História Delicada - Uma inesperada surpresa

[...] mas por ora, eu o quero e assim será. [...]

                                                                          Gabe

Fiquei observando Anna se vestir e não pude deixar de admirar seu perfeito corpo. Tinha uma cintura tão fina que minhas mãos quase se tocavam, seios maravilhosos, pernas longas, coxas grossas, uma bunda redondinha de dar inveja. Deus do céu, essa mulher é a própria personificação da perfeição. Olhei seus quadris sendo jogados de um lado para o outro enquanto vestia sua saia, eles sabiam se movimentar tão bem em cima de mim, era um pecado vê-los cobertos, também ajeitou a barra da sua blusa para dentro da saia, e por fim fechou o zíper:
- Se continuar me olhando assim eu posso vestir a roupa do avesso
- Então você tira, começamos tudo de novo e depois se veste
- Há! Há! Há! A ideia é tentadora, mas tenho trabalho a fazer – Ela dobrou as mangas da blusa ate o cotovelo, então se virou e veio andando ate mim. Calçou seus saltos – Você também tem que se vestir.
Eu só me dei ao trabalho de vestir a cueca e puxar a calça, o resto continuava do mesmo jeito, eu preferi assistir minha linda ruiva se vestindo:
- Estou cansado, você pegou pesado comigo
- Há! Há! Há! Quanta mentira, eu não consegui tudo o que queria
- Meu colo ainda está a sua disposição – Bati em minhas coxas. Anna riu e pegou minhas mãos me forçando a levantar, a contragosto tive que ficar de pé. Ela passou as mãos sobre meu abdômen e se curvou para beija-lo, do umbigo ate a base do pescoço.
- Eu ainda não acabei com você – Ela começou a fechar os botões da minha camisa, e quando chegou no ultimo ergueu a cabeça para me olhar – Mas preciso terminar meu trabalho.
- Não tem mais nenhum minuto?
- Não, eu usei todos com você – Ela colocou as barras da minha camisa dentro da cueca, e eu olhei achando estranho. – Sua blusa está um pouco amarrotada, assim vai esticar e não sai.
- É mesmo?
- Nunca tinha feito isso?
- Não
- Truque antigo – Ela apertou meu bumbum – E muito prazeroso.
- Hey
- Há! Há! Há! – Ajeitou minha calça, então abotoou e fechou o zíper, fez o mesmo com o cinto. Alisou minha camisa, ajeitou os ombros e os punhos, depois pegou meu paletó e me ajudou a vestir – Prontinho, todo arrumado, como se nada tivesse acontecido.
Quando ela tornou a ficar na minha frente eu a puxei para meu corpo:
- Eu queria repetir, adoro quando você fica com ciúmes, o sexo fica selvagem
- Ah é?
- É o único momento em que vejo seu lado possessivo assumir as rédeas de tudo
- Hmm! Eu posso mostrar ele mais vezes, sem ser motivado pelo ciúme
- Eu ia gostar muito – Seus dedos passaram por entre meus cabelos ajeitando.
- Espere até chegarmos em casa, ainda tenho algumas surpresinhas guardadas para você.
- Verdade? Espero que essas malditas horas passem voando e chegue logo o final do expediente, assim posso levar você direto para o quarto e prender na cama.
- Vai chegar, e estarei ansiosa para ficar a sós com você... – Ela se esticou para ficar perto do meu ouvido, e sussurrou – De preferência, ambos sem roupa.
- Meu programa preferido – Mordi seu lábio.
- O meu também. Agora eu já vou.
- Te acompanho, vou ver o Ryan
- Ok – A beijei uma última vez e fomos para a porta. Mas eu a prendi contra a parede antes que saísse. – Gabe...
