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História Decline - Black Suit Again


Escrita por: madokaista

Notas do Autor


Olá pequeninxs! Depois de muito tempo (muito mesmo) apareci. Esse cap já estava pronto a muitos meses, mas muitas coisas aconteceram em minha humilde vidinha e muitas coisas acabaram ficando de lado, infelizmente essa minha amada fic também. Aos que ainda leem e esperam por essa fic, boa leitura! <3

Capítulo 17 - Black Suit Again



...Obrigado por existir
Eu choro porque sinto sua falta
Eu choro, eu choro
Eu choro, caminhando ao lugar em que você está...

 

O choro e o desespero dos amigos duraram horas e mais horas, assim como a insistência dos pais para que eles fossem para casa e não para o hospital, onde eles começaram a teimar dizendo que iriam para ver os agora falecidos. No fim, acabaram todos acatando o dito de seus pais, indo cada um para sua casa e muito longe de tranquilos, isso porque ainda separados e em seus quartos, os choros contidos e insaciáveis continuavam noite adentro até que eles acabassem pegando no sono pela exaustão. Quando a noite terminara para os filhos, os pais se viam muito acordados e sem saberem como lidar com a situação, sendo ainda mais difícil para os Park.

Jimin continuava a acordar aos gritos e lágrimas toda vez que dormia por mais de vinte minutos, fazendo com que seus pais não conseguissem pregar os olhos pela demasiada preocupação. Por outro lado, a mãe de Namjoon, depois de ter acompanhado o filho até que ele dormira – por volta das duas da manhã -, continuara tentando falar com os Jung. Em meio a tantas tentativas, a senhora pelo cansaço mental, adormecera sentada ao lado do filho e despertando apenas quando o sol entrara pela janela que nem mesmo fora fechada durante a noite. Ainda com o celular no colo, tornara a ligar para os Jung rapidamente ao despertar e por fim, conseguindo.

- Eunji, onde você está? Estou tentando falar contigo tem horas! –

Buscava parecer o mais calma o possível, mas percebeu que nem precisava mais quando ouviu a voz cansada e pesada da mulher do outro lado.

“É sobre meu pequeno Hoseok?”

A Sra. Kim nem sabia mais o que falar, acabando apenas por concluir que a Jung provavelmente havia visto as noticias recente. Ouvia o choro baixinho do outro lado, seguido de longo suspiro.

“Eu e o pai dele já estamos vendo a respeito do funeral, eu vou entrar em contato pra avisar sobre o dia.”

- Eunji... O Taehyung, filho da Mintae, se matou no mesmo dia em que o Hoseok sofreu o acidente... –

Assumiu que deveria dizer para que a amiga procurasse ver a data bem, porque a única coisa que gostaria era que os filhos acabassem num impasse entre os velórios de dois amigos.

- Pode contar comigo e com as outros para o que precisar, Eunji. Você não está sozinha, fique bem. –

Fora a única coisa que dissera antes de desligar, vendo o filho acordar. O rosto inchado, o nariz vermelho e garganta extremamente seca, era assim que Namjoon se encontrava, abrindo os olhos minimamente e vendo sua mãe ali.

- Água... –

Pediu num sussurro sôfrego, pois só com aquela curta palavra parecia que sua garganta estava sendo rasgada. Na tentativa de abrir os olhos, os sentiu arder como nunca antes, assim como seu corpo extremamente pesado. Estava sofrendo com efeitos da exaustão.

Seokjin também sofria com os efeitos da exaustão, porém era em forma de febre, acabando por acordar entre murmúrios pelo desconforto que sentia, tendo seus pais cuidando de si logo que acordara. Não era certo se era só pela exaustão ou pelo conjunto de acontecimentos e seus psicológico, mas a febre se encontrava muito alta. Enquanto em uma das outras casas, mas especificamente dos Min, Yoongi levantara sem muito esforço, porém com o rosto extremamente abatido, a derme mais pálida que o costumeiro e a feição mais fechada que o normal.

