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História Depois daquela noite - Parte 133


Escrita por: AmigaDaPaz

Notas do Autor


HAPPY NEW YEAR!

Capítulo 133 - Parte 133


Fanfic / Fanfiction Depois daquela noite - Parte 133

 

DEPOIS DAQUELA NOITE

PARTE 133

 

COMO sempre, a aula de dança tinha sido incrível, mas Victoria não foi capaz de livrar a mente da conversa que tivera com o pai no começo daquela tarde. O senhor Chul-moo fora direto ao questionar sobre quando ela e Yugyeom se casariam. Na hora, não soubera o que responder, então dissera que aquilo era algo que só o tempo poderia dizer, mas que por enquanto ela e o namorado estavam bem. O pai não parecera totalmente convencido daquilo, mas não insistiu, o que foi um alívio para a filha que agora sentia-se reflexiva sobre.

— Aconteceu alguma coisa, noona? — o Kim quis saber ao perceber que a Lee mal estava tocando na comida.

— Não. — sorriu de modo singelo. — Apenas...

— Por que você está tão aérea? — o rapaz insistiu, preocupado, visto que, aquele tipo de comportamento era atípico. — Eu posso ajudar?

— Não é nada, eu só...

— Victoria, por favor, conte-me o que está te afligindo. — pediu meio agoniado.

Ela odiou vê-la daquela forma, então tratou de ser sincera, contou sobre a conversa que tivera com o pai, mas atenuou, dizendo que o namorado não deveria se preocupar.

— Sinto muito não ser o tipo de homem que o seu pai espera para estar com você.

A declaração a deixou chocada.

— O que você está dizendo, Yugyeom?

— Com certeza seu pai não apoia nosso relacionamento e...

— Ele apenas esteve curioso.

— Noona. — a olhou com certa timidez. — Não é que eu não queira me casar. — de fato, ele não rejeitava a possiblidade de se unir num matrimônio, porém, não lhe era um plano imediato. — Isso com certeza é algo que quero fazer, mas não agora. Você me entende?

Sem conseguir vencer o nó que começava a tapar a garganta, acenou que sim. Apesar de entender o lado do namorado no que dizia respeito a esperar, não conseguiu deixar de se sentir rejeitada. Foi depois desse sentimento horrível que percebeu que, queria se casar com Kim Yugyeom mais do que poderia supor. E não era somente porque o pai havia trazido o assunto à tona, nem porque sua idade biológica meio que gritava que estava na hora de constituir sua própria família, e Victoria queria o pacote completo: casa, marido, animais de estimação, filhos... Era um desejo do coração da Lee fazia muitos anos —, especialmente aqueles primeiros depois da partida da mãe —, que mesmo sabendo que poderia ser paciente e esperar que o namorado estivesse pronto, sabia que nesse meio tempo poderia sentir-se mais e mais distante da realização daquele doce sonho.

Forçando-se a pensar que, fosse como fosse, tudo ia ficar bem, esboçou um sorriso que tranquilizou Yugyeom e voltou a comer, fazendo uma anotação mental de na próxima consulta com o psicólogo Nam, contar todas aquelas questões que a deixavam ansiosa. Talvez ele pudesse ajudar porque ela própria não sentia-se capaz de lidar com aquilo sozinha.

Sojin com certeza diria uma ou duas coisas que lhe confortassem, mas não seria justo procurá-la agora quando todas as suas atenções estavam voltadas para o Jibeom, que apesar de ter acordado do coma, ainda tinha sequelas para superar. Junmyeon e Jongin poderiam ser ouvidos amigos, porém, eles também estavam concentrados nos irmãos Lee.

Sobrava Yixing.

Sorriu com um pouco mais de otimismo, ao lembrar-se do melhor amigo. Ele com certeza seria paciente para ouvir e cuidadoso em aconselhar. Fez mais uma anotação mental, dessa vez, para lembrar-se de tirar um tempo no dia seguinte para conversarem. Victoria não tinha como saber, mas na próxima vez em que conversasse com o melhor amigo, o tema principal não seria seu suposto futuro enlace com Kim Yugyeom, mas sim, um certo garotinho de onze anos, dono de um rosto angelical e um coração adorável...

