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História Decline - Broken interiors


Escrita por: madokaista

Notas do Autor


Quem é vivo sempre aparece hu3 ... Demorei, mas aqui estou eu. Espero que ainda acompanhem :c
~ Boa leitura

Capítulo 16 - Broken interiors



"...Por que é tão escuro aqui sem você?
É perigoso o quão destruído eu estou
Me salve porque eu não consigo me controlar
Não consigo..."

 

Os meninos se entreolharam, um buscando explicação no olhar do outro, afinal, nenhum deles estava entendendo exatamente aquelas mensagens; ou talvez apenas esperavam que algum deles dissessem que era o contrário do que pensaram. Não aconteceu, nenhum deles dissera algo para que acreditassem em alguma mentira para acalmar as mentes, levando-os a levantarem rapidamente em busca dos agasalhos e descerem as escadas as pressas, mas assim que chegaram na sala para avisar a mãe de Namjoon que iriam sair, foram presos no cômodo pelo o que passava na televisão.

“Noticia urgente, um estudante acaba de ser atropelado, sendo arremessado a cerca de dois há três metros de distância. Constatamos pelo documento encontrado próximo da vítima que se trata de Jung Hoseok, estudante da Seoul High School, cujo tinha apenas dezessete anos, encontrado já sem vida no local. Policia e ambulância já se encontra a caminho, essas são as noticias da noite.”

Nenhum deles fizera som qualquer, estavam incrédulos sobre o que haviam acabado de ouvir, não fazia sentido algum na cabeça deles. Pelo silêncio absurdo, o som de alguns dos meninos engolindo a seco pudera ser ouvido, servindo também como o gatilho para que a ficha caísse. – e para que Jimin também caísse. – As mãos pequenas no rosto, o corpo vibrando e as lágrimas escorrendo de forma desesperada, detalhes da situação em que o pequeno Park se encontrava. Namjoon estava de costas para os amigos, sentia que não seria capaz de se controlar se mexesse um músculo sequer, mas infelizmente fora impedido de continuar imóvel quando o telefone tocou e com o choro preso na garganta, atendeu. Estava difícil de entender, o desespero na voz feminina do outro lado tornava complicada a compreensão, mas infelizmente pudera entender as piores partes possíveis.

- O TaeHyung... Enforcado... Meu filho... –

Até mesmo aquelas palavras foram proferidas e entendidas com dificuldades, mas fora o suficiente para o garoto varejar o celular longe e gritar entre as lágrimas desesperadas, deixando todos os outros assustados. Aquilo fora apenas o inicio do acesso de fúria de Namjoon, que começou a quebrar todos vasos que se encontrava em cima de um dos moveis da sala, não deixando de gritar e chorar em momento algum. Mesmo que os outros ameaçassem segurá-lo, era perigoso se aproximar pela forma como o outro se encontrava, ainda mais quebrando as coisas. Eles estavam entrando em colapso mental. Todo o barulho chamou a atenção dos funcionários da casa, assim como da mãe do garoto. Todos foram impedidos de se aproximar por Seokjin, que mesmo chorando, abriu os braços para que eles não passassem pela própria segurança deles, já que o namorado continuava quebrando as coisas.

Yoongi afastou-se de Jimin e correu na direção do outro, segurando-o pela cintura de forma que ambos fossem para o chão, porém ainda tendo que fazer força demasiada para tentar contê-lo, acabando por encontrar os olhos perdidos e desesperados do Kim para então ouvi-lo dizer:

- Yoongi... O Tae... Ele se matou... –

As mãos agarraram o colarinho do menor e apertou o tecido, demonstrando o seu desespero ao contar o que havia ouvido pelo telefone. O Min o soltou, sentando-se no chão ao lado do amigo e com os olhos arregalados e a feição descrente, chorou. Como poderia digerir aquilo? Parecia tão irreal, parecia algo de algum filme, aquilo não poderia ser verdade, certo? Pensamentos do tipo fizeram Yoongi rir entre as lágrimas, porém era longe de uma demonstração de felicidade, era puro desespero.

- Por que isso está acontecendo? Eu não consigo entende! –

Bradou, abraçando os joelhos em seguida. O fato de se encontrarem mais controlados a respeito da fúria permitiu que a Sra. Kim corresse até seu filho e o tomasse em seus braços, extremamente preocupada por nunca ter visto seu garoto fazer qualquer coisa semelhante aquilo, assim como nunca havia o visto chorar tanto e parecer tão fragilizado.

“Por favor, alguém me diga que é mentira”.

- Suga Hyung, me diga... O que houve? –

Com a voz baixa, o Park se aproximou, indagando ao abraçar o namorado que ainda se encontrava instável. Por estar tão desnorteado, não prestou a atenção devida sobre quem lhe fazia aquela pergunta, acabando por começar a falar.

