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História Decalcomania - Monocromia


Escrita por: seexsaw

Notas do Autor


Oláaaaaaaa! Olha quem voltou pra vocês aaaaaaaaaaaaaa
To eufórica.
Decidi dar um tempo pra mim das coisas, um tempo de casa, um tempo de estresse e parece que funcionou bastante, pois consegui trazer um cap delicinha pra vocês sem demorar tanto quanto os outros e estando bem satisfeita.
Dica básica: eu escrevi esse cao ouvindo letting go do day6, se quiserem ler ouvindo ela, recomendo.
Anyway, não vou enrolar mais.

Boa leitura, meus amores!

Vejo vocês nas notas finais <3

Capítulo 12 - Monocromia


As minhas mãos perdiam-se nos cabelos da nuca de Sehun como se assim pudesse trazê-lo mais para perto, as do moreno ora ou outra passeavam da minha cintura até as minhas costas de forma sutil, mas firme, quase como se ele tivesse medo de que qualquer toque brusco pudesse me machucar ou até mesmo machucar a si mesmo de uma maneira diferente. Os seus toques transmitiam aquele extremo cuidado e tranquilidade que só ele me trazia.

Nossos lábios selados era uma de muitas nuances de necessidade e o querer que parecíamos demonstrar naquele ósculo um tanto quanto inédito, diferente de uma boa maneira. Era uma de muitas, pois todo o nosso corpo correspondia àquele ato impensado. O meu corpo correspondia como nunca antes, as batidas arrítmicas do meu coração deixando-me desnorteado e totalmente entregue.

As mãos do Oh logo migraram até o meu rosto, o qual o mesmo tocara ambas as laterais com cuidado e devoção em cada movimento, auxiliando-me e muitas vezes nos afastando poucos centímetros para que pudéssemos desfrutar de um pouco do ar que nos era proporcionado. 

A sensação que tomava conta de mim era inenarrável, sentia como se minhas pernas fossem feitas de algo insustentável de tão bambas, sentia-me todo aquecido, o conforto abraçando-me o corpo por inteiro, a calma e o mais puro sentimento alimentando cada célula que me compunha.

Foi praticamente impossível não gemer em protesto quando enfim aquele beijo fora consumado, concretizado com singelos e desesperados selos em meus lábios, agora mornos e inchados, por parte de Sehun. Não pude deixar de notar sua respiração entrecortada e ansiosa com tudo aquilo.

Então ali estávamos. Nossas testas coladas, as mãos do mais novo ainda em meu rosto, com o leve resvalar de nossos narizes ao passo em que o Oh apenas meneava a cabeça em desaprovação. Podia notar tudo isso em suas feições, os seus olhos fechados, comprimidos como se o seu maior sonho tivesse se transformado em seu pior pesadelo.

Ofegantes era como nos encontrávamos e com minhas mãos perdidas no colarinho do sobretudo de Sehun e meus pés sustentando-me em uma altura aceitável, eu não conseguia dizer nada, não conseguia pensar em nada que não fosse aquela proximidade tóxica que parecia tirar-me dos eixos, o perfume do maior impregnando os meus sentidos da mesma maneira que os seus lábios fizeram com algo dentro de mim, em minha alma.

A voz do moreno viera entrecortada, rouca e um tanto quanto grogue de sensações quando audível.

—P-por que, Baekhyun? —foi o que ele disse. A pergunta atingindo-me em cheio quase como um soco no estômago, podia até sentir o gosto amargo que aquela situação agridoce deixara em mim. —Por que você faria algo assim? Por que agora? O que mudou?

Eu continuava a encarar o mais novo com uma expressão nublada, mas que beirava a confusão e o tormento. Minhas mãos, que antes se encontravam em seu colarinho, escorregaram de modo inconsciente para as laterais do meu corpo, a realização de tudo aquilo me acertando em cheio, fazendo-me perder o fôlego ao cambalear para trás. Muito provavelmente eu cairia se não tivesse Sehun segurando-me firme, um Sehun procurando uma resposta a qual eu não sabia como responder.

Por que eu havia feito aquilo? O que tinha mudado? Nada estava diferente a não ser o leve esquentar de meu corpo, nada estava diferente porque aquele sentimento estranho que aflorara dentro de mim sempre esteve lá, era familiar demais para que eu não o reconhecesse. Não era algo novo, nunca foi.