 

SAMANTHA Jordan, a assistente responsável pelas vistorias no processo de adoção do garotinho Nathan pelo casal Byun Morgan, estava encantada pela felicidade do garotinho com a notícia de que seria tio porque segundo ele mesmo fez questão de compartilhar: “a Bonah noona está grávida!”

— Ele vai poder dormir comigo, no meu quarto.

— Haverá espaço para o berço?

Pensativo, o menininho demorou alguns instantes para surgir com uma ideia:

— A gente vai precisar afastar o baú de brinquedos.

Era um solução plausível, no entanto, a mulher sabia que bebês demandavam certos tipos de cuidados que, aquele doce menino talvez não pudesse compreender ou fazê-lo, ainda que tivesse ânimo, por isso, falou cautelosa:

— Nathan, você sabe que bebês costumam acordar durante a noite chorando e...

— É porque eles sentem fome ou sujam a fralda. — respondeu com uma sabedoria notável. — Eles não conseguem ir atrás de comida ou se limparem sozinhos, então eles precisam de ajuda.

— É verdade. — sorriu satisfeita, mas ainda cuidadosa. — Você está bem com isso? Se o bebê acordar chorando durante a madrugada, isso não irá te chatear?

— Não. — negou sem titubear, sorrindo vitorioso: — Eu vou ajudar a Bonah noona a cuidar do bebê.

E nada mais precisou ser dito porque a mulher entendeu perfeitamente bem porque o casal Byun Morgan apaixonou-se por aquele garotinho e resolveu adotá-lo. Compreendeu também o encantamento do senhor Lee, após conhecê-lo. Esperava que Nathan se mantivesse adorável daquele jeito enquanto crescia. Esperava também que, a irmã biológica do mesmo se fascinasse por ele quando enfim ficasse sabendo de sua existência, e pudesse vê-lo e interagir com ele de forma tão amável quanto esta.

 

— NÃO estou com fome. — Jackson recusou o convite para ir comer alguma coisa.

— Mas você precisa se alimentar. — Jinyoung argumentou. — Precisa se manter forte e saudável para cuidar da... — hesitou, olhando a pequena menina dentro da incubadora. Ainda encontrava-se com dificuldade de acreditar que se tratava de sua sobrinha. — sua filha.

Por um instante, pareceu que o Wang iria persistir na recusa, porém, ele se levantou e seguiu o amigo para fora da UTI neo natal da clínica obstétrica.

Em silêncio, caminharam pelo corredor até alcançarem a cantina, onde o Park tomou a frente para fazer os pedidos: sanduíches de peito de peru e dois copos médios de café.

Ainda sem dizer uma palavra sequer, ambos começaram a refeição, aliás, Jackson desistiu após queimar a língua com o grande gole de café assim que o copo lhe foi entregue.

— Você precisa ser mais cuidadoso. — Jinyoung aconselhou, olhando com criticidade para o outro, que chateado, praguejou em mandarim enquanto limpava os lábios com um guardanapo.

— Eu sei. — com amargura, Jackson deixou escapar: — Minha vida seria bem mais fácil se tudo com o que eu tivesse que me preocupar fosse uma pequena queimadura na língua.

Em silêncio o Park assentiu, bebendo um gole do próprio café sem desviar os olhos do rosto do amigo que, em nenhum momento o encarara de frente. Que falta de respeito.

— Vai ser assim também com a Sooyun? — questionou com certa rudeza. — Não vai encará-la? Do que você tem medo?

As perguntas fizeram o Wang sentir um calafrio pelo corpo, instintivamente tentou reaver o copo de café, mas desistiu ao perceber o tremor na mão.

Percebendo o estado do amigo, Jinyoung suavizou a expressão e também a fala:

— Não estou te julgando. Estou apenas perguntando.

— Não sei. — a admissão saiu apressada. — Não sei como vai ser. Não sei de nada.

— Se te serve de consolo, ninguém sabe. A situação toda é delicada para todos nós.

Jackson suspirou cansado, e por fim, olhou para o outro, que sentiu o impacto das lágrimas antes derramas e também daquelas que tentava bravamente evitar que caíssem.

