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História Don't Stop Believin' - Norminah - I Love Your Galaxy and All Your Stars.


Escrita por: FarofeiraHansen

Notas do Autor


Teen Choice
Clipe de Angel
Fifth Harmony
He Like That
VMA's
Beijo Norminah (ou quase isso).
Possível terceiro single gravado.

Eu suportei tudo isso em pouco mais de 20 dias?! ♥

Capítulo 11 - I Love Your Galaxy and All Your Stars.


Fanfic / Fanfiction Don't Stop Believin' - Norminah - I Love Your Galaxy and All Your Stars.


Dinah Jane Hansen e Normani Kordei Hamilton: Apaixonadas pela nudez rente seus olhos e a vergonha que vinha sendo tão constante. 
Domingo, 12 de Fevereiro de 1995│ Detroit, Michigan, Estados Unidos. │ Cass Café │ 06:45am.

"A vida é melhor sem roteiros."

Medianos. Era a única coisa que se passava pelo castanho acinzentado com os flashes amarelados que adentravam pelas janelas estreitas que timidamente iluminavam o ambiente com a luz natural. Medianos. Era a única informação que conseguia processar em meio os respirares sôfregos, peitos descompensados e desnorteados olhos rasos em lágrimas que passaram a existir à cada olhar descarado em seu busto. 

Em outras palavras, um único termo para resumir os pensamentos de Dinah naquele momento seria hormônios. 

Não era como se ela quisesse arrancar suas roupas sem ao menos badalar das sete da manhã, muito menos que estavam a flor da pele com a garota cada vez mais curvada em tentar alcançar as roupas caídas ao chão, mesmo que não conseguisse ao menos mover seus olhos em uma outra direção. 

Mas também não lhe passava despercebido tal desejo. 

Normani se encontrava muda desde que as portas das cabines eram empurradas e talvez para seu azar ela havia de estar seminua em uma delas. O olhar de Dinah lhe intimidava, não ao ponto de incomodar, mas o suficiente para encher suas bochechas em vergonha em uma coloração jamais vista, ela ainda tinha seus distúrbios e vozes ensurdecedores zumbindo em seus ouvidos. 

Ela ofegou no olhar estarrecido que era alternado entre seus olhos e seios, curvando-se mais ainda com a aproximação repentina pressionando cada vez mais suas costas contra o azulejo gelado, o bem provável daquele lugar não manter aquecedores ligados devido ao horário de movimento logo tão cedo. Ainda atordoada com o acontecido seus perdidos olhos calculavam o que o castanho alheio queria lhe dizer.

Se é que diria alguma coisa. 

Porém fora de seus consentimentos ficou admirada quando os olhos castanhos acinzentados - pela pequena fresta de luz amarelada que tomava seu rosto -  vagaram à outra região de seu corpo. O que mais diretamente resumiria à todo dele, todos os pequenos detalhes e o estudo delicado do que preenchia seu olhar curiosos. 

Não era desejo, muito menos luxúria, mas o simples zelo e milhares de perguntas bombardeando sua cabeça da mesma forma que seu coração pulsava freneticamente seu sangue, colidindo ao seu peito e tilintando em seus ouvidos. Fora sua vez de ofegar.

Seus dedos maiores em comparação tocou-lhe em receio a pele repuxada de seu quadril, eram relevos constantes em marcas de pontos retirados em pouco tempo, a cicatriz estava tão presente quando a expressão surpresa e ao mesmo tempo atormentada da jovem contra a parede de azulejo não tão higiênica. 

As pontas geladas de seus dedos analisaram os relevos esbranquiçados em sua pele chocolate, mantendo seu antebraço esquerdo ao lado de sua cabeça, contra o azulejo, jamais percebera que tão próximas somente dificultava a mais simples atividade de respirar, em ambos os descompensados lados. 

O que Dinah lhe fazia sentir era tão quente quanto Mercúrio, e tão recíproco do que simplesmente desejou conquistar um dia. Uma intensa atividade vulcânica em seus peitos, estômagos e veias que correm o sangue febril. Tal como foi necessário para Vênus, se tornar Vênus. 

Dinah não mais controlou seus sentidos quando já se viu abaixada em sua frente, de joelhos cobertos em contato do chão frio, de lábios tão próximos à barriga não mais chapada que o contrair constante, se não os embaçados olhos em um tontear constante, ela afirmaria que via o remexer coreografado e inquieto de suas borboletas.

Que ela queria acreditar serem azuis. 

