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História Diário de uma fã (versão Luan Santana) - Capítulo oito


Escrita por: ThataBernachi

Capítulo 8 - Capítulo oito


A maioria das pessoas já havia saído do recinto, apenas algumas pessoas ficaram para a boate após o show. Em poucos minutos já estava entrando no hotel, e vi quando a van branca em que Luan estava passou por mim. Me sentei em uma poltrona no saguão e esperei. Não demorou muito para que ouvisse uma voz atrás de mim me chamando discretamente. Pensei que fosse Roberval novamente, mas quando olhei para trás vi Luan segurando a porta do elevador. Fui em direção a ele, enquanto observava as pessoas no saguão do hotel, mas ninguém parecia nos notar.

— Pensei que você fosse chegar pela frente! – Disse enquanto entrava no elevador.

— Eu entro pelos fundos, bobinha. – Ele disse rindo. – Desculpa te deixar esperando, estava atendendo as meninas que estavam lá embaixo.

— E eu perdendo essa oportunidade! – Disse fingindo indignação. Ele revirou os olhos. – Não adianta fazer essa cara, você sabe que normalmente eu estaria lá com elas.

— Mas você está aqui agora.

— Acho que sim.

— Como assim acha?

— Ainda estou esperando a hora em que minha mãe vai me acordar dizendo que está na hora de ir para a escola!

— Quer que eu te belisque?

— Não, isso pode me acordar. Ainda não está na hora! – Ele riu balançando a cabeça, provavelmente me achando maluca.

— Pode ficar a vontade, eu preciso tirar a maquiagem e tomar um banho. – Ele disse assim que entramos na suíte.

— Já estou à vontade! – Eu disse sentando na cama, enquanto olhava ele trocar o tênis marrom por um chinelo branco.

— Bem-vinda a minha casa!

— Deve ser difícil praticamente morar em hotéis, e ficar tanto tempo longe de casa.

— Ficar longe de casa é bem complicado, mas o lado bom de tudo isso é compensador.

— Tudo na vida é como uma pilha.

— Como assim?

— Tem seu lado positivo, e o seu lado negativo. Essa é a minha teoria.

— Teoria interessante! E eu concordo. – Ele disse entrando no banheiro, e deixando a porta aberta, provavelmente ainda não iria tomar banho.

— Foi um ótimo show! – Comentei enquanto me levantava e o seguia até o banheiro, parando na porta.

— Sim, eu também gostei. O pessoal estava transmitindo uma energia muito boa.

— Mas essa energia vem de você!

— Eu não seria nada sem eles! – Nesse momento eu olhava o reflexo dele no espelho, e podia ver como os olhos dele brilhavam quando ele falava dos fãs, realmente eles eram tudo na vida dele, e eu senti uma alegria imensa em fazer parte disso.

— Deixa que eu faço isso para você! – Eu disse enquanto ele colocava um pouco de demaquilante no algodão, que havia acabado de pegar na gaveta.

— Pode deixar, já estou acostumado. – Ele disse passando o algodão na testa, e olhando para mim pelo espelho.

— Me deixa ter essa honra? – Eu insisti enquanto me aproximava, ele sorriu me passando o algodão, e eu comecei a passá-lo delicadamente pelo seu rosto.

— Já não tem quase nada de maquiagem, saiu tudo durante o show.

— Claro, você transpira muito porque não para quieto!

— Não teria graça se eu ficasse plantado no palco feito uma árvore! – Ele deu com os ombros.

— É verdade. – Admiti enquanto colocava mais um pouco de demaquilante em outro algodão. – Você passa mais maquiagem que eu! – Zombei.

— Engraçadinha! – Ele fez uma careta. – A minha maquiadora diz que é apenas para cobrir as imperfeições.

— Acontece que eu não vejo.

— O que?

— As imperfeições. – Ele revirou os olhos. – É sério. Eu não vejo a diferença, e até acho você bem mais bonito assim. – Eu disse enquanto ele passava um sabonete no rosto.

— Cheio de espuma?

— Não, seu bobo! – Dei um tapa de leve no seu ombro. – Sem maquiagem, você fica menos pálido. – Ele olhou para mim com o rosto todo molhado, pingando água na sua camiseta azul claro.

— Eu sou pálido?

— Não. Só que passam muito pó compacto em você. – Peguei a toalha que estava pendurada e entreguei a ele.

— Deve ser por causa da luminosidade da pele. Ouvi a Dagmar falar algo sobre isso.

— Mas pelo menos fica bom, porque tem muito artista por aí que passa tanta maquiagem, que fica parecendo um travesti. – Ele riu.

— É sério!

— Adoro essa sua espontaneidade! – Ele disse agarrando as minhas pernas e me jogando nos seus ombros, me levando em protestos até a cama.

— Me solta, larga de ser besta! – Eu me debatia enquanto ele me colocava na cama e segurava os meus braços.

— Eu sou o que?

— Chato, idiota, retardado…

— Ah é? Eu sou tudo isso então? – Ele estava em cima de mim, trancando as minhas pernas entre as dele, era quase impossível eu conseguir me soltar.

— Me solta!

— Eu não vou soltar. Pede desculpas!

— Eu não vou pedir! – Eu me debatia, mas era em vão, ele era bem mais forte do que eu.

— Pede desculpas! – Ele repetia se divertindo com a situação.

— Eu não vou pedir. Você é idiota! – Consegui soltar meu joelho esquerdo, acertando o estômago dele, o fazendo soltar um gemido de dor, enquanto caía de lado, me levando junto para o chão.

— Você quer me matar desse jeito!