Fora apenas até a cozinha, pegara um corpo com água e voltara para o quarto, ignorando as perguntas de seus pais que nem mesmo alcançaram nitidamente sua audição. Seu teclado que ficava posicionado na frente da janela tivera as teclas alisadas pelos dedos de seu dono antes desses tocarem a janela, abrindo-a e deixando que o som da chuva que caia lá fora se tornasse bem audível.

Yoongi respirou fundo e deixou o copo sobre o suporte enquanto sentava em frente ao teclado, passando a tocar uma melodia melancólica qualquer enquanto mantinha seus olhos fechados. No fim, a música sempre fora um refugio para si e aquilo não mudara, porque ainda que as lágrimas já começassem a escorrer entre as teclas dedilhadas, conseguia externar de forma que não fosse tão pesada para seu peito e para sua mente. A alivio que a música lhe dava, lhe fez buscar o celular rapidamente e ligar para Jimin, colocando no viva-voz enquanto tocava. Ele sabia o quanto o namorado gostava de ouvi-lo tocar e imaginava que talvez pudesse o deixá-lo melhor.

O Park fora conseguir dormir por volta das quatro da manhã, quando os pais entraram em consenso sobre dar um calmamente para ele porque já não aguentavam mais a aflição de ver o filho tão desesperado a cada despertar e ainda assim, nem mesmo conseguira dormir por muito tempo, acordando por volta das sete da manhã. Seus pais já não estavam mais no quarto, então apenas se encolhera no canto da cama e mantivera-se abraçado nos joelhos, desistindo da ideia de dormir. As mãos ainda tremiam pelos diversos pesadelos, assim como em seu rosto estavam as marcas da noite desesperadora. Horas depois, ainda na mesma posição, tivera a atenção chamada pelo toque especifico em celular, levando-o a atender e antes que falasse algo, ouvira o som das teclas do namorado.

Começara a chorar, mas naquele momento estava sendo algo bom, sentia-se consideravelmente relaxado pela primeira vez desde todo o ocorrido do dia anterior. Pouco tempo depois a Sra. Park adentrou o quarto lentamente, observando seu filho que aparentava estar bem mais acalmo, o que aliviara seu coração preocupado, levando a mulher a desejar que Jimin continuasse da mesma forma depois de dar o recado que havia a levado ali.

- Jiminnie, os pais do Hoseok e do Taehyung conversaram e os funerais serão feitos em conjunto amanhã. Provavelmente os outros já sabem pelos seus pais... – A Park caminhou até o filho e o abraçou forte, acariciando-lhe os fios em busca de dá-lhe conforto. – Vai ficar tudo bem, meu pequeno. –

Do outro lado do telefone, Yoongi ouvia tudo, engolindo a seco pela ficha cair novamente de que tudo aquilo era real, de que o fato de que nunca mais poderia ver Hobi ou o Tae era real. No minuto seguinte seu pai adentrou o quarto; iria lhe passar a mesma mensagem, mas ganhara apenas a mão do filho lhe pedindo para que não continuasse.

- Eu já ouvi a mãe do Jimin contando sobre o funeral, está tudo bem. –

Não estava, aquilo era apenas mais uma de suas mentiras para si mesmo em busca de conforto pessoal. O Sr. Min sabia bem como era seu filho, assentindo com a cabeça e saindo do quarto. Um suspiro longo e audível fora solto pelo garoto, este que encerrou a chamada e pegou seu casaco e o skate, passando pela sala onde estavam seus pais.

- Estou indo pra casa do Jimin, volto antes do jantar. –

Nem mesmo esperou a resposta de seus pais, apenas ajeitara o skate na rua e o capuz na cabeça por conta da chuva, indo em direção à casa do namorado que – felizmente – não era tão longe. Era difícil lidar com a situação, mas Yoongi entendia que juntos eles eram mais fortes e ainda que doesse em demasia, ficarem afastados, fosse de Jimin ou dos outros, não os ajudariam a ficar melhor.

Em certo ponto, a vontade latente de Suga ficar ao lado do namorado o máximo de tempo o possível, vinha do estranho medo que só crescia em seu interior, medo de que aquele que tinha como algo tão precioso fosse perdido. O Min havia se tornado medroso quanto a Jimin, porque sabia o quão sensível ele era e o quanto mais havia ficado após a morte de Jungkook. No fim, sua preocupação tinha fundamentos, porque Jimin era o mais quebrado de todos eles.

