História Don't Forget - Abril de 1981

Abril:

Mari:

-Isso... Desse jeito.... Mais... Ah...

-Sirius desse jeito a Senhora Waters vai vir aqui de novo – Ralhei. Ele estava de deitado de bruços enquanto eu estava sentada em cima dele fazendo massagem, pois eram seis da manhã quando ele acordou gritando de câimbra , obviamente que fui cuidar do meu namorado.

-Não é minha culpa se você tem mãos maravilhosas- Ele retrucou, agora eu massageava suas costas.

-Já está melhor? Também quero um pouco de massagem- Pedi e meu namorado resmungou.

-Não, preciso de mais um pouco, nas costas- Rolei os olhos, Si era tão manhoso. Deitei em suas costas nuas.

-Eu te amo- Falei baixinho ao pé de sua orelha, ele riu rouco.

-Tudo isso por uma massagem, MacLaine? Vai ter que ser mais convicente – Sirius provocou e me esparramei mais nesse.

-Não quero massagem, só estou feliz por ser apaixonada por você- E beijei suas costas.

-Ok, isso é um belo golpe baixo- Ri, mas fomos interrimpidos por batidas na porta. – Uma hora dessas quem pode ser?

-Deve ser a Senhora Waters reclamando desse seu escândalo –Respondi, mas ainda sim preocupada com quem poderia ser, peguei minha varinha da cômoda e fui para a sala.- Quem é?

-Ingrid, eu te dei um pufoso no seu aniversário de nove anos e o seu irmão tentou comer ele.- De fato era minha amiga, porém eu estava incrivelmente confusa, abri a porta e na hora ela se jogou em meus braços.

-Grid...!- Exclamei , porém eu só conseguia escutar os soluços dela.

-Ah Mari... – Ela choramingou  e não conseguiu me dizer mais nada.

-Sente-se no sofá, vou pegar uma água para você- Me apressei.

-O que aconteceu?- Sirius apareceu já de calça e colocando uma camiseta.- Ingrid? O Que você está fazendo aqui ?E...

-Ele me deixou- Ingrid disse como sempre sem rodeios, mas arrassada, parei no meio da cozinha com o copo na mão sem acreditar no ela estava dizendo. Na verdade eu estava com dificuldades de entender o que estava realmente acontecendo.

-Como assim te deixou?- Sirius parecia bem mais calmo que eu .

-Foi embora, deixou um bilhete dizendo que não poderia ficar- Ela falou e voltou a chorar, Sirius a abraçou pelos ombros, ele estava incrivelmente mais calmo que eu.

-Nós vamos atrás dele, Ingrid. Botar algum juízo na cabeça dele- Sirius garantiu- Vamos nos trocar e bolaremos um plano, não é Mari?

-Claro- Falei automaticamente entregando água para minha amiga e fui para o quarto apressadamente me trocar , assim que fechei a porta encarei Sirius, ele parecia tão perdido quanto eu.

-Eu vou matar o Aluado- Ele disse.

-O que a gente faz?- Quis saber.

-Vamos pedir reforços, chamar Pontas e Lily.

-Mas eles não podem sair de casa!- Sibilei.

-Isso é diferente Mari- Ele apenas disse e em seguida realizou o feitiço do patrono, de sua varinha saiu uma coruja muito parecida com Ziggy, olhei para ele com um sorrisinho de canto e ele rolou os olhos.- Não me olhe assim, você sabe o quanto é importante para mim.

-Eu não disse nada- brinquei, após ele dar o recado o patrono se desfez. Colocamos uma roupa mais informal e voltamos para sala, Ingrid olhava fixamente para a porta, mas sem chorar.

-Como você está?- Indaguei sentando ao seu lado

-Por que ele fez isso?- Ela perguntou. Essa era uma boa pergunta que nem eu , nem Sirius conseguia responder, o jeito fora ficar em silêncio abraçando-a até que escutamos baterem na porta, para nosso profundo alívio eram os Potter, com a capa de invisibilidade de James.

-Viemos o mais rápido possível- Lily falou. –É verdade?

-Não acredito nisso- James emendou olhando para Ingrid.- Vamos procurar ele.

