o atraso...

 

Hinata olhou primeiro para a porta onde estava uma sorridente Tenten,e depois para  o topo da escadaria de onde vinha a voz de Neji que parecia constrangido.

 

....

-#-

 

- Enterrompo? - perguntaram em unissono, quando Neji desceu encarou mal humorado a Mitsashi que tinha alguma malícia no olhar.

- Não... Naruto-san estava dizendo algo sem importancia. - Isso deu uma pontada tão aguda no peito de Naruto que o ar se foi.

- Hum... - ele recebeu dois pares de olhos o analizando, Tenten e Neji trocaram um olhar como se entendessem que para Naruto aquilo não devia ser pouco importante.

- É... - vendo como Nej o olhava Naruto lançou outro olhar e o Hyuuga pareceu entender o recado.

- Então... Acho melhor irmos porque temos muito trabalho né? - disse Tenten.

 

Todos seguriaram para a biblioteca, menos Naruto que foi para o banheiro, depois começaram um trabalho cansativo mas interessante, que durou horas.

 

                                                                -*-

 

Naruto caminhava pela calçada que ficava ao lado de fora da mansão Hyuuga, quando viu uma cópia de Neji em versão feminina. Hanabi estava sentada no chão a expressão carrancuda, meio receoso o Uzumaki decidiu aproximar-se, esperava que pudesse ajuda-la de alguma forma. Na verdade ajudar era o que ele mais queria no momento pois a culpa o perseguia até mesmo em sonhos.

 

- Oi... - disse ele ainda receoso.

- Oi. - ela o olhou, e surpreso constatou que em seus olhos não havia vestigio de raiva.

- Lembra-se de mim? - talvez a raiva voutasse naquele instante.

- Sim. Você é Uzumaki Naruto, eu sempre me lembro de rostos e nomes.

- E, não tem mais raiva de mim nem vai me chingar? - perguntou temeroso.

- Por quê pergunta? Quer que eu tenha raiva de você ou te chingue? - ela arqueou a sombrancelha direita, parecia que era bem esperta.

- Não... Mas sabe, eu quero mesmo é me sentar ao seu lado... Posso?

- Quer mesmo sentar no chão no meio da calçada?

- Ué, e você não está? - a menina deu de ombros. - Mas eu agora tive uma ideia melhor... Vem comigo tomar um sorvete na esquina? - ele sorriu esperançoso.

- Eu to sem dinheiro.

- Se eu a convidei, é porque irei pagar o seu... Marrentinha! - a menina riu um pouco e pensou por um momento.

- Tudo bem...

- Então... Levanta e vamos de uma vez! - ele riu.

 

Caminharam por alguns poucos minutos em silêncio. Quando chegaram a tal sorveteria que era bem simples, fizeram seus pedidos e sentaram-se a uma mesa que tinha lugares para duas pessoas.

 

- Você sabia que não deve aceitar convites de estranhos? - Naruto tentou passar um sermão.

- Eu sei... Mas sabe, estamos em um dia claro, em um lugar onde passam muitas pessoas e eu seguramente poderei gritar caso você tente algo, ou se eu for ao banheiro e você colocar um "boa noite Cinderela" no meu sorvete vai chamar muita atenção alguém tão jovem estar bebada numa sorveteria... Entre outros planos do quais não posso falar de minhas chances de fulga. - ela deu um sorriso que pareceu ao loiro triunfante.

- Você é bem esperta. - aprovou ele e tomou um pouco de seu sorvete de chocolate.

- Faço o que posso. - ela sorriu e também lambeu seu sorvete que era de morango.

- Por quê veio comigo?... E chega dessas respostas espertinhas.

- Tá... Eu sei que você quer conversar comigo.

- E como você sabe disso? - perguntou surpreso.

- Por que se não, você não viria falar comigo. - ela revirou os olhos perolados.

- Tem algo mais nisso... -ele a encarou profundamente. - Afinal da forma como você me olhou na festa do aniversário da B.L, deu a entender que jamais me deixaria aproximar de você.

- Você tem razão, á algo mais. - ela bufou e fechou os olhos e tornou a abri-los. - Outro dia eu estava no cemitério, fui visitar os meus pais, quando ouvi um choro que parecia doloroso de mais, não sei o que me deu, mas eu fui ver. Aí eu vi que era vcê, no inicio fiquei com raiva, mas suas palavras chamaram minha atenção, não consegui parar de escutar mesmo sabendo que não estava certo. - pela pela primeira vez parecia envergonhada.

- Então você ouviu tudo aquilo foi? - ele pensou, mas não sentiu-se encomodado.

- Hai. E depois que você saiu, eu te segui, não me pergunte porque, mas aí aquele ruivo apareceu e acabei escutando tudo.

- Um... Entendi um pouco, mas o que tem tudo haver com me deixar falar com você?

- Eu... Quero saber por quê sente-se culpado pela morte do seu padrinho.

- Eu posso responder isso.. - disse o loiro após um tempo. - Mesmo sendo algo pessoal de mais, porém, há uma condição.

- E qual é? - ela franziu o cenho.

