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História Door Between Two Worlds - Mirror


Escrita por: HaNi-Raissa

Capítulo 17 - Mirror


Que ótimo. Minha passagem de trem para Mokpo já estava comprada, mas nada de ter alguma ideia sobre o que levar para Henry e DongHae. Gastei o restante do dia que tinha selecionado para fazer isso procurando o item inexistente de SoRa, e por fim, cheguei a conclusão de que ela apenas queria bater perna e me irritar. Não havia mais nenhuma explicação. Embora eu tenha pedido sua ajuda, ela nada entendia de música para auxiliar-me com Henry, e nem em pensamentos eu iria explicar à ela minha situação com DongHae. Eu estava no ponto zero novamente, e precisava de uma saída rápida. No dia anterior havia voltado ao shopping, na mesma loja, para procurar Amber e pedir uma ajuda com o presente de Henry, porém, ela não se encontrava. Onde raios ela estaria?

Para alimentar minha desgraça, procurei em meio as minhas mentions antigas, e consegui mandar uma DM para ela, com meu número de celular. Porém, nada de retorno. Talvez, seria ela do tipo de pessoa que some da internet, e aparece exporadicamente, como eu? Era uma chance. Para melhorar minha situação, meu pai continuava a se fazer de surdo e ignorar meus pedidos de indicação da imobiliária. Estava prestes a decidir isso por minha conta mesmo. Demorar-me mais em Seoul é que eu não iria. Já era uma necessidade, tanto de meu corpo quanto de minha mente, ter DongHae por perto. Eu poderia enlouquecer por ficar tanto tempo afastado daquele que era a calma de meu coração.

Descendo as escadas, ouvi apenas o barulho das vozes de SoRa e de minha mãe, matraqueando como sempre. Duas gralhas na cozinha, era o que pareciam. Não calavam a boca um segundo sequer, e mais alguns dias naquela casa, aquilo volveria-me louco. Toda aquela papagaiada das duas fora o suficiente para fazer a minha dor de cabeça, que ficara desaparecida por anos, voltar com força total. Parecida com um martelo minúsculo que batia em minhas têmporas, ela atormentava-me o juízo. Já estava a ponto de explodir, quando entrei na cozinha. De rompante, ambas calaram-se, e assim tive a dúvida se era de mim que ambas falavam. Sem importar-me, abri a geladeira e tomei água direto do gargalo. Sentia os olhos de ambas em minhas costas, principalmente os repreensivos de minha mãe que me recriminavam por esse ato que ela tanto brigara comigo quando pequeno, mas que nunca aprendi.

– O que foi? – coloquei a garrafa de volta no lugar e apoiei-me na porta aberta – tem algo a me dizer?

– Não... – SoRa noona começou a agitar os braços em frente ao rosto, em gesto de negação.

– Filho... – minha mãe iniciou, e sinceramente, eu já sabia o que ela iria dizer – Você não acha que é melhor ficar por aqui mais um tempo?

– Por...? – seus olhos expressavam um pouco de súplica, e embora doesse ver minha mãe assim, creio que nada poderia fazer. Eu queria e precisava voltar para Gageodo o mais rápido possível.

– Por nada. Você não anda se sentindo bem... Percebi a ausência de alguns comprimidos para dor de cabeça na farmacinha do banheiro, e já perguntei pra todos dentro de casa, não foi nenhum deles. Só pode ter sido você, estou errada?

– Não, mãe. Não está. Fui eu mesmo que tomei. Mas não se preocupe, saindo daqui a dor de cabeça some – voltei a dar atenção para o interior da geladeira, pegando uma maçã verde e mordendo-a em seguida. Eu fiz minha mãe comprar várias, embora nenhuma delas satisfizesse a minha vontade de provar daquelas tão suculentas de Gageodo.

– Por que diz isso? – suas palavras soavam cautelosas, como se ela tivesse medo das repostas. Estava escrito em minha testa a impaciência que me dominava durante toda a estadia naquela casa, ainda mais naqueles dias em que o tempo de ir embora estava chegando. Mas diferente do que faria anos atrás, não despejei toda minha irritação em cima dela.

