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História Depois da Tempestade - Capítulo XI


Escrita por: DrixySB

Capítulo 11 - Capítulo XI


Fanfic / Fanfiction Depois da Tempestade - Capítulo XI

Jemma não se surpreendeu quando leu uma entrevista com Tony Stark falando sobre o futuro de sua famosa indústria e citou o talento do engenheiro Leopold Fitz e o quanto estava satisfeito e empolgado com os projetos nos quais ele estava não apenas envolvido, mas encabeçando. Todas as palavras gentis e de reconhecimento que Tony dirigiu a Fitz, lhe faziam justiça. Gênio, brilhante, engenhoso, devotado à tecnologia... Eram coisas das quais Jemma estava cansada de saber.

O que a surpreendeu mesmo foi tomar notícia de que ele agora trabalhava para o Stark.

Ela fitou seu tablet, lendo pelo menos uma dezena de vezes o trecho em que o Homem de Ferro em pessoa citava Leo Fitz. Era como se seu cérebro ainda não houvesse conseguido assimilar, compreender inteiramente, admitir aquela informação.

Até onde ela sabia, ele estava tirando férias, na Escócia, ao lado de sua mãe. E, por vezes, era assombrada pelo pequenino receio de que ele não fosse voltar. Mas, então, lembrava-se do quão leal ele era a SHIELD e espantava sua apreensão para bem longe.

Agora, lendo a respeito do mais novo empregado das Indústrias Stark, seu temor se convertera terminantemente em fato. Ele não tinha a intenção de voltar. Sua partida da SHIELD era definitiva.

Ela largou o tablet sobre a mesinha de centro da sala da base e suspirou pesadamente, sem forças até mesmo para chorar ou lamentar. Ele havia tomado sua decisão e não estava ao seu alcance tentar mudá-la.

- Você pode não estar com raiva, mas eu estou. Sério, eu amo aquele cara, mas se encontrá-lo, vou partir seu nariz.

- Não faça isso, Daisy – Simmons rebateu em uma voz fraca.

Sua amiga balançou a cabeça, o semblante expressando indignação.

- Sério mesmo que não está nem um pouco chateada?

- Claro que estou. Mas eu o compreendo.

- Jemma...

- Foi a escolha dele e devemos respeitar isso.

Havia um lado de Jemma que estava realmente feliz e orgulhoso de Fitz, por ele estar realizando um velho sonho de adolescência de trabalhar nas Indústrias Stark e ao lado do próprio gênio, milionário, playboy e filantropo. Outro estava devastado diante da constatação de que ele não planejava retornar.

- Ele disse que ia apenas tirar férias... Sério, não dá pra acreditar.

Jemma concordou silenciosamente com Daisy. Sim, ele mentiu. Disse que iria para a Escócia tomar seu tempo. Disse também que iria voltar eventualmente. Mas agora havia conseguido um novo emprego. Era demais para ela assimilar. Todavia, Simmons não conseguia sentir raiva. Tristeza, sim. Mas não raiva.

- Não que eu não esteja feliz por ele. Quer dizer, wow! Ele está trabalhando com o Homem de Ferro. Mas... Ele sempre se mostrou tão leal... Tão parceiro.

Jemma se limitou a suspirar novamente. Conformada. Mas ainda com o coração em pedaços.

*

A própria diretora executiva das Indústrias Stark, Pepper Potts, leu o currículo de Fitz deslumbrada. E tratava-se de uma mulher que não se impressionava facilmente. Após algumas reuniões, transitando entre cafés e escritórios, ele estava contratado.

Tony Stark se surpreendeu com sua criatividade e engenhosidade. Encontrando alguém que irradiava o mesmo fascínio que ele sempre possuiu pela tecnologia. Suas personalidades não poderiam ser mais distintas. O que os aproximava era sua paixão em comum. De modo que eles passavam horas falando sobre novos gadgets e a insegurança inicial de Fitz de estar diante do próprio Homem de Ferro foi se dissipando, à medida que eles partilhavam ideias acerca de novos projetos tecnológicos.

Houve uma noite em que Tony convidou Fitz para um drink em sua mansão.

Timidamente, ele aceitou o convite, acreditando que o ególatra Tony Stark iria encher seus ouvidos com uma ladainha narcisista. E estava disposto a ouvi-lo e tomar alguma bebida cara, apenas para distrair sua mente do trabalho e dos conflitos internos que ainda assolavam sua alma e seu coração.

Mas não poderia estar mais enganado.

