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História Dois É Demais - Mudança


Escrita por: SexHun

Notas do Autor


OOOIIIII SUPREMES

então pra quem não me conhece olá e pra quem já me conhece olá e não me mate por estar postando outra fic e não terminando OLD, mas é q eu to com bloqueio na outra fic

mas voltando pra essa, então, eu conheci monsta x não faz nem um mês eu acho, mas já to viciada neles e essa fique surgiu porq eu shippo mutio esses dois casais, sendo separado ou junto hihi

Eu não sei qual casal vai ficar junto no final, eu realmente não consigo escolher entre os dois, então vocs é que vão votar nos comentarios o casal que vocs querem. Os votos vão ser assim:
Podem votar por um só casal em cada cap
Pode votar em todo cap
Ai no final o casal que tiver mais votos vai ficar junto no final, não vai mudar em nada na estória, só no final. porq os dois casais vão interagir aos longo dos caps

deixa eu parar de falar e vão ler
Boa leitura

Capítulo 1 - Mudança


 

 

-VOCÊ É O QUE? – Minha mãe grita incrédula antes de desmaiar. Meu objetivo nunca foi aborrecer ninguém, mas eu acho que é isso o que acontece quando se diz ser gay à sua família coreana.   

Os coreanos são bem preconceituosos e conservadores, eles estão tentando mudar, mas como os mais velhos sempre têm razão na nossa cultura -e eles acham a comunidade LGBT errada-, acho que vai demorar um pouco mais pra perceberem que ser gay não é doença, pecado e que nem significa estar possuído por um demônio. É normal, assim como é normal ser hétero.  

Eu sempre tive duvida em relação a minha sexualidade, já fiquei com meninas, mas não era aquele alvoroço todo que meus amigos falavam. Não foi nem um pouco prazeroso meu primeiro beijo, eu e ela usávamos aparelho e éramos BV, nem teve mão boba, e no final acabei o beijo com um pedaço de carne no dente. Foi muito nojento e nem sei como foi parar lá.   

Meus amigos tentaram me jogar em outras garotas, mas foi tão traumatizante aquele beijo que só fiquei com alguém dois anos depois, quando tinha 16 e os hormônios estavam chegando com tudo. Meus amigos diziam ficar excitados só de ver as garotas no uniforme de ginástica, mas nunca achei nada demais. Muitas tinham a bunda mais flácida e menor que a minha.  
 
E foi nesse ano que fiquei com a segunda, terceira, quarta e sei lá quantas garotas a mais, e tudo no mesmo dia e lugar. Mas eu tenho uma explicação muito plausível pra isso. Eu e meus amigos fomos pra uma festa e eu queria ficar animado do jeito que eles descreviam quando ficavam com alguma menina, então meu objetivo na festa foi ficar com a primeira pessoa com uma vagina que aparecesse. Mas meu plano não deu muito certo. Eu fiquei com uma garota, mas foi muito desconfortável quando ela pegou no meu pênis e não senti nada, pensei que o problema era com ela então foi a caça, mas... Eu fiquei com várias naquela noite e nada.  

Com nenhuma menina.  

Não senti nada. 

Nadica de nada. 

Isso me deixo muito aborrecido e intrigado, então assim que cheguei em casa liguei o computador e digitei no google: “não fico animado beijando garotas e sou homem, o que fazer?”. E a primeira resposta me deu um grande de um choque. “Então você é gay” era a resposta a minha pergunta.  

Fiquei a noite inteira pensando nisso, nem consegui dormir direito. Como eu só teria aula na segunda, e era sábado, tentaria conversar com meus amigos e se eles não me ajudassem tentaria conversar com os meninos estranhos da minha escola. Uma gangue que fura aula só pra fumar maconha e fazer mais sei lá o que. Eles têm cara de que sabem de tudo, então tomara que minha suposição esteja certa.  

  

  

  

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No domingo fiquei enfurnado no meu quarto pensando sobre a conclusão de ontem. Eu nunca fui preconceituoso, mas nunca imaginei que eu seria um deles. Não, isso saiu estranho. Quer dizer, nunca pensei que eu gostasse de rola. Isso também saiu estranho. Mas pensando bem, eu sempre achei os meninos da minha escola mais interessantes do que as meninas, talvez eu pense assim porque eu consigo conversar de outra coisa além de maquiagem com os garotos...  

