História Delicada - Uma notícia atrás da outra

[...] Anna veio para ser minha, e minha será. [...]

                                                                                                 Anna

Ele sempre me fazia sorrir, eu adorava ouvir sua voz, suas declarações e ate suas piadinhas. A cada dia eu me apaixonava um pouco mais por Gabe. Eu terminei de vestir meu pijama e abri meu notebook, nem tive de abri qualquer página que uma chamada no Skype surgiu. Era Vanessa:
- Oi – Falei com um sorriso.
- Oi. Espero que não fuja agora
- Desculpe, mas vocês se tornaram inconvenientes, tinha medo de falarem alguma coisa e me constranger ainda mais, ou ao Gabe.
- Hmm! Ta. Mas me conta, quando isso começou?
- Vai fazer duas semanas
- E só me contou agora?
- Só hoje nós confirmamos o namoro.
- Entendi, mas devia ter me dito desde o início. – Ela olhou na direção da porta antes de se virar para mim – Vocês já dormiram juntos?
- Já
- O que? Sério? Quando? – Ela arregalou os olhos e quase pulou para dento da tela. Foi então que percebi o que disse e o que ela tinha me perguntado.
- Não, não, não dormimos juntos, não nesse sentido
- Mas você disse...
- É, mas nunca transamos, só dormimos mesmo, na mesma cama, mas nada aconteceu.
- Mas... Ah... Vocês... Hunf!
- Desculpe decepciona- La – Dei de ombros rindo.
- Que nada. – Ela balançou a cabeça.
Eu olhei para minha irmã, e fiquei pensando nesse assunto, estava com vergonha de perguntar e passar por criança ingênua, não queria demonstrar ser mais frágil do que já me achavam, mas Vanessa era a única em quem confiava para falar sobre esse assunto, não que Sophia não soubesse o que dizer, mas sempre tirava uma piadinha me deixando sem graça, e Vanessa era séria e dava ótimos conselhos:
- O que foi? Qual o motivo dessa cara?
- Mana, quando... Como a gente sabe... A hora certa?
- A hora de perder a virgindade?
- Sim
- A gente simplesmente sabe. Quando o momento chega você tem certeza de que é aquilo que você quer. Não dá para explicar.
- Você ficou nervosa?
- Fiquei um pouco. É normal ficar nervosa, mas você precisa está certa de que é isso o que quer, e com quem quer. Virgindade é algo importante, e você lembra para o resto da vida.
- Eu sei, por isso quero que seja perfeito.
- Vai ser. Você quer que Gabe seja o primeiro?
- Quero. Eu estou apaixonada por ele, e sei que sente o mesmo por mim.
- Isso é incrível Anna. – Ela me olhou com compaixão – Gabe já sabe que você é virgem?
- Sabe, eu contei a ele ontem.
- E o que ele disse?
- Disse que respeitaria meu tempo, que não ultrapassaria os limites, e só faríamos se eu tiver certeza de que é isso o que quero. No começo ele ficou assustado quando disse, mas depois relaxou e se mostrou super compreensivo.
- Eu estou surpresa. Gabe parece ser um homem maravilhoso.
- É sim, eu adoro está com ele, seus beijos sempre me fazem sentir como se estivesse andando nas nuvens, quando me toca eu esqueço tudo a minha volta e me concentro somente nele.
- Eis a resposta para sua dúvida, você está pronta, é isso o que sentimos quando chega a hora.
- É mesmo?
- Sim
- Então estava pronta nas duas vezes
- Como assim?
- Em dois momentos eu quase me entreguei a Gabe, mas fomos atrapalhados, a primeira o celular dele que não parava de tocar e o meu, e na segunda foi hoje, veio para almoçar e Sophia e tio Klaus estavam aqui, não podíamos fazer nada. E eu queria muito, não dá para explicar com exatidão o que eu senti, mas todo o meu corpo parecia que estava queimando e implorava pelo dele, eu nunca pensei que isso fosse possível, o corpo mandar sinais assim.
- Pode. Eu sei bem o que está dizendo, é uma resposta do seu corpo pelo desejo que sentiu, ele se sente seguro.
- É tão estranho. Há! Há! Há! Há umas semanas atrás eu nem queria saber sobre isso, estava feliz com minhas decisões, mas agora quando estou com Gabe, tudo o que penso é em me entregar a ele.