- Quando eu terminar você irá me responder tudo o que eu perguntar. - ela pensou por um estante.

- Tá certo. - sorriu um pouco.

- .... Lá vamos nós... - ele suspirou.

 

 

Mansão Hyuuga

Cozinha

 

Tenten estava mesmo cansada, trabalhar e fazer faculdade eram mesmo tarefas cansativas. Hinata estava no andar de cima dormindo, na verdade, aquilo estava mais para coma profundo. Elas estavam relendo um relatório semal então a Hyuuga se debruça em cima do bloco e ronca, Tenten riu em silencio, apesar de saber que a gravidez tomava muita energia da amiga, a sena não deixou de ser engraçada. Ela resolveu dar um tempo e desceu para roubar algo na geladeira, por sorte achou um balde de frango frito desses que vinham dos EUA. Estava agora sentada a mesa quase dormindo ao comer a carne saborosa.

- Rum, rum... - ela se virou para o pigarro e não ficou lá muito contente quando viu quem era o dono.

- Que foi Neji? Nunca me viu comendo frango? - disse ela de boca cheia apenas para provocar a reação que sabia que ele teria.

- Acho que em 18 anos sua família não conseguiu educá-la. - disse ele fuzilando-a com aquele ar de superioridade que a Mitsashi detestava.

- Não to nem aí para o que você acha.

 

Ele arqueou a sobrancelha esquerda e foi até a jeladeira, pegou uma jarra d'água, um copo no armário e sentou-se em uma cadeira ao lado da morena.

 

- Com tanos lugares pra você sentar, tinha que ser ao meu lado? - perguntou ela irritada.

- Desculpe, mas estou em minha casa.

 

Ele deu um risinho irônico e Tenten fez uma careta. Algum tempo passou-se e quando a Mitsashi sentiu-se satisfeita deixou o pote de lado, foi até a pia e lavou as mãos e a boca, mal terminou e o seu celular tocou, foi até a mesa onde ele estava, viu de quem se tratava e decidiu ignorar. Agora definitivamente não era boa hora para aquilo!

 

- Não quer atender o namorado? - Neji a sobressaltou ela o encarou, o moreno parecia com ciúmes.

- Não te devo satisfação alguma, mas eu não tenho nenhum namorado. - ela revirou os olhos.

- Ah, sei... Se bem que... Faz sentido em se tratando de você.

- O que você quer dizer com isso?!

- Não é você quem gosta de apenas se divertir? - ela teve vontade de voar no pescoço macio do Hyuuga, mas controlou a raiva e virou as costas para sair.

- Não vai me responder Mitsashi?

 

Neji falou quando ambos já estavam passando em frente a biblioteca, Tenten apenas ignorou mas sentiu ser puxada, e quando deu por si já estava colada no peitoral de Neji  olhando nos olhos de lua, a respiração roçava em sua bochecha causando boas sensações.

 

- Não tenho nada para responder. - disse firme.

- Então...

 

Mas ele não disse mais nada, tomou seus lábios com urgencia, e por mais que a morena quizesse corresponder envolta nos braços fortes, não deveria.  Ela então, mordeu a boca carnuda com força, o Hyuuga a soltou quando sentiu o gosto do sangue e a encarou perplexo, ficaram assim por um tempo até que Tenten perdeu a firmeza no olhar e o beijou sentindo-se culpada.

O beijo foi mais intenso e urgente, o Hyuuga passou a guiá-la, Tenten percebeu que estavam ido para a biblioteca, ouviu o som da porta sendo aberta e depois fechar, mas isso pouco importava, somente pararam de se beijar quando encotraram um obstáculo chamado mesa.

Novamente se olharam, o desejo era nítido nos olhos perolados e a morena jamais poderia resistir aquilo,o moreno a beijou novamente e a levantou para que a mesma sentasse sobre a mesa de aparencia frágil. As mãos de Tenten passaram a ter vida própria e se encaminharam para o cinto da calça jeans o desfivelando em em seguida desabotuando e abrindo o ziper...

 

TOC TOC...

 

- Tenten... Você está aí?

 

Ao ouvir a voz de Hinata,Tenten tomou um grande susto que a fez cair de costas da mesa, arregalou os olhos quando se "recompôs" e viu a amiga de cenho franzido observando a sena. Ai! Quanta coisa a explicar!

 

 

Sorveteria

 

- Nossa... - a morena procurava as palavras certas - Eu sinto muito mesmo Naruto. - lançou toda a sinceridade em seus olhos.

- Eu sei Hanabi... E sabe o que mais? Eu tive pesadelos com isso tudo todos os dias durante dois anos. Meus pais não sabiam o que fazer, tentaram de tudo até mesmo me levar ao psicologo mas eu recusava, cheguei até a fugir de algumas sessões. - o loiro deu riso baixo.

- Por quê motivo você fez isso?

- Me sentia tão culpado, que achava que a unica maneira de eu pagar, pelo menos um pouco, era cultivá-la... E como consequência os pesadelos. Depois dos dois anos eu me conformei um pouco mais, porém toda véspera eu tenho o mesmo sonho. - os olhos azuis eram como dois mares de desespero. Hanabi se viu afogando-se neles.