- Não consigo manter minhas mãos longe de você
- Mas precisa, eu preciso trabalhar – Antes de se soltar de mim, ela me beijou ate perder o fôlego – Te vejo mais tarde – Abriu a porta e saiu. Eu ri e passei as mãos em meu paletó, na tentativa de ajeita-lo, então saí da sala. Dei uma olhada para a mesa de Anna, e ela fez a tentação de cruzar as pernas e colocar a caneta da boca. Deus do céu, daí- me forças. Ela ergueu a cabeça e me viu, deu uma piscadela, eu tive de contar ate dez para não dar meia volta e puxa-la de volta para minha sala. Entrei no elevador antes que fosse tarde demais.
O sinal sonoro soou ao chegar no último andar. Eu saí e fui direto ate a secretária:
- Ryan está na sala?
- Sim, ele o aguarda.
- Obrigado
Ela abriu um largo sorriso. Era impressão minha ou ela estava dando em cima de mim? Sinto muito, quando eu quis você se fez de difícil, agora sem chance. Eu bati na porta e entrei:
- Oi
- Entre Gabe – Meu amigo estava concentrado digitando em seu computador.
- Como você está depois da reunião? – Sentei na cadeira em frente a sua mesa.
- Exausto, mas não posso reclamar, fechamos um excelente negócio que irá nos render milhões.
- Sim, e isso é ótimo. Adoro quando você ganha mais dinheiro, isso significa que eu também ganharei.
- Há! Há! Há! O que?
- Se você está feliz, eu estou feliz, se você está rico, então eu também estou.
- Há! Há! Bom saber que você é meu amigo – Ele balançou a cabeça e voltou a escrever.
- O que você está digitando tão concentrado?
- Um e- mail para Vanessa Lonergan
- A irmã da Anna? Como conseguiu o e- mail dela?
- A própria Anna me passou. Eu estou atolado de trabalho, preciso de representantes internacionais, pessoas de confiança que possam lidar com assuntos que não consigo dar atenção. Vanessa é de extrema necessidade aqui.
- Você está obcecado por ela
- Pela carreira dela. Vanessa é perfeita para muitas coisas.
- Para ser sua companheira, por exemplo.
- Vou ignorar o que disse – Ele me olhou com indiferença – Ela poderia controlar a Lencastre sem o menor problema. Eu preciso muito de alguém com toda essa competência.
- As meninas já tentaram convencer ela a vir, acha mesmo que você consegue?
- Você sabe que quando eu quero algo, eu consigo.
- Se tem tanta certeza, então vai em frente.  
- Preciso usar todas as minhas cartadas. Tenho certeza que ela vai ganhar o dobro do que ganha na empresa onde trabalha, se vier trabalhar para mim.
- To vendo que você ta disposto a fazer qualquer coisa para traze-la.
- Sim, resolveria bastante dos meus problemas.
- Isso seria ótimo, você está cada vez mais mergulhado no trabalho, precisa respirar e relaxar um pouco.
- Eu sei, mas com tanta coisa que preciso fazer, fica difícil tirar um tempo pra relaxar.
- Mas você precisa, para tirar toda essa tensão.
- Virou especialista nisso é? Você tem tanto trabalho quanto eu, quando tira tempo para relaxar?
- Acabei de tirar, tem dez minutos – Dei de ombros. Ryan olhou para mim e eu apenas sorri com presunção. Ele abriu ligeiramente a boca quando entendeu a que tipo de relaxamento eu estava me referindo.
- Eu não acredito. Sério? Na minha empresa?
- Na minha sala
- Que fica no meu prédio. Qual é Gabe, tem quarto pra isso na sua casa.
- Há! Há! Não pude fazer nada, Anna estava com ciúme
- Por quê?
- Por causa da Lauren
- Tava demorando. O que essa mulher fez? – Ele perguntou com irritação.
- Nada
- Então por que do ciúme?
- Anna me colocou contra a parede, e me perguntou sobre a minha real relação com a Lauren.
- Você disse que foram namorados?
- Eu tive que dizer. Ela ameaçou que seria pior se descobrisse mais tarde, então não tive escolha.
- Caramba. Imagino que não deve ter reagido bem
- Nem um pouco, ela ficou com raiva, com ciúme e preocupada
- Por que preocupada?