— Não posso dizer com certeza que sei a potência dos sentimentos que estão te perturbando, mas... — empurrou o prato contendo o sanduíche em direção ao amigo. — Pode ter certeza de que não está sozinho. Então se precisar... — engoliu o nó que ameaçava tapar a garganta. — Estou aqui.

Emocionado, Jackson assentiu com a cabeça, murmurando um ‘obrigado’, pegou o sanduíche, e, enquanto mastigava um grande bocado, deixou cair uma lágrima quente no tampo na mesa.

Foi então que Jinyoung percebeu que Jackson encontrava-se tão frágil quanto Sooyun e a bebê Jennie. Era de partir o coração, todavia, ele não iria sucumbir. Ia permanecer forte por todos eles, sua irmã, sobrinha, mãe, noiva, e pelo melhor amigo que agora mais do que nunca, também era sua família.

 

— ISSO é algo que só vocês dois podem e devem resolver. — Jaebum disse assim que Yugyeom terminou de contar sobre o que Victoria lhe contara, a respeito do senhor Lee questionar sobre o suposto casamento deles.

O mais novo suspirou incerto.

— Eu sei.

— Você precisa ser honesto consigo mesmo e com ela. — falou com seriedade e segurança de quem já havia passado por algo mais ou menos parecido. — Se você não está pronto para se casar com ela, seja sincero.

— Não é que eu não queria me casar com ela, hyung. Victoria é ótima, mas... — hesitou, como se estivesse temeroso de que, o que fosse dizer pudesse de alguma forma magoar a namorada que sequer estava perto dali! — Nós estamos bem do jeito que estamos. Além disso, não me sinto preparado para assumir um compromisso tão sério como um casamento.

— Não sou a melhor pessoa para conceder qualquer tipo de conselho nesse âmbito. — sorriu com certa amargura e embaraço. — Mas, por favor, não jogue para cima da sua noona isso de “o problema não é você, sou eu”. Pois, por mais que seja verdade, ela pode não aceitar muito bem e acreditar que você está apenas arrumando desculpas para rejeitá-la.

— Eu seria louco se a rejeitasse de alguma forma, hyung. — um tanto enojado pela suposição, o mais novo tomou um grande gole de soju. — Eu só... — fez uma careta, admitindo de forma derrotada: — Não sei.

— Não se aflija tanto. — Jaebum tentou sorrir, compartilhando um pouco de ânimo para o dongsaeng. — Vai ficar tudo bem. — a frase caracterizava como um voto de esperança não somente pela situação do jovem Kim, mas também do Im, que dali algum tempo, estaria em igual ou maior perturbação que o amigo.

 

BONAH estava se esforçando para concentrar-se na gravidez, seguindo as orientações médicas, tomando cuidado com a alimentação e aproveitando ao máximo os momentos de descontração e carinho com a família, no entanto, em determinados momentos do dia e também em algumas noites insone, encontrava-se receosa sobre o que o futuro guardava para si e Jaebum, ainda mais depois da notícia sobre o nascimento da filha de Sooyun. O Im tinha dito na última conversa que, no máximo em cinco dias eles saberiam o resultado do teste de paternidade. Estava com medo de que desse positivo, e também temerosa da possível reação não tão animada dele ao saber que, ela estava grávida. Se ele fosse o pai da filha de sua prima, jamais poderia escolher entre duas crianças, e caso não fosse, seria um alívio, claro, todavia, isso não significaria que pudesse ficar feliz em ser pai de uma criança que nenhum deles planejou. Por Deus, Bonah estava supostamente protegida pelo contraceptivo injetável — que agora se mostrara falho e até criminoso, fez uma anotação mental de entrar com contato com Lisa Hill para saber sobre como poderiam proceder — além disso, se sua memória não estava lhe enganando, ela e Jaebum haviam usado preservativo em todas as relações. Mas, o que estava feito estava, e a Choi não podia fazer muito mais do que continuar se cuidando e esperando o desenrolar das coisas. Aliás, tinha algo que poderia e iria fazer. Resoluta, encontrou a mãe no quintal traseiro da casa, aguando o maravilhoso jardim.

— Omma, posso lhe pedir uma coisa?

— O que quiser, filha. — sorriu com amabilidade.

— Por favor, não conte a tinha Daeyon sobre... — afagou o ventre pouco perceptível pela camiseta escura. — sobre a gravidez.

