a o escudo do boneco-alvo com o braço ainda preso a ele e o sacudia como se fosse um frisbee. — Espere, o sr. D está fora?
- Então o negócio está realmente ruim - disse hermes
— Sim, bem… estes são tempos atarefados. Até mesmo Dioniso precisa ajudar. Ele foi visitar alguns velhos amigos. Certificar-se de que estão do lado certo. Acho que não devo falar mais do que isso.
Dioniso não estar ali era a melhor notícia daquele dia.
- Também adoraria se você não viesse todo verão aqui - disse Dionísio
Ele só era diretor de nosso acampamento porque Zeus o enviara ali como castigo por perseguir uma ninfa fora do limite do bosque.
Ele odiava os campistas e tentava infernizar nossa vida. Com ele fora, esse verão deveria ser bem legal. Por outro lado, se Dioniso levantara o traseiro e de fato começara a ajudar os deuses a recrutar ajuda contra a ameaça do titã, a situação devia estar muito ruim.
- Eu disse , o garoto concorda comigo - disse Hermes sorrindo
À minha esquerda, ouvi um ruído alto. Seis caixotes de madeira do tamanho de mesas de piquenique empilhados ali perto estavam chocalhando. A sra. O’Leary inclinou a cabeça e dirigiu-se a eles.
— Ei, garota! — disse Quintus. — Esses não são para você.— Ele a distraiu com o escudo de bronze usado como frisbee.
Os caixotes martelavam e tremiam. Havia palavras impressas em suas laterais, mas, por causa da dislexia, levei alguns minutos para conseguir decifrá-las:
- Maldita dislexia - disseram vários campistas.
- É horrível ler um livro - disse Laila do chalé 6
RANCHO TRIPLO G
FRÁGIL
ESTE LADO PARA CIMA
Na base, em letras menores: ABRA COM CUIDADO.
O RANCHO TRIPLO G NÃO SE RESPONSABILIZA POR DANOS A PROPRIEDADES, MUTILAÇÕES OU MORTES EXCRUCIANTEMENTE DOLOROSAS.
- Eu conheço esse lugar - disse Hera baixinho.
— O que tem nos caixotes? — perguntei.
— Uma pequena surpresa — respondeu Quintus. — Atividade de treinamento para amanhã à noite. Você vai adorar.
- Provavelmente vai envolver nossa quase morte - disse Percy
- Sempre envolve -disse uma filha de Démeter
— Hã, o.k. — eu disse, embora não estivesse muito seguro em relação à parte das “mortes excruciantemente dolorosas”.
Quintus atirou o escudo de bronze e a sra. O’Leary saiu correndo pesadamente atrás dele.
—Vocês jovens precisam de mais desafios. Não havia acampamentos assim quando eu era garoto.
— Você… você é um meio-sangue? — Eu não tinha a intenção de soar tão surpreso, mas nunca tinha visto um semideus velho.
Quintus deu uma breve risada.
— Alguns de nós sobrevivem, sim, até a idade adulta, você sabe. Nem todos somos objetos de terríveis profecias.
- Ele realmente definiu o Percy ,ele atrai as piores profecias pra ele - disse Rachei
Percy abaixou a cabeça imaginando oque mais ele enfrentaria.
— Você sabe sobre minha profecia?
— Já ouvi alguns comentários.
Eu queria perguntar quais comentários, mas naquele exato momento Quíron entrou trotando na arena.
— Percy, aí está você!
Ele devia estar vindo da aula de arco e flecha. Tinha uma aljava e um arco cruzados sobre sua camiseta CENTAURO Nº 1.
Aparara o cabelo castanho encaracolado e a barba para o verão, e sua metade inferior, que era um garanhão branco, estava suja de lama e grama.
— Vejo que já conheceu nosso novo instrutor. — O tom de Quíron era despreocupado, mas havia uma inquietação em seus olhos. — Quintus, importa-se se eu ficar a sós com Percy?
- Será que ele e um espião - disse Rafael
-Os deuses não o colocariam no acampamento se ele fosse um espião Rafael -rebateu Laura do chalé 7
- Eles colocaram Tântalo , você realmente duvida - disse Rafael.
— Claro que não, Mestre Quíron.
— Não precisa me chamar de “mestre” — disse Quíron, embora sua voz tivesse um certo tom de satisfação. — Venha, Percy.
Temos muito que conversar.
Dei mais uma olhada para a sra. O’Leary, que agora mastigada as pernas do boneco-alvo.
— Bem, até logo — eu disse a Quintus.
Quando estávamos nos afastando, sussurrei para Quíron:
— Quintus parece meio…
— Misterioso? — sugeriu ele. — Difícil de interpretar?
— Sim.
