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História Devil's Hand - Cheated


Escrita por: MrsCheshire

Notas do Autor


[Fanfic reescrita e repostada]

▪Capa por Kryze
▪Banner por LadyVic [AM]
▪Sinopse por Austrie

JÁ VOU LOGO AVISANDO QUE ESSA FANFIC TÁ FODA PRA CARALHO. CRIMINAL, TIRO, SEQUESTRO E A TRETA TODA. EU TÔ MT APAIXONADA.

Olá, amores! Aqui é a Austrie e irei postar junto com a Canastra (Bruna/MrsCheshire) ♡

Essa fanfic é antiga, de 2015, e eu insisti para que Bruna e eu pudéssemos reescrevê-la e postá-la novamente, porque eu simplesmente me apaixonei e não poderia deixar essa fanfic ir ao lixo.

Então, essa é a segunda vez que repostamos, e resolvemos postar novamente para fazer algumas modificações, como o nome da personagem, capa e sinopse. Porém, a história é a mesma.

Então, a ordem de postagens vai ser assim: esse capítulo quem escreveu fui eu e o próximo será a Canastra, o segundo está pronto e o terceiro em andamento. A ideia é um tanto clichê, mas nunca a vimos aqui no site, então é tudo nosso. Já sabemos o que irá acontecer no futuro e estamos bem satisfeitas com isso, espero que gostem também. Bom, a Canastra provavelmente deixará suas "botas iniciais" aqui quando eu postar, então aqui lá vai e espero que curtam a história:

Capítulo 1 - Cheated


Fanfic / Fanfiction Devil's Hand - Cheated

Canadá, cidade de Ottawa; 15 de Julho de 2017 || 23:36 P.M.

O disco rodava. Rodava tocando uma melodia, melancólica, clássica, doce melodia. Antiga, porém agradável, não muito alta para não incomodar os moradores da casa donde se hospedaria por alguns dias até tudo se consertar.

Sailor Lodge quase chorara. Se segurou para não libertar a tempestade que bagunçaria oceanos, que a faria dar um grito tão estridente uma vez que queira lavar o peito e mandar para fora a angústia. Sailor Lodge dançava. Remexia devagar os quadris diante o ritmo musical que a orquestra do disco proporcionara, enquanto lhe vestia a meia-calça negra e, em seguida, os saltos.

Quem a visse diria que iria a um enterro, mas ainda não chegara o dia.

Após se levantar já inteiramente arrumada, espirrou um pouco de perfume doce no pescoço, abaixou o volume da vitrola e logo se pôs a pegar a bolsa e juntar alguns pertences dentro da mesma, junto com o que iria precisar. Deixou a casa.

Silenciosa — a não ser pelo compacto dos saltos à calçada —, Lodge caminhava quase que titubeante, uma vez que caminhara à uma estação de metrô, afim de ir até a delegacia.


Sailor Lodge, cidade de Ottawa; 15 de Julho de 2017 || 23:40 P.M.


O relógio ao meu lado marcava onze e quarenta da noite. Enquanto espero ansiosamente que o delegado Portaluppi atenda ao meu desespero, tento me controlar com os barulhos frenéticos e irritantes da secretária em minha frente a mascar um chiclete já descorado e duro. A olho com súplica.


— Você deve estar achando que eu estou mentindo, não é, garota? — diz assim que para de mascar o maldito chiclete e pegar uma lixa de unha em sua nécessaire. — Pois eu te digo que-


Delegado Portaluppi parece atender minhas insistências mentais, pois aparece no começo do corredor, impedindo a ruiva de continuar. Dei graças a Deus num murmúrio, pois além de estar me poupando do falatório da moça, eu poderia ter a chance de descobrir algo sobre o assassinato recente dos meus pais.

Me levanto um tanto envergonhada, o olhando como quem pedisse piedade. Ele me analisa e, depois de mandar um olhar repreendedor à ruiva, dita:


— Sempre que uma pessoa quiser falar comigo, Milianna, consulte-me. Ainda mais se o caso for grave.