Beijou aquelas marcas e pode sentir a maciez tomada pela dor que um dia fora sentida. Seus lábios selavam a região conforme manteve os olhos fechados, degustando do que ali havia passado e supostamente desejando retirar qualquer mágoa que a mais jovem um dia sentiu.

Normani, de tal modo apertava os próprios antebraços, seus dedos e mexia incontáveis vezes ao seu cabelo, imóvel em outros sentidos. A sua atmosfera interagia com a da mulata, com os seus seres vivos e, ela desejava fazer de lá a sua mente, da mesma forma que faz a Terra, sua morada. 

No retirar da alça em seu ombro, desejou Dinah encontrar algum Band-Aid capaz de encobrir aquela região, e ela desfaleceu em um tom opaco recordando-se que em um tempo estaria encobrindo joelhos ralados com possíveis curativos prontos da Hello Kitty ou de Super Heróis. 

Todavia, nem a certeza de que voltaria para casa lhe cabia naquele momento. 

Tal ato jamais significaria que ela seria capaz de limpar aquelas cicatrizes, de tal modo que Normani ainda podia escutá-las mais profundas que seus demônios antigos que sempre deixou escondidos em baixo de sua cama. 

E novamente já estava de pé, sem antes reparar que o macacão em jeans que tentava vestir ficava-lhe largo à cintura deixando em mostra a ponta rendada de sua calcinha. Fechou seus olhos e afastou aqueles pensamentos conturbados, subiram ao castanho escuro que gritava em socorro, nos quais sua dona tinha os lábios em uma linha fina e palavras insistiam em travar em sua garganta. 

:- Isso é estúpido. - Desceu-os rasos em lágrimas finas, porém pesadas. - Isso é tão estúpido, Dinah... - Arfou virando sua cabeça a qualquer lado que não pudesse enxergar Dinah, ou que a própria não enxergasse suas lágrimas. 

- O que é estúpido para você? - Segurou-lhe o rosto admirando o brilho doloroso aos olhos da mais nova absorta em seus pensamentos. - Que seus dias estejam mais nublados que seus olhos? Almejo vê-los saudáveis. 

:- Eu jamais estive saudável. - Cuspiu-lhe as palavras duras que antes incomodando sua garganta.

:- Eu percebo isso. - Pontuou deslizando seus polegares abaixo dos olhos fundos e molhados. 

A pele negra era tomada por marcas do tempo, não era algo como estrias ou celulite, muito menos rugas; eram simplesmente marcas, de diversos tamanhos e colorações. Um agrupamento arroxeado se fazia presente em seu quadril recente de acordo com sua tonalidade, eram muitos deles. Porém, o que mais assustara a polinésia até então era alguns espalhados sobre suas costelas, tinham um tom esverdeado ao salmão, em sinal de que já estavam ali à um bom tempo. 

Questionava-se internamente se aquilo era um sinal bom ou ruim, de tal modo as questões morreram ali e no seu engolir seco do que lhe restava em saliva, ela contraiu seus ombros. Atônita, alheia e desacreditada de tal modo que seus dedos gentilmente ali pousaram. 

E subitamente, maior que em qualquer ocasião, ela tinha o desejo de cuidá-la, de zelo e amor. Simplesmente, cuidar. Estar ali e poder lhe dizer palavras bonitas, por mais banais e genéricas que fossem, estar, poder beijar seu rosto e contar as pequenas espinhas de sua testa, elogiar seus cachos sempre que densos e dizer o quanto odiaria se os alisasse. Contestar que suas bochechas coradas eram adoráveis, do mesmo modo que suas risadas. 

Ela queria cuidar, desejava estar ali; mas melhor que ninguém sabia que seu tempo era inválido, ou muito menos duraria para sempre.

Ele duraria o suficiente para fazer alguma diferença na vida de Normani e, quem sabe um dia ela olhe para trás e recorde de seu sorriso, de como suas piadas eram sem graça, ou até mesmo, todas as incontáveis palavras que saíram de sua boca.

E essa lhe seria a melhor recompensa.  

:- Me admira saber que sua cidade não tenha responsáveis capazes de controlar tudo isso. 

:- Detroit também deve estar em decadência disso. - Riu amargurada enquanto esfregava constantemente seu rosto engolindo na saliva o que acreditou fazer o mesmo com seu choro.

Mas ainda estava trancado em um bolo em sua garganta. 