Quíron assentiu.
— Um meio-sangue muito qualificado. Excelente esgrimista.Eu só queria entender…
O que quer que fosse dizer, aparentemente mudou de ideia.
— Primeiro o mais importante, Percy. Annabeth me contou que você encontrou algumas empousai.
— Foi. — Contei-lhe sobre a luta na Goode, e como Kelli havia explodido em chamas.
— Humm — murmurou Quíron. — As mais poderosas podem fazer isso. Ela não morreu, Percy. Simplesmente escapou.
- Tenho certeza que vamls ver ela de novo-disse Travis
Não é nada bom que os demônios femininos estejam se agitando.
— O que elas estavam fazendo lá? — perguntei. — Esperando por mim?
— Possivelmente. — Quíron franziu a testa. — É impressionante que você tenha sobrevivido. Os poderes ilusórios delas…praticamente todos os heróis do sexo masculino teriam caído sob seu feitiço e sido devorados.
— Eu também teria — admiti. — Se não fosse por Rachel.
Quíron assentiu.
— É irônico ser salvo por um mortal. Temos uma dívida com ela. O que a empousa disse sobre um ataque ao acampamento… teremos de discutir mais esse ponto. Por ora, contudo, venha,precisamos chegar ao bosque. Grover vai querer você lá.
— Onde?
— Em sua audiência formal — respondeu Quíron, soturno.
— O Conselho dos Anciãos de Casco Fendido está reunido agora para decidir o destino dele.
- Nossa e Casco Ofendido , eu sempre pensei que era Fedido - disse um filho de Hermes recebendo a concordância de muitos e um olhar ofendido dos sátiros (N/A-eu so me liguei que era fendido no último livro)
Quíron disse que precisávamos nos apressar, então deixei que ele me desse uma carona em seu dorso.
- Isso e favoritismo sim Quiron - Gritou Connor.
- E verdade você nunca deixa ninguém anda em você ,se não estivermos machucados -disse um filho de Ares
Enquanto passávamos pelos chalés a galope, olhei para o refeitório — um pavilhão grego ao ar livre, em uma colina que dava para o mar. Era a primeira vez que eu via o lugar desde o último verão, e ele me trouxe más recordações.
Quíron mergulhou no bosque. Ninfas espiavam das árvores.enquanto passávamos. Grandes formas farfalhavam nas sombras — monstros que eram mantidos ali como desafio aos campistas.
Pensei que conhecesse bem a floresta depois de jogar captura da bandeira ali por dois verões, mas Quíron me levou por um caminho que eu não reconheci, por um túnel de velhos salgueiros,passando por uma pequena cachoeira e alcançando uma clareira coberta por flores silvestres.
Um grupo de sátiros estava sentado em um círculo na grama.
Grover, de pé no meio, de frente para três sátiros muito velhos e muito gordos que se sentavam em tronos feitos de ramos de roseiras. Eu nunca vira os três velhos sátiros, mas deduzi que deviam ser o Conselho dos Anciãos de Casco Fendido.
- Ótima descrição - resmungou Dionísio
Aparentemente, Grover lhes contava uma história. Ele torcia a barra da camiseta, apoiando-se nervosamente ora em uma pata de bode, ora em outra.Grover não mudara muito desde o último inverno, talvez porque os sátiros envelhecem na metade da velocidade dos humanos.
Sua acne havia se agravado. Os chifres estavam um pouco maiores e se projetavam acima dos cabelos encaracolados. Percebi comum sobressalto que agora eu era mais alto do que ele.
De pé ao lado do círculo estavam Annabeth, outra garota que eu nunca vira e Clarisse. Quíron deixou-me perto delas.
O cabelo castanho e crespo de Clarisse estava preso atrás com uma bandana com estampa de camuflagem. Se é que era possível,ela parecia ainda mais musculosa, como se estivesse malhando.
Ela me fuzilou com o olhar e murmurou: “Mané”, o que devia significar que estava de bom humor. Em geral, seu “olá” é uma tentativa de me matar.
Ares sorriu orgulhoso , sua filha odiava a pessoa certa
Annabeth tinha o braço em torno da outra garota, que aparentemente estivera chorando. Ela era pequena — mignon, acho que a chamariam assim —, com cabelos finos cor de âmbar e um rosto bonito e travesso. Usava túnica verde e sandálias de tiras, e enxugava os olhos com um lenço.
— Isso está indo muito mal — ela fungava.
— Não, não. — Annabeth lhe dava tapinhas no ombro. — Ele vai ficar bem, Juníper.
Juníper corou com a descrição de si mesma
Annabeth olhou para mim e movimentou os lábios formando as palavras: A namorada de Grover.
