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História Depois daquela noite - Parte 40


Escrita por: AmigaDaPaz

Notas do Autor


Então DNN chegou aos 40 capítulos, mais de 500 favoritos e 11 meses de postagens. Eu nem sei como isso aconteceu! Bem, na verdade eu sei. Foi graças ao apoio de vocês, leitores preciosos, especialmente:
LindyTomlinson,
LuaStyles,
Aline_Kook,
Madamebutterfly,
nathylayne,
Lucianamachete,
beommi,
MayaKook2,
jessyprdsdef,
LaraMin,
sahmurai_,
Jul_iaDoce,
kimrayonarawang,
FaceMoonU
e DoceChuva

Obrigada por fazerem essa fanfic ser o que é!

Capítulo 40 - Parte 40


Fanfic / Fanfiction Depois daquela noite - Parte 40

 

DEPOIS DAQUELA NOITE

PARTE 40

 

ASSIM que, após uma conversa realmente emocional, com o senhor e a senhora Park, Jackson Wang se retirou, Sooyun pôde enfim, sentir-se mais segura e à vontade. Ela até mesmo suspirou aliviada e Jaebum, que estava ao lado percebeu a mudança de humor.

— Se ele ficasse mais um pouco você estaria bem perto de explodir. — comentou maldoso, porém em tom baixo para que os mais velhos, sentados num estofado de cor bege de dois lugares próximo à porta, não ouvissem. — Você nem mesmo conseguiu fingir que não estava se importando com a presença dele aqui. — finalizou com tom e olhar duro.

A morena se remexeu desconfortável sem encará-lo.

— Você está imaginando coisas.

— Eu bem que queria estar.

— Por favor, Jaebum, nós estamos numa sala de espera de um hospital. Este definitivamente não é o lugar para começarmos uma briga. — o repreendeu ainda sem olhá-lo diretamente nos olhos. — Além do mais, é o meu irmão que está correndo um sério risco de vida. Tenha mais respeito, por favor.

— Vamos lá fora, então. — propôs resoluto de que precisavam conversar. — Nós realmente precisamos esclarecer algumas coisas. E antes que você mencione o estado do seu irmão, lembre-se de que não há nada que possamos fazer por ele além de rezar e esperar.

Sooyun o encarou como se estivesse horrorizada com o que acabara de ouvir. E de fato estava. Jaebum nunca havia sido tão duro e insensível como naquele momento.

— Eu não vou a lugar algum com você.

— Ótimo. — ele sibilou irritado. — Conversamos aqui mesmo.

— Não quero conversar com você. — ela se afastou e desviou os olhos.

— Quem é aquele cara, Sooyun?

Ela permaneceu calada, como se não tivesse ouvido a pergunta, mas ouviu e sentiu algo tremer dentro de si, sentindo que o Im queria brigar por causa de Jackson. Que patético.

— Quem é aquele cara?

Sabendo que ele iria mesmo continuar insistindo naquilo, decidiu responder, ainda que, não totalmente.

— Como meu pai fez questão de apresentar, ele é Jackson Wang, um amigo do Jinyoung, dos tempos da faculdade.

Sooyun olhou para os pais, ambos entretidos, um no outro e na própria dor. O senhor Park ChungHo acariciava as mãos da esposa, DaeYon, com cuidado e amor tão evidentes, que era quase palpável. A mais nova invejou a cena. Queria que ela e Jaebum também se apoiassem daquela forma. Entretanto, era pedir demais. Pelo menos naquele momento em que ele claramente queria brigar por algo e alguém que ela não queria lembrar-se da existência.

— Certo. — ele assentiu, mas não estava satisfeito. — Mas isso ainda não me responde sobre quem exatamente ele é.

Do mesmo modo como o Im parecia disposto a seguir pressionando por respostas, a Park estava resoluta de que iria fugir tanto quanto possível, por isso decidiu se fazer de desentendida.

— Do que você está falando?

— Eu quero saber que tipo de relacionamento você e ele têm.

— Como assim? — a pergunta retórica foi estrategicamente para dar um pouco mais de efeito a explicação óbvia que viria a seguir: — Ele é amigo do meu irmão. — o encarou como se Jaebum fosse estúpido por insistir naquilo. — Que tipo de relacionamento eu supostamente deveria ter com ele?