- Ela diz que está sentindo um pressentimento ruim há dias, e ficou mais forte quando Lauren apareceu, e acha que ela pode querer alguma coisa comigo.
- Eu não posso tirar a razão dela, suas antigas namoradas sempre voltam para te perturbar.
- Mas não acredito que a Lauren queira algo. Ela veio trazer uma proposta de trabalho, e foi só sobre isso que conversamos, nada mais, nem mesmo relembramos o passado.
- Como se a Lauren fosse jogar todas as suas cartas de uma só vez, ela é ardilosa e sabe muito bem como manipular as pessoas.
- Você nunca gostou dela
- Não mesmo, ela é falsa e manipuladora, nunca gostou de você quando namoravam, todos sabiam disso, só queria ficar popular as suas custas, porque sabia que era um dos caras mais populares  da faculdade.
- Tá, pode ate ser, mas isso ficou no passado
- Acha mesmo? Ela é ambiciosa, de repente parece muito interessante ter o velho namorado da faculdade rico e bonito de volta, e tenho certeza que ela não se importaria em passar por cima da Anna para isso.
- Não, não, está errado, e mesmo que isso seja verdade, eu não quero nada com a Lauren, não gosto dela como mulher, o que tivemos ficou no passado.
- Eu espero que sim, Anna é a melhor coisa que aconteceu na sua vida, e desde quando firmou seu relacionamento com ela, todas as suas ex brotaram do nada, apenas para te atrapalhar.
- Sei disso. Anna me pediu para tomar cuidado com a Lauren, ficar longe.
- E ela está certa, eu também te aconselho a ficar de olhos abertos e não se deixar levar por um sorriso bonito.
- Eu sei, não se preocupe, minha relação com a Anna anda melhor do que nunca, não quero que nada estrague.
- Que bom, fico feliz em ouvir isso – Ele voltou a digitar, e então lembrei da festa e o principal motivo dela.
- Então, deu alguma sorte com a garota dos sonhos?
- Não, não era nenhuma na festa, e to ficando frustrado.
- Ainda continua sonhando com ela?
- Sim, bastante – Ele se jogou contra sua cadeira e passou a mão na testa soltando um suspiro – Enquanto você relaxa com a Anna aqui, eu relaxo com a garota dos sonhos.
- O que? Vocês transaram no sonho?
- É estranho dizer isso, mas sim, e mais louco ainda, eu gostei.
- Sério? E como foi?
- Como em todas as outras ocasiões em que ela me tocava, eu sentia de verdade.
- E foi bom?
- Foi. Eu não consigo explicar todas aquelas sensações, mas eu senti cada um dos seus toques, dos seus beijos, sua respiração, era como se de fato estivesse ali comigo, dividindo a cama e trocando carinhos.
- Caramba, isso é surreal e impressionante ao mesmo tempo. Você já falou isso para o seu terapeuta?
- Ainda não, minha consulta é só amanhã. Gabe eu estou ficando cada mais apaixonado, e totalmente nervoso, não consigo encontra-La em lugar nenhum.
- Você disse que a Anna tem os mesmos olhos que os dela, já pensou que essa mulher talvez possa ser a Sophia? Se são parecidos o mais lógico é que uma delas seja a garota.
- Eu já pensei nisso um milhão de vezes
- E então?
- Ela sempre repete que quando eu estiver próximo dela meus sonhos irão sumir pouco a pouco, e está acontecendo o contrário disso. E também disse que seu rosto ia se revelar quando eu descobrisse quem era, se fosse realmente a Sophia eu já teria visto.
- E a Vanessa?
- Também já pensei nisso, mas ela mora em outro país, é praticamente impossível nos encontrarmos.
- Bom, ela veio para Nova York por alguns dias
- E não a vi, só de costa
- Então, não viu o rosto dela, pode ser a sua garota
- Vi suas fotos no face e nada
- Jura?
- Sim – Ele bufou – Não, é outra mulher.
- Não sei, talvez você devesse tentar com a Vanessa
- Estou tentando, mas se ela não vier para cá, tudo vai ficar mais difícil
- Calma. Quem sabe por golpe do destino, algo faça com que ela venha.