Vanessa abriu um grande sorriso:
- Não tenha pressa mana, vai acontecer no momento certo. Eu to muito feliz por você.
- Obrigada – Eu estava com a felicidade saindo pela boca, acho que nunca sorrir por tanto tempo em minha vida. Então eu lembrei de um assunto nada agradável que conversamos pela manhã – Vanessa, e quanto ao Jorge?
- Hunf! – Seu sorriso desapareceu e uma carranca se formou – Eu não sei, foi embora e é melhor assim.
- O que ele falou para você?
- Que me queria de volta, faria qualquer coisa para obter meu perdão... Ele se divorciou da Rosa.
- O que? Não brinca.
- Sim, disse que fez por mim, para ficar comigo. Só que agora é tarde demais, eu não confio mais nele, toda vez que o vejo lembro a humilhação que me fez passar, das suas mentiras. É horrível quando se perde a confiança por quem amamos, ou julgamos amar.
- Verdade.
- Quando ele apareceu na minha sala eu tomei um baita susto, jamais imaginei que fosse dar as caras por lá. Nós discutimos, e... Ele me beijou.
- Beijou? Minha nossa, qual é a desse cara?!
- Foi de surpresa, eu tentei afasta- lo, mas não consegui, foi como se minhas forças tivessem me abandonado.
- Você ficou balançada com o beijo?
- O que? Não, é claro que não.
Ela negou rápido demais e não me olhou nos olhos quando respondeu. Torci a boca encarando- a:
- Vanessa não minta
- Arg! Tá. Fiquei um pouco. Acho que apesar de tudo o que aconteceu eu não o tenha esquecido completamente como pensava.
- Você ainda o ama?
- Não, é uma palavra muito forte. Quem ama não mente, e não trai. Ele mexeu comigo porque o que vivemos foi intenso, e não se esquece tão rápido, mesmo que eu tente.
- Você acha que conseguiria perdoa- Lo?
- Eu não sei, agora não, mas um dia quem sabe.
- Mana você sabe que eu odeio o que ele fez com você, e em minha opinião eu o bania do planeta, mas também sei que foi feliz com ele, apesar de tudo.
- Sim, eu fui, mas ele me enganou, eu nunca percebi nada e fui totalmente cega por meses. Eu queria poder voltar a acreditar e dar uma segunda chance, mas não consigo, a amargura é mais forte que qualquer sentimento.
- Vanessa você é tão linda e inteligente, sempre foi tão cheia de vida, esse sentimento não combina com você. Se apaixonou pela pessoa errada eu concordo, mas perder a experiência do amor de sua vida não vale tudo isso. Jorge pode não ser o homem certo, mas outro com certeza será, só que você nunca vai saber se continuar fugindo.
- Eu não fujo dele
- Não, só se esconde, ou se ele a encontra você mata. Mana o amor é tão bonito e puro, sofrer faz parte desse pacote, nem tudo são flores. Veja nossos pais, quantas vezes já presenciamos suas brigas? E quantas vezes os vimos pedindo desculpas um ao outro? Eles sempre se acertam no final porque se amam. Isso é amor verdadeiro.
- Eu sei, mas eu continuo acreditando que isso não é para mim. Acho bonito, mas não vejo o amor da mesma forma de antes. – Ela suspirou passando as mãos no cabelo – Mas eu fico muito feliz que você o tenha encontrado. E convenhamos, seu namorado é um gato. Meu Deus, ele parece um modelo, tem cara de homem experiente e sabe o que quer e como quer, e que olhos azuis lindos. Droga, Anna acho que você pegou o homem mais lindo do mundo.
- Há! Há! Há! Há! Acho que sim
De repente Kaio entrou no quarto dela sem ao menos bater. Típico dele:
- Vanessa cadê meu fone de ouvido?
- Em cima da penteadeira, usei quando fui caminhar.
- Merda. Eu já disse para não pegar, custou caro.
- E eu nunca escuto o que você diz
- Eu vou esconder de você
- Eii! Não vai me dar nem um oi? – Falei alto chamando sua atenção. Kaio olhou para o computador e quando me viu abriu um largo sorriso se aproximou.
- Irmãzinha que bom falar com você, pensei que tivesse esquecido que tem irmão.