A ruiva, buscando por mascarar sua vergonha nas teclas do computador e no seu chiclete que, agora com a chegada do delegado Portaluppi foi ao lixo, assentiu com a cabeça, desviando o olhar de nós dois. O homem apontou com a cabeça para o corredor, logo sumiu de minhas vistas. O segui.

Na penúltima porta do corredor havia em seu design simplório uma mediana placa dourada com o sobrenome do delegado. Ele entrou e, assim que entrei também, pude ter uma ampla vista do ambiente que era seu escritório. Tudo arrumado e em perfeito estado. As paredes num tom de pêssego claro, cômodas e sua mesa de carvalho escuro, quadros, certificados e estantes com gavetas enormes que, para mim, deveriam ser para guardar documentos. Muitos documentos secretos que guardam grandes segredos. Fico curiosa com aquela estante.

Ele deveria ser um homem muito metódico.


— Sente-se, senhorita Lodge. — pede assim que senta em sua gigante cadeira de escritório. Aceito seu pedido e faço, sentado-me em sua frente, sendo separada dele pela mesa. Quedo as mãos no colo, me remexendo inquieta na cadeira. Meus olhos pesam. — Creio que veio aqui pelo caso recente, sim?


Assinto com a cabeça, avoada. Apoio minha bolsa no colo.


— Eu preciso saber o que aconteceu e porque aconteceu, delegado.


Ele suspira. Coça o queixo coberto por uma barba rala e gira a cadeira para lá e para cá, olhando para qualquer canto como se analisasse minha pergunta. Ele para de se balançar e me olha depois de eu insistir:


— Por favor…

— Sinto muito, senhorita Lodge. Mas, por enquanto, durante as investigações, qualquer prova e assunto é confidencial, tendo apenas a polícia como portadora dos documentos.

— Você não sabe o quanto eu preciso saber. — digo entredentes. — Eu preciso vingar a morte dos meus pais.

— Recomendo que não se intrometa no caso, deixe que a polícia resolva tudo. Em qualquer caso, mantenha-se longe de qualquer coisa que tenha a ver com isso. E, se precisar, contacte-nos. — e vira sua cadeira para o lado oposto, dando a conversa por acabada e ignorando o fato de eu ainda estar alí. 

Cerro os punhos e controlo a vontade de sair quebrando tudo dentro daquela maldita sala, bater naquele maldito homem e recolher as malditas informações que tanto me assombram. Esse caso era, sem sombras de dúvidas, indubitavelmente, o meu maior anseio agora, e eu irei fazer de tudo para tê-lo.

E ninguém vai me impedir.

Por isso, saio andando devagar e um pouco cambaleante, para mostrar o quanto triste eu estou. Não que isso não seja verdade, mas a raiva que estou sentindo no momento poderia foder com tudo. Meus olhos marejam fracamente pela regressão e pelo fato de eu não ter o que quero tão facilmente em mãos, e eu sei que toda essa minha raiva é devida à sensibilidade em que me encontro nesses últimos momentos.


— Tenha uma boa noite, Sailor Lodge.

— Tenha um bom sono, senhor Portaluppi.


Eu sussurro, deixando que a frase saia pelos ares facilmente, enquanto fecho a porta atrás de mim. Eu ainda ando devagar, com pose de boa moça, segurando a bolsa à frente do corpo e chegando à recepção, enxergando a ruiva que enchia uma xícara de café fumegante numa cafeteira posicionada num móvel atrás de sua mesa.

Um plano perfeito, arriscado e lésbico.

Deixo minha bolsa em cima da mesa e me aproximo da mulher, ela me olha por cima dos ombros, curiosa, com pose dura e desconfiada. Deixo os lábios em linha reta, abaixando o olhar como quem não conseguiu o que queria. E não consegui.


