História Debingos: um amor policial - A carona

                            Narrador
Após Mariana dar a "ideia" de Débora dar uma carona a Domingos, ela a fuzila mas acaba oferecendo a tal carona. Os três se dirigem ao carro dela, e Mariana alerta:
•Mariana: Vou precisar que me deixe em casa logo...
•Débora: Algum problema?
•Mariana: Preciso adiantar umas coisas de trabalho.
•Débora: O Senhor se incomoda se eu levá - la primeiro?
•Domingos: Nem um pouco... Pode levar a Dona Mariana primeiro... Sem problema algum...
A noite caía e a neblina começava a aparecer. Domingos e Débora se olhavam de vez em quando, mas não sustentavam os olhares por muito tempo. A essas horas, o coque de Débora estava caído para o lado e a tonalidade de seu batom era fraca. Os pensamentos de Domingos voavam longe e Débora percebe:
•Débora: Sem querer parecer intrusa, mas... Deixa para lá...
•Domingos: Pode perguntar... Ao contrário de você, não guardo muitos segredos...
Nesse instante, Mariana a alerta que ela havia chegado a casa dela:
•Mariana: Débora... Chegamos em minha casa...
•Débora: Até mais, Mariana...
•Domingos: O que queria saber?
•Débora: Seria uma pergunta íntima... É melhor esquecer... O senhor fez um bom trabalho hoje...
•Domingos: Receber um elogio seu é realmente fantástico! Obrigado...
Débora desconversa tentando não criar intimidades com seu funcionário:
•Débora: Vá me dizendo quando chegar em sua casa...
•Domingos: Vire a direita e pare enfrente a esse muro branco...
Assim que eles chegam, Domingos nota a luz acesa. Um garotinho aparece na janela e corre para ver quem havia chegado:
•Leo: Papai! Que carro é esse?
•Domingos: É o carro da minha patroa...
•Leo: Ela que é sua patroa? A toda poderosa?
•Domingos: Quem?
Débora nunca se deu muito bem com crianças, mas tenta parecer simpática ao ver a criança se aproximar do carro:
•Leo: Oi... Eu sou o Leo...
•Débora: Oi rapazinho...
•Leo: A senhora parece uma rainha com esse batom...
Débora faz um sinal de reverência para ele e o agradece:
•Débora: Você é muito gentil... Preciso ir...
Nessa hora, Luciana aparece:
•Luciana: Filho! Saiu correndo... Senhora Bloch?
•Débora: Luciana... Espero que não se importe de ter trazido seu marido em casa... Estava um pouco tarde... O aluguei demais hoje...
•Luciana: Sem problemas... Vamos entrar rapazes?
•Débora: Até amanhã, Senhor Montagner...
Luciana entra com Leo, enquanto Domingos se despede de Débora:
•Domingos: Espere... Tenha uma boa noite...
Domingos se aproxima e beija a bochecha de Débora, que se surpreende com o ato:
•Débora: O senhor também... Mas não crie intimidades, Senhor Montagner...
•Domingos: A durona está de volta?
•Débora: Ela nunca foi embora... A conversa que tivemos no carro foi talvez uma trégua...
•Domingos: Trégua que vai terminar, não é mesmo?
•Débora: O Senhor está começando a entender... Tudo tem um preço... Meu bom humor e simpatia também...
•Domingos: Perdoe - me a ousadia do beijo na bochecha... Não irá se repetir.
•Débora: Eu já me esqueci... Tudo certo! E trate de trabalhar com eficiência...
•Domingos: Pode ficar tranquila... Amanhã bem cedo estarei no escritório...
Assim que Débora entra em casa, vê mensagens de Mariana:
•Débora: Mari?
•Mariana: Não me diga que chegou agora?
•Débora: Sim... Acabei de pôr os pés em casa...
•Mariana: Que carona demorada com o Senhor Montagner...
•Débora: Mariana... Não comece... Sabia que ele tem um filho?
•Mariana: Ora, ora, ora, já estão íntimos a esse ponto?
•Débora: Não... O garoto apareceu na porta e me reconheceu... Não soube como reagir... Nunca me dei muito bem com crianças, você sabe...
•Mariana: Entendo... Mas aconteceu mais alguma coisa?
•Débora: Talvez um beijo na bochecha...
•Mariana: O que? Repete pausadamente... E a esposa dele?
•Débora: Ela veio buscar o filho e ficou meio intrigada de eu estar com o marido dela a essa hora...
•Mariana: Mas é claro né? O cara vai de carona com a mulher mais gata do Escritório e você quer que ela ache normal?
Débora gargalha:
•Débora: Você não existe, sabia? Eu preciso dar um jeito de prejudicar ele lá dentro... Ou ir descabelada para o escritório...
•Mariana: Isso tudo é medo de homem?
•Débora: Medo não... Mas você sabe que sentimentalismo não é minha praia. E além do mais, ele está muito confiante... Está na hora de saber com quem está lidando...
•Mariana: Ele tem se esforçado tanto... Não o prejudique...
•Débora: Já sei o que fazer...