Fitz observara mais cedo, na sede das Indústria Stark, a frieza com que Tony e Pepper se tratavam. Eles estavam separados há algum tempo, e tornaram seu relacionamento estritamente profissional.

- Nunca confunda trabalho com amor, já dizia meu pai. Howard Stark podia até mesmo misturar prazer com trabalho, mas nunca amor.

O engenheiro deu um sorriso retraído.

- Mas, como sempre, eu me recuso a seguir os conselhos de meu pai e veja só? Se ele estivesse aqui, me passaria um longo sermão e diria as irritantes palavras que eu mais odiava ouvir saindo de sua da boca: eu te avisei.

Logicamente, ele estava falando de Pepper.

- Aposto que nunca passou por isso, não é Fitz? É um cara inteligente. Provavelmente mais inteligente do que eu no âmbito pessoal – ele deu um novo trago em sua bebida.

- Bem – Fitz suspirou – talvez tenhamos mais em comum do que se possa imaginar, senhor.

Tony arqueou as sobrancelhas, subitamente interessado.

- Ok, vamos por partes. Primeiramente, não me chame de senhor. Faz com que eu me sinta um velho– Tony começou, pousando seu copo com whisky sobre um aparador e inclinando-se para frente, descansando os antebraços nos joelhos – Em segundo lugar... Foi por isso que saiu da SHIELD? Tem uma garota nessa história?

Fitz sabia que Tony era realmente um prodígio da ciência, mas era a primeira vez que tomava conhecimento do quão intuitivo ele era. Stark percebeu o desconforto de Fitz com a pergunta. Um sorriso arguto curvou um dos cantos de seus lábios diante da natureza introspectiva do engenheiro.

- Se não quiser falar, tudo bem. Eu entendo – Tony deu de ombros, alcançando novamente sua bebida.

- Não, não é isso... – Fitz ainda não havia relaxado em sua postura. Permanecia rijo, sentado na ponta de uma poltrona fina e vintage da sala de estar da mansão Stark. E seu whisky permanecia praticamente intacto – eu ainda estou...

- Ferido – Tony completou a sentença por ele, com um semblante perspicaz.

- É...

- Bem! Relaxe, rapaz. Que tal se você... Soltasse seus ombros. Está me incomodando essa sua postura, todo rígido como se eu fosse um sujeito amedrontador conduzindo um interrogatório. Por favor, não aja como se eu fosse seu patrão tirano e linha dura porque não faço esse estilo – ele entornou seu copo de uma só vez, ao mesmo tempo em que Fitz procurava fazer o que ele falou, tentando relaxar, respirando fundo e, enfim, tomando seu whisky – muito bem, garoto... Qual é a sua história?

Ele deu um suspiro derrotado, sabendo que Tony não iria desistir tão facilmente.

- Então... Eu a conheço a minha vida toda. Bem, não. Desde que tínhamos 16 anos, na verdade.

- A vida toda – Tony emendou.

- Comecei não gostando dela, achando que havia uma espécie de competição... Éramos os mais jovens da Academia da SHIELD e ela era brilhante. Talvez até mais inteligente do que eu.

- Interessante.

- Acabamos sendo forçados a formar dupla para um projeto e tornou-se uma parceria de anos. Ela era a minha companhia constante na Academia e, posteriormente, minha parceira de laboratório. Estávamos sempre juntos, lado a lado durante os anos que se seguiram. Melhores amigos, cúmplices... Então, percebemos que havia mais do que apenas amizade. Passamos por algumas provações que nos distanciaram física e emocionalmente um do outro. E conseguimos superá-las. Não importa o que aconteça, sempre seremos a pessoa favorita um do outro - as palavras foram se despejando sem que ele conseguisse contê-las.

- Então o que deu errado? Parece-me o melhor tipo de relação, a que começa com uma amizade poderosa, com total confiança e companheirismo. Uma base extremamente sólida para um relacionamento.

- A não ser pelo fato de que apenas um lado queria ser mais do que apenas amigo...

Um lampejo de compreensão se acendeu no olhar de Stark.

- Oh...

- O outro lado até ponderou isso por um tempo, mas...

- Mas?

- Outra pessoa apareceu. E então ela descobriu realmente o que era estar apaixonada e qual era o papel que eu desempenhava na vida dela.

Tony baixou o olhar, analisando o caso.

- Eu sei que não sou a pessoa mais indicada para dar um conselho... A minha vida amorosa é uma bagunça. Eu me diverti muito, com diversas garotas, mas só amei de verdade e continuo amando uma mulher especificamente: A própria senhorita Potts – ele parou de falar por um momento, o olhar vago e distante, até se focar novamente em Fitz – e vou lhe dar o mesmo conselho que dou a mim mesmo todos os dias quando acordo: não desista dela. Se for alguém que vale a pena, lute.