— O que quer? — sorrio de lado e ela coloca a xícara na bandeja, logo vira-se para mim.

— Eu gosto muito da sua cor de cabelo. — enrolo uma mecha do mesmo entre meu indicador, enquanto o fitava com certo “encanto”. A imprenso no móvel e vejo seu peito subir e descer. — Da mesma forma que gosto de mulheres ruivas.


Sorrio maliciosa. Aquilo era estranho para mim, porque eu nunca gostei de mulheres. Mas, para que meu plano dê certo, terei que “gostar” hoje, e terei que fazer mais além da conta.


— Legal, mas eu não gosto de mulheres. — tenta me afastar, mas eu me prendo mais à ela. — Me solta. — ofega.

— Tem certeza de que não gosta?

Resvalo as unhas por suas coxas, até sentir sua pele se arrepiando com meu toque. Por dentro, estou ardendo em chamas. Mas chamas de ódio.

— Por favor, me deixa em paz… — engole a seco e eu aproximo meus lábios de seu pescoço, beijando o local. Sinto o gosto do perfume incrivelmente doce e enjoativo. Tenho asco também pelo gosto do perfume.


Tiro as mãos do móvel — as mãos que a encurralaram — e as levo até sua blusa de botões, ensacadas na saia lápis que vestia, começando a abri-la enquanto a mulher ia ficando mais tensa ainda. Assim que abro, a tiro e jogo no chão.

Afasto meu rosto de seu pescoço, a puxando e beijando-a a força. Faço uma cara de nojo, mas ela nem percebe. A vadia lésbica, aos poucos, vai amolecendo e até corresponde ao beijo, levando as mãos até meu pescoço. A desprendo do móvel e a viro, sentando na sua cadeira de trabalho. Tento não fazer muito barulho, os seguranças lá fora não podem ouvir de jeito algum. Suas mãos tentam me tirar a blusa, mas eu separo o beijo e sorrio maliciosa, virando sua cadeira para a mesa e indo para trás dela.


— Ainda não. Vamos fazer uma brincadeira. — ela parece gostar, porque solta uma gargalhada baixa.


Me abaixo com cuidado e alcanço a sua camisa que retirei há minutos atrás. A ajeito entre minhas mãos e me posiciono, logo, rapidamente ponho o pano na sua boca e forço para trás, fazendo com que sua cabeça vire e ela se debata. Dou um nó, logo suspendo seus braços para trás enquanto ela urra e faz de tudo para se soltar de mim.


— Fica quietinha. — sussurro e puxo seus cabelos para trás com uma mão, logo bato sua testa na mesa com força, a vendo atordoada.


Uma, duas, três, quatro, cinco, seis vezes e a mulher já estava desmaiada à minha frente, com a cabeça na mesa e as mãos ao lado da mesma. Suspiro, ofegante e cansada pelo trabalho feito. O que estou prestes a fazer agora é crime, eu sei, mas é necessário.

Por isso, busco por um espelho na nécessaire da mulher e acho um, me ajeitando e ficando comportada e apresentável, jogo a bolsa no ombro. Ajeito o batom e os cabelos, busco pelos ajudantes dentro da minha bolsa e os jogo dentro do café que ainda está quente. Junto alguns blocos de açúcar no pires ao lado da xícara e seguro a bandeja, caminhando meticulosamente até a sala do Portaluppi.

Uso o joelho para bater na porta dele, e de imediato recebo um “entre”. Abro a porta de imediato e entro, recebendo um olhar por cima do óculos. Portaluppi arqueia uma sobrancelha e eu sorrio falsamente, caminhando até sua mesa e deixando a xícara de café e o pires de açúcar na mesma.


— Onde está Millianna? Pensei que ela fosse a secretária.

— Está pintando as unhas e me pediu para fazer isso. — reviro as órbitas, enquanto pegava a pequena colher. — Deveria escolher melhor seus funcionários. Açúcar?