Byun KyungMi permaneceu calada, esperando que a filha justificasse o pedido.

— Saber sobre mim seria um grande estresse para ela, tenho quase certeza. Além disso, ela precisa se concentrar em cuidar da Sooyun e da netinha e...

— Não se aflija, Bonah. — pediu preocupada. — Elevados picos de emoção podem fazer mal à criança.

Obediente, a filha procurou tomar fôlego extra e não se deixar levar pela ansiedade.

— Minha irmã e eu não estamos tendo contato já faz algumas semanas.

— Sério? — estranhou, afinal, sabia bem que, ainda que as mais velhas não fossem lá as melhores amigas, mantinham contato constante por ligações telefônicas e mensagens de texto.

A admissão veio com um acenar de cabeça.

— Então como a senhora ficou sabendo sobre o nascimento da bebê?

— Uma das nossas ex-vizinhas me contou. Você se lembra da senhora Gu?

Como não se lembrar daquela sexagenária que sabia de tudo e de todos? Sorriu, acenando que sim com a cabeça.

— Foi ela quem me contou que a filha da Sooyun nasceu, e sobre a dúvida sobre quem é o pai. — suspirou com certo cansaço, misturado à tristeza. — Confesso que senti vontade de conversar com a minha irmã e saber os verdadeiros detalhes, mas conhecendo-a como conheço, por algum tempo, ela não vai prestar atenção em mais ninguém que não seja a filha e a neta.

Um pouco mais aliviada, Bonah brincou:

— Então, acho que devemos nos manter em alerta quanto à senhora Gu.

— Sim.

Sorriram.

Nem tudo estava à perfeição, mas o dia estava bonito, e ambas sentiam-se gratas por poderem dividir algo tão bom.

 

MARK estava checando alguns backups do celular, alternando-os entre a memória interna do aparelho, o cartão de memória e a nuvem do servidor, quando deparou-se com fotos que tirara com a família na última viagem. Sorriu em agradecimento por não ter visto nenhuma em que Choi Bonah aparecia. Não era como se ele não quisesse vê-la, mas as fotos dela sorrindo e sendo naturalmente bonita, interagindo com seus pais, irmã e sobrinhas, evocariam nele aquele sentimento de “e se”, o tipo de sensação que queria evitar ao máximo ir por aquele caminho.

Prosseguiu com a tarefa de reorganizar os arquivos, parando bruscamente quando descobriu uma pasta de capturas de telas, nas quais havia imagens tiradas da videochamada em que pedira para a senhora Byun KyungMi, permissão para namorar Bonah. Além das duas já mencionas e de si mesmo, haviam também imagens do garotinho Nathan e do pai adotivo deste, um rosto que lhe pareceu conhecido não somente por ser do padrasto de sua ex-namorada, mas por ter visto, — tinha quase 100% de certeza —, aquele mesmo rosto num porta-retrato. Porém, não um porta-retrato qualquer, mas aquele na mesinha de cabeceira do quarto de Audrey Jones em Los Angeles!

O que raios estava acontecendo, o Tuan não sabia, todavia, não iria demorar a saber, e não ficaria feliz, com certeza, não.

 

TRÊS horas, foi o tempo que Jaebum guardou o envelope com o documento contendo o resultado do teste de paternidade. Mas pareceu como se tivessem sido três dias! O senhor Im o felicitou pela resistência, admitindo que, se estivesse no lugar do filho, teria aberto logo que tivesse o documento em mãos.

— Eu quase fiz isso. — confessou, manobrando cuidadosamente para fora do estacionamento da empresa. — Mas senti que é um resultado que não devo ver sozinho. O senhor e a mamãe devem fazer parte disso.

Im Changjae assentiu, entendendo que o “isso” ao qual o filho se referia poderia ser a notícia de que ele e a esposa seriam avós ou se teriam que esperar mais algum tempo para ter um netinho ou netinha para amar e mimar.

Normalmente levaria cerca de quarenta minutos para chegarem à residência da família em Goyang, entretanto, naquela semana, por ocasião do aniversário de uma amiga, a senhora Ga-young viera passar alguns dias em Seul, e foi para o hotel onde a mesma estava hospedada, que pai e filho foram.