- Há! Há! Eu nunca esqueceria. Como você está?
- Se Vanessa parasse de mexer nas minhas coisas eu estaria bem melhor.
- Ela nunca vai parar
- Viu só?! Ate a Anna sabe.
- Tem sorte que nada aqui no seu quarto me interessa. Já disse, não mexa no que não é seu.
- Você está terrivelmente chanto ultimamente, sabia?!
- Ah e por que será? As mulheres que entram na minha vida só bagunçam tudo e nunca estão felizes com o feito, me tratam como se eu fosse uma criança, e quando digo algo nem dão bola, então sim, eu estou chato. Anna foi ótimo ver você, mas eu tenho uma aula para dar.
- Ah essa hora? – Eu perguntei.
- Sim, uma turma nova que foi aberta somente para os novos policiais, os superiores querem um treinamento pesado, então me escolheram para ser o professor.
- Isso é muito bom mano
- É sim, significa mais dinheiro para meu bolso. Bom eu já vou indo. Beijos. – E assim ele foi embora.
- O que aconteceu com ele?
- Alice cansou do relacionamento elástico, vai e volta, então terminou tudo com o Kaio.
- Nossa. Não posso dizer que estou surpresa, porque seria mentira, bem que avisamos a ele para levar mais a sério o namoro. Alice é uma garota tão legal e super engraçada, eu não sei o que ele via de errado.
- Acho que o instinto masculino dele falou mais alto que o coração. Como sempre.
- É uma pena mesmo, quando ele se der conta já vai ser tarde demais.
- E não vai demorar muito, espera só. – Eu sorri, mesmo triste pela atitude do meu irmão. Eu suspirei e olhei a hora, já estava tarde.
- Eu vou dormir, foi um dia bem cansativo.
- Imagino. Nossos pais vão ficar loucos com sua novidade.
- Não diga nada
- Oh! Olha só, eles acabaram de chegar. Mãe, Pai
- Não, Vanessa.
- O que foi? – Minha mãe respondeu.
- Anna está namorando, e o cara é um gato.
- Haa! Vanessa eu vou te matar – Um nó se formou em meu estômago.
- Como é? Namorando? – De repente nossa mãe adentrou o quarto e quase pulou dentro do notebook.
- Desde quando está namorando? Klaus não está aí? Por que não me disse nada? – Meu pai veio logo atrás fazendo uma pergunta atrás da outra.
- Err... Não, não... É que...
- Como ele se chama? Tem foto? É bonito? – Minha mãe estava eufórica.
- Mãe ele é gatíssimo, loiro e lindo como um deus grego. – Vanessa respondeu cheia de malícia.
- Sério? Há! Há! Deve ser lindo mesmo.
- Por que não nos contou Anna? – Meu pai perguntou com uma mistura de irritação e surpresa, e eu não sabia onde me esconder, estava suando frio.
- Eu... Eu... Estou com sono, falo com vocês amanhã. Beijos, amo vocês – Encerrei a chamada sobre os protestos deles e fechei o notebook. Soltei um longo suspiro e já imaginava a crise que teria de passar amanhã. Obrigada Vanessa, mas vai ter troco. Tirei tudo de cima da cama antes de me deitar e esperar pelo sono que me foi tomado.

De manhã, nós nos despedimos de nosso tio. Ele não queria que o acompanhássemos ate o aeroporto, pois podia correr o risco de alguém o reconhecer e nos vincular a ele e o pior acontecer. Tio Klaus sempre adotava todo o tipo de segurança e sempre respeitávamos. Eu amava meu tio, infelizmente nos víamos pouco e era sempre uma tristeza quando partia, mas seu trabalho exigia, agora ele estava indo para Toronto cumprir mais outra missão.
À tarde eu saí com Gabe, ele me levou ao central Park, havia ido apenas uma vez com Camila, mas com ele a experiência era diferente. Ele gostava de andar de mãos dadas comigo, se nos afastávamos por alguns segundos para pegar ou fazer algo, assim que nos aproximávamos ele tomava minha mão. O lugar estava lotado e eu queria um pouco de privacidade com ele, já havíamos ficado bastante tempo ali. Pedi que me levasse para um lugar igual ao que fizemos piquenique a primeira vez. E ele achou um não tão longe, mas de igual beleza e solidão. Eu não sabia como ele conhecia esses lugares, mas gostava de acreditar que pesquisava por minha causa, para ter opções de onde podíamos ficar a sós.