O problema sobre perdas é que nem tudo se resume a simplesmente perder já que dependendo do que for, você ganha muitas outras coisas ruins. A perda de uma vida é do tipo que, dependendo do seu psicológico, lhe rendera marcas profundas e dolorosas, logo assim, essas marcas vão trazer consequências ao seu corpo. Num resumo, perdas geram cicatrizes que podem estar envenenadas e acabar com a sua mente. Para a perda eterna acaba existindo apenas dois remédios: Tempo e amor. a

Namjoon parecia estar agindo no automático desde o momento em que se levantara para beber a água que pedira e tal modo só fora desligado quando, ao ligar para a Seokjin, descobrira que ele estava com febre. Ainda que lhe tivesse sido dito para não se preocupar, ainda que sentisse dor no próprio corpo e os olhos ainda ardessem, tomou um banho e fora atrás de sua mãe para que o levasse até a casa de Jin. A Kim se encontrara relutante a atender ao pedido, afinal, podia ver como o outro também não estava bem, mas acabara cedendo à insistência do filho, porque além de sensibilizada com toda a situação, entendia que deixá-lo ficar também com seus amigos poderia ser melhor. Dentro do carro, o celular da matriarca acendera no suporte, mostrando a mensagem que dizia a data, o horário e a informação que os velórios seriam feitos em conjunto.

- Namjoon-ah... –

- Nee, Omoni. –

Respondera antes de deixá-la completar enquanto virava o rosto para a janela, observando a chuva. Havia lido quando a tela acendera, já que o brilho o chamara a atenção, fazendo-o olhar na direção involuntariamente. O peito doeu com a noticia, fazendo a ferida arder novamente, levando o garoto a apertar a blusa na altura do coração discretamente; não queria chorar de novo para sua mãe. No fundo, Namjoon queria fingir ser forte, fingir que podia aguentar, até que isso se tornasse verdade ou que ele apenas conseguir acreditar naquela mentira, mas nem tal coisa ele conseguia fazer e mais uma vez ele se via remoendo a dor.

Talvez a parte mais difícil era que além da perda de Hobi e Taehyung, automaticamente a ferida aberta pela perda de Kook começava a doer novamente, o que tornava ainda mais complicado para que eles ficassem bem. Era ainda pior quando lembravam que dois deles haviam tirado a própria vida.

O carro parou na frente da casa de SeokJin e Joon saiu rapidamente, indo o mais rápido que pôde para a porta, afinal, chovia e seu corpo ainda doía. Ele sentira até mesmo a vontade de se despedir de sua mãe com um sorriso, mas não conseguia, nem mesmo um mínimo de canto conseguia desabrochar em seu rosto. Suspirou, limitando-se a acenar enquanto a ouvia dizer que o buscaria mais tarde. Assim que tocara a campainha, não demorara a ser atendido, sendo recebido com um abraço caloroso da mãe de seu namorado.

- Oh, Namjoonnie, eu disse que não precisava se preocupar. –

Dissera a Sra. Kim enquanto acariciava os fios do menino, vendo que o sorriso que costumava ganhar quando fazia tal coisa nem aparecera.

- Eu sei, hm. Eu só... Me sinto mais tranquilo em poder ficar aqui com ele. –

A senhora assentiu com um manear positivo de cabeça, deixando que Namjoon seguisse até o quarto de Jin, este que já se encontrava um pouco melhor. Agora sentado na cama com a coberta até a cintura, olhava pela janela com a feição inexpressível, nem mesmo notando a nova presença em seu quarto.

- Hey, Jinnie. –

Sorriu de canto, vendo um mesmo sorriso no rosto do namorado. Aquele efeito mutuo do amor que nutriam um pelo o outro era a única coisa capaz de pelo menos fazer com que sorrissem pequeno, mas que ainda assim, parecia confortante. Joon tomou liberdade de lhe deixar um selar demorado nos lábios febris antes de sentar-se ao lado dele, vendo o suspirar e encarar a janela mais uma vez.