- Então é por isso que você fala e leva todas aquelas coisas. - disse ela sem encará-lo.

- Mas não é so pelo remorso, é também pelo fato de que ele era como um segundo pai.

- Entendo. - um minuto inteiro passou-se enquanto Hanabi olhava suas mãos analizando todas a expressões faciais do Uzumaki, definitivamente ele estava falando a verdade.

- Agora... Pode me responder o que tenho a perguntar? - ela o olhou ele tinha uma expressão angustiada, porém com algum toque de leveza.

- Claro.

- Você me perdoa por não ter impedido o...

- Para! Eu não vou permitir que termine de me perguntar isso Naruto. Não há cabimento você me pedir desculpas por uma situação em que você teve um minímo de participação. - eles se encaram, Hanabi estava determinada a não deixar o Uzumaki com a história absurda.

- Arigato... Hanabi. - os orbes azuis marejaram, aquilo já era de mais! Que cara sensível.

- Ah! Não chora ok?

- Tá... - ele riu e limpou algumas lágrimas que escaparam.

- E olha, você não pode nem deve sentir culpa nem por isso nem pelo que houve com Jirayia.

- Mas se eu não...

- Para! Eu até sei o que vai dizer! - a surpresa a atingiu quando o loiro riu. - Que foi?

- Parece que somos amigos de infancia. - ela riu também.

- Naruto. - ela falou após um breve momento. - Duvido que Jirayia ia querer que você vivesse assim.

- Você é mesmo... Muito, muito inteligente.

- Não me elogie Uzumaki! - ele riu novamente. - Eu só digo o que qualquer um sabe. E agora... O que mais quer saber?

- Hum... Por quê matou duas semanas de aula? Sim, eu ouvi tudo. - a morena revirou os olhos.

- É simples, eu odeio aquele lugar! Não tenho mais amigos, as matérias são sempre as mesmas e os muros parecem prisões.

- Entendo... Mas se não tem mais amigos, você mata aula sosinha? - ele aqueou a sombrancelha.

- Eu tenho amigos, quer dizer, um. E eu estava com ele... Antes que pergunte nós só vamos ao shopping, ou a uma pista de Skate onde estou aprendendo com o pessoal a andar.

- É por isso que usa essas roupas?

- Não. Eu gosto assim... Por quê? Você não curte?

- Eu até acho legal você ter seu estilo, se você gosta mesmo... - ele deu de ombros. - Mas onde o conheceu?

- Na festa da B.L.

- Um... E o que ele fez para convence-la a matar aula? Sim, porque até onde eu sei você não era de fazer isso.

- Nada, apenas me convidou uma vez.

- Você... Tem certeza de que ele é um bom amigo?

- Por quê pergunta isso?

- Francamente... Você me parece bem esperta, até mais do que eu, e você deve com certeza saber que matar aula é errado, mesmo que a escola seja um inferno. E esse "amigo" vem e pede a você para faltar? Pense menina!

- Eu sei, eu sei, mas...

- Mas o quê? Não quero dar uma de chato, mas você sabe que não deve sair de casa enganando sua irmã e seu primo. Imagina só, se acontece algo a você. O que isso faria a sua irmã? Sei que para ela isso seria o fim... E também não é nada certo que você fale daquela maneira com ela, afinal ela está gravida, e pelo que vi não é uma gravidez lá muito segura, além do mais ela só quer o seu bem. Eu sei que você sofre, mas não cometa os meus erros e veja o lado dos outoros... Vejá só, quando meu padrinho morreu o Gaara estava lá, ele foi como um suporte e eu descontei a minha frustração em todos os outros, e ainda por cima quiz distrair-me a todo o custo. Gaara me levou a um mundo novo... ou melhor, um inferno novo. Parece que esse garoto é o seu Gaara.

 

Hanabi pensou por um momento, Naruto a encarava esperado alguma reação. Seria mesmo que Noha seria o seu Gaara? Não... Aquele bobo alegre só queria mesmo era ser feliz, mesmo que precisasse sacrificar algumas coisas... Ele não era um mal garoto.

 

- Não. O Konohamaru não é assim. - ela o encarou seria.

- Veja bem... Se ele for mesmo um bom amigo, quando você disser que não pode mais matar aula, ele compreendera, e só te chamará para sair nas horas vagas.

- Parece uma boa ideia. - ele pareceu um tanto ofendido com o tom de surpresa que ela usou.

- Então vai fazer o que eu disse? - perguntou o loiro após algum tempo a encarando.

- Vou sim, e sabe por quê?

- Por quê?

- Você parece mesmo que tem algo bom dentro de si. - ela deu um sorriso largo, e ele pareceu contente, porém depois seu semblante ficou pesaroso.

- Queria que sua irmã pensasse assim.

- Relaxa, uma dia ela vai reconhecer isso. - ela sorriu novamente e Naruto retribuiu.

 

Parecia mesmo que ali comçaria uma história de amizade.

 

                                                                               

                                                                                   Continua...