- E talvez não seja ela
- Sim, talvez não seja, mas não custa tentar, ou então prefere passar o resto da vida amando e transando com uma mulher só nos sonhos.
- Não, é claro que não.
- Então, continua procurando, uma hora você vai achar. Afinal, ela mesma disse que vocês irão se encontrar né?
- Sim, disse que vai ser inusitado e ela virá ate mim.
- Oh! Viu só, então querendo ou não os dois vão se conhecer, basta ter paciência.
- É a única coisa que me resta, ter paciência.
- Ótimo, já é meio caminho andado. Não esquenta meu amigo, logo isso vai chegar ao fim, e verei você com a mulher dos seus sonhos, literalmente.
- Espero que sim

No final do expediente eu desliguei tudo na minha sala e saí ansioso para ir buscar Anna, e podermos ir para casa. Mas quando cheguei a sua mesa ela não estava mais lá:
- Você viu a Anna? – Perguntei a Stuart que terminava de guardar suas coisas.
- Ela já saiu, disse que tinha algo importante para fazer.
- Hmm! Estranho, ela não me disse nada e combinamos de ir juntos para casa
- Acho que foi coisa de última hora
- É, acho que sim. Bom, eu já vou indo, boa noite Stuart.
- Boa noite chefe
Eu segui para o elevador enquanto tirava o celular do bolso para ligar para Anna. Em poucos toques ela me atendeu:
- Oi – Parecia ofegante.
- Oi, onde você está? Fui ate sua mesa, mas Stuart disse que já tinha ido.
- É, eu sei que combinamos de irmos juntos, mas tive um compromisso importante.
- E pode me dizer qual é?
- Não se preocupe, eu já resolvi. Eu estou no seu apartamento, to te esperando.
- Tudo bem, eu chego daqui a pouco.
- Ótimo. Dirija com cuidado. Beijos.
- Ok. Beijos, até depois.
- Até – Ela desligou. Eu olhei para o meu telefone enquanto entrava no elevador, Anna estava estranha, parecia com pressa e ate um pouco apreensiva. Que compromisso importante era esse que a deixou desse jeito? Hmm! Tinha alguma coisa aí, e eu vou descobrir assim que chegar em casa.

Eu não segui à risca a recomendação da Anna em dirigir com cuidado, acelerei diversas vezes em semáforos que estavam prestes a fechar, peguei um atalho e em vinte minutos já estava na garagem do meu prédio. Tomei o elevador e fui direto para o meu andar. Assim que abri a porta eu escutei a risada da minha mãe, entrei e a vi de frente para o notebook e parecia estar conversando com alguém por vídeo:
- Oi, cheguei
- Oh! Querido, finalmente chegou. Anna, Gabe está aqui – Ela falou alto e no segundo seguinte, Anna veio praticamente correndo da cozinha. Ficou na ponta dos pés e me beijou.
- Oi, estava te esperando
- O que está acontecendo? Vocês duas estão estranhas.
- Oh! Não é nada demais – Ela ficou atrás de mim e tirou meu paletó – Eu só quero que fique tranquilo.
- Por quê? O que vocês aprontaram? – Novamente a risada da minha mãe me chamou atenção, com quem ela conversa tanto? – Com quem ela está falando?
- Oh! É sobre isso que queria falar com você, esse é o meu compromisso importante, ou melhor, o nosso.
- Nosso? Como assim? Você pode ser mais clara?!
- Eu não queria que ficasse nervoso, por isso não te contei antes, mas sua mãe está conversando com... Meus pais.
- O que? – Acho que o tempo parou, e isso não era uma coisa boa – Seus pais?
- Sim, eles querem te conhecer, estão ansiosos.
- Quando você disse que tinha uma surpresa para mim, eu jamais imaginei que fosse isso.
- Por isso não contei antes, sabia que ia ficar nervoso, e ate tentar dar uma desculpa para  não falar com eles.
- Mas, eu não estou pronto e nem sei se estou vestido de acordo
- Você está ótimo, acabou de voltar do trabalho, está perfeito.