— É isso que quero saber. — o Im pontou com seriedade. — Se bem me lembro, ele estava lá, quando você espancou a...

Sentiu a fúria subir-lhe aos lábios ao interrompê-lo:

— Não ouse dizer o nome daquela vadia aqui.

— O que ele estava fazendo lá, Sooyun?

— Eu não sei.

— Será que foi ele quem você colocou pra me vigiar durante todos esses anos em que estive vindo à Seul?

Apesar de sentir o coração quase na garganta, ela teve fôlego para rebater:

— Você realmente está ficando fora da sua mente, imaginando coisas que não existem.

— Será mesmo? — agora foi a vez de ele usar da indagação retórica para acentuar as palavras que viriam a seguir: — Por que nada me tira da cabeça que é uma coincidência realmente grande que o amigo do seu irmão estivesse lá, socorrendo a minha...

— Amante? — sugeriu raivosa. — Isso. Dê um título a ela.

Jaebum perdeu a paciência.

— Você não vai me dizer, não é? Está bem. Eu irei descobrir por mim mesmo. — dito isto, ele se levantou, despediu-se do senhor e da senhora Park e saiu, deixando Sooyun com a certeza de que ele iria mesmo descobrir por si próprio quem Jackson Wang era. E não seria bonito, o resultado disto.

 

— AGORA sim a sua namorada teria motivos pra sentir ciúmes. — Bonah afirmou risonha quando enfim Mark libertou-lhe os lábios.

— Tão engraçadinha. — ele a cutucou no nariz, com as pontas dos dedos.

Eles ainda estavam no sofá, e ao que parecia, pretendiam ficar ali por muito tempo, pois nenhum dos dois fazia qualquer movimento para sair. E por que eles iriam querer sair de um lugar tão confortável?

Abraçando-a de lado, ele começou a beijar-lhe os cabelos logo fazendo o caminho para baixo, seguindo pela bochecha direita, parando na lateral do pescoço, onde causou arrepios não só pelos lábios quentes um tanto molhados, mas pelas palavras roucas que murmurou:

— Eu poderia te beijar por toda a madrugada.

Bonah fechou os olhos e se permitiu sonhar brevemente sobre como seria bom que as palavras de Mark se tornassem realidade.

— O que você pensa sobre isso? — ele quis saber, antes de beijá-la levemente nos lábios.

— Acho que seria bom. — a resposta não foi mais do que um murmúrio fraco, porém, verdadeiro, afinal, a Choi acreditava mesmo que ter o amigo beijando-a seria muito bom.

— Certa resposta. — sorriu antes de depositar mais um beijo cálido na lateral do pescoço. — Prepare-se para ter beijos até o sol raiar.

Bonah sorriu molenga de prazer pelas palavras e também os atos de Mark, que devagar, mas resoluto, seguia distribuindo beijos de cima a baixo desde o pescoço, a bochecha e os lábios femininos, refazendo o caminho por diversas vezes até enfim concentrar-se na boca. E, apesar de os beijos não terem durado até o raiar do dia como ele havia prometido, eles duraram por muito, muito tempo.

 

JACKSON Wang estava do lado de fora do hospital, mas precisamente do lado esquerdo da porta de entrada quando Jaebum saiu, caminhando a passos duros em direção ao estacionamento. Foi só quando adentrou ao veículo que notou a presença do outro.

Enquanto observava o chinês concentrado na conversa telefônica, o Im lembrou-se da relutância de Sooyun em dizer quem exatamente ele era e o que fazia no apartamento de Bonah naquela fatídica manhã. Sentiu vontade de ir confrontar o amigo de Jinyoung, mas desistiu quase que no mesmo instante, afinal, que diferença faria saber quem diabos era aquele homem? A descoberta provavelmente só traria problemas, coisa que Jaebum não queria para si, pois já bastavam os existentes.

E não dizia respeito apenas sobre a Park mais nova, mas também algumas atribulações no trabalho. Recordando-se disso, resgatou o aparelho celular do porta-luvas para checar a caixa de mensagens e também os e-mails. Havia um número considerável de recados gravados e curtas mensagens de atualização sobre três negociações em andamento, mas nada realmente importante, o que significava que, as coisas que o Im tinha para resolver na empresa, ainda estariam lá quando ele voltasse no dia seguinte.

