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História Deviam ser apenas férias de verão - A lista


Escrita por: UchihaNarciso

Capítulo 8 - A lista


Seus olhos verdes estavam fixos na mão estendida, a indecisão rondando sua mente, por um lado o medo de ser pega e pelo outro a doce inquietação de fazer algo proibido. Sabia que se pegasse sua mão agora não haveria volta. Poderia simplesmente negar e dizer que preferiria voltar para casa onde estaria fora do risco de ser presa por invasão de propriedade privada ou poderia entregar-se a aventura e ao perigo. Ela olhou mais uma vez para o rosto de Sasuke, um sorriso quase perverso e um brilho imprudente no olhar, desafiando-a a sentir um pouco de euforia e medo.

Por um lado, pensou com seus botões, não havia nada a perder e se fossem pegos o máximo que aconteceria seria passarem uma noite na cadeia ou fazerem Kakashi se deslocar de casa até o centro da cidade para buscá-los, embora que considerando suas idades, o mais provável seria a primeira opção. Olhando uma ultima vez para os olhos negros do rapaz, ela agarrou sua mão rezando para não se arrepender dessa decisão mais tarde.

Completamente satisfeito com a decisão da rosada, Sasuke puxou-a para as sombras de modo que seus olhos prendiam-se ao grande muro. Nada de cerca elétrica ou qualquer tipo de medida de segurança, era apenas um grande muro cheio de trepadeiras e bastante poeira. Mais a frente, o muro sofria uma leve diminuição de seu tamanho possibilitando que ambos pudessem entrar. Primeiro ele ajudou-a a subir tomando o cuidado de não olhar para cima, pois segundos atrás havia recebido um aviso bastante convincente do que aconteceria se ele ao menos sonhasse em espiar por baixo do seu vestido, não que ele quisesse fazer isso, mas acidentes acontecem. Em seguida ele esticou seus braços e pressionou as pernas torneadas contra a parede e logo estava saltando para o interior do lugar e pousando em uma grama fofa e macia. Tudo estava meio escuro, ambos se encontravam ocultos pelas sombras de grandes árvores, uma leve brisa percorria pelo ambiente fazendo com que o único barulho existente fosse o farfalhar das folhas. Com cautela eles caminharam por entre as árvores se perguntado quanto tempo perambulariam pelo lugar até serem descobertos. O coração de Sakura parecia querer saltar para fora do peito, sua pulsação estava acelerada e ela podia sentir suas mãos frias e trêmulas, mas apesar de tudo, havia também a alegria da travessura, a satisfação do proibido misturado com a adrenalina.

- Não precisa ficar tão nervosa. – Disse, mas sabia que talvez não fosse a melhor pessoa para dizer isso, por trás de seu disfarce de durão havia o mesmo nervosismo corroendo-o por dentro.

- Não posso evitar. Nunca fiz isso antes! – Disse tão baixo que ela não tinha certeza se ele a havia ouvido.

- Hum. – Disse e após mais alguns minutos em silêncio, ele pegou sua mão e puxou-a para a direita. – Por aqui!

- Onde está me levando? – Perguntou desconfiada. Sasuke apenas sorriu decido a não revelar nada. – Você verá!

Eles seguiram por um caminho onde as árvores pareciam cada vez mais distantes umas das outras deixando a luz do luar penetrar melhor a mata, a grama tinha um tom levemente azulado e era possível distinguir melhor um ao outro. O cheiro de rosas preencheu o ar ficando cada vez mais forte à medida que avançavam pelo parque. Logo já não havia mais medo em Sakura, mas sim a viva curiosidade de saber onde Sasuke pretendia levá-la e porque tanto mistério. A cada segundo que se passava sua mente criava mais e mais possibilidades, imaginou se não estaria há levando para um lugar mais afastado do que deveria, onde se colocaria frente para ela e enlaçaria sua cintura com delicadeza, para em seguida deslizar seus dedos apaixonadamente pelos seus cabelos enquanto seus lábios ficavam cada vez mais próximos até que por fim se tocariam revelando um sabor delirante e incrível. Ela sacudiu levemente a cabeça para espantar esse pensamento, parecia extremamente absurdo, pois por mais que estivesse sendo gentil, ele continuava sendo Sasuke, o idiota popular que tanto havia pisado em cima dela.