Júniper corou mais ainda e Grover junto ,vários sorrisos maliciosos foram direcionados a eles
Pelo menos foi o que pensei que ela disse, mas isso não fazia sentido algum. Grover com uma namorada?
-Nossa cara obrigado - resmungou Rover
- Desculpa - murmunou Grover
Então olhei para Juníper mais atentamente e percebi que as orelhas dela eram ligeiramente pontudas. Os olhos, em vez de estarem vermelhos de chorar, estavam tingidos de verde, a cor da clorofila. Ela era uma ninfa das árvores… uma dríade.
- Sua linha de pensamento e interresante - disse Atena a contragosto
— Sr. Underwood! — o membro do conselho à direita gritou, interrompendo o que quer que Grover estivesse tentando dizer. — Espera mesmo que acreditemos nisso?
— M-mas, Sileno — gaguejou Grover —, é a verdade!
O sujeito do conselho, Sileno, voltou-se para os colegas e murmurou alguma frase. Quíron avançou rapidamente e se postou perto deles. Recordava que ele era um membro honorário do conselho, mas eu nunca pensara muito no assunto. Os anciãos não pareciam muito impressionantes. Lembravam-me os bodes em um minizoo — barrigas enormes, expressão sonolenta e olhos vidrados que não conseguiam ver além do próximo punhado de comida para bode. Eu não sabia por que Grover parecia tão nervoso.
Sileno puxou a camisa polo amarela sobre a barriga e ajeitou-se no trono de roseira.
— Sr. Underwood, há seis meses… seis meses… estamos considerando essas alegações escandalosas de que o senhor ouviu o selvagem deus Pã falar.
— Mas eu ouvi!
— Descaramento! — exclamou o ancião à esquerda.
— Ei, Maron — disse Quíron. — Paciência.
— Paciência, está bem! — replicou Maron. — Já estou até os chifres com essa tolice. Como se o deus selvagem fosse falar com… com ele.
Rachel sorriu sabendo oque vai acontecer
Juníper tinha a expressão de quem queria atacar o velho sátiro e surrá-lo
Juníper corou e abaixou a cabeça
, mas Annabeth e Clarisse a seguraram.
— Luta errada, garotinha — murmurou Clarisse. — Espere.
Não sei o que me surpreendeu mais: Clarisse conter alguém em uma briga
- Isso e um milagre - disse Alisson filho de Apolo
- A cale a boca - rebateu Clarisse
- Vem calar - disse Alisson
(N/A :uma vibe meio discussões do 5 ano )
- Chega crianças -falou Quíron
, ou o fato de que ela e Annabeth, que se desprezavam, quase parecerem estar trabalhando juntas.
— Durante seis meses — continuou Sileno — fomos condescendentes com você, sr. Underwood. Nós o deixamos viajar.
Permitimos que conservasse sua licença de buscador. Esperáva-mos que apresentasse provas de suas alegações ridículas. E o que você encontrou em seis meses de viagem?
Grover estava nervoso não quería perder sua licença
— Eu só preciso de mais tempo — pediu Grover.
— Nada! — fez coro o ancião no meio. — Você nada encontrou.
— Mas, Leneu…
Sileno ergueu a mão. Quíron inclinou-se e disse algo aos sátiros, os quais não pareciam satisfeitos. Eles murmuravam e discutiam entre si, mas Quíron disse algo mais, e Sileno suspirou.
Então assentiu, relutante.
— Sr. Underwood — anunciou Sileno —, vamos lhe dar mais uma chance.
Grover iluminou-se.
— Obrigado!
— Mais uma semana.
— O quê? Mas, senhor, isso é impossível!
- Claro até porque um sátiro vai ter que encontrar em uma semana ,oque nenhum sátiro em milénios achou - ironizou Percy
- Ele não disse que falou com Pã ,então que o ache - disse Leneu
- É por que você não sai dessa floresta e vai fazer algo útil em vez de ficar so sentado comendo - rebateu Percy
Rachel voltou a ler ,antes de outra discussão
— Uma semana a mais, sr. Underwood. E então, se não puder provar suas alegações, será a hora de seguir outra carreira.
Algo que combine com seus talentos dramáticos. Teatro de marionetes, talvez. Ou sapateado.
— Mas, senhor, eu… eu não posso perder minha licença de buscador. Minha vida inteira…
— Esta reunião do conselho está suspensa — anunciou Sileno. — E agora vamos desfrutar nosso almoço!
O velho sátiro bateu as mãos, e um bando de ninfas surgiu das árvores com bandejas de vegetais, frutas, latas e outras iguarias de bode. O círculo de sátiros desfez-se e eles se foram, atrás da comida. Grover veio caminhando, desalentado, em nossa direção. Sua camiseta desbotada exibia a foto de um sátiro e dizia: bom de cascos?