Suspirou exasperado. Parecia que nada ia bem. Olhou de novo para a entrada do hospital, Jackson Wang não estava mais lá. Por um momento, lamentou a oportunidade perdida por não ter ido confrontá-lo, mas deixou tal pensamento de lado bem rapidamente, decidindo acreditar que era melhor assim. Poderia descobrir quem aquele chinês realmente era depois. Agora ele precisava se concentrar em si mesmo.

Voltou a chegar as atualizações do e-mail, mas logo mudou para as poucas redes sociais que ainda mantinha, fixando atenção especialmente na conta reserva que havia criado apenas para observar as postagens de Choi Bonah. Não era algo para se orgulhar, e nunca seria, mas tinha feito a tal conta com esperanças de manter contato com ela, depois da ida aos EUA, mas nunca teve coragem de contatá-la. Nos primeiros dias, ele esteve bem curioso sobre o que Bonah publicava. Em sua maioria eram coisas referentes ao novo trabalho em solo nova-iorquino, mas depois de alguns dias as postagens foram ficando cada vez mais escassas e Jaebum esteve ocupado demais para dar atenção, entretanto, agora havia novas atualizações, postagens da noite anterior.

Eram duas fotos.

Bonah parecia muito feliz e confortável.

E não estava sozinha.

Estava acompanhada de alguém que, segundo as informações que Kim Yugyeom obtivera em suas investigações iniciais, tratava-se de um possível novo sócio da Yoon and Im Investiments. Mark Tuan era o nome dele. Era o chefe de Bonah. Como secretária do jovem CEO de uma importante empresa de imóveis de alto padrão, Jaebum sabia que a Choi precisava ter uma boa convivência com o homem que lhe pagava o salário no final do mês, mas precisava ser uma convivência tão boa, como aquelas malditas fotos sugeriam?

— Infernos. Eles até mesmo estão usando roupas combinando. — resmungou ao perceber que eles pareciam bastante íntimos, tal como se estivessem num relacionamento além do trabalhista. — Será que eles estão namorando? — se incomodou, afinal, usar roupas e/ou acessórios iguais era bem coisa de casal, como ele e Sooyun costumavam fazer nos primeiros anos de relacionamento. — E se eles estiverem? — deu de ombros, saindo da rede social. — Eu não tenho nada a ver com isso.

Im Jaebum realmente queria convencer a si mesmo de que não se importava com o que quer que Choi Bonah fazia da própria vida, mas ele sabia, não conseguia. Ele se importava com tudo sobre ela. E isso não ia mudar tão cedo, nem que ele se esforçasse.

 

— EU estarei de volta no inicio da tarde. — Mark avisou, apanhando a maleta.

— Tudo bem. — Bonah assentiu se levantando da própria mesa. — Divirta-se no almoço.

— Você não pode sorrir assim, senhorita Choi.

— Por quê? — de cenho franzido, ela o encarou ainda sorrindo.

O Tuan olhou-a diretamente nos lábios, sem se preocupar em disfarçar, afinal, a madrugada anterior havia lhe dado tal intimidade, porém, sabia que não devia ultrapassar os limites com Bonah, ainda mais ali no trabalho. Entretanto, tinha que deixá-la saber como o perturbava, por isso, declarou, voltando a olhá-la nos olhos:

— Porque isso faz o seu chefe querer te beijar.

A Choi sentiu um calor gostoso subir pelo pescoço e instalar-se no rosto, mas mesmo assim, foi capaz de provocar:

— Os beijos da madrugada não foram suficientes, senhor Tuan?

— De jeito nenhum. — negou com a cabeça, sorrindo de modo pequeno ao revelar: — Eles apenas me deixaram querendo mais.

— Entendo. — ela se aproximou, tinha a intenção de permitir que ele a beijasse de novo, mas estancou ao ouvir uma batida na porta.

Era Lisa Hill, chamando Bonah para almoçar.

Discreto e muito profissional, Mark cumprimentou a funcionária e saiu, reforçando o recado de que voltaria na primeira hora do segundo horário de expediente.

— Não é por nada não, mas eu não sei como me comportar direito perto dele. — Lisa falou em tom de segredo assim que ela e Bonah ficaram a sós. — Ele é tão bonito e carismático de um jeito um tanto misterioso, que deixa a gente meio tonta, não é?

— É sim. — a Choi riu, acrescentando: — E o melhor de tudo é que ele não é arrogante sobre isso. É claro que ele deve ter noção do quanto a presença e a personalidade dele são atraentes, mas ele não é esnobe.