Enquanto eu observava-os avançarem eu me perguntava se ela de fato via isso como um absurdo ou se estava apenas se protegendo. Ela já não podia negar nem para si mesma que algo em Sasuke lhe chamava atenção, lhe convidava para aventurar-se em seu mundo, caso contrário, jamais haveria concordado em invadir um parque a altas horas da noite.

Mas não era apenas isso, eu podia ver e podia sentir a angustia e o peso que seu coração se tornava só em pensar em um simples envolvimento e por mais que lhe doesse, a ultima coisa que Sakura queria era deixar que Sasuke se apaixonasse por ela. Naquela noite eu não sei se ela já havia percebido, eu, como sei de muitas coisas, sabia exatamente que a essa altura as cartas já estavam postas na mesa, espalhadas e perfeitamente claras e a única coisa que faltava era, talvez, um dos jogadores abrir os olhos.

Depois do que pareceram séculos,ambas as figuras pararam a beira de um lago, onde o reflexo da lua parecia uma pintura na água. Uma brisa fria inundou o lugar acompanhada pelo perfume das flores, ambos sentaram-se um tanto próximos ao lago e gastaram um ou dois minutos em silêncio. As estrelas pareciam que haviam todas se amontoado naquela região e Sakura perdeu a conta de quantas constelações havia achado enquanto permitia que seus olhos maravilhados ficassem presos ao céu noturno. A lua quarto crescente sorria no céu, um convite tentador a ficar sentado, apenas admirando o som e a beleza da natureza.

- Como descobriu esse lugar? – Perguntou depois de um tempo. Sasuke havia acabado de pegar um punhado de pedrinhas e atirava-as sobre as águas quando sua voz suave elevou-se. Ele não olhou para ela, apenas continuou fitando as águas levemente agitadas e atirando pedrinhas.

- Meu irmão me trouxe aqui quando eu era criança. Estávamos de passagem na cidade, meu pai tinha uma reunião importante e como não havia mais nada para fazer, Itachi me levou para dar uma volta, ai descobrimos.

- É bem bonito aqui... – Refletiu.

- Valeu à pena? – Perguntou voltando-se para ela com as sobrancelhas arqueadas. Sakura apenas sorriu enquanto desviava seus olhos para o horizonte demorando propositalmente para responder.

- É. Valeu sim. Gostei daqui, é calmo e aparentemente não tem nenhum vigia. Apenas um velho jardineiro. – Disse, enquanto indicava-o uma velha cabana quase imperceptível na outra margem.

- Demos sorte.

- Pois é. – Concordou. – Mas foi divertido achar que a qualquer momento seriamos pegos. Acho que, afinal, quebrar regras não é de todo ruim.

- Queria ter gravado você dizendo isso! – Debochou. – Mas esse é apenas o primeiro dia, temos muitos pela frente! Já sabe o que quer fazer?

- Pra falar a verdade não faço idéia! – Confessou. – Não sou muito boa com essas coisas!

-Okay, nesse caso vamos começar fazendo uma lista! – Disse enquanto tateava seus bolsos a procura de um bloco e uma pequena caneta.

- Lista?

- De coisas que você nunca fez e gostaria de fazer! – Disse com animação. Ele destampou a caneta deixando a ponta erguida um pouco acima da folha. Sakura encarou-o por alguns instantes sem saber exatamente por onde começar. – E então?

- Beber. – Disse após refletir um pouco.

- Nem um gole de champanhe? – Perguntou. Ela apenas fez que não enquanto ele anotava e soltava um longo assovio. – Temos que resolver esse problema! Quando é a semi-final?

- Depois de amanhã.

- Okay. Passo na sua casa as sete! – Disse. Ela riu constrangida enquanto jogava uma mexa de seu cabelo atrás da orelha.

- Vai mesmo me levar para beber?

- Alguma objeção? – Ele encarou-a alguns instantes esperando que dissesse algo mais, entretanto ela apenas refletiu alguns segundos e fez que não. – Ótimo! Minha vez estou meio sem idéias então me perdoe pela falta de criatividade. Já beijou?

