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História Dominante - Parte I - VIII


Escrita por: Aella

Notas do Autor


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Capítulo 8 - Parte I - VIII


Fanfic / Fanfiction Dominante - Parte I - VIII

Correr livre. Essa era a coisa que todos os lobos mais gostavam, depois de uivar para a lua, claro. E era isso que eu, Rebecca Elise Young, estava fazendo naquele início de tarde. No início de tarde em que eu deveria estar indo falar com o Alpha da alcateia de minha cidade. Porém, eu queria aproveitar as últimas horas de minha completa liberdade, sem estar entrelaçada com um bando de outros lobos machistas e controladores. Portanto, eu estava aproveitando essa liberdade da melhor maneira possível: Caçando.

Eu já havia comido um peixe, mas ainda queria algo a mais. Não que eu estivesse com fome de verdade – eu havia acabado de almoçar três sanduíches na Wendy's -, mas eu estava com fome de ação. Os últimos dias foram extremamente estressantes para mim, lidando com David, com o recém-descoberto "relacionamento" de Lucius e Scarlet, com todas essas coisas com a alcateia de Columbus... O que eu mais precisava era sentir a adrenalina, a excitação de ser o predador e saber que a presa não tem chance alguma de sobreviver, e depois o prazer de cravar meus dentes lupinos em sua carne, saboreando o sangue e a carne fresca, e sentindo a vida do animal escapando de seu corpo, sob meus caninos.

Ao longe, eu havia escutado o som de patas pesadas contra o chão de minha floresta e, mesmo não tendo sentido o cheiro, eu presumia que era um urso. Um animal que eu teria muito prazer em caçar.

Eu corria pela floresta, seguindo apenas minha audição aguçada até o urso. Era incomum eles estarem tão perto da estrada assim, mas isso explicaria o porquê que não havia muitos cervos por perto, animais que eu também adorava caçar. Dei uma parada, sentindo algo mudar no vento. Levei meu nariz mais perto do chão, para sentir melhor o cheiro incomum que havia acabado de surgir em meu caminho.

Era uma mistura. Um cheiro selvagem, mas também doce. O cheiro da própria floresta, pinho, combinado com o cheiro de algo doce, mas que também pertencia à floresta, flores silvestres.

Levantei minha cabeça, confusa. Cheiro de pinho e flores silvestres? O que diabos...? Eu ainda não conseguia sentir o cheiro do urso. Só o que sentia era esse cheiro diferente, parecia dominar tudo ao redor. Abaixei minha cabeça novamente para tentar reconhecer o cheiro mais uma vez. Pinho... Flores silvestres... Desisti, não conseguindo identificar o cheiro. Eu só sabia que era recente, bem recente. O dono do cheiro havia passado por ali há apenas uns quinze minutos.

Pinho e flores silvestres...

Era um cheiro muito bom, um cheiro que eu, loba, havia gostado quase que imediatamente. Era viciante para mim. E eu precisava segui-lo.

Retomei minha corrida, mas dessa vez não tendo um urso em mente. Um urso não poderia ter um cheiro assim tão específico. E agora eu me perguntava se era mesmo um urso que eu havia escutado enquanto eu estava perto do riacho. Independente do que fosse eu precisava saber. O cheiro era intoxicante demais para eu ignorá-lo. Se não fosse mesmo um urso, era algo grande e ameaçador o suficiente para assustar os outros animais selvagens dali. Esse conhecimento me causou um arrepio, deixando meus pelos das costas em pé. Entretanto, eu não estava com medo. Estava perigosamente curiosa.

O aroma – não mais apenas um cheiro para mim, era bom demais para ser descrito de outra forma a não ser um aroma – estava ficando cada vez mais forte, e isso só podia significar que eu estava chegando perto da criatura. Diminuí minha corrida até ficar em apenas um trote. Dois esquilos passaram correndo por mim, indo na direção oposta a minha, e me olharam como que tentando me alertar para fugir. Fugir? Como que algo que cheirasse tão maravilhosamente bem assim poderia representar uma ameaça para mim?

