História Deixada com um filho-( Kim Taehyung- Bts) (Concluído) - Capítulo 26

06:17 am

Mal tinha conseguido dormir com tudo o que aconteceu esta noite. Minha cabeça doia por ter passado a noite quase toda pensando no que fazer. Estava frustrada e precisava tomar uma decisão. Meus olhos ainda estavam inchados por ter chorado quase todas as vezes em que pensava em algo ruim acontecendo com meu filho e os pais de Jimin.

Yato estava em um sono pesado, o coitadinho acordava quase toda hora, provavelmente estava com medo, já que vez ou outra eu me levantava pra ir no banheiro e esbarrava nos móveis ao meu redor sem querer e fazia barulho, o acordando. O peguei no colo com cuidado para não o acordar, fui até a porta e a abri, logo o levando para o berço em seu quarto.

Assim que o coloquei no berço e voltei para meu quarto, pensei no que iria fazer, já que o sono foi embora. Resolvi arrumar o quarto, por mais que esteja arrumado, precisava fazer algo pra ocupar a mente. Como só a cama estava desarrumada e tinha algumas poucas roupas ali no chão, que deixei ali ontem a noite, resolvi arrumar aquela mini bagunça. Depois fui tomar um banho.

[•••]07:42am

Tinha acabado de fazer o café da manhã para mim, Yato, Christie e o Sr.Park, poucos minutos depois, Christie e Sr.Park desceram com Yato no colo.

Depois que sai do quarto com roupa normal, tinha vindo pra cozinha preparar o café, mas Christie já estava acordada e a encontrei saindo do quarto em que ela havia dormido, então resolvemos conversar um pouco. O que de fato me fez esquecer um pouco das merdas que aconteceu essa semana. Depois, enquanto fazia o café, Yato acordou chorando e Christie foi o dar banho, mas o Sr.Park já estava indo até ele. Enfim...

Talvez você queira saber onde é que Taehyung está e se já chegou em casa. Bem, eu não sei onde ele está e ele não chegou em casa. São quase 08:00 am e nem sinal dele.

Hoseok ligou e disse que estava vindo pra cá junto com Yuki e Jennie. Perguntei sobre Taehyung, mas ele disse que o Kim iria pra casa de um dos meninos, ele estava acompanhado de alguém, mas não soube dizer se era homem ou mulher, já que tinha várias vozes no telefone.

Eu realmente não sei o que se passa na cabeça daquele homem. Ele diz que temos algo parecido com um "namoro", mas, que relação mais escrota. Ultimamente ele faz pouco caso de mim e do nosso filho, não liga pra avisar se vai ou não dormir em casa e ainda por cima enche a cara e sabe se lá o que ele estava fazendo com a tal "companhia" dele. Eu deveria me sentir traída? Porque eu não sei o que Taehyung e eu temos. Não sei se é apenas um lance casual, ou se é mesmo um tipo de "namoro".

[•••]08:22am

Estávamos na mesa tomando o café da manhã. Hoseok já havia chegado com sua esposa e filho. Estávamos todos silenciosos. Até que Christie se pronuncia, cortando aquele agonizante silêncio.

Christie- Vamos ficar calados mesmo?- pergunta calma.

- E sobre o que iremos conversar Christie?- a pergunto, olhando para seu rosto.

Hoseok- Talvez sobre o que houve ontem.- disse sério.- Você vai mesmo fingir que não aconteceu nada? Vai deixar as coisas assim?- pergunta indignado.- Aquela mulher, Mina, quase assassinou Christie, o Sr.Park e seu filho. Você..- o interrompi. Meus olhos ardiam, com vontade de chorar. Mas segurei.

- E eu vou fazer o que Hoseok? A denunciar? A matar ou algo parecido?- pergunto incrédula.

Hoseok- Sim. Se preciso. Não podemos deixar assim. Ela fará de novo S/n. E pode ser pior.- disse preocupado.

Jennie- Hoseok está certo. Não na parte de matar alguém. Mas em partes está. Você está sendo prejudicada nisso tudo. E só está piorando.- pronunciou-se.

Sr.Park- Pensem com calma. O certo é vocês manterem a calma.- disse.

Christie- Calma? Se fosse com um de nossos filhos, você e eu estaria como S/n.- disse brava com o mais velho.- Olha querida, o melhor é você juntar provas suficientes para a denunciar.- diz séria.

Iria a responder, mas o barulho da porta batendo com certa força, me calou. Nos levantamos, assustados. Quando a figura apareceu na porta da sala de jantar, suspiramos aliviados. Taehyung estava horrivel. Quando nos olhou, seus olhos arregalaram de leve.

