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História Diário de uma fã (versão Luan Santana) - Capítulo quarenta e um


Escrita por: ThataBernachi

Capítulo 41 - Capítulo quarenta e um


Acordei no meio da tarde com a cabeça doendo e o celular na mão, pelo visto eu havia conseguido dormir primeiro que Luan. Sabia que havia sonhado com algo muito bonito, mas não me lembrava o que era, penso que tinha alguma coisa haver com anjos ou nuvens. Demorei no banho tentando organizar os pensamentos. Desejava que o que havia acontecido na escola não tivesse passado de um pesadelo e quando abrisse os olhos tudo voltaria ao normal, mas não voltou.

Quando minha mãe chegou foi direto para o meu quarto perguntar o que eu tinha, já que a diretora havia ligado para ela dizendo que eu estava passando mal. Disse que era só uma dor no estômago, e ela saiu do quarto dizendo que deveria ser a comida congelada e que faria uma sopa para mim. Detestava sopas, em especial as da minha mãe e, além disso, eu nem estava realmente doente, apesar de não estar com a mínima vontade de comer.

Ela estava tentando me fazer tomar a sopa quando o Frederico e a Cristina chegaram. Fred nos contou sobre os jogos estaduais e Cris perguntou o que eu tinha. Respondi que nada, mas minha mãe disse que eu estava ruim do estômago e não queria comer. Assim que consegui ir para o meu quarto, Cristina me seguiu, fechando a porta atrás de si.

— Você não está… – Ela começou a dizer baixinho.

— Estou o que? – Perguntei desconfiada.

— Grávida! – Quase perdi a fala ao ouvir o que ela estava me dizendo.

— Claro que não Cris!

— O que há com você então?

— Não há nada comigo.

— Quer conversar?

— Agora não, desculpa.

— Tudo bem, me procura quando quiser.

— OK. – Disse enquanto ela saia do quarto. Dei risada sozinha pela pergunta de Cristina. Era só isso que me faltava mesmo, estar grávida.

Quando levantei no sábado de manhã já estava me sentindo um pouco melhor, então fui até a cozinha procurar algo para comer, estava faminta. Coloquei um pouco de cereal e leite em uma tigela e me sentei à mesa. Minha mãe provavelmente havia saído e Frederico deveria estar no quarto. Passei os olhos pelo jornal em cima da mesa, não havia nada de novo.

Então notei as correspondências ao lado, estava passando-as distraída quando notei um envelope elegante com um símbolo vermelho, destinado a mim. O virei na mão, me assustando ao notar que era do grupo de intercâmbio, eu havia me esquecido completamente. Respirei fundo e então abri o envelope, deixando o cereal de lado.

Prezada Srta. Luiza Villar,

Informamos que seu pedido foi aprovado pela ARIMS (Associação de Relações Internacionais do Mato Grosso do Sul), com supervisão do Prof. Dr. Adam Thomas Martin, em Provença, na França.

Informamos também que todos os procedimentos necessários estarão disponíveis no nosso site, com validade de 90 (noventa) dias para serem cumpridos.

Atenciosamente,

Roger Lee Evans

Diretor executivo da ARIMS.

Li e reli o papel timbrado várias vezes, mal acreditando no que estava escrito. França! Senhor Giane havia me falado sobre Provença no hotel em São Paulo e a palavra que ele usou para descrevê-la foi magnífica. Quando escrevi o pedido de intercâmbio pensava em algum lugar do Reino Unido, e várias vezes me imaginei em Londres, pegando um trem na estação King’s Cross para alguma universidade renomada. Mas França sempre foi um sonho, sempre fui apaixonada pela cultura e pela moda francesa que influenciava todo o mundo.

Subi as escadas correndo, eufórica para procurar no Google sobre Provença. Fiquei maravilhada ao olhar as fotos, já podia me imaginar em um pequeno café, usando um lindo chapéu em um fim de tarde ensolarado. Mas logo meu sorriso desapareceu em pensar que Luan não estaria comigo, e a tristeza me invadiu. Por que isso havia chego logo agora que eu estava vivendo a melhor época da minha vida, e a pessoa que eu mais amava havia me dito que correspondia aos meus sentimentos?

Eu estava com dois sonhos nas mãos, muitas pessoas dariam qualquer coisa para estar no meu lugar e ter qualquer um dos dois. Por que eu não podia simplesmente juntá-los? Ter o amor da minha vida no lugar dos meus sonhos. Mas seria egoísmo demais querer que aqueles olhos iluminassem apenas o meu caminho e aquele sorriso fizesse apenas o meu coração palpitar.