:- É um problema que sempre irá existir. - Divagou acariciando com as geladas pontas de seus dedos aquela região de seu tronco. - Mas nada que eu não possa ajudar, nem que seja um mínimo. - Suspirou.

E a outra novamente ofegava. 

A negra riu em discórdia, amarga e à beira de um desespero interno lhe corroendo por anos.  Cruzou seus braços logo abaixo dos seios ainda desnudos, de tal forma que os elevasse sem certa intenção, que não só o aguçar da audição de Dinah, como seus curiosos olhos naquela direção por instantes. 

:- E como planeja fazer isso? Me dizendo palavras estúpidas como tal e se eu lhe sorrir de volta estará tudo bem? Eu irei enxergar o mundo como mil maravilhas e eu também irei... - Poderia contar nos dedos as milhares questões que invadiam em turbilhões sua cabeça, se não cortada pela rouca voz que lhe repreendia sem tal conhecimento disso. 

:- O mundo não é apenas flores. - Cerrou seus dentes no trincar firme de sua mandíbula, Normani não percebeu, mas o olhos castanhos acinzentados já tomavam o brilho irracional de lágrimas.

Porém não era sinal de que as derrubaria. 

:- Você deseja o perfume delas mas não tenha a mínima vontade em suportar os espinhos na ora de as colher. - Prosseguiu.

:- Rosas não são minhas favoritas. - Estalou a língua negando com sua cabeça e novamente firmando seu olhar em outro lado se não os olhos castanhos à sua frente. 

Suas costas estavam dormentes naquela mesma posição, suas pernas não mais suportavam aquela tensão que o que eram segundos, mas pareciam horas, talvez dias, mas se contentou que era apenas o nervosismo que mais parecia multiplicar o peso de seu corpo. Em suas expressões a nítida carranca lhe tomara conta do franzir do seu cenho, qualquer um que ali a encontrasse mais parecia querer lidar com uma criança.

Mas era ela, em sua fragilidade e momentos alheios. Simplesmente Normani com todos seus demônios procurando por solução. 

:- Eu só desejaria mudar. - Sussurrou alheia do pensar mais alto que o tom de sua voz. 

:- Isso não é necessário. - Dinah afastou prendendo por trás de sua orelha um pequeno acúmulo de cachos que encobria parcialmente seu rosto. - Basta aceitar. 

:- Aceitar o que, Dinah? Ouvir suas palavras e aceitar que eu sou boa assim, com a cor da minha pele, a textura do meu cabelo e o simples fato de ser mulher? Isso não é um conjunto que combina muito bem na sociedade de hoje! - Esbravejou em repulsa.

Discórdia, receio e principalmente carência.

:- Eu fico triste por ouvir coisas bobas e, sei que a culpa não é das pessoas. É minha culpa por sentir demais, e isso é patético. 

 Fechou seus olhos e era como se pedisse aos ventos que levasse tudo o que lhe era desnecessário, ela anda cansada de bagagens pesadas. Queria apenas carregar o que lhe cabe no bolso e no coração e sabia que Normani se encaixava perfeitamente a ponto de não sobrar lugar algum.

Ela era totalmente perfeita, perfeitamente feita para si, todavia não pertence à ninguém e objetificar alguém é simplesmente patético.

Porém o único vento - ou qualquer coisa parecida - que sentira, era o respirar descompensado sobre seu rosto. 

:- Eu não pedi para ser assim, sentir assim e guardar isso tudo para mim. Você não pediu para nascer assim, mas todo esse misto de suas características, expressões e todo esse jeitinho lhe pertence, lhe faz você e você é única. - Prosseguiu. - E tudo isso. - Gesticulou seu corpo, a nudez já era uma incógnita descartada. - É o que amoleceu algo aqui dentro. - Apontou para seu peito tilintando o próprio coração. 

E incrivelmente em poucas palavras arrancava o breve frizar ao cantos dos lábios carnudos e preenchidos à sua frente, e Dinah sorriu, sorriu sem medo e não simplesmente. Sorriu amplamente. 

:- Há pessoas que demoram meses para esquecer, há outras levam anos, há também quem não esqueça. E há quem quer e precisa, como eu. Eu preciso de sua ajuda, assim como me admiro de alguma forma você precisar da minha. 

:- De alguma forma todos nós precisamos de alguém que precisa de nós. - Desviou seus olhos ao chão, esses marejados ironicamente por longo período de tempo. - E eu não desejo ocupar o lugar de outro alguém, até porquê você vai embora à qualquer momento e a poeira vai subir novamente.