— Oi, Percy — disse ele, tão deprimido que nem ofereceu a.mão para eu apertar. — Correu tudo bem, hã?
— Aqueles bodes velhos! — exclamou Juníper. — Ah, Grover, eles não sabem o quanto você se esforçou!
— Tem outra opção — disse Clarisse, sombria.
- Que outra opção - disse Travis
- Só vamos saber se você calar a boca Travis - disse Katie
- Nossa assim você me ofende florzinha (eu esqueci o apelido dela depois eu conserto)
— Não. Não. — Juníper sacudia a cabeça. — Grover, não vou deixar.
O rosto dele estava pálido.
— Eu… eu vou ter de pensar no assunto. Mas nem sabemos onde procurar.
— Do que vocês estão falando? — perguntei.
A distância, uma trombeta de concha soou.
Annabeth franziu os lábios.
— Eu explico tudo mais tarde, Percy. É melhor voltarmos para nossos chalés. Está na hora da inspeção.
Não parecia justo que meu chalé fosse inspecionado logo após eu chegar ao acampamento, mas era assim que funcionava.
- É so deixar organizado cabeça de algas - disse Annabeth
Toda tarde, um dos conselheiros seniores fazia a ronda com um rolo de pergaminho que listava itens a ser verificados. O melhor chalé ganhava a primeira hora no chuveiro, o que significava água quente garantida. O pior ganhava o trabalho na cozinha após o jantar.
O problema era que, em geral, eu era o único no chalé de Poseidon, e não sou exatamente o que se chamaria de caprichoso.
-Puxo do pai - disse Hera
-Eii -disse Poseidon ,enquanto seus irmãos davam risada
- Podem parar de rir que vocês são iguais -disse Démeter
Hades e Zeus fizeram cara de indignação
As harpias da limpeza vinham apenas no último dia do verão, portanto meu chalé estava provavelmente do jeito que eu o havia deixado no intervalo do inverno: papéis de bala e sacos de batata.frita ainda no beliche, as peças da armadura para a captura da bandeira espalhadas por todo o lugar.
Corri na direção da área comum, onde os doze chalés — um para cada deus olimpiano — formavam um U em torno de um gramado central. Os filhos de Deméter varriam o seu e faziam flores novas crescer nas jardineiras da janela. Com um simples estalo dos dedos eles podiam fazer trepadeiras de madressilva florescerem no alto da porta e margaridas cobrirem o telhado, oque era totalmente injusto.
- Nós apenas usamos nossos poderes ,você também pode fazer - Miranda
Acredito que jamais tenham ficado com o último lugar na inspeção. Os garotos no chalé de Hermes corriam para todos os lados em pânico, escondendo roupas sujas debaixo das camas e acusando uns aos outros de pegarem coisas.
Eram desleixados, mas ainda levavam vantagem sobre mim, por terem saído na frente.
Silena Beauregard estava saindo do chalé de Afrodite, verificando itens no pergaminho de inspeção. Xinguei baixinho. Silena era legal, mas era absolutamente maníaca por arrumação, a pior das inspetoras. Gostava de tudo bonito. Eu não fazia nada “bonito”. Quase podia sentir meus braços ficando pesados com toda a louça que teria de esfregar à noite.
- Você e dramático ,eu não so assim -Disse Silena
-É sim -disseram vários campistas em uníssimo ,fazendo a garota revirar os olhos
O chalé de Poseidon ficava no fim da fileira dos chalés de “deuses do sexo masculino”, no lado direito do gramado. Era feito de pedra cinzenta do mar incrustada de conchas, achatado e afundado como um bunker, mas tinha janelas que davam para o oceano e por onde sempre soprava uma brisa gostosa.
Entrei correndo, imaginando se não poderia fazer uma limpeza rápida do tipo “tudo embaixo da cama”, como os garotos do chalé de Hermes, e encontrei meu meio-irmão Tyson varrendo o chão.
— Percy! — gritou ele. Largou a vassoura e correu para mim.
Se você nunca foi atacado por um ciclope entusiástico usando um avental florido e luvas de borracha, estou lhe dizendo: isso acorda você rapidinho.
— Ei, grandão! — exclamei. — Ai, cuidado com minhas costelas.
Risadas foram ouvidas pelo anfiteatro
Consegui sobreviver a seu abraço de urso. Ele me colocou no chão, sorrindo feito louco, seu único olho castanho cor de bezerro cheio de animação. Seus dentes estavam amarelos e tortos, como sempre, e seu cabelo era um ninho de ratos. Ele usava jeans tamanho EGGG e uma camisa de flanela esfarrapada debaixo do avental florido, mas ainda era um colírio para os olhos. Fazia quase um ano que eu não o via, desde que ele fora para o fundo do mar trabalhar nas forjas dos ciclopes.