Ele logo saiu dali, indo para o andar de cima. Hoseok me encarou, provavelmente queria saber o motivo da atitude de Taehyung. Apenas continuei a comer. Como Yato estava na cadeirinha ao meu lado, voltei a dar a salada de frutas pra ele.

Hoseok- Estão brigados? Ele por acaso sabe do que aconteceu noite passada?- me pergunta sério.

- Nem eu sei se estamos brigados, mas a situação está estranha entre nós. E ele desligou o telefone na minha cara quando eu liguei pra ele, na intenção de o contar.- disse séria. "Ligou pra ele mesmo?" Sim. Iria dizer a ele o que houve. Mas ele desligou na minha cara. Acredita? Fiquei muita chocada. E isso só prova o quão ridículo ele está sendo. E tenho certeza de que ele estava com aquela mulher.

Jennie- Talvez o telefone tenha descarregado.- disse enquanto limpava a boca de Yuki.

- A claro.- disse irônica.

Christie- Vocês são muito orgulhosos S/n. Nenhum de vocês deixa esse orgulho e puxa assunto sobre o que está acontecendo.- disse e fiquei incrédula.

- Que? Eu não sou orgulhosa. Eu às vezes tento conversar com ele, mas ele nem se quer me dá a chance de saber o que está acontecendo.- revirei os olhos.

Sr.Park- Mas você aprontou alguma coisa? Se a Christie fizesse algo, eu certamente ficaria muito irado.- a olhou e ela fechou a cara.

- Mas eu não me lembro de ter feito nada de errado.- questionei.

Jennie- Então ele que está aprontando. Porque não é possível.. se Hoseok agisse assim, nem que eu tenha que contratar um detetive eu descubro. Depois eu matava a mulher na frente dele e pediria divórcio.- disse segurando a faca. Hoseok a olhou sério.

Hoseok- Como se eu fosse doido de trocar você.- A puxa pra um selinho.- Sei que você não vai na empresa. Até porque, olha a hora!- sorriu sem mostrar os dentes.- Me liga se acontecer alguma coisa.- disse se levantando e vindo até mim e Yato, dando um beijo em nossas testas.

Christie- Também já estamos indo querida. Temos que resolver alguns assuntos. Obrigada por nos acolher.- se levantou e me abraçou.

- Mais já?- resmungo. Assim que todos nos levantamos, peguei Yato e fomos até a porta, Christie dizia que logo me ajudaria a lavar as vasilhas.- Não precisa. Eu lavo depois, já disse.- a abracei.

Christie- Ok então. Tenha uma boa manhã meu amor.- beija minha testa.

Sr.Park- Se cuidem. Ok?- diz para mim e Yato, logo nos dando um selar em nossas testas.

- Vamos nos cuidar sim.- sorri.

Jennie- Me ligue se precisar de alguma coisa.- disse e me abraçou. Apenas acenti com a cabeça.

E logo os Park saíram junto à meu irmão e sua esposa, que segurava meu sobrinho nos braços. Suspirei pesado, voltando para dentro de casa e fechando a porta. Levei meu filho para a sala, o colocando no cercadinho e fui para a sala de jantar, retirando a mesa e indo arrumar a cozinha.

[•••]

Após secar o último copo, limpei o balcão da pia. Assim que terminei, me virei, levando um susto. Taehyung estava de terno, como sempre, perfeitamente lindo. Revirei os olhos, caminhando para a sala, mas ao passar por ele, o moreno puxou meu braço, me fazendo voltar para o cômodo. Meu coração começou a acelerar, talvez pelo susto, talvez por não ter esperado essa ação dele, ou talvez por estar tendo um momento de ficção, onde o cara lindo puxa o amor da vida dele pelo pulso e a beije. Só que nessa parte, não teve beijo.

- O que foi?- pergunto séria.

Tae- Por que me ligou ontem a noite?- pergunta.

- Por que desligou na minha cara?- retruco.

Tae- Me responde sem fazer pergunta.- apertou meu pulso com um pouco de força. Gemi de dor.

- Não vou responder nada a você. Se quisesse saber, tinha me ouvido, não desligado na minha cara e ainda por cima me xingar.- puxei meu braço, sentindo uma enorme ardência ali. Olhei meu pulso, que ficou marcado. Por Taehyung ter unhas quase médias, arranhou meu braço, fazendo sangrar um pouco.

Tae- Aish...me desculpa.- tentou segurar minha mão.

- Não me toca.- disse recuando. Meus olhos estavam marejando a esse ponto.

Tae- S/n.. Não era a intenção.- disse sério.