Estava perto, muito perto. Podia sentir o aroma em seu nível mais forte e o som das folhas secas que haviam caído por causa do outono sendo quebradas por patas poderosas. Pude ouvir a respiração forte e senti uma imensa vontade de correr até o animal. Mas não o fiz. Dei a volta em umas árvores, cautelosa para o animal não me ver antes de eu o ver, e tive completa visão da clareira onde o animal se encontrava.

Enorme. Enorme.

Um alce grande, mas morto, estava em sua frente, e seu rosto estava enterrado no abdômen aberto do animal. Estava se alimentando, deliciando-se com o gosto de sua caça.

Era maior que Luke, maior que Joe, maior que Drake ou Max. Maior que Christian e maior que Corrie. Maior do que qualquer outro lobo que eu já vira. Era incrivelmente intimidador, mas eu não tinha mais dúvidas de que o aroma vinha dele.

Eu não estava caçando um urso. Estava caçando um lobisomem.

Ele era grande demais para ser confundido com um lobo, isso era um fato. E o cheiro distinto também provava que ele não era um ser lupino qualquer. Seu lobo era lindo ao ponto de eu não conseguir desviar meu olhar, nem por um momento. Como já disse várias vezes, era enorme, o maior lobisomem que eu já vira, seus ombros largos e suas patas musculosas enfatizavam sua força. Tinha pelos de um marrom diferente. Escuros, mas não escuros demais. Claros, mas não claros demais. Era quase um vermelho. Um lobo vermelho.

Era um lobisomem grande e feroz, e estava em meu território, caçando minhas presas. Minha mente estava uma bagunça só, pensando e sentindo milhares de coisas ao mesmo tempo. Eu estava furiosa com ele e queria mostrar para ele quem era a dona dessas terras; estava maravilhada com sua aparência, seu aroma e sua capacidade de parecer que todos os fios em seu corpo pertenciam ali, em minha floresta; estava intimidade, pois sabia que, mesmo querendo mostrar para ele que as terras eram minhas, eu não conseguiria. Algo, no fundo da minha mente, sabia que ele era mais lobo que eu, mais dominante.

Eu precisava sair dali, e rápido. Precisava correr até achar meu carro, e daí ir para casa, tomar um chá para acalmar meus nervos – que agora pareciam que estavam ainda pior – e me entregar ao Aidan. Esse lobo, que eu não sabia quem era, iria me fazer em pedacinhos se me visse observando-o como estava fazendo, e por isso eu precisava sumir. Naquele mesmo segundo.

Mas eu não conseguia.

Algo nele não me deixava, loba, partir. Eu queria ficar ali, olhando-o se deliciar com a carne de alce, até ele terminar e continuar seu passeio pela floresta. Eu queria segui-lo e até, quem sabe, correr junto com ele pela mata. Pinho e flores silvestres... O aroma intoxicante que pregava minhas patas ao chão.

De repente, a cabeça do lobo avermelhado virou em minha direção, achando meus olhos azuis, mesmo escondidos atrás de folhas e galhos. Por alguns segundos, ficamos apenas nos encarando, nenhuma emoção visível nos seus olhos estranhamente perigosos. Olhos cor de fogo, ferozes e selvagens.

Virou seu corpo em minha direção, sua boca toda manchada de sangue, que pingava nas folhas caídas. Seus olhos intensos me examinaram por completo e depois ele soltou um grunhido potente, que fez eu me encolher em pavor.

Pavor. Uma sensação que eu nunca havia sentido antes. Era realmente, como diziam, apavorante. Eu saber que estava apavorada por causa desse lobo me deixava mais cheia de pavor ainda, se é que isso era possível.

O grunhido ecoou pela floresta, e ecoou dentro do meu ser, como a pior das ameaças. Foi com se algo tivesse finalmente se conectado em meu cérebro e meu corpo ganhado movimento de novo.

Soltei um leve ganido e corri. Corri para bem longe do Alpha.

Seu grunhido estava tão carregado de poder, que não havia mais dúvidas sobre a identidade do lobo. O lobo lindamente avermelhado, com o cheiro que me puxava e a força que me intimidava, era Aidan Rucker, o lobisomem com quem eu deveria me encontrar hoje mais tarde.