"Você nunca esteve confuso, Baekhyun." A voz de Kyungsoo pairou em minha mente no segundo em que tudo parecia se organizar dentro de mim. A situação na qual eu ouvira essa frase voltando à mim em flashes emaranhados. A dor se fazendo presente no momento em que percebi o que tinha feito.

—Kyungsoo... —murmurei sem ao menos perceber, sendo bruscamente solto por um Oh Sehun diferente. Suas feições estavam diferentes, uma frieza rondada de tanta dor que percebi, com toda certeza, que eu havia danificado algo dentro de Sehun, algo bem íntimo, tão profundo que não poderia ser consertado ou curado com o tempo. Senti-me zonzo.

As lágrimas salgadas que pareciam acompanhar-me durante todo aquele dia caíam mais uma vez em suas formas voluptuosas e mornas, inundando-me em uma sensação de arrependimento enorme. Mas o que mais me inquietava era que eu não estava arrependido pelo beijo em si, e sim por ter causado aquela maldita expressão, aquele pesar, toda aquela dor que agora adornava Oh Sehun por inteiro. Podia senti-la emanando, vê-la em seus ombros caídos, em seu olhar inerte, caído, triste e quebrado.

—Sehun... —tentei dizer, alcançando um dos braços alheios em desespero. Esperei que o maior repelisse o meu contato, que ele simplesmente ordenasse para que eu o soltasse, mas nada disso aconteceu. Observei cada movimento do moreno e tudo o que pude ver foi derrota. Ele parecia simplesmente derrotado, como se realmente tivesse perdido algo de suma importância para si. Alguém.

—Você... —o Oh começara e sua voz soara de maneira extremamente dolorosa, como se ele lutasse contra algum tipo de sentimento insuportável que o prostrava, que o adoecia. Suspirou. As lágrimas que lhe caíam dos olhos sendo rapidamente limpas pela manga de seu sobretudo. —Você não precisa dizer nada. Eu entendi.

—Hunnie, não... —tentei encontrar as palavras certas, mas minha mente estava em branco. Eu parecia ter entrado em pane, tudo o que me movia naquele momento era a angústia de palavras não ditas, sentimentos não expostos e não descobertos propriamente. O que porras estava acontecendo comigo?!

“Voo ZR850, destino a Canadá, embarque sala 8. Última chamada.”

Observei um Oh Sehun respirando fundo algumas vezes antes de prosseguir com o que quer que ele quisesse dizer. Os seus ombros chacoalhando fortemente devido aos soluços que ele tentava de toda maneira reprimir. Balançou a cabeça algumas vezes, as mãos trêmulas indo de encontro aos cabelos negros e os puxando da raiz para que logo uma delas se perdesse em um dos bolsos de seu sobretudo. 

Foi nesse momento que notei que ele retirara algo de lá, algo parecido com um colar, algo que eu não conseguia decifrar.

—Tudo bem. —o mais novo dissera mais para si mesmo do que para mim ao passo em que se aproximava. Nossos corpos ficando a centímetros de se tocarem novamente. Pigarreou e então revelou o que tinha em mãos, a corrente se desenleando em uma fina corda de ouro mostrando assim o que tinha pendido em sua extremidade como um pingente. Era uma chave. Uma chave muito conhecida por mim. Comecei a me desesperar com o rumo que tudo aquilo estava tendo.

—Não, não... —meneei a cabeça de modo incessante em negação. Os passos que dei para trás foram inevitáveis. —Sehun, não!

—Foi isso o que era suposto Yixing te entregar naquele envelope, quero que você fique com ele... —afirmara ignorando totalmente a minha figura em desespero à sua frente. Aproximara-se mais e dessa maneira passara o colar por minha cabeça deixando-o pendido em meu pescoço. Uma carícia leve fora deixada na chave com sua mão saudável, seu fitar logo sendo direcionado ao meu rosto. Nossos olhares se cruzando enquanto eu me sentia um completo estranho, como se o nosso relacionamento fosse o de completos estranhos. E aquilo me quebrou. —Faltam três anos, certo?

Neguei veemente de que aquilo não poderia estar acontecendo. Não era suposto nada daquilo acontecer, Sehun ir pra longe de mim e deixar tudo pra trás. Não! Eu me recusava a aceitar.

—Hunnie, não! —falei desesperado, minha voz extremamente rouca devido a vontade doente de chorar e gritar até que minha garganta sangrasse. Coloquei minha mão sobre a sua que ainda acariciava a chave. —Não era pra ser assim, você tinha que ficar com a própria chave, nós devíamos ficar juntos. Era suposto fazermos tudo isso, voltarmos até a nossa cápsula do tempo juntos. Juntos, Sehun, juntos! Você não pode ir embora. Você não vai, certo?