- O Taehyung se matou, eu não consigo acreditar... O Hobi atropelado e ele se suicida, no mesmo dia? Wae? –

O abraço fora desfeito e o mais novo caiu sentado no chão, levando o Min a levantar o rosto para ver quem era e com os olhos ainda arregalados, se viu ainda mais desesperado ao ver como se encontrava Jimin, este agora com as lágrimas escorrendo pelos olhos bem abertos e as mãos sendo enterradas nos próprios fios. Yoongi o abraçou, apertando-o o contra si de forma que ele se sentisse seguro o suficiente para apenas chorar; e fora o que aconteceu, o Park passou a chorar desesperadamente no ombro do namorado.

Jin, aquele que ainda não estava entendendo o que de fato estava acontecendo, acreditava que era tudo pela morte de Hoseok e acabava por ficar ali, encostado na parede, próximo a porta da sala enquanto chorava tanto quanto acreditava que era possível até inocentemente se aproximar dos amigos e os chamarem para ir, acreditando que não precisava dizer para onde já que tinha certeza que eles saberiam que era até Hoseok, mas eles não sabiam e por ser o mais instável dentre eles ali, Jimin virou-se ainda nos braços do namorado para gritar:

- Ir para onde?! Pra ver quem morto, SeokJin? Devemos ir ver o Taehyung ou o Hoseok? Ver onde? Na rua, no necrotério ou onde? –

Mal respirara para falar tantas coisas, acabando por se engasgar no final com as próprias lágrimas. Seokjin andou para trás, voltando pelo mesmo caminho até as costas tocarem a parede de antes e ali, resvalar-se para baixo até encontrar-se sentado no chão, descrente e abalado. A mãe de Namjoon, ouvindo tudo o que era dito, começou a chorar, encontrando-se em estado de choque. A única coisa que pudera fazer fora acenar para que os funcionários cuidassem dos meninos, correndo até o telefone da casa, acreditando que deveria ligar para os pais de todos eles.

A dor deles não poderia ser medida por ninguém, nem ser entendida pelos adultos e muito menos por qualquer outro adolescente, não havia qualquer pessoa próxima que pudessem entendê-los, porque o sofrimento que os assolava era sem precedentes e nem mesmo os gritos e lágrimas que continuavam estavam conseguindo amenizar todo aquele desespero. Não havia perdido um animal de estimação, muito menos algum boneco de edição limitada, haviam perdido três amigos, três irmãos em um prazo tão curto de tempo que tudo dentro deles agora se encontrava bagunçado, não havia sequer um mecanismo de defesa que os fizessem suprir o que sentiam ali, naquele momento. Naquela sala, onde se encontravam muitos cacos espalhados, poderiam comparar o resultado com como eles estavam por dentro, desde a sanidade até os sentimentos, tudo se encontrava em pedaços. Estavam massacrados. As pessoas costumam entender melhor umas as outras quando partilham da mesma dor, realmente, mas partilhar dela e entender não são passagens garantidas para a aceitação, o que muda é que há pessoas que estão sofrendo tanto quanto você ou que na verdade, estão sofrendo ainda mais, porque os psicológicos são diferentes. Num resumo, você sofre em conjunto, mas as dores não são no mesmo nível.

Passaram-se poucos minutos até que os pais dos garotos aparecessem ali, realmente só os pais, já que as mães – menos a de Namjoon – foram para a casa de Taehyung, pois não haviam conseguido contato com os pais de Hoseok. SeokJin fora amparado por seu pai que o ajudou a se levantar, tirando-o da sala e levando até a cozinha, entregando um copo de água ao filho enquanto lhe acariciava os fios. O menino encarava o copo, mas não parecia haver forças para movê-lo e assim, as lágrimas apareceram novamente, levando seu pai apenas a abraçá-lo. Os pais de Yoongi e Jimin não sabiam realmente o que fazer, já que os filhos continuavam abraçados, porém Suga percebeu e levantou com o mais novo, levando-os para a outra cozinha que havia na casa. O Sr. Park tentava falar com o filho, porém este não dizia palavra alguma, apenas olhava fixamente para a janela que havia no cômodo, com olhar assustadoramente vazio.

- Jimin-ah, nossos pais estão aqui, vamos tentar nos acalmar. –

O namorado dissera, tentando se mostrar forte para o pequeno, mesmo que as lágrimas ainda escorressem por seu rosto e ele tentasse enxugar a todo o momento.  Nem mesmo aquelas palavras foram o suficiente para levar o garoto a reagir, ele continuava ali, como se fosse apenas o seu corpo; o que não estava de todo errado, afinal, Jimin havia entrado em estado de choque, sua mente não estava respondendo aos sons externos. Era apenas ele e seu próprio desespero.

“Eu não aguento mais tudo isso... Qual o sentido em viver?”