— Você está bem? — perguntou ele. — Não foi comido por monstros?
— Nem um pedacinho. — Mostrei-lhe que ainda tinha os dois braços e as duas pernas, e Tyson bateu palmas, feliz.
- Ele e tão fofo -disse o chalé de Afrodite
— Ei! — disse ele. — Agora podemos comer sanduíches de manteiga de amendoim e cavalgar peixes-pôneis! Podemos lutar contra monstros, ver Annabeth e fazer assim com as coisas: BUUM!
Eu esperava que ele não pretendesse fazer tudo ao mesmo tempo, mas lhe disse que, claro, nos divertiríamos bastante na quele verão. Não pude deixar de sorrir de tão animado que ele estava.
— Mas, primeiro — eu disse —, temos de nos preocupar com a inspeção. Precisamos…
Então olhei ao redor e percebi que Tyson estivera ocupado.
O chão estava varrido. As camas no beliche estavam feitas. A fonte de água salgada no canto fora escovada recentemente, de modo que o coral brilhava. No peitoril das janelas, Tyson havia arrumado vasos com água e anêmonas-do-mar e estranhas plantas brilhantes do fundo do oceano, mais bonitas que qualquer buquê de flores que os filhos de Deméter pudessem criar.
— Tyson, o chalé está… impressionante!
Ele se alegrou.
— Está vendo os peixes-pôneis? Eu os coloquei no teto!
Um bando de miniaturas de cavalos-marinhos de bronze pendia de arames presos no teto, fazendo parecer que estavam nadando no ar. Eu não podia acreditar que Tyson, com suas mãos imensas, pudesse fazer coisas tão delicadas. Então olhei para minha cama e vi meu velho escudo pendurado na parede.
— Você o consertou!
O escudo ficara seriamente danificado em um ataque de manticore no inverno anterior, mas agora estava perfeito de novo —sem um arranhão. Todas as imagens de minhas aventuras com Tyson e Annabeth no Mar de Monstros esculpidas no bronze estavam polidas e reluzentes.
Olhei para Tyson. Não sabia como lhe agradecer.
Então alguém atrás de mim disse:
— Ah, puxa!
Silena Beauregard estava de pé na porta com o pergaminho da inspeção. Ela entrou no chalé, deu um rápido giro e ergueu as sobrancelhas em minha direção.
— Bem, eu tinha minhas dúvidas. Mas você arruma direitinho, Percy. Vou me lembrar disso.
Então piscou para mim e saiu.
Tyson e eu passamos a tarde pondo os assuntos em dia e perambulando, o que era bom depois de uma manhã sendo atacado por demônios líderes de torcida.
Seguimos para a forja e ajudamos Beckendorf, do chalé de Hefesto, com seu trabalho em metal.
-Vulgo Tyson ajudo ,você so olhou certeza -Kalya do chalé de Apolo
Percy deu de ombros
Tyson nos mostrou como aprendera a fazer armas mágicas. Modelou um machado de guerra de lâmina dupla com tanta rapidez que até Beckendorf ficou impressionado.
Enquanto trabalhava, Tyson nos contou sobre seu ano no fundo do mar. Seu olho se iluminou quando ele descreveu as forjas dos ciclopes e o palácio de Poseidon, mas ele também nos contou como todos estavam tensos. Os antigos deuses do mar, que haviam governado durante a era dos titãs, estavam começando a declarar guerra contra nosso pai. Quando Tyson partiu, havia batalhas explodindo por todo o Atlântico.
- Isso definitivamente não e bom - Resmungou Poseidon
Ouvir isso me deixou ansioso, como se eu devesse estar ajudando, mas Tyson me garantiu que papai queria que nós dois ficássemos no acampamento.
Poseidon balançou a concordando com seu eu do livro
—Tem muita gente má acima do mar também — disse Tyson. — Podemos fazer com que elas façam BUM.
Depois das forjas, passamos algum tempo no lago de canoagem com Annabeth. Ela ficou feliz de verdade em ver Tyson, mas pude perceber que estava distraída. Ficava olhando para a floresta, como se estivesse pensando no problema de Grover com o conselho. Eu não a culpava. Grover não estava em nenhum lugar à vista, e eu me sentia mal por ele. Achar o deus Pã perdido era o objetivo de sua vida. Seu pai e seu tio haviam ambos desaparecido perseguindo o mesmo sonho. No inverno anterior, Grover tinha ouvido uma voz em sua cabeça: Eu o espero — uma voz que ele tinha certeza ser de Pã —, mas aparentemente sua procura não havia levado a lugar algum. Se o conselho tirasse sua licença de buscador agora, isso acabaria com ele.