– Minha dor de cabeça é apenas porque você e SoRa não param quietas um segundo. Já não estou mais acostumado com barulho. Em Gageodo, o único que me persegue é minha respiração, nada mais. Estou estranhando toda essa movimentação.

– Mas do mesmo jeito, não é melhor ficar? Ficar com dor de cabeça o tempo todo... Faz tempo que isso não acontecia.

Ah, claro. Era o que faltava. Entendi, naquele momento, o motivo de tanta preocupação. Durante a “época negra” de minha vida - como passara a chamar a época em que vivia pelos quatro cantos da cidade atrás de qualquer aguardente que me fizesse afogar as mágoas - a dor de cabeça era minha companheira fiel. E por muitas vezes eu conseguira fugir de casa sem minha mãe sequer dar-se conta, sabendo o que acontecera apenas pelo meu estado péssimo no dia seguinte. Isso quando não guardava um verdadeiro bar embaixo de minha cama e em cima dos armários. Cheguei ao ponto de tornar-me quase um alcoólatra.

– Eu não estou bebendo, se é isso que quer saber – puxei uma das cadeiras da mesa de centro e sentei-me, fechando a geladeira com o pé - É só realmente por eu não estar acostumado com esse barulho todo. Muito carro pra lá e pra cá... Apenas esse tempo em que passei Gageodo foi o suficiente para que eu me desacostumasse com isso. Não se preocupe – ouvi um suspiro de alívio vindo dela e de SoRa, ao mesmo tempo. Eu acabara de ter descoberto o tema da conversa anterior de minha chegada.

– Fico tranquila por saber disso. Mas qual o motivo dessa pressa toda em voltar pra lá? Há algum motivo especial?

– Na verdade, dia onze é aniversário de Henry, e ele pediu-me que estivesse por lá. Apenas por isso – menti.

– Aniversário de Henry? – ela deu a volta na mesa, sentando-se na cadeira ao lado – já sabe o que dará à ele? – juro que, se ela fosse um pouco mais explícita sobre o que passava em sua cabeça, ela estaria dando pulinhos de alegria, junto com palminhas alegres e chamando Henry de genro. Tão previsível.

– Nem ideia – suspirei – não o conheço há tanto tempo para saber seus gostos...

– E o que fará sobre isso?

– Amber. Estava pensando em pedir para ela ajudar-me. Ela me pareceu bem amiga dele, quando a conheci no dia que saí com SoRa noona.

– Amber? Quem é esta? Não sei quem é.

– E aquela menina que lhe falei, mamãe – SoRa deu a volta, ficando ao lado dela – de cabelos curtos. Acho que ela gostou de você, Hyuk.

– Mas ela não tem chances, SoRa. Ela não faz o tipo do nosso HyukJae.

– Como você sabe, mamãe?

– Oras. Uma mãe conhece o filho que pôs no mundo. Eu sei por quem o Hyuk anda interessado, não é filho?

– Para mim, eles parecem formar um belo casal, e na verdade, tive a impressão de que Hyuk ficou interessado nela.

– Pois você está errada. Ele não precisa de uma moça no momento. Tem outra pessoa.

– Tem? Quem seria Hyuk? Alguma amiga?

– Amiga? Não sei se podemos chamar disso e...

– BASTA! – enfureci-me. Aquelas duas tagarelas não entenderam a parte de que estou com dor de cabeça por culpa delas? – vocês só estão me deixando com mais dor de cabeça.

– Desculpe – as duas falaram em uníssono, abaixando a cabeça.

– E além do mais, as duas estão completamente enganadas.

– Estamos? – minha mãe voltou a levantar a cabeça.

– Sim, estão. Não é por nenhuma dessas duas pessoas aí que estou interessado – depois de ter dito, foi que percebi ter falado demais.

– Então há alguém realmente? – minha mãe sorriu, sendo seguida por SoRa – quem é?

– Isso, Hyuk. Diga-nos quem é.

– Não – levantei da mesa, levando a maçã meio comida comigo.

– Por favor, Hyuk. Não seja mal. Ele é bonito? – minha mãe perseguira-me para fora da cozinha.

