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História Diário de uma fã (versão Luan Santana) - Capítulo setenta e dois


Escrita por: ThataBernachi

Capítulo 72 - Capítulo setenta e dois


Estava caminhando em uma imensa praia, estava escuro, mas podia sentir a areia sob meus pés descalços e as ondas se quebrando ao longe. Olhei para o lado e vi Luan, ele estava vestindo um short e uma camisa branca, e também estava descalço. Ele sorriu abertamente para mim e eu pude sentir meu coração disparar. Sempre ficava maravilhada pelo seu sorriso.

- A onde estamos Luan? – Perguntei.

- Em Cancun.

- E o que fazemos aqui? – Perguntei confusa.

- Viemos passar o ano novo, não lembra?

- Acho que não. 

- E a onde foi que você esteve com a cabeça nos últimos dias? – Ele perguntou sorrindo. Percebi que ele estava segurando uma flor branca e a colocou atrás da minha orelha.

- Não sei, só não consigo me lembrar. – Ele me puxou para os seus braços e me deu um beijo na testa.

- Acho que todo esse sol está afetando a sua mente. Daqui a pouco as memórias voltam, só não se esqueça de mim.

- Isso nunca. – Disse ficando na ponta dos pés e o beijando. Joguei meus braços pelo seu ombro, enroscando a mão em seu cabelo, e ele me abraçou pela cintura. Pouco tempo depois ele me soltou e me deu um beijo no rosto.

- Vem, já está quase na hora. – Ele pegou na minha mão e saiu me puxando pela areia.

- Hora de que?

- A virado do ano Luly. – Ele disse sorrindo pela minha confusão. Olhei para baixo e percebi que estava vestindo um lindo vestido branco, florido de rosa e azul, do qual eu nunca havia visto antes. Nos aproximamos de um grupo de pessoas sentadas na areia. Logo reconheci a mãe, o pai e a irmã de Luan.

- Já vai começar os fogos. – Bruna disse, e nos sentamos ao lado dela.

- Quanto tempo falta? – Luan perguntou.

- Trinta segundos. – O Sr. Amarildo respondeu olhando o relógio.

- Dizem que o que se faz na virada do ano, é o que vai acontecer durante todo o ano. – Ele entrelaçou a sua mão na minha. – Então eu quero ficar para sempre ao seu lado, segurando a sua mão. – Ele falou olhando dentro dos meus olhos e senti meus coração se encher de felicidade.

- Por todos os anos de nossas vidas. – Prometi, e ele me deu um beijo na testa. Então as pessoas ao nosso redor começaram a contagem regressiva. E assim que atingiram o número um, todos gritaram e vários fogos de artifício de todas as cores se irromperam no céu. – Feliz ano novo. – Disse a Luan.

- Feliz primeiro ano que passaremos juntos. – Ele falou sorrindo e me deu um longo selinho. Então senti alguém nos abraçar.

- Feliz ano novo! – Bruna disse animada, quase nos derrubando para trás.

- Feliz ano novo! – Falamos, enchendo ela de beijos, um de cada lado. E então a dona Marizete e o Sr. Amarildo se juntaram a nós, e nos cumprimentamos todos com abraços apertados. Assim que todos voltaram a se sentar, eu encostei a cabeça no ombro de Luan, e ele passou o braço a minha volta, segurando a minha mão, e ficamos ali assistindo aquele show de luzes que se projetavam no céu.

- Vem, precisamos pular sete ondas. – Disse Luan assim que os fogos acabaram, e todos saímos correndo em direção ao mar. A água estava gelada e batia no meu joelho. Pulei as sete ondas segurando na mão de Luan e assim que elas terminaram, ele me abraçou.

- Eu amo você. – Disse no seu ouvido.

- Eu também amo você. – Ele falou me dando um beijo na bochecha. Percebi a dona Marizete, o Sr. Amarildo e a Bruna, parados ao nosso lado se abraçando ternamente. Então me afastei de Luan, fechei os olhos, sentindo o vento no meu rosto, bagunçando o meu cabelo.

- Dizem que se você fechar os olhos na virada do ano e fizer um pedido do fundo do coração ele se realiza. – Disse para Luan. – Faça seu primeiro pedido do ano.

- Quer casar comigo? – Abri os olhos assustada.

- Oi?

- Quer casar comigo? – Ele repetiu.

- Ficou louco? – Ainda não conseguia acreditar no que meus ouvidos estavam ouvindo.

- Eu sempre fui louco. – Ele sorriu. – Louco por você. – Senti meu coração disparar no peito e as lágrimas paralisarem nas pálpebras.

- Pede direito. – Bruna disse empurrando de leve o braço de Luan. Olhei para ela e os três sorriam para mim. Luan me puxou para a fora da água e se ajoelhou na areia, pegando a minha mão.

- Luiza Villar, você aceita se casar comigo? – Sentia minhas pernas tremerem. Era meu menino me pedindo para passar a vida inteira com ele.