— Já pensou se ele fosse?

— Nosso trabalho aqui não seria tão agradável.

— Não mesmo. Eu já tive um chefe tirano. Também tive um namorado lindo, que usava isso como arma.

— Sério? Conte-me mais sobre isso.

A Hill contou. Ela também falou sobre o assunto que deixara a Choi de sobreaviso no telefonema da noite anterior. Ela queria saber sobre Stacy. Queria saber se eram verdade, alguns rumores, que andavam rolando por um ou dois setores da empresa. Nada realmente grave, apenas curiosidade, mas não foi um assunto agradável para Bonah, que agradeceu quando chegou ao fim e pôde se concentrar em amenidades e na própria comida.

 

ERA domingo, dia de folga de Yugyeom. Como de costume, ele pretendia dormir até um pouco antes da hora do almoço e seguir viagem rumo Namyangju-si, para passar algum tempo com os pais, o irmão, a avó e os primos, mas seus planos foram mudados por uma chamada telefônica logo as oito da manhã.

— Deve ser algo muito sério, pra você me chamar a essa hora da madrugada, hyung. — resmungou sem nem mesmo olhar a tela para saber quem chamava, não havia necessidade, pois só existia uma pessoa capaz de perturbá-lo tão cedo em seu dia de descanso: Im Jaebum.

— É um caso de vida ou morte, literalmente.

O tom de voz baixo e um tanto inseguro fez com o que o mais novo se colocasse em alerta.

— O que houve?

— O irmão da Sooyun, Park Jinyoung, foi alvejado com um tiro no estômago. Passou por cirurgia e agora está na UTI. Não tenho mais informações, mas ao que tudo indica é grave.

Engasgou. Tossiu. E sentou-se no colchão, tudo quase ao mesmo tempo, um pouco antes de responder horrorizado:

— Meu Deus, hyung, que coisa horrível.

— Desculpe. Você provavelmente estava tentando dormir e...

— Dormir? Como acha que vou conseguir dormir sabendo de algo tão triste assim?

— Desculpe-me. — Jaebum pediu com voz fraca. — Isso não deveria ser uma preocupação sua

— É claro que é, afinal, o meu hyung está tendo que lidar com algo tão pesado!

— Sim, é realmente pesado, ainda mais que a Sooyun não colabora. — suspirou cansado e também frustrado. — Ela está me deixando louco, sabe. Cada dia me cansa mais.

— Você não precisa passar por isso sozinho. — se levantou da cama. — Onde você está agora? Diga-me, eu irei encontrá-lo.

— Não precisa Yugyeom-ah.

— O endereço, hyung.

Aquilo foi raro. Kim Yugyeom jamais falara de modo tão resoluto com Jaebum, mas era necessário, pois o Im estava bastante inclinado a tentar resolver tudo por si mesmo, sozinho, o que não era certo. Era pesado demais. E o mais novo nunca seria capaz de conscientemente deixar o seu hyung favorito enfrentar algo tão difícil sozinho.

 

O ALMOÇO com alguns colegas de especialização demorou mais que o previsto, então o segundo período de trabalho já estava se encaminhando para a metade quando Mark voltou à empresa.

— Olá chefe. — Bonah o cumprimentou com simpatia. — Assine aqui, por favor. — apontou para uma nota fiscal dos produtos que o setor de design recebera no final daquela manhã.

Rapidamente, ele assinou e foi acomodar-se a própria mesa, tomando cuidado para não amassar o pequeno embrulho guardado num dos bolsos dianteiros da calça social escura. Apenas um pequeno doce presentinho para a sua competente secretária.

— Tudo tranquilo por aqui?

— Sim. Bem, aconteceu algo curioso, digamos assim. — fez uma expressão ligeiramente confusa ao explicar: — Tanto os representantes da Wu Associatos quanto os da Yoon and Im Investiments adiaram suas presenças na reunião da semana que vem.

— Isso não é curioso, é estranho. — Mark corrigiu. — Eles explicaram o motivo?

— Problemas pessoais e familiares.

Mark não acreditou naquilo.

— Todos? Ao mesmo tempo?

— Parece que há um caos em certas regiões da Ásia. — Bonah disse cautelosa, não querendo admitir que talvez os empresários estivessem formando alguma espécie de complô de sabotagem com as negociações da Tuan Imóveis.