E todas as bandas que eu gosto são girl group, e nem porque acho elas bonitas –tudo bem que algumas são, mas não é pra tanto- e sim  porque gosto de dançar as coreografias.  

E quando eu era pequeno gostava de usar as roupas da minha mãe. Passando maquiagem, usando vestido e até tentava andar de salto. Mas isso eu fazia quando tinhas uns 10 anos. 

Já era de madrugada em casa, então resolvi ir beber um pouco de chá para esfriar a cabeça e pensar em outra coisa que não fosse isso. Tirei a coberta bem lentamente, tentando não fazer som quando coloquei os pés no chão gelado. Abri a porta com a mesma lentidão de quando levantei da cama e me direcionei para a cozinha. Meu quarto era perto da cozinha então foi mais fácil chegar sem fazer barulho.  

Esquentei a água no fogão e esperei até ferver para colocar um pouco de lavanda e esperar. Enquanto esperava não consegui controlar meus pensamentos... Fiquei imaginando qual dos meninos da minha sala eu pegaria.  

Kim Jongdae com certeza não, o beijo deve ser muito molhado. Taeyang tem um corpo maravilhoso, mas um cérebro de merda. Jimin é muito afeminado. Siwon é um safado, com certeza tentaria transar comigo na primeira oportunidade... Nenhum menino da minha sala parece decente, até que lembrei do representante de sala, ele é perfeito. Alto, nem muito magro ou musculoso, cabelo castanho e curto, uma personalidade incrível e uma boquinha vermelha. Aish, até me arrepiei só de lembrar. E o nome dele é tão sonoro... Significa Firme, do jeito que ele deve ser...  

-Chul – Pronunciei seu nome para o vazio da cozinha e foi tão boa a sensação - Chuul - Comecei a falar o seu nome repetidamente, sem parar – Talvez eu invista em você, senhor representante de classe.  

-Porque você investiria no representante de classe? - Cai no chão da cozinha de susto, eu jurava que estava sozinho, mas pelo jeito meu irmão resolveu aparecer do nada – Quem assusta assim quer dizer que tá escondendo alguma coisa.  

Ele se aproximou de mim devagar, me olhando estranho e segurando a risada. Não pra não rir na minha cara, mas sim pra não acordar nossos pais. Mas essa risada com certeza era direcionada pra mim, eu estava só de cueca no chão molhado, por causa do susto levei meu chá pro chão comigo.  

-Vai, conta logo – Ele estendeu a mão, me ajudando a levantar.  

Eu fiquei sem saber o que responder. Meu irmão é legal e tals, mas não sei como reagiria se dissesse que talvez sou gay e gostaria de dar uns amassos no Chul, o tal representante de classe.  

-Tá pensando em pegar ele é? - O máximo que consegui fazer foi arregalar os olhos com essa pergunta – Eu entendo, até eu pegaria ele. Ele é bem bonitinho.  

Eu não estava acreditando no que estava ouvindo, meu irmão deve ser vidente ou sei lá. Porque não tem como ele saber que era isso que estava pensando, desde que cheguei da festa não conversei com ninguém da minha família.  Mas pelo lado bom, isso é ótimo. Se meu irmão pensa assim, não tem problema eu contar pra ele, posso até receber alguns conselhos.   

Mas não dá, as palavras não saem da minha boca. 

Vou ter que confessar de outro jeito.  

-É se-serio? -Perguntei meio receoso.  

-Claro que não - Ele riu calmo – Eu to te zoando. Tá achando que sou bicha? - Ele levantou a sobrancelha, ótimo agora ele é homofóbico – Olha pra mim, ia ser muita falta de educação com as garotas.  

-Seu idiota.  

Acho que minha fala saiu meio irritada, porque ele parou de sorrir na hora. Ótimo, agora ele vai ter certeza absoluta de que tenho interesses em garotos.  

-Ei, - Me cutucou – To só brincando maninho. Mas eu acho o Chul bonitinho, não tava zoando nessa parte. Só na parte de pegar ele que era zoeira, afinal eu sou hétero.  

Um silencio nós consumiu enquanto eu colocava a água pra esquentar no fogão novamente.  

-Porque tá fazendo chá de madrugada?  

-Tô sem sono – Respondi meio seco, não tava muito afim de papo e queria que ele percebesse isso.  