— A que devo a hora de sua visita? — a matriarca brincou ao abrir a porta e deparar-se com o Im mais novo. — Querido. — sorriu para o marido, afastando-se para que ambos passassem. — Entrem.

— Omma, a senhora já jantou?

— Eu ia descer para o restaurante alguns minutos atrás, mas seu pai me ligou, pedindo que eu esperasse um pouco.

— Podemos ir agora. — Jaebum fez menção de dar meia volta e sair do quarto, mas foi impedido pela mãe.

— Filho.

Por um instante o silêncio tenso reinou, então o senhor Im o quebrou:

— Acho que nenhum de nós conseguirá comer direito com a ansiedade de saber o resultado.

Suspirando com pesar, o mais novo assentiu que sim com um leve menear de cabeça, porém, ainda muito tentado a ganhar um pouco mais de tempo antes de saber como seriam os próximos dias e até mesmo anos de sua vida, haja vista que, positivo ou negativo, o resultado daquele teste o daria subsídios, motivos e até coragem para fazer ou não o que seu coração tanto queria.

— Mas, se você precisa de mais algum tempo... — o senhor Im prosseguiu: — sua mãe e eu entendemos. Certo, querida?

Ainda que sem muita convicção, a senhora Ga-young concordou, sorrindo com docilidade. E foi o que bastou para Jaebum começar a vencer o temor e desistir de postergar.

Tentando aliviar a sensação de sufocamento, tirou a camisa social, ficando apenas de camiseta branca. Tirou também os sapatos, ao mesmo tempo em que abria a pasta de couro, tirando lá de dentro o envelope branco fosco.

Simultaneamente aos atos do filho, o pai caminhou até o frigobar de onde tirou uma garrafinha de água. A mãe, por sua vez, manteve-se de pé quase paralisada.

Devagar e com as mãos um tanto trêmulas, Jaebum rasgou o lacre do envelope, sacou as duas páginas digitadas e leu a linha mais importante:

“...probabilidade de paternidade de 0%”.

Fechou os olhos, rezando em agradecimento, então sorriu e abraçou a mãe.

Emocionado, o senhor Im veio se juntar ao abraço, e no processo, pegou as folhas da mão do filho, leu e entendeu o motivo da emoção do mais novo: ele não era pai da filha que a ex-noiva tinha dado à luz fazia pouco menos de uma semana, o que significava que, estava livre para ir ao encontro daquela que, se Deus abençoasse, no futuro seria quem traria ao mundo o mais novo membro da família Im.

 

DEPOIS do lanche —, que Jackson tinha certeza que não conseguiria digerir bem —, Jinyoung se despediu, afinal, teria que comparecer ao plantão daquela madrugada na delegacia.

— Mas estarei de volta no começo da tarde.

Aquilo soou como “não pense em fazer nada de errado, pois ficarei sabendo, e você terá que resolver as coisas comigo”, porém, o Wang não se sentiu pessoalmente ofendido, sabia que não era como se o amigo tencionasse machucá-lo de alguma forma, só estava sendo mais cuidadoso que o habitual. Estranho seria se, o Park não desse qualquer aviso.

Sentindo-se pesado, caminhou pelo corredor de acesso à UTI neo natal, mas não entrou no recinto, manteve-se de pé, olhando através do vidro. Sua filha não era a única criança naquele espaço, lutando bravamente para sobreviver, havia outro garotinho ali, mas Jackson só tinha olhos para aquela que não tinha sido planejada ou mesmo desejada, mas que agora, era dona de todo seu coração e melhores pensamentos. Como as coisas podiam mudar tão radicalmente, ainda não conseguia entender, mas também não queria perder tempo refletindo sobre. Em sua mente, só havia espaço para concentrar-se naquela bebê tão pequena e frágil, mas totalmente dona de suas maiores preocupações. Entretanto, não era a única, visto que, o Wang também se preocupava com a mãe da mesma. E foi pensando em Sooyun, que, com um pouco mais de pressa que antes, caminhou para o início do corredor, prestando atenção nas discretas placas de sinalização até encontrar a que indicava os leitos.