– Ele, mãe? Não seria ela? – SoRa veio logo atrás.

– Tanto faz - ela parecia ter grudado em meus calcanhares. Se eu não fizesse algo, ela nunca soltaria.

– Deixem-me em paz, vocês vão piorar minha dor de cabeça. E além do mais, não direi nada.

– Nada? – SoRa fez um bico – e o que há com trocas de informações?

– Como é? – virei-me, encarando-as.

– Troca de informações. Papai deixou-me algo hoje, para lhe entregar. Só irei lhe dar se responder a pergunta da minha mãe.

– Como são trapaceiras – desdenhei – me dê logo o cartão da imobiliária.

– Responda primeiro, depois eu te dou.

– Tudo bem – suspirei, e vi ambas apurarem os ouvidos, em antecipação – o que querem saber? Só responderei uma pergunta.

– Então responda a minha. Vamos, SoRa, pegue o cartão e me dê – minha noona mexeu nos bolsos da calça que usava, tirando um pedaço de papel dele . Minha mãe pegou-o de suas mãos e estendeu-me. Peguei o papel, mas ela não soltou. Ela iria fundo para saber o que queria – ele... é bonito, HyukJae?

Rolei os olhos e dei um pequeno puxão, na qual consegui retirar o papel de sua mão. Corri para cima, subindo as escadas de uma vez, para procurar os documentos necessários para ir até a imobiliária, fugindo de ambas, que me seguiram, mas que não eram tão rápidas quanto eu, para conseguirem me pegar. Pouco antes de entrar no quarto e trancá-lo, soltei uma pequena resposta. Um simples “é”, na qual fui respondido por gritinhos eufóricos de minha mãe. Assim que me vi sozinho, sem a presença daquelas duas rondando-me, procurei os papeis que deveriam ser levados para concluir o que tanto eu queria fazer em Seoul. Vender minha casa.

~*~*~*~

Uma senhora acima de seus cinquenta anos me atendeu com toda solicitude, o que me fez perguntar qual seria seu motivo para tanta alegria compartilhada. Logo minha curiosidade foi sanada após uma longa e extensa divagação sobre como ela e seu ex marido haviam reatado, com toda a pompa possível com um segundo pedido de casamento. Claro que me arrependi de ter tido curiosidade logo após ela abrir a boca, mas nem sempre se é sábio para prever tal tipo de coisa. Após uma extensa conversa formada por monólogos por parte dela e de monossílabos por minha parte, soube que meu pai já havia deixado tudo em ordem. No dia anterior levara o corretor até minha casa para fazer uma avaliação, e devo dizer que o valor não era nada mal.

Economizando-me tempo, apenas precisei assinar alguns papéis, entregar algumas xérox de documentos e coisas de praxe. Por sorte, após nossa amigável apresentação, ela não me fez muitas perguntas, o que me economizou tempo e logo me vi sem nada para fazer novamente. Quase tudo o que viera fazer em Seoul estava resolvido. Apenas restava a parte dos presentes, mas não demorou para que minha salvação chegasse em forma de telefonema. Por sorte, Amber havia acabado de ver minha DM e ligava-me no exato momento em que eu deixava a imobiliária. Feliz por tudo estar correndo certo, pelo menos em um dia de minha estadia por ali, marquei de encontrá-la dentro de uma hora na frente da mesma loja em que havíamos nos conhecido. Era o meio mais fácil de marcar um ponto de encontro dentro de um shopping.

Sem hesitar, entrei no carro que pegara emprestado de minha mãe, e segui para o local marcado. Não fora fácil achar um lugar vago no estacionamento. Era pleno sábado, oito de outubro, e para melhorar, horário de almoço. Calhei de conseguir a vaga quando um dos carros estava saindo, e perguntei-me se ela conseguiria arranjar uma vaga. Conhecendo aquele lugar como a palma de minhas mãos, e estando adiantado, dei uma rápida passada na praça de alimentação, procurando uma loja de Milk-shakes e pedindo um de maçã verde. Novamente, repetindo, embora não fosse a maçã verde que eu queria, eu conseguia enganar meu estômago de um jeito ou de outro.