-Quando isso acontece comigo fico ouvindo musica até o sono voltar, normalmente funciona melhor do que chá - Acho que meu irmão não entendeu a indireta pra calar a boca – Eu acordei porque to afim de acordar gripado e faltar na faculdade, não to nem um pouco afim de encontrar a minha namorada. Ela tá chata e to pensando em terminar. O que você acha?  

-Ela é legal – Coloquei a erva no chá.  

-Eu sei, mas é um porre quando eu to afim de transar e ela só sabe falar mal das amigas. Ou quando eu to jogando video game e ela pede minha opinião sobre alguma roupa. Ou quando eu to vendo televisão e ela quer sair de casa...  

-Acho que o chato nessa relação é você e não ela - Já que ele quer conversar, vou ser sincero mesmo.  

-Como assim? Eu sou a pessoas mais legal que existe, pode confirmar com os meus amigos.  

-A sua namorada só que atenção, carinho e amor. Coisas normais em um relacionamento, mas você só pensa no próprio umbigo e só chama ela pra sair quando quer transar. Já que é assim não é mais fácil manter uma amizade colorida do que um namoro?  

-Nunca pensei que ouviria isso de você maninho... Você é muito novo pra saber o que é amizade colorida – Revirei os olhos, odeio quando ele me trata como criança quando tenho 16 anos – Vou conversar com ela amanhã. Valeu e boa noite maninho.  

Terminei de beber meu chá e voltei pro meu quarto.   

Acho que vai ser mais fácil eu falar com a gangue da minha escola do que com meus amigos. Tenho certeza que não conseguiria falar nada disso com eles, principalmente depois de imaginar como seria ficar com eles. Eca.  

  

  

  

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Acordei um pouco atrasado, coloquei meu uniforme tão rápido pra dar tempo de tomar o café, mas só consegui comer uma maça correndo em direção a escola. O bom é que a escola era mais ou menos perto de casa, cheguei lá depois de uns 10 minutos correndo que nem um louco.  

Eu podia muito bem ter usado a desculpa de acordar atrasado pra faltar, mas se minha mãe soubesse eu iria sofrer as consequências. Uma semana sem ver os meus programas de entretenimento favoritos. E o pior de tudo é que não tem como achar os episódios na internet. Então prefiro vir a escola.  

Passei pelos portões e vi meus amigos, corri até eles. Estavam conversando sobre algo que não me interessa.  

-Bom dia gente – Todos eles me olharam e começaram a rir.  

Não entendi nada, olhei pra minha roupa, procurando se tinha alguma coisa errada quando percebi que minha roupa inteira estava do avesso. Só isso que me faltava.  

Corri pro banheiro e entrei desesperado. Não estava afim de ser zoado logo pela manhã. Quando passei pela porta do banheiro estranhei o local estar tão limpo e cheio de garotas. AI MEU DEUS. Eu entrei no banheiro feminino. As garotas começaram a gritar e me chamar de pervertido, sai dali o mais rápido. O bom é que não tinha ninguém do lado de fora pra me ver ser xingado por varias garotas.  

Entrei no banheiro masculino e sabia que estava no certo por causa do cheio de testosterona, ou seja, fedo de xixi. Procurei uma cabine aperta, mas todas estavam trancadas. Não sei como, mas deve ser mais uma pegadinha do povo do último ano.  

Aproveitei que não tinha muito movimento no banheiro do primeiro andar, já que o banheiro do segundo andar era o mais usado, porque é mais limpo. Tirei minha roupa ali mesmo, me cagando de medo de alguém me ver, mas tirei. Quando estava só de cueca e pronto pra desvirar minha calça escuto a maçaneta da porta abrindo. Eu olhei a porta ser aberta lentamente, não foi lentamente, mas estava tão cagado de medo que parecia que tava lentamente. E quem entra no banheiro é ninguém mais ninguém menos que Chul.  

Engoli em seco.  

Ele me olhou surpreso.  

Eu olhei pra ele com vergonha, não deixei de não lembrar de ontem.  

"Talvez eu invista em você, senhor representante de classe."  

Até parece que ele ia querer alguma coisa comigo.  

Até parece que eu conseguiria investir nele.  

-É-é t-tá tudo be-bem Minhyuk? - Ele tava todo vermelho, uma gracinha.  

Nem acredito que ele tá com vergonha de me ver assim, talvez ele também esteja pensando em investir em mim. Acabei de descobrir que talvez eu seja gay e já to adorando. Bem mais fácil que ser hétero. Pelo menos é o que parece.  