Fitz sorriu tristemente.

- É uma batalha perdida. Nem que eu pudesse, eu tentaria força-la a retribuir o que eu sinto. E o coração dela pertence à outra pessoa...

- Ela está com ele agora?

- Não. Ele... Bem, ele está morto.

Tony franziu o cenho.

- Então ainda há uma chance...

- Sim. De ela encontrar outra pessoa – Fitz fez uma pausa antes de prosseguir, como se avaliasse a situação – eu quero que ela seja feliz. Com alguém que ela realmente ame. É doloroso pensar nela com outra pessoa, mas se isso a fizer feliz, é tudo o que eu posso desejar. Jamais iria querer que ela ficasse comigo como última opção. Eu me conformo em ser seu amigo, contanto que ela esteja bem.

Tony o encarou um tanto pasmado diante de sua nobreza, admirado principalmente porque notara que havia sinceridade no que ele dizia.

- O que posso dizer? Você é um ser humano melhor do que eu. Creio que o único conselho que posso te dar, diante dos fatos, é que siga em frente.

- É o que estou tentando fazer.

Tony lançou-lhe um olhar solidário.

- Não consegue esquecê-la, não é?

- Mesmo que eu quisesse, não conseguiria.

- O que pretende fazer, meu velho?

Fitz deu de ombros.

Tony, por sua vez, sacudiu a cabeça, como se desistisse de tentar procurar alguma solução que ajudasse o garoto à sua frente.

- Bem, deixemos isso de lado – ele encheu seus copos novamente – um brinde às duas mulheres maravilhosas que cativaram nossos corações.

Com um sorriso em seus lábios que contrastava com seu semblante melancólico, Fitz ergueu seu copo, tal qual Tony fizera. Brindando à Pepper e à Jemma.

*

O tempo parecia avançar rapidamente, a passos largos. Fitz se manteve focado no trabalho e aprendeu a relaxar mais diante de Tony Stark. Sua vida e carreira pareciam estáveis.

Mas não havia se esquecido de sua vida anterior.

Ele recebia atualizações frequentes da base da SHIELD por intermédio de Hunter, que se comunicava às escondidas com ele. Era um segredo do qual nem mesmo Bobbi tinha conhecimento e Hunter preferia preservá-lo para si. Tratava-se de diálogos rápidos em que Lance expunha de maneira sucinta o que vinha acontecendo. Dificilmente eles tocavam no nome de Jemma. Mas, vez ou outra, o amigo deixava no ar, subentendida, alguma informação sobre ela.

No entanto, Fitz havia chegado ao seu limite. Ele precisava saber mais. Estava preocupado com seu bem-estar, com sua saúde emocional. Queria saber se ela estava vendo o Doutor Samson, se estava menos traumatizada, se já não tinha mais pesadelos...

O rosto de Hunter surgiu em seu tablet e Fitz poderia jurar que havia algo perturbando seu amigo.

- Hey, como vão as coisas por aí, com Stark?

- Tudo bem. Tudo ótimo, na verdade...

Houve um repentino silêncio entre eles. Hunter balançava a cabeça, como se assentisse nervosamente.

- Então... Como ela está? – ele perguntou de uma vez, antes que lhe faltasse coragem.

- Jemma? Grávida.

O rosto de Fitz perdeu a cor por um instante.

- Hey, é brincadeira, cara. Relaxa – Hunter apressou-se em dizer, procurando soar leve e despreocupado.

- Não tem graça, Hunter!

- Eu sei, eu sou o rei das piadas sem graça – ele procurou se redimir diante do tom austero de Fitz.

Hunter não sabia muito a respeito do que acontecera entre Jemma e Fitz, já que este último nunca teve interesse em revelar. Mas seu sexto sentido não falhava, de modo que ele tinha certas suspeitas e desconfianças do que havia ocorrido antes de o engenheiro partir.

– Talvez eu só esteja querendo descontrair da pior forma possível já que... Bem... – hesitou por um momento – eu não tenho uma notícia muito agradável pra te dar.

- O que é? – Fitz arqueou as sobrancelhas, angustiado de repente. Quando Hunter falava sério desse jeito, com visível preocupação em seu semblante, é que algo não ia bem...

- Você se lembra da criatura que se apossou do corpo do seu rival?

- Sim...

- Então... – Hunter engoliu em seco – é bom que esteja sentado, amigo.



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