O mais novo nada disse. A única coisa que fizera fora me puxar com cuidado de encontro a si, envolvendo-me em um abraço melancólico demais, pesado demais, onde eu sabia, sabia que aquilo significava um adeus. Um adeus unilateral, porque eu não queria me despedir. Eu não iria me despedir. Seus braços me envolveram fortemente e logo uma de suas mãos estava ali me acariciando os cabelos da maneira que eu tanto amava, trazendo-me a paz que eu tanto almejei a minha vida inteira e que sempre tinha um pouco quando estava ao lado do Oh.

Afastou-se no mesmo momento em que um soluço cortara minha garganta. A dor incapacitando-me de implorar mais, implorar para que ele não fosse, para que ele não me deixasse daquela maneira. E por mais egoísta que eu soasse eu precisava dele ao meu lado, e não iria negar. Não iria dizer o contrário. Mas naquele momento eu não conseguia dizer nada.

Sehun encarou-me por mais uma vez, sua feição inexpressiva e impassível, a única coisa que me fazia interpretar algo em suas feições eram as lágrimas que caíam sem a intenção de cessar e totalmente espontâneas, pois o mais novo não movia um músculo sequer para incentivar o choro. As mãos alheias postas em meus ombros enquanto os acariciava ternamente.

Aproximou-se novamente e antes que eu pudesse sentir meu coração falhar uma batida como sempre fazia com toda aquela proximidade, o moreno depositara um beijo casto e demorado em minha testa, inspirando forte como uma forma de controlar suas emoções. Abaixou a própria cabeça para que nossas testas se mantivessem uma contra a outra novamente e se afastou de vez, quebrando todo e qualquer contato.

—Apenas prometa pra mim que você vai se cuidar, Baekhyun. —essas foram suas palavras assim que pegou a alça de uma de suas malas que eu não havia ao menos percebido que jaziam atrás dele. O seu olhar cortando-me como lâminas afiadas. Neguei com a cabeça. Eu não podia fazer aquilo, eu não prometeria. —Só... Seja feliz, mochi. —sua voz vacilara bastante ao pronunciar o apelido.

E então virou as costas. E assim se foi, andando determinado em uma direção oposta a minha sem ao menos olhar para trás.

O peso do mundo fora todo posto em minhas costas, fazendo-me perder o fôlego no mesmo momento em que perdi o Oh totalmente de vista. Meus pés pareciam presos juntos ao concreto e tudo o que eu conseguia fazer era inspirar forte um ar que não parecia ser detectado por meus pulmões. A sensação de um frio excruciante dominar os meus sentidos ao mesmo tempo em que tudo parecia quente demais. Era aquela a sensação de sentir o vazio te preencher? Era aquela a sensação de se perder completamente na vastidão? Eu estava à deriva.

Os meus pés obedeciam a comandos que eu ao menos sabia estar dando, levando-me cambaleante e incerto para qualquer lugar que não fosse aquele maldito aeroporto, qualquer lugar que não tivesse tantas pessoas, qualquer lugar que fizesse tudo parar de doer. Eu queria me esconder em algum lugar onde nada mais pudesse me atingir, um lugar onde eu pudesse me emergir daquela dor e não afundar-me nela.

O barulho em minha mente parecia abafar tudo ao redor, eu conseguia ouvir até o meu sangue correndo nas veias, mas nada ao exterior. Nenhuma voz, nenhum passo, nada. Meus olhos marejados dificultavam tudo ainda mais, pois eu não conseguia assimilar nada à frente de mim, nem mesmo o caminho que tomava.

Passos foram dados e quando me dei conta estava à frente do aeroporto novamente. De repente todos aqueles malditos sons penetraram-me os ouvidos como um zumbido estressante. Pessoas passavam por mim, empurrando-me ou até mesmo parando em minha frente dizendo coisas que eu não conseguia entender, tudo o que eu enxergava era nada mais que borrões sem contraste. Quase como uma pintura monocromática que acabara de ser destruída.

Só fui voltar à mim, quando diversos gritos de alerta ressoaram à mim direcionados. Meus olhos extremamente arregalados ao perceber-me no acostamento da rua com as mãos espalmadas em cima do capô de um carro, as lágrimas acumuladas caindo em câmera lenta contra a lataria que quase se chocara contra mim. Levantei o meu olhar até o motorista com o intuito de pedir desculpas de alguma forma e quando meus olhos se cruzaram com os piedosos de Yixing, meu estômago pareceu revirar-se dentro de mim.