— O que é essa “outra opção”? — perguntei a Annabeth. —.A que Clarisse se referiu.
Ela pegou uma pedra e a lançou do outro lado do lago.
— Algo que Clarisse descobriu em sua expedição. Eu a ajudei um pouco nessa primavera. Mas seria perigoso. Principalmente para Grover.
— O garoto-bode me assusta — murmurou Tyson.
Eu olhei para ele. Tyson havia intimidado touros que cuspiam fogo, monstros marinhos e gigantes canibais.
— Por que você teria medo de Grover?
— Cascos e chifres — murmurou Tyson, nervoso. — E pelo.de bode faz meu nariz coçar.
E isso, por assim dizer, pôs fim à nossa conversa sobre Grover.
Antes do jantar, Tyson e eu fomos até a arena de esgrima. Quintus ficou feliz em ter companhia. Ele ainda não queria me dizer o que havia nos caixotes de madeira, mas me ensinou alguns movimentos com a espada. O cara era bom. Lutava da forma como algumas pessoas jogam xadrez — como se estivesse criando todos os movimentos e você não conseguisse perceber o padrão até ele dar o último golpe e ganhar, com a espada em sua garganta.
— Boa tentativa — disse-me. — Mas sua guarda está muito baixa.
Ele investiu e me desviei.
— Você sempre foi esgrimista? — perguntei.
- Você e sua mania de fazer perguntas do nada -disse Grover
Ele aparou minha cutilada aérea.
— Já fui muitas coisas.
Ele atacou e eu dei um passo para o lado. Sua ombreira escorregou e eu vi a marca em seu pescoço — a mancha roxa. Não era uma marca qualquer. Tinha uma forma definida — uma ave.com asas fechadas, como uma codorna ou outra parecida.
— O que é isso em seu pescoço? — perguntei, o que provavelmente era uma descortesia, mas posso culpar minha TDAH. Tenho tendência a simplesmente falar o que me.vem à cabeça.
Quintus perdeu o ritmo. Acertei o punho de sua espada e arranquei a lâmina de sua mão.
Ele esfregou os dedos. Então mudou a armadura de posição para esconder a marca. Não era uma tatuagem, percebi. Era uma queimadura antiga… como se ele tivesse sido marcado a ferro.
- Você presta muita atenção no detalhes - disse Atena
— Um lembrete. — Ele tornou a pegar a espada e forçou um sorriso. — Agora, vamos continuar?.Então jogou mais pesado, a fim de não me dar tempo para fazer outras perguntas.
Enquanto ele e eu lutávamos, Tyson brincava com a sra.O’Leary, a quem chamou de “cachorrinho”. Eles se divertiram lutando pelo escudo de bronze e brincando de Pegue o Grego.
Quando o sol já se punha, Quintus não mostrava sinal algum de suor, o que me pareceu um pouco estranho
- Ele fica cada vez mais suspeito - disse um filho de Atena
; Tyson e eu, porém,estávamos suados e grudentos, portanto fomos para os chuveirose nos aprontamos para o jantar. Eu me sentia bem. Era quase um dia n ormal no acampamento. Então chegou o jantar e todos os campistas enfileiraram se diante dos chalés e marcharam para o pavilhão do refeitório.A maioria ignorou a fissura vedada no piso de mármore na entrada — uma cicatriz irregular de três metros que não estava lá no último verão —, mas eu tomei o cuidado de não pisar nela.
— Rachadura grande — observou Tyson quando estávamos em nossa mesa. — Um terremoto, será?
— Não — eu disse. — Não foi um terremoto.
Eu não tinha certeza se devia contar a ele. Era um segredo.que apenas Annabeth, Grover e eu sabíamos. Mas, olhando no grande olho de Tyson, soube que não podia esconder nada dele.
— Nico di Angelo — eu disse, baixando a voz. — É aquele garoto meio-sangue que trouxemos para o acampamento no inverno passado. Ele, hã… ele me pediu que protegesse sua irmã numa busca, e eu fracassei. Ela morreu. Agora ele me culpa.
Tyson franziu a testa.
— Então ele fez uma rachadura no chão?
— Uns esqueletos nos atacaram — contei. — Nico lhes disse que fossem embora, e o chão simplesmente se abriu e os engoliu. Nico… — Olhei à volta para ter certeza de que ninguém estivesse ouvindo. — Nico é filho de Hades.