- Tem certeza? – Perguntei.

- Nunca tive tanta certeza em toda a minha vida.

- Aceito. – Disse sorrindo, e pude ouvir os gritinhos abafados da Bruna. Luan beijou a minha mão e se levantou. Então eu pulei no seu colo, enchendo-o de beijos.

- Você não deveria ter ido para a escola? – Ele perguntou.

- Como assim?

- Luiza? – Então a voz de Luan foi ficando distante e se transformando, enquanto a sua imagem parecia cada vez mais distorcida a minha frente. Abri o olho e vi Frederico me encarando. – Você não deveria ter ido para a escola?

- Fred! – Joguei o travesseiro nele em protesto por ter me acordado na melhor parte do sonho, mas ele desviou.

- O que foi?

- Nada. Que horas são? – Perguntei sentando na cama assustada.

- Nove e meia, saí mais cedo da escola. – Procurei meu celular, achando-o do lado do travesseiro sem bateria.

- Me empresta seu celular?

- Pra que?

- Só me empresta, é rápido. – Ele pegou o celular do bolso e me entregou. Disquei o número de Luan, mas caiu na caixa postal antes mesmo de chamar, mas resolvi deixar recado. – Luan é a Luiza, me atrasei um pouco, mas já estou indo, tudo bem? Beijos. – Mas só quando desliguei, me lembrei que o celular dele estava com a Dagmar. – Que droga! – Protestei.

- O que houve? – Fred perguntou.

- Nada. Obrigada. – Devolvi o celular para ele, e corri para pegar meu carregador, colocando-o na tomada.

- Só vim te avisar que a Julia falou que vocês têm prova amanhã. – Ele disse ao sair.

- Tudo bem. – Murmurei enquanto ligava o celular. Então várias notificações de chamadas chegaram nele, e havia uma mensagem, ela dizia: “Luly por que não atende o celular?” O número era desconhecido e não estava assinada, mas eu sabia que era de Luan. 

Tentei ligar para o número, mas estava fora de área, então corri para tomar banho enquanto o celular carregava, como estava calor, coloquei minha camiseta com a estampa do Mickey e um short jeans. E enquanto penteava o cabelo, a imagens do sonho voltaram na minha cabeça como um filme, um lindo filme. E eu me peguei sorrindo enquanto encarava o espelho. Havia sido tão lindo, tão real. Mas eu deveria saber que cenas como essa só acontecem nos nossos sonhos, aquele tipo de sonho em que você deseja poder não acordar nunca mais. 

Uma parte de mim queria gritar e pular de felicidade, mas a outra queria apagar aquele sorriso bobo em meu rosto e toda a esperança que continha nele. Eu não podia, aquele momento era lindo, mas ele não me pertencia. E doía só de pensar que pudesse pertencer a outra pessoa. Após respirar fundo concluí que se não fizesse isso logo, talvez não tivesse mais coragem, pois até naquele momento ela me faltava.

Saí do banheiro decidida, conversaria com Luan naquele mesmo dia, ainda no hospital, antes que as palavras se perdessem, antes que a coragem evaporasse e o egoísmo me impedisse de continuar. Desci a escadas e fui direto para a cozinha, Frederico estava lá tomando um copo de leite. Peguei uma tigela de cereais e me sentei na outra ponta da mesa.

- Fred, você já teve que tomar uma decisão muito difícil? – Perguntei após algum tempo em silencio e ele me olhou confuso.

- Acho que não, por quê?

- Só queria saber o que fazer.

- Acho que não sou a pessoa certa para te dar conselhos, mas acho que a coisa mais sensata a te dizer é para seguir o seu coração. – Esse era o grande problema.

- E como você sabe que fez a coisa certa?

- Não há como saber, mas você sente.

- Como assim?

- Você sabe que fez a coisa certa quando se sente bem por isso. – Ele disse, e eu fiquei parada absorvida no que ele acabara de falar.

- Fred você pode me levar no hospital? – Perguntei após algum tempo em silêncio.

- Eu estou indo no laboratório.

- Mas o laboratório é do lado Frederico.

- Está bem, estou saindo agora.

- Eu também, só vou pegar meu celular. – Coloquei a tigela de cereal quase intocada na pia e subi as escadas correndo. 

Meu celular ainda não havia carregado, mas a outra bateria deveria estar em algum lugar do meu guarda-roupa. Peguei a cadeira do computador e subi, praticamente jogando todas as coisas do maleiro no chão, até achar a pequena caixa do meu celular. Felizmente eu não tinha mexido na bateria reserva desde quando havia ganhado o celular do meu pai. Troquei as baterias rapidamente e desci as escadas enquanto ligava o celular. Durante caminho até o hospital tentei ligar para o número que Luan havia mandado a mensagem, mas ainda estava fora de área. 