- N-não... – Murmurou envergonhada. Seus olhos negros ergueram-se alguns segundos do papel analisando-a. Deveria achar engraçado, mas não era exatamente isso que se passava em sua mente. Tudo bem que em Konoha ela nunca foi o tipo mais atraente, só que nos últimos dias, enquanto a observava caminhando pela praia, era impossível não notar a quantidade de homens (incluindo ele próprio) que não a fitava se correndo de desejo. – P-pare de me olhar assim! Se quiser fazer graça, faça logo! Mas não fique me encarando.

- Não quis te ofender ou deixar constrangida. – Se defendeu. – Apenas não entendo como alguém tão bonita pode nunca ter beijado! – Disse, mas arrependeu-se quase instantaneamente de ter dito aquilo, suas maças do rosto coraram, mas por sorte, estava escuro o suficiente para que ela não notasse. Sakura apenas sorriu envergonhada e fitou a grama.

- É a primeira vez que ouço algo do gênero. – E usando um tom mais brincalhão, continuou. – Ainda mais vindo de você.

- Disse apenas a verdade... Então, posso botar na lista? – Ela olhou sem jeito e assentiu. – Sua vez.

- Tocar a campainha da casa de um desconhecido e sair correndo! – Disse e ambos caíram na risada.

- Kami-sama! Você não teve infância... Temos que resolver esse problema urgentemente! – Disse enquanto anotava. – E que tal... Ir a uma balada?

- Nunca fui! – Disse. – São boas?

- Eu diria ótimas! – Disse enquanto anotava. – Esse problema resolveremos em breve! Sua vez.

- Deixe-me pensar... – Disse enquanto tocava os lábios com o indicador. – Pular na água do mar nua!

- Uau! – Disse subitamente e logo pode sentir um leve tapa no braço seguido de uma doce risada. – Essa foi boa! Vou anotar, mas preciso lhe dizer, uma vez anotada, você está sem volta!

- Certo, certo!

- Tá... Invadir propriedade privada já foi... – Refletiu consigo mesmo. Sasuke apoiou a caneta no queixo alguns instantes e em seguida fitou-a. – Estou sem idéia.

- Tudo bem, eu já sei o que quero fazer. Fumar. – Disse sem rodeios.

- Essa até eu topo... Nunca fumei. – Disse após terminar de anotar.

- Bem, só pretendo fazer isso uma vez e apenas por curiosidade. Prosseguindo... Subir no sentido contrário de uma escada rolante.

- Nem eu fiz isso! – Comentou rindo. – De onde você tirou essa idéia?

- Sei lá, só me veio à mente! – Disse simplesmente. Ela mexeu um pouco na barra do vestido e riu nervosamente. – Tá, isso vai parecer meio maníaco. Mas eu nunca vi um filme pornô.

- Nem daqueles caseiros que os idiotas deixam cair na rede? – Ela fez que não com a cabeça e ele sorriu de canto. – Certo então... Assim que sairmos daqui vamos a uma locadora.

- Agora eu que estou sem idéias! – Disse.

- Tudo bem, vamos encerrar por hoje! – Ele verificou as horas no celular e em seguida voltou-se para ela que apenas observava-o. – Meia noite. Quer ir para casa agora ou quer realizar ao menos um dos desejos?

- Acho que posso adiar um pouco a ida para casa! – Sasuke sorriu de canto e ambos se levantaram para regressarem ao ponto de partida.

As ruas estavam quase desertas, quase tudo encontrava-se fechado exceto por alguns estabelecimentos de atendimento 24h. Primeiro eles pararam em um super-mercado onde encheram seus braços com refrigerantes, doces e batatas fritas. Depois pegaram as compras e dirigiram até uma locadora(a única em funcionamento). Ela localizava-se em uma rua estreita no subúrbio, tinha as paredes encardidas e o atendente era um sujeito corpulento, com músculos exagerados, cabelos castanhos e oleosos, um cavanhaque que acentuava sua expressão severa, alargadores nas orelhas e várias tatuagens nos braços. Estava usando uma camisa branca que ficava muito apertada que e parecia ser pequena demais o que deixava seu peito largo perfeitamente marcado. Quando ambos entraram ele apenas lançou um breve olhar aos dois e logo voltou a folhear sua revista esportiva, os olhos verdes e opacos completamente absortos na leitura.