- Anna...
- Por favor, amor, nós já adiamos isso por muito tempo, eu quero muito que você conheça meus pais, minha mãe mal se aguenta de curiosidade de te ver. Isso é importante para mim.
Contra esse argumento eu não podia fazer nada contra. Soltei a minha pesada respiração:
- Tudo bem, vamos lá
- Ótimo – Ela se esticou para me beijar de novo e passou as mãos nos meus cabelos arrumando-os. Segurou minha mão – Não se preocupe, vai dar tudo certo, vou estar bem do seu lado.
- Ok – Me puxou para o sofá onde minha mãe conversava alegremente – Espera, mas eles vão me entender?
- Sim, sim, fique tranquilo, meus pais sabem falar muito bem inglês, foi meu pai que nos ensinou.
- Ah! Entendi, tá bom então.
- Venha querido, seus sogros estão ansiosos para conhecer você – Minha mãe bateu no lugar ao seu lado, e eu sentei com Anna ao meu lado.
- Mãe, pai, este é Gabe Scott, e Gabe, essa é minha mãe Aurora Lonergan e meu pai Liam Lonergan.
- É um prazer conhece-los senhor e senhora Lonergan.
- Oh! O prazer é todo meu, eu estava tão ansiosa para finalmente falar com você, Anna não para de falar um minuto do namorado maravilhoso – Eu notei algumas semelhanças entre as duas, mas com certeza Anna se parecia mais com o pai, principalmente os olhos.
- É um prazer Gabe. Concordo com minha esposa, também estava ansioso, minha filha só tinha elogios para você.
- Exagero dela, mas ela também fala muito de vocês, sinto como se já os conhecesse há muito tempo.
- Sim, me sinto da mesma forma – Aurora riu e foi como escutar minha garota rir. Sua mãe era bastante animada, estava sempre sorrindo, ao contrário do seu pai, ele não tinha a expressão séria, mas era mais controlado, como se estivesse sempre observando tudo ao seu redor. Será que ele tinha a mesma vocação para espionagem que o irmão?
- Confesso que também estava ansioso para falar com vocês, me apresentar adequadamente, isso é importante para Anna, então é importante para mim também – Eu olhei para ela, e recebi um sorriso brilhante de volta.
- Oh! É tão lindo ver esse sorriso no rosto da minha menina, Anna sempre foi tão tímida com todos, e é como se eu estivesse vendo outra pessoa. – Aurora falou emocionada.
- Muitas coisas mudam quando você experimenta novas sensações pela primeira vez – Liam respondeu e eu senti uma alfinetada. Eu entendi muito bem que ele estava se referindo a virgindade da filha, e ao canalha que tirou.
- Como achar o amor verdadeiro, não é pai? – Anna rebateu.
- Sim, isso muda muito a nossa percepção sobre tudo.
- Com certeza, amar é a melhor coisa do mundo – Foi a vez da minha mãe falar.
- E ser correspondida é melhor ainda – Aurora completou. As duas sorriram sonhadoras. Liam mantinha um sorriso neutro, e eu sabia que tinha de quebrar o gelo.
- Senhor Lonergan, eu quero que saiba que amo a Anna mais do que qualquer coisa nesse mundo, e minhas intenções com ela são as melhores possíveis, tudo o que mais quero é fazer sua filha feliz, porque ela me completa e me fez um homem melhor. Eu posso lhe oferecer o mundo, mas acredito que tudo o que ela quer, é meu coração, e isso ela já tem. – Eu olhei para minha namorada e ela tinha lágrimas banhando suas bochechas rosadas. Eu as limpei com os polegares.
- Eu não preciso de mais nada, seu amor basta para mim. Me ofereça o mundo, mas só vou aceita-lo se você estiver comigo. Meu mundo só está completo com você nele.
- Ooh! Isso é tão lindo, minha garotinha está amando de verdade – Escutei um gemido de dor – Por que você não é romântico como o Gabe? – Aurora tinha acabado de bater no braço de seu marido, e nós três caímos na risada.