Estendemos uma toalha sobre a grama e ficamos conversando. Pelo menos ate as provações começarem. Agora eu estava deitada sobre a toalha e Gabe sobre mim, me beijando com fervorosa paixão:
- Você gosta de testar meus limites – Mordeu meu lábio inferior.
- Não, gosto de beijar você, é diferente. – Falei com falsa inocência.
- Ah é?
- Sim, eu posso beijar aqui – Beijei seu queixo – E não estou testando seus limites. Posso também beijar aqui e aqui – Beijei suas bochechas – E aqui – Abaixo da sua orelha perto da garganta – Aqui ­– A ponta do seu nariz – E aqui – Lhe dei um selinho demorado – São somente beijos, nada mais. Você que é malicioso.
- Ah! Isso com certeza eu sou
- Há! E ainda admiti
- É claro, eu sou um homem verdadeiro e aberto como um livro.
- Verdadeiro talvez, mas já a questão de ser aberto eu não concordo muito
- Por quê?
- Você não me conta muito sobre sua família, sua vida antes de se tornar esse gerente bem sucedido das Empresas Lencastre.
- Não teve nada de anormal, cursei a faculdade, tive todas as experiências juvenis, depois de formado trabalhei em uma pequena empresa ate Ryan construir a empresa dele e me pedir para trabalhar com ele, e o resto não é nada incomum, basicamente a mesma coisa que está vendo hoje.
- Hmm! Tem mais coisa, entre a faculdade, o primeiro trabalho e a Lencastre aconteceu varias outras coisas que eu sei.
- Sim, mas nada importante
- Gabe...
- É serio, não teve nada de mais, o que acha que um cara faz na faculdade além de estudar? Sei que você já assistiu vários filmes adolescentes, é exatamente a mesma coisa.
- Festas, bebidas, garotas, carros, motos, garotas, zoação, amigos, eu já disse garotas?
- Há! Há! Há! Exatamente.
- Você com certeza devia ter sido o garoto mais popular, aquele que as meninas se matam para ter um pouco de atenção.
- Não, nem tanto, tinha o Ryan também.
- Você é mais bonito que ele
- Há! Há! Eu vou dizer isso a ele  
- É verdade. – Deslizei as mãos por seu rosto. De repente lembrei do que aconteceu ontem a noite e não segurei o gemido aterrorizado.
- O que foi?
- Eu tenho uma coisa para te contar.
- Conta
- É que... Meio que meus pais já sabem sobre você, ou melhor, sobre nós dois.
- Como? – Ele arregalou os olhos e saiu de cima de mim sentando na toalha, e de imediato me levantei para ficar cara a cara.
- Eu não contei nada, foi a Vanessa.
- Sua irmã?
- Sim, ontem estávamos conversando por vídeo chamada e quando ia desligar nossos pais chegaram e ela literalmente gritou para eles dizendo que eu estava namorando. Você nem imagina, minha mãe só faltou pular para dentro da tela e não parava de me fazer perguntas, assim como meu pai, que não parecia muito feliz com a novidade.
- O que você disse?
- Eu entrei em pânico e desliguei. Mas sei que a qualquer momento vão me ligar para saber sobre isso.
- Nossa.
- Ai! Me desculpa Gabe, eu pedi para ela não falar nada, mas como de costume, Vanessa não escuta ninguém.
- Está tudo bem, só não pensei que essa noticia fosse se espalhar tão rápido.
- Eu também, eu não queria contar a eles, quer dizer, não ainda. Mas vou tentar segurar a curiosidade deles por mais um tempo.
- Não se preocupe com isso, confesso que estou nervoso, sempre fico apreensivo quando vou conhecer os pais de uma garota.
- Você não precisa fazer isso. Eu sei como controla- Los. Vamos esperar só mais um pouco.
- Não quer me apresentar a eles?
- É claro que quero, mas assumimos algo sério ontem, e sim eu sei, são os meus pais, mas a vantagem é que estão do outro lado da América, o que nos dar tempo para pensar melhor.
- Não tem certeza se quer ficar comigo?