O chinês que parara o carro bruscamente, retirou o cinto em uma rapidez inumana e deixou o interior do carro com extrema preocupação em seu semblante. A falta de ar que me atingiu foi ainda maior, fazendo-me revirar os olhos em minhas órbitas por poucos segundos. Logo o Zhang estava ao meu lado, segurando o meu corpo desnorteado por ambos os braços enquanto eu tentava me desvencilhar raivosamente. Eu queria fugir, sair dali, ficar sozinho. Tentei por mais uma vez tirar os meus braços do contato alheio, o que acabou não surtindo efeito.

—Tire as mãos de mim! —gritei em um flash de lucidez para que minha voz fosse claramente captada por meus ouvidos. E com toda força retida em meu corpo até aquele momento, consegui empurrá-lo fortemente contra o capô do carro e então correr.

Correr e me ver livre. Livre de toda aquela dor, de todas aquelas malditas sensações, de toda aquela falta de ar, de todo aquele pesar estranho que parecia consumir o meu âmago aos pouquinhos. Porque tudo ardia, machucava, queimava-me como o inferno. Foi o que eu fiz por alguns segundos, correr, sentir a liberdade aflorar e ser expelida de cada poro. Um sorriso nada condizente com a situação até mesmo se instalando em meu rosto devido à adrenalina.

Isso até eu ouvir a voz de Yixing gritar-me pelo meu nome, fazendo-me virar o rosto por milésimos de segundos em sua direção, e eu encontrando nada mais que pavor em seu olhar. Franzi o cenho confuso, com o sorriso largo ainda adornando os meus lábios. Do que ele tanto tinha medo? Por que tão apavorado? Logo agora que a dor pareceu passar, pareceu ser um pouco mais suportável.

E eu só fui entender o que tanto o assustava quando senti meu corpo se chocando fortemente contra o vidro de um carro. Meu corpo ricocheteando e rolando para fora do automóvel até cair no concreto puro. Apesar de tudo, sentindo-me totalmente alto, fora da realidade, num lugar onde enfim nenhuma dor conseguia me alcançar porque eu não sentia mais nada.

Gargalhei em meio à quase inconsciência e a última coisa que me lembro de fazer fora levar os meus dedos ensanguentados até ambos os colares pendidos em meu pescoço, sentindo o lacre de latinha estilhaçado contra as pontas dos meus dedos. Depois disso fechei e abri os olhos por mais umas vezes, enxergando Yixing agachado ao meu lado enquanto dizia coisas incompreensíveis ao celular posto em seu ouvido.

—Sehunnie... —foi minha última palavra antes de sucumbir à escuridão enquanto ainda sorria adentrando uma realidade que não parecia mais tão dolorosa quanto a que eu realmente estava vivendo. Enfim sendo livre.


Notas Finais


POR FAVOR NÃO ME MATEM, POR FAVORZINHO. Eu juro que eu tentei me controlar, mas quando fui ver a merda já tinha sido feita, ok?

Sério gente, o que foi esse capítulo? Baekhyun juntando todas as peças vagarosamente, mas não sabendo como agir diante da situação. Sehun totalmente quebrado e devastado, vou lhes dar até uma esclarecida pra entenderem o motivo dele se encontrar tão mal, já que tudo é na visão do byun tapado e não fica explicito: Ele pensou que o Baekhyun o beijou por pena, ou em desespero pelo simples fato dele estar indo embora. E teve o Byun desnorteado com a despedida do Sehun e....
BAAM, o nosso mochi confuso e tapado sofreu um acidente! Meu coração se encontra sangrando.
Foi muita coisa em pouco cap/poucas palavras e algo bem bombástico ao final, mas não me matem, ok?
A história ainda não acabou, lembrem disso.

Anyway, quero agradecer muito mesmo os comentários do capítulo passado (que eu vou correndo responder) e pelo apoio de todos vocês naquele meu mau momento de recaída. Eu não tenho palavras pra agradecer suas respectivas empatias, o carinho... Vocês me ajudaram muito, mesmo.

Amo muito vocês, de coração e espero que tenham gostado do capítulo e desistam da ideia de me matar. Só foi mais forte do que eu, me desculpem.

Enfim, não vou prolongar muito aqui, pois ainda tenho que responder seus comentários e eu não estou na minha casa, não é meu celular, então...

Beijinhos e até a próxima atualização!


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