- HADES VOCÊ TAMBÉM QUEBROU O JURAMENTO ,SEU HIPOCRATA - gritou Zeus
- EU NÃO QUEBREI JURAMENTO NENHUM ,ELES SÃO DE ANTES DESSE JURAMENTO - gritou Hades
- ENTÃO VOCÊ DEVERIA TER MATADO ELES -disse Zeus
-EU NÃO IA MATAR MEUS FILHOS SENDO QUE ELES NÃO FIZERAM NADA - disse Hades pegando seu elmo das trevas
- MAS DEVERIA - disse Zeus pegando o raio mestre
- Poseidon faça com que eles parem - disse Démeter
- Por que eu , vai você - disse Poseidon
- Eu - disse Démeter
- Sim você irmãzinha linda , você e toda sua lábia e poder e ... - começou Poseidon
- Nem começa , so vai -disse Démeter interrompendo o deus dos terremotos
- IRMÃOS ,vamos resolver isso depois , vocês conversam a sós ,e vamos ver o livro vai explicar as coisas certo -disse Poseidon
Eles mandaram um último olhar raivoso ,e se sentaram
-Satisfeita - disse Poseidon , Démeter sorriu e assentiu
Tyson assentiu, pensativo.
— O deus dos mortos.
— É.
— Então esse garoto, Nico, foi embora?
— Eu… eu acho. Tentei procurá-lo nesta primavera. Annabeth também. Mas não tivemos sorte. Isto é segredo, Tyson, está bem? Se alguém descobrir que ele é filho de Hades, ele estará em perigo. Você não pode contar nem para Quíron.
— A profecia ruim — disse Tyson. — Os titãs poderiam usá-lo se soubessem.
Eu o fitei. Às vezes era fácil esquecer que, apesar de ser grande e infantil, Tyson era muito inteligente. Ele sabia que o próximo filho dos Três Grandes deuses — Zeus, Poseidon ou Hades — a completar dezesseis anos estava predestinado a salvar ou a destruir o Monte Olimpo. A maioria das pessoas tinha certeza de que a profecia referia-se a mim, mas se eu morresse antes de completar dezesseis anos ela poderia igualmente aplicar-se a Nico.
— Exatamente — eu disse. — Portanto…
— Boca fechada — prometeu Tyson. — Como a rachadura no chão.
Tive dificuldade para adormecer naquela noite. Fiquei deitado na cama, ouvindo as ondas na praia, e as corujas e os monstros nos bosques. Temia que se caísse no sono, teria pesadelos.
- Seus pesadelos são horríveis -disse Rachel
Entenda, para meios-sangues, os sonhos raramente são apenas sonhos. Nós recebemos mensagens. Vislumbramos fatos que estão acontecendo a nossos amigos ou inimigos. Às vezes, temos lampejos do passado ou do futuro. E, no acampamento, meus sonhos eram sempre mais frequentes e vívidos.
- Todos são horríveis ,não da nem para dormir bem antes de uma missão para salvar o mundo - Disse Percy
Assim, ainda estava acordado por volta da meia-noite, fitando o colchão da cama de cima do beliche, quando percebi que havia uma luz estranha no quarto. A fonte de água salgada estava brilhando.
Atirei as cobertas para o lado e andei cautelosamente na direção da luz. Um vapor saía da água salgada e quente. As cores do arco-íris bruxuleavam através dele, embora não houvesse luz alguma no quarto, exceto pela lua lá fora. Então uma agradável voz feminina falou em meio ao vapor: Por favor, deposite um dracma.
- Oxi não era nos que falavamos isso - disse Linda filha de Hermes
Olhei para Tyson, mas ele ainda estava roncando. O sono dele é tão pesado quanto o de um elefante sob efeito de sedativos.
Eu não sabia o que pensar. Nunca antes recebera uma mensagem de Íris a cobrar.
- Eu não sabia que dava para fazer isso -disse Alex
Um dracma dourado brilhava no fundo
da fonte. Eu o peguei e o atirei em meio à névoa. A moeda desapareceu.
— Ah, Íris, Deusa do Arco-íris — sussurrei. — Mostre me… hã, o que quer que você precise me mostrar.
A névoa tremulou. Eu vi a margem escura de um rio. Fiapos de névoa carregados acima das águas negras. A praia era pontilhada de rochas vulcânicas pontudas. Um garoto estava agachado à margem do rio, cuidando de uma fogueira. As chamas queimavam com uma cor azul artificial. Então eu vi seu rosto. Era Nico di Angelo
Hades começou a prestar mais atenção na leitura
. Ele estava jogando pedaços de papel no fogo — figurinhas de Mitomagia, parte do jogo pelo qual ele estava obcecado no último inverno.