E a polinésia engoliu em seco. 

:- Ocupar um lugar que já lhe pertence? - Sugeriu convicta de que sua atenção seria tomada, e foi. 

Na repulsa de responder algo concretizou que lhe faltaram palavras e quando pensou em protestar somente sentiu gelados dedos infiltrando em seus cachos densos e cheios, trazendo seu corpo mais perto do calor e ali desfrutando em um sabor apaixonante feito Dinah. 

Talvez naquele selar fosse a forma mais simples que encontrou para dizer-lhe que estava tudo bem; tudo ficaria bem. 

Foi ali que elas provaram uma a outra, enxergaram ambas alheias almas, sentiram e deixaram-se sob todo aquele sentimento que não parecia em vão. Evitou rir, mas o carinho em suas costelas lhe provocava as mais críticas cócegas, em seu quadril o suspiro exausto não deixando-se levar pelo sorriso contra os carnudos lábios.

Normani não sabia, mas todo aquele misto de imperfeições era o que completava as rasuras que Dinah nutria. 

Elas evitaram se afastar, mas em uma estalo presente constataram que o fôlego as faltava desceu seus olhos por centímetros mais altas, enquanto ali, mais abaixo uma Normani fitava-lhe admirada com seu próprio reflexo nos olhos castanhos, passaporte para sua galáxia inteira. 

A estrutura interna de Dinah não lhe era totalmente conhecida, talvez nem um terço do que realmente é, mas cada descoberta que fazia sobre deixava seu rosto mais vermelho que Marte e sim, o que ela sentia pela dona do corpo dourado era bem maior que Júpiter. 

Dinah sorriu e desejou tê-la em seus braços, compreendendo que aquilo era bom, os seios de Normani eram praticamente espremidos contra o tronco da mais velha, perfurando-a em um calor de outro mundo onde inocentemente ambas desejavam assim como Saturno, carregar um anel consigo. 

A mais alta passeou seus dedos pela pele negra de seu quadril, deferiu beijos singelos em sua testa e riu fraco lembrando que em poucas horas tal ato era a maior aproximação que haviam tido antes daquela pista de dança. E naquele ato Normani descobriu que por Dinah ela gostava de arrepiar. 

A boca carnuda deslizou por seu pescoço magro, selou a pele casta e mordiscou brevemente o curvar de seu ombro, na pressão de suas digitais era marcada na alma enquanto o coração bombeava em amor. Segurou próxima à seus punhos e arqueou suas sobrancelhas sentindo mais daqueles relevos e novamente o calor fazia falta.

A mulata tinha receio, receio que ela pudesse se tornar cada vez mais ausente que Urano, podendo vê-la somente em condições realmente favoráveis. 

Hansen deslizava seus polegares contra os cortes um tanto recentes, avermelhados e formigantes, engolia a saliva de forma constante de fato desacreditada do que tinha diante de seus olhos. Engoliu em seco uma última vez antes de sussurrar; 

:- Você não é obrigada a se formar com 25, se casar com 27 ou falar outra língua aos 19. Não é obrigada ter um carro aos 30 e conhecer outro lado do mundo antes dos 40. Você não é obrigada a ser feliz no tempo dos outros, você não é refém de opção alheia, e podemos fazer nossa felicidade no tempo que temos. 

:- Não diga que me ama assim... - Murmurou alheia com os olhos perdidos em seus próprios ferimentos. 

:- Por...?

:- Você não vai estar comigo na manhã seguinte, vai ser tão ausente como se os gases de Netuno estivessem por aqui e isso cada vez mais ofusca sua presença, você estará mais longe e gelada que Plutão... 

:- Geografia não é meu forte. - Arrastou a carícia por seus pulsos concreta do que fazia. - Mas podemos fazer nossa própria galáxia. 

:- Realmente, pois se trata de Ciências. - Riu cativada com tamanha fofura no muxoxo fraco que lhe era demonstrado em lábios curvados em tamanha infantilidade. 

Desvencilhou-se e apertou a ponta de seu nariz, arrancando de Dinah não só uma risada gostosa e um olhar surpreso, mas sim, a confirmação de que não precisava de mais nada para tonar seu 70% cacau, em 100% chocolate.

Em pupilar dilatadas em tamanho amor. 

Ela agachou-se novamente balançando sua cabeça no negar de sua audácia, agora amarrava os cadarços de um par de All Star brancos que a mulata vestia. Reatando eu corpo buscou o sutiã sobre a mochila entreaberta ali perto ajudando-lhe a colocá-lo em seu busto em uma intimidade absurda para tão pouco tempo. 