— Não acredito nisso.

— Posso? — apontou o próprio celular em cima da mesa, que vibrava e tocava baixinho uma melodia sinfônica. — É a minha mãe.

— Tudo bem. — Mark concedeu, levantou e caminhou em direção ao banheiro privativo, onde tentou convencer a si mesmo que o adiamento da tal reunião com os possíveis novos sócios seria menos vantajoso para eles do que para si e sua empresa.

Depois de lavar as mãos e o rosto, secou-se com uma pequena toalha branca, depois se encarou no espelho, constando que apesar de um pouco cansado, não estava tão ruim assim. Pôs a mão dentro do bolso da calça, tocando a trufa de chocolate com nozes. Sorriu, tendo a certeza de que Bonah iria gostar daquele pequeno mimo. Mal sabia ele que não iria conseguir fazer com que a melhor amiga se sentisse querida com aquele pequeno doce.

 

APÓS uma curta, porém, efetiva conversa com Kris Wu, na qual combinaram de adiar, em algumas semanas, sua ida aos Estados Unidos, para se reunirem com Mark Tuan, Jackson se sentiu um pouco menos preocupado. Mas só um pouco, afinal, ainda estava no hospital, esperando por notícias do amigo. Depois de mais alguns minutos de contemplação da manhã nublada e fria, decidiu que já era hora de ir atrás de atualizações sobre o estado clínico de Jinyoung.

Propositalmente, evitou ir para onde os Park estavam. Gostava deles, principalmente dos mais velhos, porém, a caçula da família e seu noivo, ex-noivo, ou o que quer que Im Jaebum atualmente fosse para Sooyun, não eram pessoas que queria por perto. Já lhe bastavam aqueles quase intermeáveis minutos em que estivera com todos eles na mesma sala.

Tinha certeza de que o Im o havia reconhecido como sendo aquele que socorrera sua amante, Choi Bonah, quando Sooyun tentou matá-la. E sentiu alegria por isso, pois acreditava mesmo que uma hora ou outra tudo deveria e iria ser descoberto, mas foi rápida a sensação de contentamento, dando lugar ao receio de amentar o drama e a confusão que já existia entre todos eles. Isso o impeliu a ficar quieto e tomar distância, ficar o mais longe possível. Resoluto de que era o melhor a ser feito, seguiu em direção à cafeteria do hospital, onde havia deixado Lin alguns minutos antes.

Imaginou que iria encontrá-la acompanhada, como a deixara, com alguns colegas de trabalho. Porém, não foi bem assim. Ela de fato estava com alguém. Uma pessoa que Jackson bem sabia não ser do circulo de amizades trabalhistas da prima. Uma pessoa que ele preferia que a prima nunca tivesse tido contato. Droga, a Coreia do Sul é realmente um país pequeno! E a cidade de Seul mais ainda. O que raios aquele cara está fazendo aqui? O Wang resmungou enquanto os olhava de longe.

 

BONAH rapidamente começou a ler as mensagens da mãe, que não reportavam boas notícias, diziam que, Park Jinyoung tinha sido alvejado com um tiro no estômago, passado por uma longa cirurgia e agora estava na UTI de um hospital em Seoul. Então a Choi entendeu. Era um motivo realmente sério, problemas pessoais e de família, que levara os representantes da Yoon and Im Investiments adiarem a reunião com Mark. Afinal, Jinyoung era cunhado de Jaebum. Ele também era primo de Bonah e, por mais que não fossem próximos, ele era alguém de quem ela gostava muito.

Pensou na tia DaeYon e no tio ChungHo. Pensou também em Sooyun. Era certo que todos estavam sofrendo. E foi com um calafrio na espinha dorsal que constatou que havia acertado quando disse que havia um caos em certas regiões da Ásia.

 

JAEBUM ainda estava no estacionamento, do lado de fora do carro quando Yugyeom chegou. Eles se abraçaram. E permaneceram unidos por longos segundos. Não havia necessidade de palavras. O Im precisava de apoio e o Kim estava lá para dar-lhe isso.

— Vai ficar tudo bem.

— Eu realmente quero acreditar em você.

— Acho que ela está te procurando. — o mais novo apontou com a cabeça, em direção à porta de entrada do hospital, onde Park Sooyun os olhava. — Vamos. — ele praticamente teve que puxar o mais velho pelo braço. — Noona. — fez uma leve reverência quando se aproximaram da mulher. — Eu sinto muito.