Agora estava tudo destruído. O plano de ir falar com ele hoje só ia funcionar porque nós, Luke, Scar, e eu, tínhamos certeza que ele ainda não fazia ideia de minha presença em sua cidade. Agora foi tudo por água abaixo. Ele realmente nunca havia me visto antes ou sentido meu cheiro, e havia me estudado com tanta minuciosidade naqueles poucos segundos na clareira, que o fato de ele não me reconhecer era evidente. Agora ele iria me caçar.

Corri desesperada, tentando ao máximo desviar dos galhos das árvores que ocasionalmente, por causa da minha alta velocidade e falta de atenção, arranhavam-me. Aidan Rucker havia me visto. Aidan Rucker iria me caçar. E Aidan Rucker não estava nem um pouco contente com minha situação em seu território.

Finalmente, depois do que pareceram anos, cheguei ao estacionamento. Olhei para trás, mas não havia nada. Talvez eu o tivesse despistado ou algo assim. Meu coração estava perigosamente acelerado. Eu não estava acostumada em ser a presa, mas agora eu me via como um coelhinho indefeso e o Aidan era a raposa traiçoeira – nada contra, Scar – que queria me comer para o almoço.

Iniciei minha transformação de volta a humana e, muito rapidamente, tirei minhas roupas do porta-malas e as vesti. Coloquei a cruz de ouro, que agora era meu talismã da sorte, ao redor de meu pescoço e beijei a cruz. Eu precisava sair dessa. Eu precisava sair dessa.

Entrei no meu carro e dei a partida. Um vulto marrom surgiu, bem naquela hora, de dentro das árvores e aterrissou bem no meu capô, fazendo um barulho horrível e com certeza amassando meu carro. Dei um grito demasiado estridente, de tão grande que foi o susto que levei. Os olhos de fogo me encaravam pelo vidro da frente e eu entrei em pânico.

Ele não ia me deixar fugir da floresta, não me deixaria ir para casa, não me deixaria viver. Era assim que eu ia morrer, pelas garras de um Alpha que eu havia seriamente irritado. Minha loba estava mortificada, encurralada em um cantinho de minha mente.

Fechei meus olhos, pensando em Bernard, algo que eu raramente fazia.

Eu havia dado tudo por aquele desgraçado. E o que eu descobri? Descobri que ele estava me usando o tempo todo, jogando joguinhos doentios comigo, com meus sentimentos e com minha existência. Ele, um vampiro antigo e poderoso, queria me transformar em uma de suas ovelhas. Mas eu não deixei, não é mesmo? Eu fui esperta e, mesmo se alguns dizem que foi jogo sujo, já que ele estava adormecido, eu o destruí. Reduzi a pó um vampiro com mais de um século de vida. Um obstáculo e tanto que eu havia superado.

Se eu consegui me livrar de um filho da puta como Bernard, conseguiria dar conta de outro como Aidan. Eu poderia até morrer de medo dele e de seu poder que, se fosse usado, com certeza me faria ficar de joelhos para ele, mas eu não poderia desistir. Eu não iria abaixar minha cabeça para esse imbecil e deixá-lo me matar. Se ele me fizesse entrar em sua alcateia, tudo bem, eu já esperava por isso, mas eu não morreria por suas mãos imundas.

Encarei-o de volta, chamando minha loba para me ajudar a intimidá-lo. Meus olhos castanhos cor de mel trocaram para os de minha loba. Meu gelo anulando o fogo dos olhos de Aidan. Por um momento, senti-me mais poderosa que ele, mas fogo sempre derrete gelo, não é mesmo...? Ele arqueou suas sobrancelhas lupinas por um segundo, mas logo voltou para seu olhar irritado e intimidador. Talvez até mais irritado ainda.

Dei a ré abruptamente, quase o fazendo cair. Suas unhas cravaram no capô e pude ouvir o som agonizante de suas garras rasgando a lataria. Desesperada para tirá-lo de cima, dei algumas rodopiadas com o carro pelo estacionamento e, no final, dei mais uma ré abrupta. O terrível som de suas garras parou e ele foi jogado para o lado, jogado ao cimento do estacionamento. Obrigada, inércia.