:- Sabe, a muito tempo venho aguentando essa dor que me corrói por dentro, penso constantemente o 'porque' de não conseguir ser como todos os outros que convivi. 

- Você é diferente, Manz... 

:- Sim, já ouvi muito disso. - Suspirou ajudando a mais alta a lhe colocar a camiseta amarelada com listras brancas, essa que esquentava-lhe um tanto e cobria os pulsos. 

:- Eu não quis di...

:- Muitas dessas pessoas estão seguindo seus sonhos, tendo suas próprias famílias, se casando, amando e sendo amados sem pedir nada em troca. Mas por que comigo é tão diferente? Por que eu não consigo manter quem eu amo, aqui comigo? Por que todo mundo vai embora? O que tenho feito de errado? Sempre busquei o bem estar daqueles nos quais amo, às vezes até mesmo passando por cima do meu próprio, então porque eles continuam indo? 

:- Não! - Sua voz aumentara uma nota, fazendo a mais baixa descer seus olhos envergonhada, se não forçada à fitar os olhos chocolate quando sentia aqueles dedos gelados de alguma forma estranha esquentando seu rosto mais que as bochechas avermelhadas. - Para de culpar-se, comparar à qualquer outra pessoa só vai criar esse rancor e você não merece isso, Normani! - Suavizou convicta.

As íris negras - ou quase - tinham o brilho comum em lágrimas rasas prestes à transbordarem, podiam ouvir soluços a serem engolidos com força pois a mais nova sabia que bastava o rolar de uma mísera lágrima, que seria incontrolável parar por ali e dar fim ao momento. 

E foi ali que Dinah ironicamente se questionava se estava lidando com uma criança capaz de chorar por qualquer coisa, mas ela, não melhor que Normani, sabia que aquilo jamais se encaixaria ao termo "qualquer coisa" e sabia o quão estúpido até mesmo juntá-los em uma mesma frase estava totalmente fora de cogitação.

Tal como de consciência. 

:- Essa confusão mental é fase de esboço da incrível obra de arte que você vai se tornar. - Concluiu em murmúrios quase balbuciados. - Seja qual for o erro que você insiste em dizer ter nessas idas, todas essas perdas, estará somente lhe sucumbindo lentamente em direção a ruína que você jamais deseja estar, mas cada angústia é um passo avançado.

Dedilhou as alças em jeans que cruzadas estavam em seus ombros, prendendo-as em seu busto podendo igualar o alinhamento do macacão jeans um tanto largo para seu corpo magro, era dobrado alguns dedos em metade de sua perna. Sorriu em sua direção, satisfeita por um momento ao ser correspondida, querendo ou não, algo entre elas sempre seria recíproco. 

Dinah sabia que o tempo não iria curar suas dores; a vida não seria legal com a mulata. Sabe que ela não ira esquecer o passado, por mais abafado que ela o mantenha, as pessoas quase nem nunca irão ajudá-la como muitos juram suas promessas, nunca concretas. E mais do que qualquer coisa, elas ira se machucar mais de milhares de vezes em toda a sua vida. 

Ela simplesmente estava sendo bem-vinda ao Planeta Terra, onde as coisas acontecem exatamente assim. 

Não adiantaria fazer preces e rezar para todos os santos, deuses ou algo do tipo, a solução de seus recentes e futuros problemas não ira cair dos céus. De toda forma que esperar deveria de ser a última opção, a solução jamais viria ao seu encontro. Sabia que se ela desejasse algo, deveria mover-se mantendo equilíbrio a cada trilho que contornaria, ela precisaria correr atrás e fazer acontecer. 

A polinésia negaria qualquer promessa pois o futuro de ambas em poucas horas não era tão planejado como em guias turísticos, mas enquanto estivesse ali, enquanto não tivesse que seguir o padronizado piloto automático que lhe era imposto e suportar uma hispânica com hormônios à flor da pele e um feto indesejado no ventre, ela faria acontecer. 

Nem que fosse aquele pequeno 1% que quem sabe um dia Normani se recordaria já em idade avançada, mas mal sabia, que ali, exatamente, já crescia um amor descomunal, desconhecido e unicamente dela, para ela e sem subjeções contrárias. Ela bem sabia que a morena jamais seria sua submissa para concordar com exatamente tudo, jamais seria uma dependente ou qualquer outro termo que jamais lhe pudera ser imposto.