Ambos seguiram para uma prateleira próxima ao balcão e percorreram seus olhos pelas inúmeras capas de mulheres sensuais estando algumas acompanhadas por um ou mais homens.

- O que vamos ver? – Perguntou, Sakura olhou-o com as sobrancelhas arqueadas e um sorriso de provocação.

- O especialista pervertido aqui é você. – Disse sem rodeios. Ele voltou-se para ela com os olhos cerrados de indignação.

- Você é mesmo muito irritante!

- Obrigado, vossa alteza! – Provocou mais um pouco e logo começou a rir.

- Vamos ver esse aqui. – Disse pegando um o qual ela não conseguiu ver a capa, pois quando se deu conta Sasuke já se dirigia ao balcão. O homem levantou a vista alguns instantes e olhou-os como se estivesse se perguntando por que diabos eles o interrompiam, até que acomodou-se melhor na cadeira como se houvesse acabado de lembrar que trabalhava naquela locadora.

- Esse é bom. – Comentou enquanto observava a capa antes de colocar o DVD na sacola. – É mesmo um bom filme para ver com a namorada. – Sasuke pensou em dizer que ela não era sua namorada, mas ao pensar um pouco mais, chegou à conclusão que se o fizesse a garota poderia ficar mal vista, afinal, eles estavam em uma locadora no subúrbio de Suna a altas horas da noite alugando um filme pornô. – Identidade?

- Aqui. – Disse entregando o documento acompanhado pelo dinheiro da compra. O homem olhou brevemente e logo devolveu-a acompanhada do DVD. – Tenham uma boa... Noite.

Sakura sentiu seu rosto corar violentamente quando o homem lhes lançou o que pareceu um sorriso malicioso. Enquanto ambos se dirigiam para fora ela sentiu seu estômago revirar e algo lhe dizia que o homem ainda não mais estava com os olhos fixos na revista e sim em suas costas. Ela afundou-se no bando do carro escondendo o rosto nas mãos, como se assim pudesse sumir, ao seu lado Sasuke apenas ria audivelmente da reação dela.

- Pare de rir! Não foi engraçado! – Disse irritada.

- Se você visse sua cara... Ficou mais vermelha que um tomate! – Provocou. Ela nada disse, apenas cruzou os braços abaixo do busto e manteve seus olhos nas ruas. – Onde vamos ver o filme? Imagino que na sua casa não seja uma boa idéia...

- Não é mesmo. – Falou enquanto recordava-se que Kakashi costumava acordar várias vezes ao longo da noite para ir à cozinha.

- Se não houver objeção, pode ser lá no hotel em meu quarto. – Falou um pouco rápido demais. Ela gastou algum tempo em silêncio e por fim murmurou um tudo bem.

O quarto de Sasuke não estava nem um pouco bagunçado, a roupa de cama era azul marinho e os móveis de carvalho. À frente da cama havia uma enorme televisão, um pouco a diante duas grandes portas de vidro davam para uma varanda com vista para o mar e que estavam quase completamente ocultas por uma pesada cortina negra. Havia duas portas no lugar, uma que provavelmente era a suíte e outra o closet. As paredes do quarto eram brancas com exceção da única parede negra na qual a cama estava encostada. Era um lugar nem grande nem pequeno, sofisticado e que faria qualquer um se sentir a vontade. Sasuke fechou as cortinas, ligou o ar condicionado e dirigiu-se até a banca onde estava a televisão, abriu as portinhas revelando o aparelho DVD e um vídeo-game de ultima geração. A comida foi despejada sobre a cama e quando o filme estava prestes a começar, Sasuke apagou a luz acomodando-se, depois, ao lado de Sakura que havia começado a comer batatas-fritas. Seriam um pouco difícil se manter calmo, talvez por essa razão achou apropriado ligar o ar-condicionado desnecessariamente, afinal não era tentado apenas pelo belo desempenho das atrizes como também o vestido vermelho um tanto curto  que deixava a mostra suas pernas delicadas. Ao ver de Sasuke, filmes pornôs eram todos sem sentidos, entretanto as pessoas não viam filmes pornôs para achar um sentido e sim para se excitarem, não precisavam de uma história comovente ou engraçada, necessitava apenas de mulheres e homens se entregando ao prazer. Aquele filme tinha inicio em uma mansão onde uma linda ruiva encontrava-se deitada em uma cadeira daquelas que há próximo a piscinas e até mesmo na praia, usava um biquíni pequeno demais de tom verde lodo. Logo dois homens surgiam, um de sunga banca, gravata e carregando uma bandeja com champanhe e outro de sunga azul, óculos escuros e uma daquelas redes usadas para limpar piscinas. Primeiro a mulher levanta e começa a deslizar as mãos pelo abdômen sarado do “garçom” e depois o “limpador de piscinas” junta-se a brincadeira colando seu corpo ao da mulher e escorregando sua mão para dentro da calcinha. Não demora até a mulher encontrar-se despida, o garçom chupando seu seio direito enquanto massageava o esquerdo com a mão e o limpador de piscinas deslizando os dedos pela sua intimidade enquanto a outra mão fazia movimentos de vaie vem em seu membro. A mulher acomodou-se de quatro na cadeira e abocanhou o grosso membro fazendo movimentos sensuais que arrancavam expressões de prazer do garçom, o outro acomodou-se atrás dela e sem aviso prévio penetrou-a rapidamente provocando gemidos abafados devido ao membro rijo que preenchia sua boca, os homens continuavam com suas expressões de prazer, acompanhando os gemidos da mulher e dizendo coisas que ao refletir depois, Sakura percebeu que eram extremamente grosseiras.