Frederico me deixou na esquina e eu saí quase correndo até a recepção, notando que não havia nenhum fotógrafo por ali. Assim que cheguei ofegante no balcão, a recepcionista me disse que Luan não estava mais ali, e que fazia um pouco mais de uma hora que ele havia sido transferido. Saí do hospital completamente abalada, estava triste por não ter conseguido conversar com Luan, mas principalmente por não tê-lo visto. Não queria voltar para casa, então decidi ir andando até o escritório da minha mãe. 

Estava quase chegando quando meu celular começou a tocar. Peguei rapidamente pensando ser Luan, e vi que era Nayara. Pensei várias vezes antes de atender, não estava com cabeça para dar explicações por ter omitido minhas história com Luan. Mas resolvi atender, não podia ficar evitando as pessoas o tempo inteiro enquanto elas se revoltavam contra mim, uma hora teria que falar.

- Oi.- Atendi, mas minha voz saiu menos animada do que eu gostaria.

- Como você conhece o Luan e nem sequer me apresenta? – Ela zombou.

- Não, eu queria tudo só para mim.

- Eu sabia, sua egoísta.

- Idiota! – Revirei os olhos.

- Você que é.

- Eu te odeio. – Disse e ela riu.

- Odeia nada. E aí como ele está?

- Está melhor, foi transferido para Londrina agora a pouco.

- Ah que bom, qualquer coisa me liga, estamos todas preocupadas.

- Está bem.

- E você como está amiga?

- Eu estou bem amor, não se preocupa não.

-Ok, qualquer coisa me liga, viu?

- Pode deixar que eu ligo. – Desliguei o celular um pouco aliviada, ficava feliz em saber que pelo menos Nayara não me julgava. 

Entrei um um pequeno escritório azul claro no centro da cidade, a onde havia uma placa prata escrito Dra. Elena Linhares Villar. Apesar de meus pais estarem separados legalmente, minha mãe ainda usava o sobrenome dele. Penso que ela gostava muito do nome, pois sempre estranhei o fato de nem eu nem Frederico termos o sobrenome dela.

- Oi Celeste. – Cumprimentei a secretária. – A minha mãe está?

- Não, ela foi ao fórum.

- Ah sim, vou esperar na sala dela então.

- Está bem. Chegaram revistas novas, acho que você vai gostar daquela primeira. – Ela disse apontando para o cesto de revistas no canto da sala.

- Ah, obrigada. – Assim que peguei a revista pude ver a pequena foto de Luan ao canto. 

Celeste era secretária da minha mãe a pouco mais de um ano, e como todas as outras pessoas que me conhecia, sabia do meu amor pelo Luan, e sempre guardava para mim as revistas que ele aparecia.

- Olá Luiza. – Disse o Dr Macedo, um dos outros dois advogados que trabalhavam no mesmo escritório que a minha mãe, ao sair apressado. Não tive tempo de responder, pois ele já estava atravessando a rua quando olhei. 

Celeste deu risada, mas ela sabia que eu não me surpreendia mais com a correria daquele lugar, não era por acaso que minha mãe precisava de remédios para dormir. 

Peguei a revista e entrei na sala dela. O escritório da minha mãe era pequeno, mas completamente elegante. Todo decorando em cores claras, com a parede do fundo em vermelho vivo. Havia duas janelas viradas para a rua, iluminando e arejando a sala, algumas prateleiras com livros, vasos de flores e porta retratos, do qual muitos estampavam o meu rosto. Uma mesa branca tomava quase toda a parede do fundo, nela havia um computador, uma luminária pequena, um porta canetas enfeitado, que eu havia dado de presente para ela na terceira série e mais fotos nossas em forma de calendário. Me sentei na cadeira giratória e tentei ligar novamente para aquele número atrás de notícias de Luan. 

Me surpreendi ao ver que estava chamando e ao terceiro toque uma mulher atendeu.

- Alô.

- Oi, o Luan está por ai? É que ele me mandou mensagem por esse número. – Disse envergonhada.

- Quem está falando?

- A Luiza.

- Oi Luiza, é a Marizete. - Senti meu coração gelar a menção do nome dela. Apesar da simpatia e a simplicidade que ela transmitia, sempre ficava tensa pelo simples fato de ela ser mãe dele.

- Oi dona Marizete, como está? – Perguntei ainda com vergonha.

- Vou bem, o Luan está dormindo, acabamos de chegar em Londrina, foi uma viagem cansativa.

- E como ele está?

- Está ótimo, até passeou pelo hospital hoje de manhã e tirou foto com todas as enfermeiras.

- Ah que bom! – Eu disse reprimindo a risada, Luan era inacreditável.

- Ele tentou te ligar várias vezes pra avisar que ia ser transferido de manhã, mas seu celular estava desligado.

- É, tinha acabado a bateria.

- Ah sim.

- A senhora diz para ele que eu liguei?

- Digo sim querida.

- Obrigada.

- De nada. Um ótimo dia para você.

- Para a senhora também. – Desliguei o telefone sorridente, nunca havia me imaginado falando tão tranquilamente com a mãe de Luan e aquilo me deixava nas nuvens. 



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