— Não é uma má ideia! – Eu disse irônica.

— Ainda bem que você não tem força para isso!

— Ah é? Não doeu o suficiente?

— Não, para! – Ele segurou meus braços, me puxando contra ele, fazendo com que minha boca ficasse a milímetros da sua. Olhei dentro dos seus olhos, e eles queimaram nos meus. Então preenchi o espaço que havia entre nós, tocando seus lábios quentes e macios, e a cada movimento de nossas bocas meu coração acelerava. E essa sensação era incrível, era como se estivéssemos ouvindo pela primeira vez uma canção que já conhecíamos de cor. Uma canção que tocasse a alma, e falasse tudo que estávamos sentindo. E naquele momento ele era a melodia que faltava na minha canção, assim formando uma sinfonia perfeita, com todos os arranjos e acordes necessários.

Eu sentia uma de suas mãos alisando o meu cabelo delicadamente, enquanto a outra deslizava pela minha cintura, me causando calafrios. Foi quando o medo me invadiu. Eu nunca tinha ficado em um quarto com nenhum homem antes, sentindo o que eu estava sentindo agora. Me afastei interrompendo o beijo. Eu não estava preparada para algo mais que aquilo. Luan me olhava fixamente, e as minhas pernas tremiam.

— Eu preciso ir. – Eu disse, e a expressão dele mudou de ternura a preocupação.

— Eu fiz algo de errado? – Eu deveria estar sendo muito idiota nesse momento, então tentei parecer mais calma.

— Claro que não! – Sorri. – É que já esta tarde, e a Roberta deve estar me procurando.

— Tem certeza que quer ir? – Ele ainda me olhava como se estivesse vendo algo além dos meus olhos, como se pudesse ler a minha alma. Como era difícil resistir àqueles olhos, era quase doloroso.

— Tenho. – Eu disse juntando todas as forças que me restavam. Levantei me sentando na cama, ele fez o mesmo.

— Vamos estão? – Ele disse. Peguei minha bolsa em cima da cama, e o acompanhei até o elevador em silêncio. Assim que entramos olhei para o espelho ao fundo, que até aquele momento não havia chamado a minha atenção. E ao contrário das outras vezes, Luan também parou de frente para o espelho, e eu pude reparar o quanto nós éramos diferentes. Luan era lindo, tudo nele se encaixava perfeitamente, tinha a beleza de um anjo, apesar de nunca ter visto um. Mas penso que seria exatamente assim.

— O que foi? – Ele perguntou erguendo uma das sobrancelhas, enquanto passava a mão pelo cabelo propositalmente bagunçado.

— Nada não. – Eu poderia ficar olhando para ele por horas sem me cansar. Quantas vezes eu havia sonhado com aqueles olhos castanhos nos meus, quantas vezes eu chorei por não poder tocá-lo. Mas agora ele estava ali, do meu lado. Por mais que eu não o visse nunca mais, ter um minuto apenas da sua atenção já era o suficiente para que eu me sentisse a pessoa mais feliz do mundo. E agora eu estava ali, ao lado do meu ídolo, tão perto que podia sentir meu braço roçando o seu. Olhei dentro dos seus olhos pelo espelho, e ele sustentou o meu olhar em silêncio. Queria poder ler os seus pensamentos, saber no que ele estava pensando agora, se ele estava reparando o quão sem graça eu era perto dele, e se havia se arrependido de ter me convidado para vir ao hotel. O elevador abriu, interrompendo os meus pensamentos.

— Quer que eu te leve em casa? – Ele perguntou segurando a porta do elevador.

— Não. Tenho que procurar Roberta. – O abracei, beijando de leve seu rosto. – Adorei ter vindo aqui com você.

— Espera. Me dá o número do seu telefone. – Ele disse quando eu já estava saindo. Não consegui segurar meu sorriso bobo ao pensar que ele tinha a intenção de me ligar. Passei o número para ele, e o abracei mais uma vez antes de me virar e sair do hotel, enquanto a porta do elevador se fechava.

Parei em frente ao local em que foi o show, peguei meu celular na bolsa e liguei para Roberta.

— Roberta a onde você está? – O barulho do outro lado da linha não deixava que eu escutasse quase nada do que era dito. Mas entendi que ela estava na boate. – E estou aqui na frente, e estou ligando para o meu pai. – Desliguei antes que ela respondesse, não iria deixar Roberta estragar a minha noite. Roberta apareceu cerca dez minutos antes de o meu pai chegar, não trocamos nenhuma palavra, mas o olhar que ela me lançou dispensou qualquer palavra.

— Como foi o show? – Meu pai perguntou assim que entrei no carro.

— Foi ótimo, você deveria ter vindo!

— Não tenho mais idade para essas coisas filha.

— Pai o senhor ainda é novo, precisa se divertir!

— Eu me divirto do meu jeito. – Ele sorriu.

Assim que abri a porta do quarto, tirei as sandálias que estavam machucando meu pé, e me joguei na cama. Mal podia acreditar em tudo que estava acontecendo nesse fim de semana. Parecia que de alguma forma eu havia caído em um dos meus sonhos, e desejava nunca ter que sair dele. Levantei pegando um livro azul turquesa e uma caneta na minha mala e deitei de bruços na cama. Aquele livro com capa de camurça e páginas sem linhas era o meu mais recente diário, do qual eu escrevia tudo que sentia, para que um dia pudesse ler e lembrar de como era a minha vida, caso o tempo me deixasse buracos na memória. Sempre fui melhor com as palavras escritas, do que as pronunciadas, por isso escrever se tornava uma terapia diária.



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