Deu graças aos céus que a senhora Daeyon não estivesse por ali, ela com certeza não o permitiria chegar perto de Sooyun ou da bebê, mas como Lin dissera mais cedo, Jinyoung conseguira convencer a mãe a estar na clínica somente durante o dia, arranjo aceitado apenas porque a futura nora garantiu que ela e o futuro marido iriam revezar para estar lá durante à noite e também a madrugada. Jackson não fora mencionado na conversa, mas certamente a senhora Daeyon sabia que ele também estaria ali por perto, mas não sabia com certeza que seria tão perto quanto agora.

A mesma enfermeira que cerca de duas horas antes estivera checando a incubadora da bebê, o abordou, querendo saber o que ele procurava.

— A mãe da minha filha. — a frase saiu meio áspera, quase como se estivesse com raiva, o que não era o caso, então pigarreou para suavizar: — Sei que ela está em algum leito aqui, mas não sei exatamente qual.

— É um pouco tarde para visitas, senhor.

— Eu não vou perturbá-la. — garantiu com a voz mais fraca do que tensionava, pigarreou outra vez. — Só quero vê-la, saber se está bem.

Entendendo a necessidade clara na fala e também nos olhos do homem, a profissional de saúde assentiu, conduzindo-o para o final do corredor, abrindo cuidadosamente a porta de número 2612.

— Meu plantão termina em cinco minutos. — a mulher avisou, checando um fino relógio digital em seu punho direito. — Quem irá me substituir não costuma conceder visitas fora de hora.

— É tempo suficiente. — forçou um sorriso, fazendo uma anotação mental de no futuro enviar algum tipo de presente que fosse de gratidão àquele pequeno, mas valioso favor.

Assentindo, ela permitiu que o homem entrasse no quarto, ficando do lado de fora.

Não fosse pela parca luz do abajur ao lado direito da cama, o quarto estaria em total escuridão. Caminhando de modo vagaroso e com o menos de barulho possível, Jackson aproximou-se do leito até ficar perto o suficiente para ver o rosto adormecido da Park, que de olhos fechados e respiração compassada, parecia algum tipo de figura encantada. Parecia linda.

Comovido, ele fechou os olhos e faz uma pequena, porém, sincera oração, pedindo que ela acordasse bem o suficiente para juntar-se à ele na UTI neo natal, para que juntos cuidassem de sua filhinha. Por favor...

 

BONAH sentiu o coração saltar feito louco por muito tempo depois que recebeu a mensagem de Jaebum, contendo a imagem do resultado do teste de paternidade, juntamente com os dizeres: “Estarei no próximo voo para Londres, então logo iremos nos reencontrar”.

— Omma! — saiu do quarto, praticamente correndo com o celular na mão.

— O que houve? — a senhora KyungMi se alarmou, acreditando que poderia ser alguma coisa séria com o bebê.

— Deu negativo! — mostrou a imagem no aparelho telefônico. — Jaebum não é o pai da filha da Sooyun. — deixou que a emoção a dominasse em forma de lágrimas grossas escorrendo dos olhos e fazendo caminho por ambas as maçãs do rosto. — Veja a mensagem, mãe. Ele está vindo pra cá!

Abraçando a filha, a senhora KyungMi deu graças aos céus por aquela felicidade, e também se permitiu aliviar aquele temor da obrigação que certamente teria que lidar caso aquele teste tivesse dado positivo. Também estava grata por não precisar odiar Im Jaebum como certamente poderia. E foi naquela momento, agarrada à filha, que lembrou-se do amado e saudoso falecido esposo, sorrindo e afirmando que, “tudo estava bem, quando terminava bem”. Era verdade, o senhor Choi DuckYoung tivera razão em afirmar aquilo, no entanto, o que estava acontecendo ali não era o término de nada, era o começo.

 


Notas Finais


Espero que o capítulo de hoje tenha sido bom o suficiente para deixá-los animados para o próximo. Espero também que saibam o quanto sou grata por todos os seus comentários, apoio, carinho e companhias valorosas durante este ano. Prometo permanecer firme, e continuar me dedicando para trazer capítulos merecedores de suas leituras, comentários e favoritos. Por favor, se cuidem e se possível, estejam aqui no ano que vem.

FELIZ ANO NOVO!!!


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