Ah, quem eu to querendo enganar, ele teve tá me achando um pervertido e nunca vai querer nada comigo. Ele deve até ser hétero. Só porque eu me descobri gay não quer dizer que o mundo ficou gay.  

-É que... Avesso minha roupa... - Ele inclinou a cabeça com cara de interrogação, ele fica cada vez mais fofo. Como isso é possível.  

Acho que um segundo depois ele entendeu minha frase porque veio me ajudar a arrumar minha roupa. Pegou minha blusa e começou a tirar do avesso com um mini sorriso no rosto.  Ele olhava pro meu rosto, depois pro meu corpo e para na roupa. Ele fez isso umas três vezes. E eu juro que ele tava me secando, e dessa vez não é ilusão de gay. Eu espero.  

Coloquei a calça e ele me ajudou a colocar a blusa, colocando cada botão em sua casinha. Ele fazia isso tão devagar que as vezes sua mão encostava na pele do meu peito, me dando um leve arrepio.  

Quando ele terminou ficou me encarando. Ele tinha a mesma altura que a minha e como estávamos perto, os narizes praticamente se encostavam. Pra mim tava rolando uma tensão sexual enorme e eu espero que isso também esteja acontecendo com ele.  

-Você... - Ele começou, mas demorou pra terminar a frase – Tem um... Corpo bonito.  

Ele terminou a frase todo vermelho e eu nem tive tempo de reagir, ele saiu correndo logo em seguida. Depois dessa cena eu com certeza iria tentar algo, talvez chama-lo pra sair depois da escola. 

O sinal tocou, avisando que a primeira aula estava para começar. Eu estava sem um pingo de vontade de encarar o professor de geografia, ambos são chatos pra caramba. Além de que hoje teria uma prova que nem abri um livro pra estudar. Tava mais do que fudido. 

 

 

 

 

 

 

Quando ouvi o sinal avisando que era intervalo quase chorei de felicidade. Eu chutei tudo na prova de geografia e já estava me preparando fisicamente e psicologicamente, pois junto do zero viria uma sura da minha mãe. 

Sentei com meus amigos no gramado do campo de futebol, aproveitamos que ninguém estava o usando para comermos em paz. Mas um grupo de moleques delinquentes chamou minha atenção. 

A tal gangue da minha escola estavam do lado do muro dos fundos, onde nenhum professor aparecia. Eles pareciam estar fumando alguma coisa, mas não tinha certeza, pois não enxergava direito o que estava rolando. 

Quase levantei para pergunta-los sobre ser gay, mas parei pra pensar duas vezes. Se eu fosse lá tinha grande chances de nunca mais voltar, morrer, ser sequestrado ou pior. Eu não faço ideia do que esses caras fazem, além de tudo eles têm tatuagens, ou seja, só podem ser do mal. 

Olhei pro meu grupo de amigos e novamente estavam conversando sobre peitos. Oh coisa chata. Pensei em me intrometer na conversar e perguntar sobre ser gay, mas muito provavelmente eles não saberiam me responder ou tirariam sarro da minha cara ou pior, fazerem os dois. 

Nunca odiei tanto ficar com uma dúvida por tanto tempo martelando na minha cabeça, normalmente quando eu tinha uma dúvida era só perguntar para algum adulto e pronto, caso resolvido. Mas dessa vez a situação era mais complicada e delicada. 

Fiquei tanto tempo divagando nos meus pensamentos que nem percebi que o intervalo tinha acabado, só fui perceber quando meu amigo me chamou. Olhei uma última vez para a gangue antes de falar pro meu amigo ir na frente que já estava indo. 

Pura mentira. 

Não iria voltar pra sala tão cedo. 

Andei em direção da gangue morrendo de medo. Eles me olharam de cima a baixo. Senti minhas pernas falharem com essa olhada, mas tentei me mantar firme e com o queixo erguido. 

-Que foi? - Um deles, que parecia ser o líder, perguntou calmo soltando a fumaça do cigarro na minha cara. 

Depois de tossir sem parar consegui responder – E-e-eu que-quero tirar uma dúvi-dú-dú-dúvida. 

-Você é gago por caso? - Ele aproximou o rosto do meu, me deixando como uma estatua, não conseguindo o responder – Hein?! 

Assustei-me e acabei gritando uma resposta. 

