História Depois das dez - Sozinhos?

POV. Marinette
 
Quando cheguei na escola, todos estavam em fila para entrar no ônibus. Adrien e Nino estavam da minha frente, Tonny e eu no banco de trás e Alya no banco ao lado. Seriam duas horas de viajem.
 
- Mari, o que faremos se Hawk Moth atacar? - Tonny sussurrou em meu ouvido.
- Shhhhhhhh! - Eu o silenciei colocando o meu dedo indicador em seus lábios. - Não fale sobre isso aqui, alguém pode ouvir. - Olhei para os lados checando se alguém estava prestando atençao em nós, mas todos os alunos estavam presos em seus próprios mundinhos... - Se algo acontecer, Chat Noir chamará a Ladybug, e ela irá correndo. - Eu disse piscando para ele.
 
Chagamos ao nosso destino. Era um lugar magnífico, havia uma enorme campina aberta no centro da mata, onde seria montado o acampamento, havia uma cachoeira e um lago com águas cristalinas e pedras coloridas e cintilantes no fundo, à alguns metros dali. O céu era tão azul e o ar tão limpo... Bem diferente da cidade.
Montamos nossas barracas antes que anoitecesse. Fizemos uma fogueira, sentamos em círculo, assamos uns marshmallows, e ficamos conversando, até que a professora se levantou.
 
- Bom, crianças... Hora de dormir, amanhã faremos uma caminhada pela floresta. - Todos deram boa noite e foram para suas barracas.
 
Acordei cedo, peguei minha bolsinha com a Tikki e lógico, alguns biscoitos, e fui fazer uma caminhada. Andei algum tempo, até que cheguei ao lago.
 
- Nossa aqui é realmente lindo, não acha Tikki. - Eu disse.
- É sim Marinette, muito lindo, e tem uma energia tão boa, tão positiva... A natureza realmente é belíssima. - Disse ela apenas com a cabeça para fora da bolsa.
 
Sentei em uma pedra na beira do rio e fiquei alí admirando, peguei meu caderno de desenhos e comecei a desenhar aquele lindo lago, perdi a noção do tempo. De repente ouço passos e uma voz chama meu nome logo em seguida.
 
- Marinette? O que faz aqui? - Adrien surgiu em meio as árvores e caminhou em minha direção.
- Ah... Eu... Só vim admirar a natureza, buscar inspiração para meus desenhos. - Eu disse me levantando.
- Posso ver? - Ele perguntou estendendo a mão para mim.
- Ah... C-Claro, t-tudo bem, eu acho. - Eu disse entregando o caderno à ele. - Mas não está tão bom.
 
POV. Adrien
 
- Como assim não está bom? Está ótimo, está lindo... - Eu disse a ela. Realmente ela é muito talentosa. - Lindo como tudo que você faz... - Essa ultima parte, sussurrei para mim mesmo.
- Ah, ob-obrigado. - Ele estava corada. Ela ficava muito fofa assim.
 
Tive vontade e puxá-la e beijá-la alí mesmo, mas tenho certeza de que ela estranharia, a Mari não sabe que eu sou o Chat, e essa não é hora e nem a maneira de contar isso a ela. Se eu pretendo contar a ela? Sim. Algum dia, mas não agora. Calma Adrien... Respira...
 
- Er... Vamos voltar? Eu vim procurá-la pois a professora irá sair com a turma daqui a pouco para fazer uma trilha pela floresta. - Eu disse tentando mudar de assunto para controlar meu desejo de atacá-la.
- Claro! Vamos. - Ela me respondeu enquanto um leve sorriso se abria em seu rosto. Foi a minha vez de corar.
 
Chegamos no acampamento e não havia ninguém lá. Marinette entrou na barraca ficou lá algum tempo e depois saiu com um sorriso estampado em seu rosto.

- Adrien parece que eles já foram. Alya me deixou um bilhete dizendo que irá nos encubrir se quisermos matar aula e, sei lá andar por aí, explorar o lugar... O que acha? - Disse ela timidamente. Um tempo sozinho com a Marinette nesse paraíso? Eu não podia desejar nada além disso.
- Hum... Claro, vamos? - Fiz um pausa. - Espera! Para onde vamos?
- Que tal voltarmos para o lago? Lá realmente é tão lindo.
- Tudo bem My Princ... Quer dizer, Marinette. - Reparei que ela não prestou atenção no que eu disse. Ainda bem... Droga Adrien, essa foi por pouco...
 
Ela se sentou no mesmo local onde eu havia encontrado mais cedo e retomou seu desenho.
 
- Er... Posso? - Perguntei em pé ao seu lado.
- Ah, claro. - Ela disse timidamente e eu me sentei ao seu lado.
 
O silêncio reinava alí, ela estava tão concentrada em seu desenho que não reparou que eu não parava de olhar para ela... Alguns instantes depois, seu olhar encontrou o meu. Corei ao ver aqueles lindos e sedutores olhos azuis me fitando, meu coração acelerou em um ritmo que eu desconhecia. Meus olhos desceram até sua boca lembrei-me de como era beijá-la e como eu queria isso agora.
 
- Droga, não aguento mais. Eu tentei, juro que tentei. - Sussurro para mim mesmo, antes de cometer uma loucura.
 
Em um ato rápido, passei uma de minhas mãos por sua cintura e com a outra puxei eu rosto para mais perto do meu, enquanto meus labios se apossavam dos dela. Foi um beijo calmo mais também cheio de desejo, desejos que eu estava contendo até agora. Ela me beijava tímida, com certeza estava confusa. Ficamos assim um bom tempo até que nos lembramos que havia uma coisa importante a se fazer, respirar. Separamos nossos lábios e nossos olhares se encontraram novamente. Ficamos assim um bom tempo, ambos não sabíamos o que fazer ou o que falar. Foi então que tomei coragem, me levantei e disse.
 
- Er... Hum... Mari eu... - Antes que eu pudesse continuar, ela me interrompeu.
- Desculpe! - Ela praticamente gritou. - Eu não posso... Eu... Adrien eu já gosto de alguém e não quero magoar essa pessoa. Entao, me desculpe mas eu não posso... Eu... - Ela falou enquanto uma lágrima caia de seus olhos, estava falando do Chat Noir.
 
Por um momento senti uma pontada de ciúmes, até me lembrar que eu sou o Chat Noir, então fiquei feliz por ela ser tão fiel a mim. Ela realmente me amava e eu a ela. Não quero que haja segredos entre nós, decidi que irei contar tudo a ela. Eu a abracei.
 
- Ah... Não tem problema... Mari eu quero te falar uma coisa, eu... - Antes que eu pudesse continuar, ouvimos um barulho estranho vindo das árvores, e de repente tudo estava vermelho.
 
Com não notei antes? A fumaça, o cheiro, os estalos das madeiras... Estávamos em meio a um incêndio. Olhei a minha volta e não tinha saída, estávamos cercados, os fogo estava se espalhando rapidamente e se aproximava cada bez mais de nós.
Puxei-a num abraço e nos abaixamos. "Droga se eu pudesse me transformar... Espera! Eu posso! Não era dessa maneira que eu queria que ela soubesse mas, não tenho escolha." Pensei.
 
- Mari, por favor preste atenção, o que verá agora será um segredo nosso. Você não poderá contar para ninguém... Você me promete? - Perguntei olhando-a seriamente.
 
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