— Obrigada por ter vindo, Yugyeom. — ela tentou sorrir, mas falhou. — Eu sei que você não é próximo do meu irmão, mas sua presença aqui é importante, pois o Jaebum realmente precisa de apoio agora também. —olhou com tristeza para o ex-noivo, informando: — Os médicos acabaram de dizer que a cirurgia foi um relativo sucesso, mas que as próximas 48 horas é que de fato serão decisivas.

— Sooyun. — o Im tentou se aproximar, mas a morena se afastou, chamando-os para dentro do hospital, o que fizeram imediatamente.

Dali por diante foi uma espécie de repetição do que Sooyun havia dito, pois o senhor e a senhora Park fizeram questão de compartilhar as palavras do médico responsável pela cirurgia, quase como se fosse uma espécie de prece ou mantra. Yugyeom não aguentou por muito tempo e percebeu que Jaebum também não parecia muito firme, por isso tentou persuadi-lo a pelo menos ir tomar alguns goles de café ou qualquer outra bebida quente, mas não obteve êxito. Acabou por ir sozinho à cafeteria do hospital, surpreendendo-se ao encontrar Lin Wang encostada a um dos pilares de sustentação da entrada.

— Yugyeom? — ela estranhou a presença dele ali. — O que faz aqui?

— O cunhado do meu hyung acabou de passar por uma cirurgia bem delicada. Ele está na UTI.

Lin estremeceu, lembrando-se de Jinyoung.

— E você? Está de plantão? Parece tão triste. Venha. Vamos nos sentar.

Quando já estavam acomodados ao redor da pequena mesa, a Wang explicou que não estava de plantão, mas que precisava ficar ali, esperando por notícias de um paciente.

— Ele deve ser alguém especial porque é bastante claro que você se importa tanto. — o Kim comentou com o máximo de delicadeza.

— Sim, ele é. — admitiu num murmúrio trêmulo. — E assim como o cunhado do seu hyung, ele passou por uma cirurgia bastante delicada, que durou quase toda a madrugada.

— Que madrugada tensa por aqui então porque o cunhado do Jaebum-hyung também foi operado durante muitas horas.

— Não, não houve duas cirurgias. — Lin disse com toda certeza. — Acredito que estamos falando da mesma pessoa, Yugyeom.

— Park Jinyoung.

— Sim. — ela fechou os olhos para reter as lágrimas. — É ele.

O Kim soube naquele momento que o irmão mais velho de Sooyun era realmente alguém especial para Lin. Lembrou-se imediatamente sobre o que ela dissera quando o dispensou na noite anterior: que ainda tinha que resolver algumas coisas com alguém. Agora ele sabia. Este alguém era Park Jinyoung.

— Sinto muito, noona. — segurou-a por uma das mãos, de modo carinhoso. — Mas tenha fé, ele vai ficar bem e vocês vão se resolver.

— Eu estou tentando pensar assim, mas... — não foi capaz de prosseguir, pois o choro reprimido irrompeu forte.

Yugyeom agiu rápido, abraçando-a de lado, passou a acariciá-la no braço e nos cabelos. Sentiu o coração doer por ela, pois mesmo que não se conhecessem há muito tempo e não tivessem um relacionamento tão próximo, sentia um carinho enorme por ela, então era normal se compadecer por sua dor. Ainda mais que era uma dor parecida com a que o amigo Im Jaebum também estava passando.

Pensou em Park Jinyoung, o hyung que ele não conhecia realmente, mas que de alguma forma agora parecia fazer parte de sua vida, mesmo que através de outras pessoas. E pensar que eles quase haviam se tornado rivais, por causa de Lin! Uau. O mundo era realmente pequeno, especialmente naquele caminho entre Seoul e Goyang.

 

DE OLHOS fechados, Bonah se pôs a rezar baixinho pela recuperação do primo. E foi nesse estado imerso que Mark a encontrou ao voltar à sala.

— O que houve?

— O meu primo. — abriu os olhos com certa relutância. — Ele foi alvejado com um tiro, passou por cirurgia e agora está na UTI.

— Aquele que é policial? — Mark lembrou-se de ter visto o jovem oficial de segurança em alguns dos movimentados eventos da universidade na qual estudava com Bonah.