-NÃO SENHOR – Quis cavar um buraco no chão depois que o respondi e todo mundo começou a rir. 

-Não precisa ficar com medo – Um outro moleque, com cabelo comprido falou, passando o braço em volta do meu pescoço. 

Todos eles começaram a falar comigo, me fazendo relaxar aos poucos. Eles eram até que legais e muito engraçados, me senti confortável a fazer minha pergunta. Estava torcendo pra minha dúvida ser sanada hoje e agora. 

-Como eu sei se sou gay? 

Eles demoraram a me responder, o que me fez ficar com medo de ter falado besteira. 

-É simples, só beijar um cara – Falou o cabeludo. 

-Mas eu nunca beijei um cara e nem sei como fazer isso. 

-Se quiser a gente te ajuda. 

-Como? - Questionei confuso. Mas me responderam sem palavras. 

O líder deles chegou perto segurando meu rosto com as duas mãos, antes de eu conseguir pensar em algo senti lábios encostarem no meu. Os lábios começaram a se mexer lentamente, por parte dele porque eu só conseguia ficar parado sem saber o que fazer. 

-Relaxa – Ele disse antes de voltar a encostar os lábios no meu. 

Depois de me recompor retribui o beijo, estava tudo ótima até as línguas entrarem no meio. Deixei a minha parada por um bom tempo até que comecei a mexe-la devagar, saboreando o beijo e as sensações novas que meu corpo sentia. Esse foi o melhor beijo que já tive em toda a minha vida. 

-E ai? Gostou? 

Não consegui responder com palavras, ainda tava atordoado com o beijo. Apenas confirmei com a cabeça e um pequeno resmungar. 

 

 

 

 

 

 

As aulas finalmente acabaram, suspirei aliviado. Depois de ter beijado o líder da gangue ele disse que era melhor eu voltar pra minha sala. Voltei com um sorriso enorme no rosto, pedi licença pro professor que mesmo reclamando me deu. 

Não consegui prestar atenção em mais nada o resto do dia. 

Quando estava saindo da sala percebi que eu era o único ali, até ouvir alguém resmungar. Olhei na direção do som e lá estava Chul, encolhido na porta como se estivesse me esperando. 

Eu fiquei tão atordoado com o beijo que me esqueci de Chul, ele é perfeito, mas depois de ter ficado com o líder da gangue fiquei confuso em relação ao representante de classe. Já não sabia se queria ficar com ele ou não. 

-Oi – Disse assim que passei pela porta. Começamos a caminhar em direção da saída juntos. 

-Está tudo bem? - Ele perguntou olhando pra mim preocupado - Você parecia avoado nas últimas aulas, além de ter chegado atrasado depois do intervalo. 

-Tava prestando atenção em mim é? - Provoquei-o. 

Ele corou imediatamente, tentando falar alguma coisa, mas só abria e fechava a boca sem sair um som dessa. 

-Eu to brincando – Ele pareceu voltar a respirar – Eu só estou feliz. 

-O que aconteceu? 

-Nada demais. Talvez o nosso encontro hoje de manhã tenha me deixado feliz – Sorri pra ele que me retribuiu com um sorriso tímido 

Chegamos no portão e cada um seguiria um caminho diferente. Talvez eu devesse investir nele agora. Lambi os lábios, engoli a saliva e respirei fundo. 

-A gente devia marcar de sair esses dias – Consegui falar o mais natural e descolado possível. 

-Olha Minhyuk, eu gosto de você e quero te conhecer... Só que eu não sou gay. 

Essa afirmação foi um balde de água fria na minha cara. Como assim ele não era gay, e aquela tensão sexual no banheiro, aquele “seu corpo é bonito”, aquelas coradas. Estava me sentindo completamente ludibriado. 

Acho que ele percebeu que eu fiquei chocado com sua afirmação e saiu correndo me deixando lá, plantado como um idiota que o primeiro amor não o corresponde. 

Retiro a afirmação que ser gay é mais fácil que ser hétero. 

Pelo jeito é mais fácil ser assexuado. 

 

 

 

 

 

 

Acordei no dia seguinte sem um pingo de vontade de ir pra escola e ter que encarar o representante de classe. Mas pra minha sorte -ou não – quando eu cheguei no portão da escola fui abordado pelo líder da gangue. Ele me beijou e disse que estávamos namorando. Eu é que não reclamei. 