- Park Jimin! Me responda!... Diga algo, Uminnie... –

Suga se desesperou, apertando o menor pelos ombros enquanto o balançava e encontrava-se em lágrimas dolorosas novamente, sendo afastado por seu pai, que agora havia se tornado o seu suporte. Yoongi tinha medo, medo de algo pudesse acontecer com seu precioso Jimin desde o momento em que ele parecera muito instável pela morte de Jungkook. Naquele momento seu medo triplicara, tornando-se tão grande quanto o seu sofrimento.

Quando as mães chegaram na casa de Taehyung, entraram sem pedir permissão, podendo encontrar a dona da casa sentada no chão, em lágrimas, de frente ao filho que ainda estava pendurado pelo pescoço pela corda no teto, levando todas as mulheres a chorarem pelo choque que a cena causara. Quando elas ficaram de ir até a mãe do garoto, consideraram apenas o conforto entre mulheres, mas não imaginavam que teriam de ver aquela cena. Desceram com a mãe em prantos, deixando-a na sala enquanto a Sra. Park ligava para policia, explicando tudo o que acontecera e a Sra. Jeon buscava ajudá-la ainda mais, afinal, era a única ali que entendia o que ela sentia. A mãe de Taehyung descobrira por acaso o que acontecera com o filho, porque ele não havia feito barulho algum durante o suicídio, se encontrava tão desesperado e perturbado pelas vozes que qualquer som externo fora ecoado dentro de sua cabeça, morrendo ao acreditar que tudo aquilo era o pagamento pelo que fizera a jungkook. Para sua mãe, o Kim deixara uma carta escrita a mão.

“Omma... Me desculpe por não ser um filho forte, você me criou tão bem e mesmo assim eu não fui capaz de deixar de ser tão ruim com o Kook. Sabe, eu amei muito ele, eu não sei se deveria estar contando algo assim dessa forma, mas eu quero que você tenha certeza que soube de tudo que é importante sobre seu filho. A gente namorava e ele era a coisa mais preciosa pra mim, mas eu não fui capaz de continuar o mesmo depois da morte dele. Eu me culpava, eu ouvia vozes e enquanto eu escrevo isso é porque nesse momento eu me sinto eu mesmo, o que raramente acontece, então... Eu quero que você tenha de mim o ultimo momento em que eu me senti. Perder o Kook foi a maior burrice da minha vida, eu perdi meus amigos e eu me perdi, desculpe ter tornado difícil pra você esses tempos e caso você ainda encontre a mãe dele, diga que eu sinto muito e que eu amo o Kook. Omma, eu te amo... Desculpe e Adeus.”

A Sra. Kim dera a carta na mão da mãe de Jungkook, para que ela lesse alto já que nem mesmo tivera o controle emocional suficiente para ler depois de achar, acabando por nem fazer ideia do que estava escrito. Ao descobrir, aquilo apenas fizera que as Sra. Kim e Jeon chorassem bem mais que os demais presentes. Mesmo que não houvesse muitas palavras entre as mãos, toda aquela união estava confortando um pouco do interior daquela mãe tão chocada. Poucos minutos depois a policia chegou com a ambulância, retirando todas elas de dentro da casa para que pudessem retirar o corpo de Taehyung sem que a mãe visse.

- Mintae... O Hoseok também morreu hoje... –

A mãe de Yoongi informou, vendo a Kim se chocar, sendo aquele o único momento desde que chegaram que a vira para de chorar. Talvez fosse porque em sua mente agora estivesse tentando associar a informação de que seu filho estava morto ao mesmo tempo em que o amigo de seu filho também estava. Era tanta coisa ali que travara suas lágrimas.

Naquele dia, todos se encontraram em um mar de sofrimentos, encarando ondas agressivas, uma tempestade tão forte que não se comparava a nenhuma outra. Interiores quebrados, psicológicos destruídos, erros irreversíveis, desesperos sem tamanho. Os mais novos viam o futuro desaparecem diante dos seus olhos, enquanto os mais velhos viam seus filhos mudarem, percebendo que não poderiam protegê-los realmente do mundo e ali, o sentimento de frustração nascia. A vida acaba para os que morrem, mas para os que vivem, a morte é um sentimento vivo e doloroso, criando no caminho de cada um o ponto em que aquilo será transformado em desespero ou numa lembrança triste.

 

“Talvez o meu único arrependimento tenha sido não ter dito o que eu sentia antes... Eu te amei em vida e também te amarei na morte...” – Hoseok


Notas Finais


Espero que tenham gostado <3 e desculpem se estiver muito ruim, eu espero que consigam sentir algo com esse cap, porque estou me sentindo meio mal por achar que não consegui transmitir nada :c ... Bem, é isso. Deixem os reviews pra eu saber que ainda acompanham <3


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