- Isso tudo é tão difícil... Eu estou me sentindo vazio, sabe, Joonnie?! –

Confessou, respirando fundo enquanto pendia a cabeça para trás e fechava os olhos. Em seu afago, desejava ter problemas de adolescente, desejava que ninguém estivesse precisando lidar com a situação que estavam.

- Todos nós estamos nos sentindo assim, Jin. Foi tudo absurdamente rápido... É como se tivessem arrancado partes de nós. –

Enquanto falava, tomava liberdade para deitar nas pernas do namorado, soltando um suspiro longo e cansado.

O tempo chuvoso entrava em comunhão com a tristeza que os assolava, é como se o céu chorasse com eles e com aqueles que se foram, no fim, eles se foram sem de fato querer e por isso havia culpa dentro dos que permaneceram, mesmo que na verdade nenhum deles tivessem qualquer parcela de culpa. O sentimento de que eles deveriam estar lá na hora em que as coisas aconteceram com cada um continuava a assolá-los.

Yoongi chegara à casa dos Park mais molhado do que esperava, levando os pais de Jimin a se preocuparem também com o menino assim que abriram a porta para ele, ainda que o Min agisse para que eles não se preocupassem. O casaco quase encharcado fora posto para secar e seu skate ficara na entrada, acabando por subir com uma toalha no pescoço após ficar ciente da situação do namorado por parte dos pais do menino. Aquilo apenas aumentara a preocupação de Suga, afinal, agora acreditava que tinha mais motivo para que ficasse inquieto e temeroso. Quando abriu a porta, sentira os olhos tristes do namorado sobre si, assim como ele próprio que viera correndo em sua direção.

- Meu Uminnie... –

Sussurrou enquanto o apertava, deixando-o chorar enquanto acariciava os fios dele. De certa forma, Jimin era bem dependente de Suga, o que fazia com que o Min se sentisse ainda mais obrigado a ser forte, porque ele precisava ser um pilar para aquele que amava. E ainda que não fosse saudável, ele continuaria fazendo pelo tanto que o amava e ainda mais por saber que naturalmente ele era mais estável e forte mentalmente que o pequeno Park. Nenhuma palavra mais fora trocada, Yoongi apenas o abraçava da melhor maneira que podia, tentando acalma-lo com suas caricias enquanto deixava-o chorar o quanto quisesse.

E as horas continuaram a passar, tendo um Jimin mais calmo, um Yoongi que avisara que não voltaria mais para o jantar, um Seokjin menos febril e um Namjoon menos dolorido, e com o continuar das voltas dos ponteiros, a noite chegava, os embalava e depois o dia vinha e os descobria. Era outro dia, mais um para que tivessem que lidar com a realidade. O relógio marcavam onze horas da manhã e os amigos se encaravam nos espelhos de onde estavam, se encarando novamente naqueles ternos negros, lembrando que pouco tempo atrás fora quando usaram pra Jungkook e agora estavam usando para mais dois amigos.

Jimin segurou firmemente a mão de Yoongi, num ato de firmeza em busca de impedir as lágrimas de descerem naquele momento. Respiraram fundo e desceram as escadas até que chegassem à porta e pudessem adentrar o carro, acontecendo o mesmo com Namjoon e Seokjin. Mais uma vez todos tentavam parecer forte naquele momento e quando os quatro se encontraram em frente à entrada do local da cerimônia, se entreolharam, compartilhando ali que todos eles se sentiam da mesma forma; como se faltassem partes neles.

E eles entraram, novamente sentindo seus peitos doerem de forma que não poderiam colocar em palavras. Dor essa que aumentara ainda mais quando puderam ver as fotos dos dois lado a lado no pequeno pedestal. Estava consumado, mais dois pilares haviam desmoronado.

“Mianhae...” – Jimin 


Notas Finais


Pois então, quanto sofrimento, não é mesmo?! :c
Então, eu estou pensando em voltar a escrever, mas não é nada certo, mas vou tentar me esforçar porque escrever me faz bem e essa fic é basicamente um xodozinho kkkk... Obrigado aos que leram até aqui, desculpe aos que ainda esperam e me mandem bastante positividade para que eu consiga estar aqui novamente, plis. <3 See ya!


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