Meu carro deveria estar parecendo um lixo pior ainda do que ele já parecia, com seu novo capô amassado e cheio de marcas de garras de lobisomem. Seria muito difícil explicar isso para a seguradora, se eu tivesse uma, o que eu não tinha porque meu salário só me permitia uma porção de coisas. E seguro para terceiros era a única envolvendo meu carro nessa lista V.I.P.

Ignorei tudo isso. A última coisa com o que eu deveria estar me preocupando no momento era no estado de minha lata velha. Talvez eu devesse rezar para não pegar nenhum policial na estrada que se interessasse em saber como meu carro chegou naquele estado, mas minha mente estava focada no animal feroz que eu conseguia enxergar pelo retrovisor. Ele estava se levantando, e seu olhar encontrou o meu pelo espelho. Soltou outro rugido que, como o primeiro na clareira, ecoou dentro de mim, mas não fiquei no estacionamento tempo o suficiente para dar a ele outra chance de atacar.

Acelerei para a estrada. Com certeza ele não me seguiria pela estrada, certo? O que os civis pensariam vendo um lobo, claramente grande demais para ser apenas um lobo, seguindo um carro caindo aos pedaços e cheio de amassos e arranhões, com uma motorista que parecia que havia acabado de fugir – por causa de minhas roupas amassadas e meu cabelo mal arrumado - do hospício? Aidan não causaria um escândalo tão grande assim, causaria?

Eu esperava muito que não, mas também não queria descobrir.

Dirigi loucamente pela estrada, indo em direção à cidade. Eu não sabia o que fazer. Não havia nada a fazer. Eu só sabia que não podia ficar perto de Aidan naquele momento. Ele estava furioso e seu olhar era assassino. Conversar com seu lobo estava completamente fora de cogitação.

Eu deveria esperar um pouco até ele se acalmar, e tentar falar com ele em forma humana. Olhei pelo espelho e não vi nenhum animal gigantesco no horizonte. Um bom sinal.

Instintivamente, peguei meu celular, que eu havia deixado no banco do passageiro, e liguei para a Scarlet.

- Alô...? Becca? Oi, amore, o que posso fazer por você? – Perguntou a ruiva, pelo telefone. – Já está indo falar com o-

- Scarlet. – Interrompi-a. Minha voz supreendentemente calma. – Vá para minha casa e me espere chegar. – Não pude controlar o tom de comando em minha voz. – Leve o Luke. Tranquem as portas e as janelas. Não abram a porta para ninguém e não saiam de dentro. – Não que isso fosse impedir lobisomens, mas todo cuidado era pouco.

Não esperei ela responder ou me importei com sua reação. Desliguei o aparelho, jogando-o de volta em seu lugar no banco. Ela entenderia que algo tremendamente importante estava acontecendo. Algo tremendamente perigoso.

Minha única chance de sobreviver era não irritar mais ainda o Aidan. Mostrar para ele que eu não lhe era uma ameaça e que eu pretendia falar com ele naquele mesmo dia – algo que com certeza seria difícil de fazê-lo acreditar, mesmo sendo a mais pura verdade.

Em outras palavras, eu teria que me comportar e não deixar evidente o tamanho de meu desgosto por ele e seus lobos. Não poderia fazer nenhum comentário sarcástico, não poderia deixar nenhuma ofensa escapar por meus lábios e, mais importante, teria que fazer o que ele pedisse. Pedisse não, mandasse. Agora eu já duvidava que ele fosse civil comigo.

Eu iria, sim, comportar-me. Ou pelo menos, tentaria meu melhor, o que nem sempre era o suficiente...

'Se Deus realmente existir,' Falou minha loba, e desviei o olhar da estrada por um segundo e olhei para o colar de ouro envolta de meu pescoço, o velho "presente/brincadeira" que dei ao Bernard. 'Ele que nos ajude.' 

 


Notas Finais


Livro físico:
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