O quarto estava cheio com os gemidos exagerados da mulher que alternavam-se com palavras grosseiras dos dois homens que dividiam seu corpo, Sasuke estava fazendo um grande esforço pra se manter calmo, agradeceu mentalmente várias vezes por ter ligado o ar-condicionado, mas ainda sim não suportava nem se quer olhar para o lado onde sua pele macia convidava-o a provar seu sabor. Sakura observava o desempenho do trio completamente paralisada e vermelha, sentia seu corpo arder e não podia deixar de perceber que se sentia extremamente tentada com a presença de Sasuke ao seu lado.

Havia passado um pouco da metade do filme quando ela agarrou o controle da televisão e desligou-a. Ela afundou no travesseiro com um suspiro pesado enquanto levava a mão direita a testa.

- Chega, acho que isso foi o suficiente. – Disse.

- Eu concordo. – Sasuke estava aliviado, afinal, não sabia até quando ia agüentar, embora que ainda sentisse o desejo ardendo em seu coração. Eles silenciaram-se, concentrando-se apenas no som de suas respirações.

- Eu nunca transei... – Ela murmurou sem jeito. Virou-se para encará-lo e deparou-se com uma forma escura voltada para ela. – Acho que quero botar isso na lista.

- Uma vez na lista... Não tem volta. – Disse com cautela. Ela apenas riu brevemente, uma risada triste e sem humor.

- Não tenho nada a perder mesmo! – Ela continuava a encarar sua sombra sem emoção.

- Vou escrever isso depois. – Disse embora ainda não tivesse plena certeza se ela estaria falando sério.

- Obrigado... – Murmurou. Passaram-se longos segundos de silêncio quando finalmente ela levantou. – Acho que está na hora de ir para casa.

- Okay. Vou te levar.

Quando regressou ao hotel naquela noite, simplesmente jogou-se na cama e colocou as mãos atrás da cabeça. Seu coração dava saltos no peito e um nó havia se formado na sua garganta. Ele não conseguia entender o que estava acontecendo e sentia-se angustiado por alguma razão. Talvez algo em seu olhar quando a deixou na porta de casa ou as pistas nas meias verdades ditas mais cedo houvessem ligado o sinal de alerta, o que quer que fosse não importava, a única coisa que importava era que havia algo errado e ele faria de tudo para descobrir o que é.

Eu me perguntava quanto tempo ia levar até que ele finalmente entendesse o que estava acontecendo, até ele descobrir o segredo que a tornava tão misteriosa. Eu podia sentir a chama que crescia cada vez mais em seu coração, podia sentir o fervor alastrando-se pelo seu corpo, podia sentir toda a paixão e preocupação, e mesmo que fosse algo perverso demais para se considerar eu tinha de admitir que estava ansiosa para ver como isso ia terminar, se ele iria até o fim.



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