- Eu sou romântico
- Está deixando a desejar – Ela bufou, mas logo desfez a cara – Mas isso é conversa para depois. Querida, eu estou tão feliz por você, encontrou o homem da sua vida, e os dois se amam, e ele é muito bonito.
- Eles formam um casal muito bonito, não acha Aurora? – Minha mãe perguntou.
- Absolutamente. Minha filha é linda, e quando eu mostrar a foto do seu namorado para minhas amigas, elas vão morrer de inveja.
- Mamãe...
- Há! Há! Eu fiz a mesma coisa. As senhoras com quem costumo tomar chá ficaram roendo os cotovelos, seus filhos nunca encontraram uma mulher tão linda e única como Anna.
- Modéstia a parte, minha filha é a mais linda das mulheres – O pai dela disse cheio de orgulho.
- Espero que Vanessa não escute isso, e que Sophia não saiba. – Anna riu.
- Eu amo minhas garotas por igual, e cada uma tem uma beleza única – Ele respondeu. – Fico feliz em saber que o primeiro homem com quem minha filha ficou, também é seu amor.
- Tava demorando não é senhor Liam?! O que eu disse sobre tocar nesse assunto?
- Desculpe, mas é difícil, eu sempre lembro disso.
- Senhor Lonergan, tudo aconteceu de acordo com a vontade da Anna, eu não a forcei a fazer nada, respeitei seu tempo e nunca passei dos limites, só quando ela disse que estava preparada que seguimos em frente, caso contrario eu jamais teria feito nada.
- Ele sabe disso amor, eu já expliquei tudo isso, eu me entreguei por amor e só quando me senti segura, e não me arrependo de nada.
- Sim, Anna fez certo, e Gabe foi um perfeito cavalheiro, você devia estar contente Liam, sua filha teve juízo e nunca se deixou influenciar pelos outros. Não fique estressado com isso Gabe, é que Liam ainda é um verdadeiro antiquado quanto a isso, mas ele vai superar, assim como superou de suas outras duas filhas.
- Sim, sim, eu vou, não se preocupem com isso, é implicância de pai.
- Eu entendo senhor, mas eu sempre respeitei muito a sua filha.
- Sim, eu já percebi isso, e me faz muito feliz, assim posso ficar mais tranquilo. Vanessa e Sophia também já me falaram muito bem de você, se não tivessem gostado de você, com certeza não estaríamos nem conversando agora.
- Há! Há! É, elas já me avisaram para não pisar na bola, e fico feliz em saber que Anna está cercada de amor e cuidado de sua família.
- Com certeza
- Ok! Agora que tudo está esclarecido, podemos sair desse assunto – Anna falou batendo as mãos.
- Ótimo, me conte mais sobre você Gabe, sua mãe já me adiantou algumas coisas, mas quero escutar de você – Aurora se posicionou para escutar. Respirei fundo e comecei a contar sobre minha vida, pelo menos alguns fatos não tão indelicados.
Passamos um bom tempo conversando, e posso afirmar que minha mãe e Aurora se tornaram boas amigas, conversavam como se já se conhecessem há anos. Isso me acalmou um pouco, era bom saber que as duas se deram bem, e melhor ainda, era ver o rosto iluminado da minha princesa, ela estava radiante, e parecia muito feliz com esse encontro, o que também me deixou feliz. Eu faço qualquer coisa para ver esse sorriso em seu rosto.
Tudo correu bem, confesso que estava tenso antes, durante e depois, eu precisava relaxar. Minha mãe foi direto para o quarto e bastou deitar na cama para cair no sono, eu e Anna fomos para o quarto, eu precisava de um banho, e ela se dispôs a me ajudar, mas eu tinha outra ideia em mente, ela ainda me devia outra surpresa, ou melhor, a continuação do que fizemos em meu escritório, e eu precisava muito disso agora. Anna não ofereceu nenhuma resistência, pelo contrário, bastou puxar seu corpo contra o meu que se entregou por inteira. Eu adorava isso. 

Continua...