No caminho pra o local combinado, avistei uma livraria enorme, recém inaugurada, pois eu não lembrava de sua existência ali. Minha paixão por livros falou mais alto, e acabei adentrando-a, já que não estava nem um pouco atrasado, muito pelo contrário, estava adiantado meia hora, e mulheres tem a linda fama de se atrasar, para ajudar. A primeira coisa que fiz em seu interior, foi o que sempre fiz em todas as livrarias que já fui em minha vida de autor: procurar aqueles livros de minha autoria.

Resultado: tive que pedir ajuda para um dos funcionários, pois por mais que eu procurasse nos quatro cantos dela, não encontrava nenhum volume com meu pseudônimo estampado na capa. Isso mostra o quão apreciada e querida era a literatura que fluía em meus dedos. Ele acabou por me levar em um labirinto de estantes, para por fim encontrar um de meus volumes, e pude quase jurar que, se não fosse nova aquelas prateleiras, encontraria teias de aranha adornando a encadernações. Pensando agora em o quão patético eu era na época, dá vergonha de mim mesmo. Cismo em frisar tal fracasso de minha vida, para que todos que leem minhas histórias entendam. É complicado esse tipo de coisa. E para não perder o costume, afinal, sou um escritor, vivo de meus pensamentos, aí vai mais uma de minhas divagações:

Tudo depende de sorte. Posso apostar que existem inúmeros livros maravilhosos por aí, escondidos por entre prateleiras esquecidas de uma livraria, exatamente iguais os meus, não que os meus naquela época fossem bons, longe disso, mas é verdade. Tenho um senso crítico apurado, e embora eu saiba que meus livros não chegam nem perto de muitas estórias publicadas por aí de grande sucesso, são muito superiores a outras, que são Best-sellers. Não darei exemplos, pois é algo totalmente anti-ético dentro de meu ramo, afinal, autor que critica autor sem ser delicado, não é bem compreendido, e como eu passo longe de ser delicado, prefiro usar metáforas para me expressar. Quantas vezes não me deparei com livros maravilhosos perdidos, que ninguém dava a atenção merecida, e quantas vezes não me deparei com alguns de tiragem extensa, super valorizada, mas que não valia o papel em que era impresso? Tudo isso depende de uma sorte inestimável.

Se algum artista ou famoso de alguma forma ler um livro e dizer em ampla escala, todos irão procurar o que teria de diferente naquele volume tão estimado por tal pessoa, podendo esse ser nada mais do que palavras vomitadas no papel. Ao mesmo tempo em que verdadeiras epopeias literárias ficavam esquecidas entre teias de aranhas. Vivemos em um país injusto, sei disso, mas não posso deixar tais conceitos passarem em branco. Revoltava-me tais fatos, pois chega uma hora que cansa. Muitos sucessos eu não tinha a mínima ideia do por quê motivo era um sucesso, enquanto muitos fracassos não tinham motivo para serem fracassos. Colocando meu exemplar no lugar, dei meia volta e deixei aquele lugar. Eu só achava justa a fama para alguém que merecia, e ficar envolto naquele mar de hipocrisia dava-me náuseas.

Segui meu caminho e não havia esperado sentado nem mesmo quinze minutos no banco em frente a loja, quando finalmente vi uma pessoa com cabelo curto e loiro, embaixo de um gorro de uma blusa de moletom. Amber conseguia ser feminina mesmo usando roupas claramente masculinas. Perguntei-me como seria encontrá-la vestida femininamente algum dia. Garanto que seria o tipo de mulher que arrancaria suspiros por onde passasse. Mas pelo que eu podia ver, ela não ligava de forma alguma para isso, dando mais importância para o que seria confortável, ou até mesmo, útil de utilizar todos os dias. Não deixava de ser bonita, do mesmo jeito. Ela aproximou-se com um sorriso nos lábios, e logo levantei, cumprimentando-a com um ligeiro movimento com a cabeça, que ela respondeu do mesmo jeito sorrindo.

– Tudo bem? – passei as mãos pelo cabelo, embaraçado ao lembrar da última coisa que minha noona havia dito para ela.

