O amor era um complexidade para Dean, não se recordava das vezes que havia falado que amava alguém e foram poucas vezes, miseravelmente as vezes que escutou que alguém o amava, curiosamente todos que ousaram dizer isso a ele, bem… Estavam mortos.
A confusão aumentava ainda mais quando se trava de assuntos românticos, a vida de seus pais casados não eram como a de um bom romance e casais não acabavam em finais felizes quando se viviam como caçadores. Talvez por isso nunca foi capaz de ser ambicioso quando se tratava de sua própria existência, se contentava com o nada e se o mínimo acontecesse ele ficava feliz, satisfeito.
Dean também não era bom em de expressar, tudo parecia tão raso quando se tratava de si e o mundo. Sempre foi do tipo que se satisfazia ao ver as pessoas felizes, projetava sua felicidade em agradar o pai ou as pessoas e os ideias delas. Fosse o filho obediente, o irmão popular, o cara bonitão que vai desaparecer na manhã seguinte, qualquer droga que não exigisse algo profundo e real, que não expusesse seus traumas e obrigasse a lidar com o Dean real.
Nunca foi capaz de ser ele mesmo, exceto com Castiel, Dean sempre podia ser ele mesmo com Castiel.
…
–Eu realmente preciso ver isso, Dean? — A voz do anjo era confusa, assim com sua expressão. O anjo estava sentado de maneira quase relaxada sobre o sofá marrom, ele segurava uma garrafa de cerveja ao qual o líquido já estava quase no final.
A decoração era iluminada pela televisão, o que acabava pegando apenas o que estava próximo do sofá que era a pequena mesinha de centro que continha alguns doces, pipoca, garrafas vazia. Já estavam naquele quarto a um tempo, eles beberam e conversaram sobre o último caso onde Sam havia salvado a garota e por sorte havia ido sair com ela.
–Cass, não podemos adiar que conheça Clint Eastwood. — O caçador explicava pacientemente, ele se aproximou da mesa deixando mais quatro garrafas sobre a mesa e se sentou ao lado do amigo. Seu desejo era apresentar um de seus atores favoritos e fazer com que Castiel entendesse o que falava, não era a primeira vez que assistiam algo juntos e com o mesmo motivo. –Vai ser como da última vez, você vai gostar, eu prometo.
Dean não teve muitos amigos ao longo da sua vida, tudo costumava durar apenas uma semana, então não era necessário esforço. Parecia idiota, mas aquilo era auge da intimidade compartilhada na vida do caçador e tambos nem soubiam disso.
De fato, o que caçador que esperava tão pouco de tudo e um anjo que não esperava nada podiam entender sobre intimidade verdadeira.
Quando o anjo estava por perto, a existência do Winchester mais velho se baseava em dividirem momentos juntos e não importava se fosse em caçar, pesquisar ou beberem juntos. A futilidade voltava quando Cass sumia, o anjo tinha um péssimo hábito com isso e Dean nunca entendeu e nunca lidava bem com isso, seu eu verdadeiro desaparecia e um idiota surgia.
–Você vai ficar falando? — A crítica foi curta e o loiro sorriu dando uma balançada com a cabeça com o olhar ao qual o anjo conhecia bem.
–É claro que vou, você sabe que não sei calar boca quando conheço as coisas e sei muito sobre isso. — Cass sorriu, ele gostava, era tão canastrão que era impossível não gostar. Tinha certeza que era por isso que sempre via alguma coisa na televisão para conversar com Dean. Uma influência positiva, aconteceu o mesmo com as músicas, séries. —"Existem dois tipos de homens neste mundo meu amigo: Aqueles com armas carregadas e aqueles que cavam. Você cava..." Cowboy.
…
–O que foi, Cass? — Dean olhava preocupado ao amigo, sua mão tocava seu ombro e por algum motivo seu coração batia mais rápido.
–E se isso não funcionar, você sabe. — Os olhos azuis eram profundos e o rosto parecia tão cansado, ambos se encaravam intensamente, mas nenhum nunca se importou a dizer o que pensavam quando se olhavam.
–A gente tenta outra coisa e outra coisa, nada diferente do que a gente sempre faz. —O silêncio preencheu o Impala, mas nenhum ousou se mexer. O conforto que compartilhavam com olhar era a única sensação de paz clara que sentiam a três semanas, eles não sabiam disso e se pensassem iriam acreditar que é loucura.
...
–É engraçado, quando fiquei grávida de você… — Mary sorriu com ternura. – A gravidez inteira pedia para anjos cuidar e proteger você, mas eu nunca pensei que você teria um anjo como amigo.
A mesa da cozinha no bunker criava um espaço mais íntimo para conversarem, a madrugada carregava uma peso secreto entre os dois. Apesar da ausência de intimidade entre mãe e filho, aquele era um dos poucos momentos em família que compartilhavam sem estranhezas.
–Cass não é só um anjo, ele é da família. — O caçador sorriu enquanto comia uma pedaço de torta.
–Vocês me parecem bem próximos. — O comentário foi discreto e sutil, levou um tempo até que os os olhos de Dean entende-se e pudesse arregalar seus olhos.
–Somos, mas não… Não assim.. Cass é um anjo, o melhor que conheço. — Um anjo tão incrível não se desse o azar de se apaixonar, não seria por um caçador quebrado como ele. Já havia pensado nisso, não foi uma única vez, mas sempre acaba com a mesma ideia final.
–Sabe que não há problema nisso, você é o melhor caçador e ninguém precisa te importunar com suas escolhas…
–Esqueça isso.
…
“Looking for what I knew”
Apesar de escancarado e explícito, o caçador quebrado não esperava que algo tão bom fosse capaz de ter sentimentos recíprocos. Não era ambicioso e ter tudo que tinha Castiel parecia tanto pra si, que preenchia todos os vazios de uma vida inteira.
Um homem que é retirado do inferno pela mãos de anjo não pode exigir nada mais, não poderia exigir que o anjo o amasse e não poderia desejar que pudessem desfrutar de amor.
“–Eu te amo.”.
Ouvir aquelas palavras da boca de quem mais desejava ouvir foi um colapso, desejava ter perguntado o que? Por que? Está brincando? Estou sonhando? Desejava tantos coisas e nenhumas delas o machucava e destruía como os fatos verdadeiros, viver novamente a morte de Castiel apagava qualquer sentimento bom que pudesse existir com a liberdade que sonhava e dava a única a certeza Dean,ele gostaria de ter falado.
“–Eu amo você, Cass.”.
…
–Cass!
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