— Sim, ele mesmo. — acenou com cabeça. — Park Jinyoung. — revelou o nome com dificuldade, pois lhe doía pensar sobre a luta do primo. — Aconteceu quando ele estava, junto com outros companheiros, tentando prender os membros de uma quadrilha.

Mark não soube o que dizer, ele apenas abaixou-se ao lado da melhor amiga e a segurou pelas mãos, murmurando que sentia muito e que iria ficar tudo bem.

— Deus te ouça. — torceu baixinho.

Minutos se passaram com eles ali, concentrados naquela notícia ruim, rezando em pensamentos para que tudo ficasse bem, entretanto as coisas apenas pioraram.

— Com licença. — Kunpimook pediu após duas leves batidas na porta.

Mark rapidamente levantou-se e Bonah tentou se recompor e sorrir para o recém-chegado.

— Desculpem atrapalhar. — o ruivo disse um tanto constrangido, pois percebera que o chefe e a secretária estavam vivendo um momento intimo antes de ele chegar.

— Está tudo bem. — a Choi apaziguou.

— Algum problema? — Mark quis saber ao prestar atenção no rosto do mais novo, que não parecia muito contente.

— Não exatamente. — falou sem ânimo, o que lhe era bem atípico. — Eu apenas vim explicar a ausência da Stacy.

Instintivamente, Mark e Bonah trocaram olhares tensos, BamBam percebeu, mas prosseguiu, explicando que a loirinha havia faltado por estar meio doente.

— Ela não tem passado bem nos últimos dias, especialmente hoje, que é o aniversário de morte da irmã mais velha dela.

Novamente, Bonah e Mark trocaram olhares, nervosos, tensos e tristes. Eles sabiam. Sabiam que o caos era uma realidade, e, que não estava instalado apenas em alguns lugares da Ásia, mas também estava ali, na América.

 

LIN não estava de plantão naquele dia e não estava autorizada a entrar na UTI porque além de não fazer parte da equipe médica responsável por Park Jinyoung também não era considerada membro da família do paciente ainda que tivesse sido noiva dele até cinco anos antes. Porém, nada disso impediu-a de burlar as regras e adentrar ao quarto.

Ele estava sozinho, ligado a vários tubos e tinha todo o corpo coberto até a altura dos ombros. A Wang tremeu ao perceber o quanto o ex-noivo parecia pálido, certamente havia perdido muito sangue. Devagar ela se aproximou do leito e carinhosamente o encarou. Sabia que ele tinha passado por uma grande luta, que ainda não havia chegado ao fim, pois as próximas 48 seriam cruciais para determinar se ele realmente iria ficar bem ou não.

A chinesa queria se manter otimista de que o ex-noivo iria ficar bem, mas não conseguia desligar a mente da possibilidade de que houvesse sequelas ou que ele não resistisse. Tentou imaginar-se viver num mundo sem a existência dele. Desmoronou.

Chorou por longos minutos até conseguir falar o que tinha remoído dentro de si durante toda a madrugada e boa parte daquele horrível dia.

— Jinyoung... — chamou, mesmo sabendo que ele não podia ouvir porque estava em coma induzido. — Eu sei que você não está escutando, mas eu preciso te dizer algumas coisas. — tomou fôlego extra e começou: — Eu errei. Eu errei tantas vezes com você. Agora eu consigo perceber isso e não sei se posso desculpar a mim mesma, por isso não vou te pedir pra me perdoar por ter praticamente fugido de você por todos esses anos. Eu fui tão egoísta. Eu só pensei em mim. Mas você nunca foi assim. Você nunca foi egoísta. Pelo contrário. Você sempre foi cuidadoso. Sempre pensou nos outros. — com um pequeno sorriso, confessou: — Isso com certeza foi uma das suas características que me fez começar a te respeitar e te amar. E, eu sei também que ser empático com os sentimentos e os problemas das outras pessoas te faz mais humano do que muitos e te faz esse policial tão incrível, que arriscou a própria para punir aqueles que fazem mal ao país. Por isso, e por tantas outras coisas, você é um herói, Park Jinyoung. — fungou e com voz trêmula, finalizou: — E você também é o amor da minha vida. Por favor, volte. Eu preciso de você.

 


Notas Finais


Que tal o capítulo de hoje?

A próxima att será aqui:
http://fics.me/15021117


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