– Tudo – ela sorriu – e com você?

– Também... Amber... Desculpe SoRa noona naquele dia, ela fala coisas sem pensar, não ligue para ela.

– Não, sem problemas – ela agitou as mãos na frente do rosto - Não levei o que ela disse a sério.

– Fico feliz... Só não queria que tudo parecesse um mal entendido...

– Não pareceu, pode ter certeza - sorriu;

– Então... Vamos? - ela acenou que sim - Já almoçou?

– Ainda não...

– Está com fome?

– Um pouco...

– Então venha, vamos comer primeiro, depois eu peço sua ajuda.

– Ah! Não! Eu não quero incomodar, não precisa gastar muito tempo comigo...

– Não seja boba – sorri. Nossa conversa estava tão rápida e cheia de floreios, tipicamente do jeito que fica quando duas pessoas não sabem realmente o que falar uma com a outra, que começava a incomodar-me – leve isso como um adiantamento do que irei lhe dever por essa ajuda.

– Bem... Não sei.

– Se não aceitar – emburrei – não irei aceitar sua ajuda do mesmo jeito.

– Então tudo bem – finalmente cedeu.

Rapidamente andamos em direção da praça de alimentação. Assim como aconteceu no dia em que fora com SoRa noona, eu conhecia o caminho perfeitamente, e logo estávamos na fila pensando no que almoçar. Tive que escolher o que ela iria comer, no final das contas, já que estava com vergonha até mesmo para escolher um lanche. Pedi o mesmo que o meu para ela, no final, e calhou de ser algo que ela gostava. Com nossas bandejas em mãos, seguimos para uma mesa vazia.

– Ah! – vi-a se assustar ao meu lado com meu pequeno grito.

– O que foi? - repirou profundamente, recuperando-se do susto.

– O silêncio.

– O que tem ele? – ela levantou uma sobrancelha.

– Ele me atormenta.

– Estou quieta demais, não é? – ela encolheu-se, como se entregasse-se como culpada.

– Sim... – sorri.

– Pois bem. Vamos falar de alguma coisa.

- Certo! Eu pergunto. Quais são seus gostos?

– Por que os meus e não os seus? – encontramos finalmente um lugar vago e nos sentamos rapidamente.

– Porque eu que perguntei... – dei de ombros, enquanto  ela pegou uma batata e colocou na boca.

– Certo. O que você quer saber exatamente?

– Um esporte que você gosta muito.

– Depende – ela sorriu – gosto de alguns...

– Então me diga-os.

– HMM... Gosto bastante de nadar.

– Nadar? – comecei a comer as batatas enquanto falava com ela, com calma, não aparentando o morto de fome que sempre aparentava quando começava a comer.

– Sim... E de jogar basket.

– Basket? Não são muito comuns meninas que gostam de basket.

– Não mesmo, mas eu participava de um time quando pequena. Sempre fui meio moleque. Você gosta de basket?

– Gosto mais de ver. Na verdade, eu gosto de futebol. Quando pequeno, tive sempre aquele sonho de menino de ser jogador. Claro que nunca foi pra frente, mas... Era isso e ser cantor. Ideias bobas de criança.

– Talvez não. Você é bom em cantar?

– Bem, não sou o melhor do mundo, mas não sou nem um pouco ruim. Não é todo tipo de música que consigo cantar, mas...

– E dançar? Já tentou?

– Dançar? Não mesmo, acho que não consigo fazer algo desse tipo... *

– Você já tentou?

– Não. E acho que nem conseguiria. Não comecei de criança, e esse tipo de coisa tem que treinar aptidão desde pequeno, para ter elasticidade, e bem, não é o meu caso.

– Eu poderia lhe ensinar a dançar.

– Você dança?

– Sim. Aprendi quando pequena, com um amigo. Nunca mais esqueci. Por que não tenta? Nem que seja como passatempo?

– Acho melhor não.

–Você parece o Henry...

– Henry dança? – não pude reprimir uma pequena risada que fugiu de mim.

– Se ele dança? Ele é ótimo nisso! Nunca viu?

– Não. E tenho medo de ver.