Nosso namoro foi bem esquisito, ele tentava a todo custo me fazer faltar as aulas, mas não queria que minhas notas caíssem, elas já não eram as melhores se piorassem capaz de eu repetir. 

Nossos encontros sempre aconteciam na casa dele, já que morava sozinho. O que mais me chocou foi que ele nunca tentou nada além de beijos comigo, coisa que agradeço eternamente, não estava pronto pra encarar outra rola além da minha no exato momento. 

Nosso namoro ia fazer um ano em fevereiro. O mês que resolvi contar a minha mãe que sou gay, ou seja, agora. 

Meu irmão infelizmente não estava presente, foi viajar pra algum país da Europa, sortudo. Se ele estivesse aqui com certeza me apoiaria, pois a conversa que tive com ele há um ano significou muito pra mim. Ter o apoio do meu irmão era tudo o que eu queria, mesmo ele sendo um babaca, eu admirava-o. 

Depois de acudir a minha mãe do desmaio, tive de repetir a notícia. 

-Mãe, pai... Eu sinto atração por outros garotos – Dessa vez mudei as palavras esperando que ninguém desmaiasse. 

-Como você pode fazer isso com a gente? E nossa reputação? Como fica? 

Não consegui controlar o revirar de olhos que veio junto com essas palavras. Pouco me importa a opinião alheia. 

-Eu não vou sair por ai gritando que sou gay e soltando purpurina se é isso que preocupa vocês. 

-O que me preocupa é meu filho dar o rabo e os vizinhos ficarem sabendo – Falou me pai mais bravo do que nunca. 

-Que se dane os vizinhos e o que eles pensam. 

-Então seja hétero – Disse minha mãe finalmente – Eu sabia que viver em uma cidade pequena não ia fazer bem pros meus filhos. 

Qualquer coisa de ruim que acontecia minha mãe culpava a cidade pequena. Minha mãe nasceu e viveu na cidade grande e meu pai na cidade pequena, eles se conheceram em uma viagem a Jeju. 

Minha mãe nunca concordou em morar numa cidade pequena, falando que faz mal a mente. “Te deixa louco das ideias” é o que minha mãe falava toda hora. 

Mas não foi a cidade pequena que me fez assim e nem minha mentalidade ou amigos ou qualquer coisa. Eu nasci assim. E eles teriam que me aceitar assim. 

-Eu não posso ser uma coisa que eu não sou – Afirmei ainda calmo. Não sei como não tava gritando loucamente com eles. 

-Então finja ser – Essa é a ideia mais maluca que eu já ouvi e não devia me surpreender já que saiu da boca da minha mãe. 

-Por que você não é igual ao seu irmão ou primo? Que nós apresentam as namoradas e são heteros. 

-Porque eu não sou eles! 

Um silêncio nos consumiu, me senti totalmente desconfortável esperando a minha morte. Eles talvez me matariam esfaqueado. Não faz muita sujeira. Talvez asfixiado. Sim, bem mais fácil. 

Mas o que aconteceu em seguida foi pior que a minha morte, foi mais uma ideia absurda da minha mãe. 

-Então você vai aprender a ser hétero. Já que seu irmão não pode ensina-lo, seu primo vai. 

-QUE?  

-Você vai pra Seul morar com sua tia e primo. E quando você voltar quero que me traga um namorada. 

Não conseguia acreditar no que acabei de ouvir, essa é a pior das piores ideias. 

-Agora vá arrumar sua malas, você vai amanhã de manhã – Ditou meu pai. 

Não tinha como eu os contrariar, eu iria querendo ou não. Do jeito fácil ou difícil. Então preferi do jeito fácil. 

Mandei uma mensagem avisando meu namorado já que não conseguia ligar pra ele. Mas em vez de um “boa viagem” ou “vou sentir sua falta” eu recebi a pior mensagem que poderia imaginar. “Então terminamos”. 

Chorei arrumando as malas. 

Chorei tomando banho. 

Chorei me trocando. 

Chorei dormindo. 

Eu chorei até ficar seco. 

Esse com certeza tava sendo o pior dia da minha vida.

 

 


Notas Finais


E ai? Gostaram? Odiaram?
esse é só o primeiro cap então tá meio parado porq contou a estória do Min, mas no proximo vão aparecer mais membros do monsta x
eu vou tentar fazer a estoria meio engraçada, mas não sei se sou boa nisso *se enconde*
tchaau
e não esquece de votar
XO


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