-Todos nós? Vai dar a impressão que ele é um procurado do ministério- Rebati- Vamos em dois, e então os outros ficam aqui em casa.

-Eu vou- James se prontificou- Não aguento mais ficar trancado em casa, levo a capa também.

-Vamos lá, Pontas- Sirius disse, mas Lily balançou a cabeça.

-Acho melhor não Sirius, da última vez que você e Remo foram acertar as contas a Ingrid mandou uma carta pro James ir separar a briga de vocês. Vai a Mari.

-Eu?

-Eu sou capaz de dar uma botinada em Remo no momento, não acredito que ovu falar isso ,mas você e James são os mais sensatos no momento.

-Merlin, Lily – Ingrid resmungou e rimos

-Vou com você então , James- Me levantei decidida.

-Vamos MacLaine- Beijei a bochecha de Ingrid e fiz carinho em um de seus cachinhos- Fica bem, ok?

-Tragam o Remo- Ela apenas pediu e sorri um pouco, me levantei e na hora senti me abraçarem.

-Dê um chute no Aluado por mim- Si falou baixinho.

-Eu sou uma dama.- Deixei claro- Será um soco bem dado.

-Essa é minha garota- Ele riu baixinho, eu amava escutar sua risada.

-Voltamos logo- Avisei saindo do meu apartamento, eu e James descemos as escadas e fomos para fora, fazia um belo dia já dando os indícios da primavera.

-E agora, James?- Indaguei e ele parou para pensar um pouco.

-Os pais de Aluado foram para Escócia... Mas a casa está lá ainda- O encarei desconfiada.

-Você acha...? – Ele passou a mão pelos cabelos, velhos hábitos nunca morrem, lembro que uma vez Lily disse que achava a coisa mais ridícula em James era essa mania.

-Só vamos saber se formos- Ele estendeu a mão para mim, e segurei para que pudéssemos aparatar, quando me recuperei estávamos à poucos metros da residência dos Lupin.

-Acho que não tem ninguém, James- Alertei.

-Vamos esperar, coloca a capa- Ele mostrou a capa e fiz uma careta- O que?

-Como vou saber que você e Llily não deram uns amassos debaixo da capa?- Ele ergueu a sobracelha.

-Do mesmo mesmo que não sabemos se você e Almofadinhas já fizeram algo no sofá da casa de vocês- Fiquei debaixo da capa enquanto James dava risadinhas triunfantes.

-Sempre achei muito interessante essa capa.

-Relíquia de família, éum dia quem sabe será do Harry- Ele disse.

-Por isso vocês escapavam de boas em Hogwarts- Observei e James riu. Ficamos esperando, e esperando... Tivemos que sentar no chão até que James me cutucou nas costelas sem fazer barulho algum, Remo estava fechando a porta da casa e tinha ao lado uma mala, na hora senti um calor subir , lembrei do quão arrasada minha melhor amiga estava, da vida que ele estava jogando fora....

-Mari...! –ouvi James exclamar enquanto eu saia da capa e ia na direção de Remo, na hora esqueci que eu poderia estuporar, e assim que ele virou na minha direção o empurrei.

-COMO VOCÊ PÔDE FAZER ISSO?

-Pontas... Mari...

-ELA ESTÁ NESSE MOMENTO ARRASADA, VOCÊ NÃO ENTENDE QUE ELA TE AMA?!

-Não tinha...

-CLARO QUE TINHA! FICAR COM ELA E AGORA VOCÊ VAI EMBORA COMO UM COVARDE!

-NÃO ME CHAME DE COVARDE!- Remo rebateu e apontando a varinha na minha direção, eu já havia brigado com James em Hogwarts, inúmeras vezes com Sirius, mas nunca com Remo, na hora fiquei parada. –É TÃO FÁCIL PARA VOCÊS ME JULGAREM, NÃO É?

-Aluado, ninguém está te julgando...- James tentou apaziguar, mas ele já estava fora de si.

-Me larga, Pontas! Para vocês sempre foi fácil demais! Vocês não sabem o que é vir de uma família simples, humilde e com um filho lobisomem! As pessoas sempre me olharam com pena, medo, nunca viram como eu realmente sou! Veêm  o lobo, nunca a pessoa.

-Grid não vê isso- Tentei falar.