– Sério, não tenha – ela parecia muito mais empolgada com a conversa que engatilhamos – ele sempre me disse que não podia, que não tinha jeito e tudo mais. Quando o convenci a tentar, mesmo com vergonha, ele conseguiu. E muito bem! Ele nasceu para dançar.

– E por que ele não corre atrás disso?

– Ele gosta mais de música, sabe? É claro que, nesse mundo de hoje em que muitas boybands e girlsgroups saem por aí, quando se vai enveredar por esse caminho, é preciso saber os dois. Poucos são exceções. Henry teve que aprender isso, embora sempre ligasse mais para os instrumentos. Já o viu tocando?

– Tocando? Ainda não.

– Veja! É maravilhoso. Principalmente ao violino. É de causa inveja em quem quer que ouça.

– Não sabia desses lados dele. Parece-me divertido.

– E é. Mas me diga, porque nunca tentou algo musicalmente?

– Ah, não. Sempre fui bom em diversas coisas, e bem, cantar é apenas mais uma delas. Preferi seguir um caminho que eu pudesse descansar e aproveitar melhor a vida. Nada melhor do que a vida boêmia de um escritor, não é mesmo?

– Tem razão... Mas é uma pena. Defendo a teoria de que todos que tem um certo dom para algo, devem utilizar-se disso.

– E concordo com você. Por isso mesmo acho que meu dom maior é para a escrita, e vou continuar com isso...

A essa altura da conversa, as batatas já haviam se findado, e apenas nos restavam nossos hambúrgueres. Com um guardanapo, peguei o meu e comecei a comer, e ao contrário do que pensei que aconteceria, não fui seguido por ela. Ao invés disso, ela abriu a caixinha do sanduíche e retirou o pão, procurando algo com o pedaço do guardanapo que estava em sua posse. Com maestria, ela retirou o picles e colocou de canto na bandeja, fechando o hambúrguer e utilizando de outro guardanapo para comê-lo, finalmente.

– Não gosta de picles?

– Não – ela sorriu.

– Por que não falou? Eu poderia pedir para não colocarem...

– Não, tudo bem. Estou acostumada com isso. Até mesmo minha mãe esquece que eu não gosto, então me acostumei a retirar sempre. Quando eu era pequena, sempre ia comer na casa de um amigo, e a mãe dele também esquecia que ele não comia. Então nós dois tínhamos que ficar retirando-o do hambúrguer e colocando no canto do prato, para só assim a mãe dele lembrar que não gostávamos.

– Sua infância parece ter sido divertida.

– Ela foi normal, como a de todos. A sua não foi assim?

– Na verdade, não exatamente - dei de ombros.

– Por que não? – ela deu uma mordida e um pouco de ketchup ficou no canto de seus lábios.

– Só um minuto – sorri, pegando o meu guardanapo extra e passando pelo local sujo. Seu rosto ficou vermelho de vergonha, e sorri sem graça – estava sujo... – justifiquei.

– Tudo bem... – ela olhou para baixo.

– Bem, como eu dizia, minha infância não foi muito normal...

– Não? Por quê? – ela ainda tinha as bochechas coradas, e logo tratei de descontrair o ar colocado em nossa volta por conta de meu ato.

– Nunca fui muito sociável. Na verdade, é incrível que eu esteja sendo tão aberto com você. De verdade. Acho que na minha vida inteira, se tive mais do que cinco amigos, é muito. Eu era uma criança bem chatinha, e acabei virando um adulto cheio de paranoia. Não é muito saudável.

– Entendo...

– Entende?

– Na verdade, eu costumava ser um pouco assim. Mas eu tive um amigo, que me fez parar com isso. Acho que eu não seria nada sem ele, hoje em dia, e por isso sou muito grata.

– Sorte sua ter tido um amigo assim. Faz tempo que não o vê?

– Sim... – ela abaixou os olhos, mas logo os voltou para cima, mudando de assunto com um sorriso no rosto – sabe tocar algum tipo de instrumento?

– Instrumento? – perguntei, deixando-me levar pelo novo ar descontraído da conversa.

– Sim. Instrumento musical.

– Não, não... Eu arranho um pouco de piano e é só.