Nico tinha apenas dez anos, ou talvez onze agora, mas parecia mais velho. Seu cabelo crescera. Estava desgrenhado e quase lhe chegava aos ombros. Os olhos eram escuros. A pele cor de oliva estava mais pálida. Ele usava jeans preto rasgado e casaco estilo aviador surrado vários tamanhos acima do dele, com o zíper aberto, sobre uma camisa preta. Seu rosto estava sombrio, os olhos, um tanto selvagens. Parecia um morador de rua.
Esperei que ele olhasse para mim. Não havia dúvida de que ficaria louco de raiva e começaria a me acusar de ter deixado sua irmã morrer. Mas ele não pareceu me notar.
Permaneci quieto, sem ousar sequer me mover. Se não tinha sido ele quem enviara essa mensagem de Íris, quem teria?
Nico atirou outra figurinha nas chamas azuis.
— Inútil — murmurou ele. — Não posso acreditar que um dia gostei dessa porcaria.
— Um jogo infantil, amo — concordou outra voz. Parecia vir de perto do fogo, mas eu não conseguia ver quem estava falando.
Nico olhou para o outro lado do rio. A margem mais distante era uma praia negra coberta pela neblina. Reconheci o lugar: o Mundo Inferior. Nico estava acampando na beira do Rio Estige.
— Eu fracassei — resmungou ele. — Não existe qualquer meio de trazê-la de volta.
O anfiteatro ficou tendo ele estava tentando trazer alguém do mundo dos mortos
A outra voz manteve silêncio.
Nico voltou-se para seu interlocutor, inseguro.
— Existe? Fale.
Algo tremeluziu. Pensei que fosse apenas a luz do fogo. Mas então percebi que tinha a forma de um homem — um fiapo de fumaça azul, uma sombra. Se você o olhasse de frente, ele não estava lá. Mas se olhasse com o canto do olho, podia distinguir a forma. Um fantasma.
— Isso nunca foi feito — disse o fantasma. — Mas pode haver um meio.
— Diga — ordenou Nico. Seus olhos brilhavam com uma luz feroz.
— Uma troca — disse o fantasma. — Uma alma por outra alma.
— Já ofereci!
— Não a sua — disse o fantasma. — Você não pode oferecer a seu pai uma alma que ele vai acabar colhendo de qualquer forma. Tampouco ele estará ansioso pela morte do filho. Eu me refiro a uma alma que já deveria ter morrido. Alguém que enganou a morte. O rosto de Nico entristeceu-se.
Hades e Atena ja tinham em mente quem poderia ser o fantasma ,e o alguém que enganou a morte
— Não, isso de novo, não. Você está falando de assassinato.
— Estou falando de justiça — falou o fantasma. — Vingança.
— Não são a mesma coisa.
O fantasma riu secamente.
— Você vai pensar diferente à medida que for crescendo.
Nico fitou as chamas.
— Por que não consigo nem ao menos evocá-la? Quero falar com ela. Ela iria… ela iria me ajudar.
— Eu vou ajudá-lo — prometeu o fantasma. — Já não o salvei tantas vezes? Não o conduzi pelo Labirinto e o ensinei a usar seus poderes? Você quer vingança pela sua irmã ou não?
Não gostei do tom de voz do fantasma. Fazia-me lembrar de um garoto em minha antiga escola, um valentão que costumava convencer os outros garotos a fazer coisas estúpidas, como roubar o equipamento do laboratório e vandalizar os carros dos professores. O valentão nunca se metia em encrenca, mas levou dúzias de outros garotos a serem suspensos.
Nico então afastou-se do fogo para que o fantasma não pudesse vê-lo, mas eu podia. Uma lágrima escorreu por seu rosto.
— Muito bem. Você tem um plano?
— Ah, sim — disse o fantasma, parecendo bastante satisfeito. — Temos muitos caminhos de trevas para seguir. Devemos começar…
A imagem tremeluziu. Nico desapareceu. A voz da mulher em meio à névoa disse: Por favor, deposite um dracma para mais cinco minutos.
Não havia outras moedas na fonte. Procurei nos bolsos, mas estava de pijama. Corri para a mesinha de cabeceira em busca de trocados, mas a mensagem de Íris já havia se apagado, e o quarto tornou a escurecer. A conexão havia sido interrompida.
- Você nunca tem dinheiro na hora que você precisa ,isso e um saco -disse um indeterminado
Fiquei parado no meio do chalé, ouvindo o gorgolejo da fonte de água salgada e das ondas do oceano lá fora.
Nico estava vivo. Estava tentando trazer a irmã de volta do mundo dos mortos. E eu tinha o pressentimento de que sabia que alma ele queria trocar — alguém que enganara a morte. Vingança.
Nico di Angelo viria à minha procura.
- E vai indo um problema encima de outro -disse Percy com um tom cansado .
Então uma luz negra brilhou no meio do salão
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