- Não era, mas fez.- disse quase chorando.- Quer saber.. Não vou me desgastar com você.- dei as costas pra ele na intenção de sair dali. Mas fui impedida por seu corpo que entrou na minha frente.

Tae- O que houve com você?- pergunta. "Seu cínico."- pensei.

- Sério que você vai agir como que se nada tivesse acontecido? Vai agir como que.. como que se você fosse a vítima?- pergunto incrédula.

Tae- Mas...- o interrompi.

- Para De Agir Como Idiota Kim Taehyung. Para De Agir Como Se Nada Tivesse Acontecido.- levantei a voz.

Tae- Não levante a voz. Nosso filho está na sala.- disse e o olhei indignada.

- A! Agora você enxerga seu filho né seu descarado!- disse nervosa.

Tae- O que? Não!- disse franzino a testa sem "entender" o que quis falar.

- Para de ser cínico. Você é muito fingido. Sabia?- falei o empurrando.

Tae- S/n, para.- disse me segurando enquanto tentava dar outro empurrão nele.

- Eu deveria ter te mandado embora da minha casa no primeiro dia em que você apareceu naquela porta.- disse sentindo lágrimas rolarem. Estava muito nervosa.

Tae- Se acalma.- disse me segurando.

- Me acalmar? Tudo o que está acontecendo é sua culpa.- disse por fim, deixando a raiva, preocupação e tristeza tomar conta de mim.

Tae- Como assim S/n?- pergunta e eu limpo meus olhos.

- Como assim? Taehyung, você por acaso ouviu o Suhu, ou as meninas quando eles te ligaram ontem?- pergunto. Ele franze a testa.- Tsc.. claro que você não ouviu. Já que estava ocupado com aquela mulher.- disse brava.

Tae- Me diz logo o que aconteceu.- disse autoritário. Revirei os olhos.

- Mina aconteceu.- disse e ele arregalou os olhos.

Tae- O que? Como assim?- pergunta desacreditado.

- Mina quase matou nosso filho e os pais de Jimin.- disse. Seus olhos se arregalaram e seu corpo travou.

Tae- O que?- pergunta, ainda sem acreditar.

- Isso mesmo. Ela tentou mata-los. Por isso Christie e o Sr.Park dormiu aqui.- disse.- E se eu nunca tivesse aceitado você morar aqui, isso não teria acontecido. Agora meu filho e os pais de Jimin estão correndo o risco de morrer. Só por eu e você convivemos na mesma casa. Isso foi um erro.- disse me virando e apoiando as mãos no balcão da cozinha. Minhas lágrimas não paravam.

Tae- Aquela mulher é louca.- disse mais para si.

- Louca e também perigosa.- retruquei.- Eu não posso deixar nada mais acontecer aos Park, nem mesmo com meu filho.- disse agora me virando e o encarando. Ele me olhou curioso. Pra uma notícia dessas, ele deveria estar aflito ou chocado, né?! Mas ele tá calmo, ou fingindo muito bem.

Tae- O que você quer dizer com isso?- pergunta.

- Quero dizer que não podemos ficar no mesmo ambiente e convivendo nesta farsa.- disse séria. Segurando as lágrimas dessa vez.- Não podemos morar juntos, nem dormir juntos e nem mesmo nos falar..- disse.

Tae- O que?- pergunta indignado.

- Isso mesmo. Se for pra manter meu filho seguro, e às pessoas que estão ao nosso redor, acho melhor isso ter um fim.- disse com o coração doendo.- Isso já não dava certo mesmo. Melhor assim.- falei olhando pro lado.

Taehyung me encarava, não sabia se era preocupação, ou raiva. Não sabia nem se era isso o que ele sentia. Ele apenas me encarou por um breve segundo, antes de dizer...

Tae- Eu não vou deixar você. Não vou deixar nosso filho. Não vou embora.- falou sério. Minha face já estava molhada pelas lágrimas.

- E temos escolha Taehyung? Mina vai fazer algo de ruim contra nosso filho.- disse chorosa.- Precisamos de um tempo dessa relação que nem eu sei se existe realmente.- disse limpando o rosto.

Taehyung não disse nada. Isso entregava a verdade. Ele nem se quer tentou algum argumento fajuto contra minha acusação. E ele apenas fechou a cara para mim, virou de costas e saiu.

- Aish...- resmunguei indo para a sala.

Meu filho estava brincando com o carrinho, e quando me viu, deu um sorriso. Foi nesse momento que meu peito apertou ainda mais, me fazendo cair em lágrimas. Me sentei no sofá, com a face molhada. "Não acredito que as coisas estão piorando. Que situação complicada meu Deus."- pensei enquanto tentava me controlar.