Acontece que o amor é uma droga e ambas ao fim do dia já estariam chapadas. 

Sabia ela também que se a mais nova não gostar da dor, terá que de todo modo suportá-la, aprender a conviver, pois ela de alguma forma ou de outra sempre estará ali e presente. Se não gostasse do passado, teria que se desprender dele - embora para Dinah isso soe assustador, de algum modo ela estava acrescentada nele - e olhar para frente. E se ela achar que as pessoas somente decepcionam, que pare de esperar que elas somente agradassem, decepção jamais existiria sem expectativa. 

No fim, a verdade é que ela sempre estará sozinha nessa e embora de princípio o choque de realidade assuste, ela sempre terá de conviver, aceitar e lidar com tudo isso, afinal, é onde vivemos. Será ela e ela, o tempo todo, ela será sempre a única que com certeza jamais iria lhe abandonar, ela mesma. Somente ela pode melhorar sua vida. E se fosse para esperar alguma coisa de alguém, que fosse de si mesma, cobrando de si, e fazendo de tudo para não decepcionar-se consigo mesma. 

Pois se não tiver a si mesma, não terá mais ninguém. 

Ter as pessoas como um complemento em sua vida, mas, nunca algo essencial. O essencial sempre foi e, sempre será ela. 

E Dinah estaria ali pelo mínimo tempo que lhe era estendido, mas o suficiente para fazê-la enxergar tudo isso e mais das diversas qualidades, virtudes.

Assim que ajudou-a a colocar uma jaqueta também em jeans, porém internamente feita por lã, fechou cuidadosamente os botões um à um, enquanto em silêncio Normani a admirava da forma mais descarada possível. Sorriu percebendo as íris escuras queimando seus lábios e somente permitiu aos mesmo selarem o canto de seus lábios. 

Em seu curvar recolheu - felizmente fechada - a caixa com os donuts restantes e as flores deixadas por instantes de lado, o caule precário fora colocado ao bolso traseiro de Normani que riu em instantes ao receber breves tapas naquela região. Com a mochila em suas costas ela curvava-se para lavar o rosto na pia um tanto receosa da água não tão morna. Todavia, Dinah segurava-lhe o cabelo.

Crente de que acompanhava cada mínimo movimento. 

A água corrente congelava seus dedos e aos poucas as expressões 'acordadas' da mais jovem que se prontificou em molhar somente a ponta de seus dedos e deslizar abaixo dos olhos o que fez a mais alta rir de tais movimentos. Rolou seus olhos deixando que novamente a água - felizmente não de suas lágrimas - levassem qualquer impureza de seu rosto. Usou alguns papéis toalhas como auxílio e de nada fora necessário pedir ajuda, Dinah já fazia por si mesma em apalpar o cachos emendados, ela os admirava em quilômetros. 

Amaciou-os mantendo a mesma densidade presente ao umedecer quase inexistente, sorriu satisfeita e, para aquecer as orelhas de Hamilton, usou um gorro branco que carregava em sua própria bolsa. Finalizando tudo com um respirar contra sua nuca avoando alguns poucos fios beijando ali mesmo.

:- Você que anda nas mesmas ruas e não vê flores novas, você que vive na mesma vida e não consegue se renovar, você que sempre acredita nas pessoas mais falsas, você que pode mudar isso ainda; corra comigo, segure em minha mão e entrelace nossos dedos, aqueça meu rosto com seus lábios como se fosse uma última vez, vamos começar uma nova mudança juntas e agora. 

Normani procurava pelo castanho chocolate ao reflexo e fora surpreendida pelo mesmo que já lhe encarava, ela sorriu, simplesmente unica, simplesmente verdadeira, simplesmente Normani, sem medo, sem receio e derretendo em amores. 

:- Sabe porque é diferente?  - Fitou-lhe estendendo-lhe a mão. 

E no confuso entrelaçar de seus dedos a mais nova negou atônita e meramente curiosa. 

:- Porque nosso dia está só começando. 

"Te conhecer foi como escutar uma canção pela primeira vez e saber que seria a minha favorita para sempre". 


Notas Finais


Bridges é tão linda, eu de alguma forma precisava compartilhar isso, fechar os olhos e ouvi-la (cantar também, ninguém é de ferro) é simplesmente reconfortante de alguma forma, satisfatório. NEW ERA, EU TE VENERO!

All The Love, M. 🌸🍃


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