Luan não havia nascido para ser só meu, ele pertencia também a milhares de garotas espalhadas por todo o mundo, e a todos aqueles que se alegravam ao ouvi-lo cantar. Era essa a sua missão e era isso que o fazia feliz. Eu não poderia ter as duas coisas, então teria que escolher. Olhei para as fotos de Provença abertas no computador, e olhei para o rosto de Luan estampado na minha parede, e joguei a carta do intercambio dentro da caixa de recordações que Matheus havia me dado.

Não havia o que pensar, meu coração já havia escolhido há muito tempo, naquela noite em que vi aquele garoto pela primeira vez, sabia que ele seria sempre a minha melhor escolha. O sonho de ir para França ficaria guardado apenas como uma recordação, sem arrependimentos. Pois era ele, e sempre seria ele. Até a última batida do meu coração, ou muito além disso.

Passei todo o sábado tentando estudar para a tal prova de história, pois era melhor levar a ameaça da minha mãe a sério. Além disso, não havia mais nada para fazer, já que não tinha mais Julia para conversar. Bortolotto almoçou em casa do domingo e minha mãe fez várias perguntas referentes à prova, mas como já era de se imaginar, ele não disse nada que ajudasse.

Luan me ligou a noite dizendo que estava em Santarém, no Pará, mas que como prometido estava fazendo de tudo para vir me ver o mais rápido possível. Eu sentia como se a saudade dele me matasse aos pouquinhos por dentro, mas toda vez que o via era como se eu nascesse de novo. Nascesse para um mundo de felicidade e amor por aquele garoto, que era o centro de todo o meu universo e um dos poucos motivos que me davam força para abrir os olhos e levantar da cama todos os dias.

Cheguei mais cedo na escola na segunda-feira, e a primeira coisa que fiz foi trocar de lugar, não tinha mais clima para sentar atrás de Julia como sempre. Não havia ninguém na sala ainda, olhei para o meu antigo lugar sentindo um aperto no peito e fui me sentar no canto da sala, atrás da onde costumava ficar Guilherme, um garoto que quase não falava com ninguém ali. Ele me olhou confuso assim que entrou, mas sentou sem falar nada, e eu abaixei a cabeça quando que Julia entrou na sala.

Nunca imaginei que me veria nessa situação, sempre pensei em Julia como uma irmã, a futura madrinha dos meus filhos, e alguém a quem eu quisesse envelhecer juntas e pudesse sempre contar. Mas já vi que eu estava errada, em uma coisa minha mãe tinha razão, não importa quanto tempo você conheça uma pessoa, você nunca a conhecerá totalmente. E era assim que eu me sentia, como se desconhecesse aquela garota que cresceu ao meu lado. O que me leva a pensar se Julia era mesmo minha amiga, ou só andava comigo para estar perto de Frederico.

Decidi afastar os pensamentos da cabeça e prestar atenção na aula, antes que começasse a chorar novamente. As aulas foram insuportáveis e pareceram ter durado dias. De vez em quando alguém olhava para mim rindo e cochichando. Marion havia conseguido o que queria, havia me tornado a piada da escola. É claro que ninguém ali nunca iria acreditar que Luan ficaria com alguém como eu, mas o que mais me afetava era ter sido alguém que eu considerava minha melhor e única amiga a causadora disso tudo.

Na terça-feira foi a mesma coisa, até tentei puxar assunto com Guilherme, mas ele não trocou mais do que três curtas palavras comigo. Eu não achava que ele fosse alguém rude, penso que ele era apenas tímido. Passei a tarde inteira ainda tentando estudar para a prova de história e havia acabado de me deitar quando Luan ligou dizendo que viria me ver. Levantei rapidamente, troquei de roupa e em poucos minutos já estava a caminho da praça.

Quando o vi, de camiseta vermelha e boné branco, meu coração palpitou e a saudades que estava me atormentando há dias se transformou em alegria por estar novamente em seus braços. O apertei forte e ele retribuiu. Era aquele abraço que eu estava precisando receber, aquele abraço que me fazia esquecer o mundo, que curava todas as dores e concertava corações. Eu poderia ter milhões de abraços por toda a minha vida, mas eu sabia que sempre procuraria o dele para me sentir feliz.

— Como você está? – Ele perguntou assim que eu o soltei.