-Ingrid... Eu nunca devia ter me me relacionado com ela- Remo falava e sua agonia era visível. – Destrui o relacionamento dela com a mãe.

-Tia Ceci nunca aceitou a Ingrid do jeito que ela é, não foi sua culpa.

-Fiz meus amigos arriscarem a vida – Ele ignorou o que eu disse.

-Não é sacrifício quando é por amor- James disse- Aluado, por favor, seja razoável. Sei que as coisas estão difíceis, mas não é só a Ingrid que precisa de você. Eu também. Lily. Harry.

-Nunca vão me aceitar na sociedade, vou colocar a vida de vocês em risco- Remo falou, ele parecia mais velho, 40 anos ai invés de 20. Ficamos em silêncio até que James suspirou.

-Você já tomou sua decisão.- Ele falou e Remo apenas acenou com a cabeça. Na hora meus olhos se encheram de lágrimas,  e ao invés de dar o soco que havia prometido a Sirius abracei meu amigo.

-Não se vá Remo por favor. Nós vamos te proteger.

-Eu preciso me cuidar, Mari. Sozinho- Ele me apertou em seus braços, éramos da mesma altura- Cuide de Ingrid, por favor.

-Prometo.

-E de Almofadinhas, não se separe dele.

-Não vou.

-Quando eu voltar quero ver meu afilhado correndo pela casa- Dei uma risadinha.

-Pode deixar- Nos separamos um pouco e Remo beijou minha testa. Ele e James tiveram uma conversa que não pude escutar, mas emocionada, o abraço foi longo . Remo acenou para mim e então aparatou.

-Ah James- Funguei e ele abraçou meus ombros.

-Vai ficar tudo bem, Mari. Não podíamos fazer nada.

-Como vamos falar isso para Ingrid?

-Lembra quando você foi para o Brasil ano passado?- Torci o nariz- Talvez eles precisem de um tempo afastados também.

-Talvez... Desde quando você ficou maduro?

-Eu sempre fui, MacLaine- Rimos um pouco- Vamos voltar?

-Vamos. Aqui sua capa. – Ele jogou sobre nós e então aparatamos, por questão de segurança não tiramos nem quando chegamos de frente para meu apartamento, subimos a escadas e só tiramos quando abri a porta da sala, Ingrid parecia melhor, ela segurava Harry enquanto Lily dava papinha para ele, Sirius estava perto do afilhado como sempre, minha amiga me encarou longamente, ela conseguia ler minhas expressões tão bem quanto Sirius.

-Ele não vai mudar de ideia, não é?-Sua voz estava firme.

-Sinto muito Ingrid- Lamentou-se James.

-Não vou fazer nada. Ele fez a escolha, está na hora de fazer a minha- Ela limpou a boquinha de Harry com o babador e entregou ele para Sirius.-Vou para Romênia mesmo assim.

-Oh Grid- Guinchei chorosa, foi então que percebi malas na sala.- Agora?

-A chave de portal está aqui- Ela falou, na hora caiu minha ficha, essa seria a primeira vez que eu ficaria realmente longe da minha melhor amiga. Ingrid era minha irmã de pais diferentes, minha confidente, ela que me defendia e me escutava. Apertei os lábios já não suportando as lágrimas.

-Vai me escrever?- Dessa vez que derramou as lágrimas primeiro fora ela que me deu um forte abraço. Eu já não aguentava mais despedidas.

-Sempre . Quando eu puder vou lhe visitar, até mesmo no Brasil. Até parece que eu deixaria Sirius cuidando de você.

-Não vou me ofender dessa vez- Ouvi ele falar e continuei abraçada na minha amiga.

-Eu te amo, Mari- Ela falou

-Eu também te amo, Grid. Não me troque por nenhum dragão.

-Jamais. E você se cuida.

-Sempre- Grid se despediu dos outros, a essa altura eu já não conseguia parar de chorar, aos poucos nós seis juntos rindo e se divertindo estava virando apenas lembranças. Quando ela sumiu com a chave desabei no sofá. Lily segurou minha mão, seu nariz estava vermelho.

-Ainda temos uns aos outros- Ela lembrou e isso me fez sorrir um pouco.

-E já basta- Afirmei um pouco mais esperançosa.