Aquela pergunta doeu lá no fundo, e por nenhum momento isso passou pela minha cabeça, na verdade eu pensei ao contrario:
- O que? É claro que eu quero. Na verdade, eu não sei se você ainda vai querer ficar comigo, por isso quero esperar um pouco, caso você se canse de mim não terei de me preocupar com meus pais, somente com Sophia.
- Acha mesmo que vou te largar?
- É mais fácil você do que eu
- Anna eu estou com você, eu assumi namoro diante do seu tio e da sua irmã. Eu não faço isso, você sabe como sou, como eu era. Acha mesmo que eu faria tudo isso se tivesse a intenção de te largar?
- Mas pode se cansar de mim. Você não tem tudo o quer.
- Está enganada, eu tenho tudo o que sempre quis. Você.
- Mas...
- Princesa esqueça isso, eu vou ficar com você – Ele segurou meu rosto entre suas mornas mãos – Não importa o que diga, vou continuar com você. Se quer esperar mais para contar aos seus pais, tudo bem, eu respeito. Quando estiver pronta faremos isso juntos. Ok?
- Ok – Eu sorri.
- Vem cá – Ele me puxou e nossas bocas se encaixaram. Outra vez, seus beijos me fizeram esquecer todas minhas duvidas. Eu enrolei meus braços ao redor do seu pescoço, mas acabei lançando meu peso sobre ele, e nós dois caímos, fiquei por cima dele. Rimos como duas crianças, mas não nos desgrudamos, Gabe me prendeu naquela posição e eu aproveitei para continuar a beija- Lo, meu cabelo caiu em cascata ao lado dos nossos rostos, senti sua mão enrolar ao redor das mechas, brincando com elas. Eu adorava esses nossos momentos de cumplicidade, tudo parecia tão perfeito.

No outro dia, eu fui bastante animada para a Lencastre, meu final de semana foi o melhor de todos, tenho um namorado, passamos o almoço junto com minha família, pelo menos uma parte dela, no dia seguinte tivemos uma romântica tarde como casal. Eu podia saltitar pelo caminho de tão feliz que estava. Sophia me olhava com estranheza, mas ela já sabia o motivo, por isso não comentou nada, apenas tirou uma gracinha ou outra.
Quando entramos na recepção Jane já estava a todo o vapor, nos aproximamos para cumprimenta- La:
- Bom dia Jane
- Oh! Bom dia meninas. Nossa hoje a manhã está uma loucura, eu tive que tomar meu café pelo caminho e ainda estou na metade da xícara.
- Nossa. Cuidado para não perder a cabeça – Sophi comentou.
- Achou que vou perder, devido ao esforço que faço para não perder – Nós três rimos – Que tal se fôssemos almoçar?
- Seria ótimo. – Olhei para Sophi.
- Por mim tudo bem - Respondeu com um sorriso.
- Não vamos mais tomar seu tempo, to vendo que ele tá curto. Ate mais tarde Jane
- Ate – Nós acenamos e fomos para o elevador.
Na minha mesa havia um post- it colado, eu peguei rapidamente para ler. Venha a minha sala. G. Ok! Guardei a bolsa na gaveta, peguei meu caderninho e fui em direção ao seu escritório, Stuart ainda não havia chegado, não ouviria suas piadinhas sobre minhas idas a sala do nosso gerente. Chequei minha saia para ver se estava amarrotada, e então bati na porta. Não escutei nenhum entre, mas a maçaneta girou e a porta se abriu, mas o que saiu de lá de dentro não me agradou. Sarah Parker. Estava com um sorriso enorme no rosto, mostrando todas as suas presas bem alinhadas. Assim que me viu seu sorriso de jararaca sumiu. Não posso reclamar, teria feito o mesmo. Ela me olhou de cima a baixo com desprezo, e eu desviei o olhar, tinha medo de virar pedra caso a encarasse diretamente.
- Senhorita Lonergan.
- Senhorita Parker
- Tem muitos afazeres na sala de seu gerente, hein?
Eu não tive tempo de responder, Gabe falou na frente:
- Entre Anna – Por um instante, vi a bruxa ficar tensa, me mostrou um sorriso amarelo e foi embora. Eu entrei no escritório e Gabe fechou a porta trancando- a.