— Sim, por favor. Duas pedras.


Ele pede e assim eu faço, aproveitando para misturar melhor os comprimidos. Quase sorrio maléfica, doente e perturbada, mas apenas sorrio fraco. Ele agradece e eu deixo a sala, com a bandeja em mãos, mas não fecho a porta. Deixo a bandeja no móvel novamente e volto para porta, pondo a lateral da cabeça na porta.

Em pouco tempo, um baque quase surdo ecoou. Sorri totalmente psicótica e aberto, logo entro na sala e o vejo caído, ao lado da mesa. A cadeira também estava no chão, e eu conseguia ver sua mão à mostra da mesa. Entro devagar.

Espero não ter matado-o, mas ele vai apenas tirar um cochilo.

Fecho a porta com cuidado e a tranco, logo caminho até a mesa e passo por ele, afastando a cadeira. Abro o seu notebook e vejo que está desbloqueado, abro na página de arquivos e começo a procurar algo que tenha o nome de meus pais e a data que bata com o dia do assassinato deles. Nada. Porém, não desisto.

E, depois de tanto fuçar o notebook e de tanto ver casos nojentos, absurdos e obscenos — além de descobrir várias coisas que eram boatos e que têm uma verdade mais macabra —, acho no fundo, lá no fundo mesmo dos arquivos, algo com data e nome.

13 de Julho, caso n° 7282; senhor e senhora GoLdE.

Letras misturadas para não ser achado tão facilmente na barra de pesquisas. Inteligente. Rapidamente, mas sem abrir o arquivo, abro minha bolsa e puxo meu pendrive novo e o conecto no notebook, fazendo o mesmo avisar. Copio o arquivo para o pendrive e espero o mesmo processar, ansiosa e alegre, com o peito sendo esmurrado pelo coração.


— Isso… Vai, vai! — torço em sussurros, retirando numa velocidade incrível o pendrive do notebook e fechando a biblioteca de arquivos.


Guardo o pendrive novamente e fecho o notebook, logo saindo às pressas. Porém, me lembro de um pequeno e pesado detalhe: Portaluppi jogado ao chão. Bufo e vou até lá, erguendo novamente a cadeira e me abaixando para erguer o homem. O puxo pelos braços e o levanto com dificuldades, logo o empurro para a cadeira, o fazendo “sentar”. Empurro a cadeira para a mesa e o faço ficar de bruços na mesma, ponho uma caneta em sua mão e um papel abaixo dela. Assim, posso voltar para “casa”.

16 de Julho de 2017 || 00:35 A.M.


Depois de um tempo esperando o maldito metrô, consigo pegá-lo, aguardando ansiosamente para chegar até em casa e ver o que eu queria e ao mesmo tempo não queria no pendrive. Tinha medo, claro, mas também curiosidade.

Assim que chego na maldita casa, adentro à mesma com cuidado ao fechar a porta e subir as escadas e andar pelo corredor, com os saltos em mãos. Adentro ao meu quarto e tranco a porta, jogando os saltos no chão e saltando para minha cama, abrindo o notebook numa velocidade incrível. Ele demora uns segundos para ligar, mas assim que faz, abro a bolsa e jogo tudo o que tinha em cima da cama, até achar o pendrive e o pegar. Conectei.

Num instante o único item do pendrive apareceu, e eu não pensei duas vezes em abrir o arquivo. Porém, me arrependi no mesmo instante. Meus olhos se arregalaram e meu coração saltou mil vezes, minhas mãos soaram e meu estômago embrulhou. Engulo a seco e aperto minha própria mão ao ler a única coisa exageradamente realçada e exposta para mim:

Inteligente, mas não o bastante. Terá que fazer mais e melhor se quiser tê-las, senhorita Lodge. :)

Fui enganada ao som do disco que arranhava, já sem músicas para tocar.


Notas Finais


XX,

Austrie.


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