— Acho que posso dizer que estou bem agora. – Eu respondi enquanto nos sentávamos.

— E a situação com Julia?

— Está tudo igual. – Disse tristemente.

— Mas isso vai se resolver. – Ele me puxou me dando um beijo na testa.

— Não acredito muito nisso, ela traiu a minha amizade.

— Isso é complicado. Mas não vamos falar sobre isso agora, não quero te ver triste.

— OK. Vamos falar sobre o que então?

— Não sei. Como foi o seu dia hoje?

— Péssima escolha. – Disse encostando a cabeça no seu peito, enquanto ele passava o braço pelas minhas costas.

— Foi tão ruim assim?

— Foi.

— Deixa eu ver o que posso te dizer então. Depois que te deixei aqui na quinta fui direto para Boa vista, cheguei um pouco atrasado e brigaram comigo. Na sexta tive show em Manaus, foi no sambódromo, você teria adorado.

— Imagino. Nunca estive num sambódromo.

— Oportunidades não irão faltar! – Eu sorri.

— Prossiga.

— Ah sim. No sábado o show foi em Belém do Pará, foi nosso primeiro show lá e eu simplesmente adorei. E no domingo fechamos o fim de semana em Santarém, também no Pará.

— Nossa, e quando você descansou?

— Eu nenhum minuto. Eu disse que só não vim te ver antes porque estava sem o menor tempo.

— Eu fico feliz por você ter vindo. – Apertei ele em meus braços.

— Eu também. Eu precisava estar aqui para te dar um abraço e dizer que tudo iria ficar bem, como você fez comigo naquele dia.

— Falando nisso, o que tinha acontecido? – Ele hesitou por alguns segundos e então respondeu.

— Naquele dia teve um show, aconteceu alguns problemas, eu me atrasei bastante, não consegui atender as pessoas no camarim, o contratante se estressou, algumas pessoas vaiaram… ou seja, aconteceu uma série de coisas que não gosto nem de lembrar.

— Então não lembra, me desculpa. – Eu disse apertando-o ainda mais, sentindo meu coração doer. Não entendia e muito menos aceitava o fato de alguém conseguir machucá-lo, o meu garoto anjo, que por mais que fosse mais velho e bem maior que eu, seria sempre o meu menino. Alguém que a única coisa que fazia era levar felicidade para todos os lugares por onde passava.

— Tudo bem. Mudaremos de assunto de novo. Sua vez.

— Vai ter um baile no colégio esse mês.

— Baile? Nunca fui a um baile de escola.

— Eu também não.

— Mas agora você vai, eu já me formei.

— Eu não vou.

— Por que não?

— Porque a pessoa com quem eu gostaria de ir não vai poder me levar.

— Por quê?

— Porque ele tem uma agenda muito lotada.

— Hum, compreendo. Mas eu tenho certeza que se não for em um dia que ele tem show, ele terá a honra de te levar a esse baile.

— Sério? – Eu perguntei me soltando dele.

— Sério.

— Hipoteticamente falando, se ele não tiver show no dia, como ele pretende ir ao baile?

— Ele já se disfarçou por você uma vez, creio que ele não veria problema nenhum em fazer isso de novo.

— Você faria isso por mim? – Perguntei surpresa.

 — Pensei que estávamos falando hipoteticamente.

— Não mais.

— Faria. – Ele disse num meio sorriso torto.

— Então vou ver a data amanhã e te falo. – Eu disse abraçando-o animadamente.

— OK.

— Já sinto saudades de olhar o mar com você do meu lado.

— Eu também. Estava pensando em te roubar para mais um dia como aquele.

— Me roubar? – Perguntei levantando a cabeça para olhá-lo.

— Sim.

— Desde que te conheci sempre soube que você era um criminoso.

— Por quê?

— Porque você rouba corações. – Ele sorriu o meu sorriso favorito e me apertou novamente me seus braços. Ficamos ali conversando sobre várias coisas, desde o mar até fatos da nossa infância. E o tempo passou sem que eu percebesse, e antes que me desse por mim, Luan já estava em pé, me dando um longo beijo e dizendo que nos veríamos em breve. Voltei para casa me sentindo bem mais feliz. Me encontrar com Luan era a única coisa que me dava forças para suportar mais um turbilhão de problema, pois eu sabia que logo mais ele estaria lá novamente, me acolhendo em seus braços e me fazendo a pessoa mais feliz do mundo.



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