- Essa mulher realmente não gosta de mim
- Não ligue para isso – Ele tomou meus lábios em um rápido beijo, mas senti que havia algo errado.
- O que foi Gabe? Você não parece bem.
- Estou bem. – Ele andou e encostou-se a sua mesa cruzando os braços – Vou ter que viajar amanhã.
- Amanhã? – Oh! Não, logo agora?
- Sim, ficarei dois dias fora.
- Oh!
- E Sarah vai comigo
Eu congelei no lugar, ate minhas pálpebras se recusaram a piscar. Alerta! Alerta! Ele ia viajar com aquela vaca? E passarão dois dias juntos?
- O que? Mas por quê?
- Foram ordens superiores, eu tentei pedi para que você viesse comigo, mas já haviam escolhido ela.
- Hmm! – Menos mal, ele havia pedido para que eu fosse junto, pelo menos aquela noticia fez meu coração voltar a bombear, só para me angustiar mais depois – Então você e Sarah viajarão juntos e passarão esse tempo juntos?!
- Ei! Ei! Ei! – Ele segurou minhas mãos e me puxou para ficar entre suas pernas, e me envolveu em seus braços. Coloquei minhas mãos sobre seus ombros olhando- o em seus olhos – Eu sei o que está pensando, mas esqueça disso, nada vai acontecer. Estou indo em uma viagem de negócios e não a passeio, se fosse o contrário você viria comigo.
- Eu não confio na Sarah, e agora que ficarão sozinhos durante esses dois dias...
- Vamos ficar em quartos separados, e só nos encontremos para a reunião.
Eu virei o rosto para o outro lado, aquela história não me agradava em nada, eu sabia do que Sarah poderia ser capaz para passar uma noite com Gabe, e se soubesse que ainda não ficamos juntos, usaria de todas as suas artimanhas e o instinto primitivo de homem de Gabe para que caísse em sua teia. Eu não podia negar que ela era bonita, e por isso representava um perigo, mais ainda por eles já terem ficado juntos no passado:
- Eu não gosto do que está passando pela sua cabeça. Princesa olha para mim – Eu olhei para o chão, e ele tornou a pedir – Olha para mim Anna. – Virei o rosto e parei o olhar em sua gravata e subi ate encontrar seus olhos – Confia em mim, você é a única que eu quero. Sarah era a última pessoa com quem desejaria viajar, mas é trabalho. Nada vai acontecer ok? Não vou deixar.
- Para onde você vai?
- São Francisco. – Eu abri ligeiramente a boca. Eu sempre tive vontade de conhecer São Francisco, e agora Gabe iria com aquela vaca – Não faça essa cara, não sabe como eu gostaria que viesse comigo.
- Não se preocupe
- Você ainda não disse se confia em mim. Diga – Ele beijou meu queixo, depois meu pescoço me apertando mais contra seu corpo.
- Eu confio. – Sorri sentindo cócegas no pescoço provocadas por sua barba – É nela em quem não confio.
- Já disse para não se preocupar. Ela não me interessa. A única mulher no mundo que me desperta desejo é uma bela ruiva de cabelos cacheados, olhos verdes hipnotizantes e dona de um corpo incrível que me enlouquece.
- Ah é? – Perguntei cheia de sorrisos, ele concordou com um aceno da cabeça – Pois saiba que essa tal mulher, também só se interessa por um homem, ele é loiro, alto, atlético, tem os olhos mais lindos do mundo e o seu toque a desestabiliza completamente, deixando- a vulnerável e a sua mercê.
- Hmm!  Que homem de sorte. Eu queria ter uma mulher assim, oh! Espera, mas eu tenho – Entre sorrisos eu me entreguei aos seus beijos e seu gentil toque. A paixão nos enlouquecia, estava morrendo de ciúmes por causa dessa viagem, não queria que Sarah tentasse algo e Gabe caísse em sua armadilha, mas ele prometeu que não deixaria nada acontecer e eu tinha de confiar nele. Era a mim que ele queria, só. Ele aguentaria, e eu não precisaria roer minhas unhas de nervoso ate sua volta. Segurei seu rosto e aprofundei mais nosso beijo, passando entre o espaço de seus dentes para encontrar sua língua quente e desejosa. Era uma forma de espantar minhas inseguranças e reafirmar sua promessa.  
 

Continua...