– Piano é bem legal de se aprender.

– Ah, mas sei bem pouco. Nem chego a considerar que sei tocar. Você aprendeu quando pequena?

– Sim. Assim como aprendi a cantar, dançar e tocar violão.

– Desculpe perguntar, mas você estuda, Amber?

– Claro que estudo – ela sorriu – estou no segundo ano de faculdade.

– Cursa o que?

– Música.

– E acha que tem futuro?

– A Coreia anda mais aberta para esse tipo de coisa ultimamente. Acho que tenho sim. Fiz parte de uma banda bem famosa no campus, junto com uns amigos. Sempre tocávamos em barzinhos de faculdade. Claro que eu não estava na faculdade na época, mas aceitavam que eu tocasse, mesmo sendo muito nova, por ter talento. Henry ia entrar na mesma banda que eu, mas ela acabou antes disso.

– Ele me contou uma história parecida.

– Sim, foi uma pena. Era o jeito de ele conseguir se sustentar por aqui, sem a ajuda dos pais. Por isso que teve que voltar pra Gageodo.

– E você também não dependia daquela banda?

– Dependia, mas acabei conseguindo alguns empregos de meio período. Sabe, quando se é mulher, é bem mais fácil arranjar empregos do tipo. Trabalhar em uma construção não é para Henry...

– Não o imagino carregando pedras de um lado pro outro de jeito nenhum – sorri.

– Pois é, nem eu.

– Mas Amber, você disse que era nova demais na época. Quantos anos você tem, afinal?

– Agora? Eu tenho dezenove.

– Só? – assustei-me. Ela parecia muito mais madura para a idade.

– Sim. Não parece, não é? – sorriu divertida.

– Não. Você me enganou. Pensei ter a mesma idade que Henry.

– Não, não. Ele é mais velho que eu três anos.

– Se você não estudava na faculdade junto com ele, naquele tempo, por ser nova demais, como o conheceu?

– Quando fomos tocar no barzinho da faculdade, uma vez. Ele pensou que eu era um menino e começou a conversar comigo, até que percebeu que eu não era o que pensava ser – ela sorriu divertida.

– Menino? Como podem achar isso? Ao meu ver, você é uma menina claramente.

– Fico feliz de ouvir isso, mas já me acostumei com o contrário. Uma menina já se declarou para mim uma vez. Foi bem engraçado. Dispensei-a como se fosse um homem realmente. Acho que se eu tivesse dito que era mulher, seria bem pior.

– Concordo... – nossos sanduíches já haviam se findado, e apenas batíamos papo. Porém, eu ainda tinha que procurar as coisas que iria levar para eles no dia seguinte – já terminou? – era óbvio que sim, mas educação vem em primeiro lugar.

– Sim – ela sorriu.

– Podemos ir?

– Claro – ela levantou, pegando a bandeja e seguindo-me até o lixo, descartando as sobras e repousando as bandejas no lugar correto.

– Agora vamos para a nossa caça ao presente.

~*~*~*~

Não fora muito complicado achar o presente de Henry. Ela parecia realmente conhecer os seus gostos, e assim, compramos uma correia de guitarra na primeira loja de instrumentos musicais que fomos. Escolhemos juntos um de estampa xadrez, com algumas tachinhas e rebites enfeitando-o.

Restava-nos então, a dúvida do que levar para DongHae, e já não tinha certeza se ela poderia me ajudar. Contando uma estória bem mal contada, enrolei-a, dizendo que precisava dar um presente para um parente muito querido, mas que não levava muita fé no que escolher. Ela dispôs-se a me ajudar, embora tenha pedido detalhes do jeito desse meu tal parente, e eu tenha descrito o que sabia de DongHae. No final, percebi que aquilo não era nada, e que por mais que eu tentasse contar a ela uma coisa realmente relevante, eu nada conseguia. Para falar a verdade, isso só fez-me desanimar, por dar-me a certeza de que eu nada sabia daquele que ocupava meus pensamentos vinte e quatro horas por dia. Em que tipo de relacionamento eu estava?

Cansados de rodar e nada estar bom o suficiente, demos um tempo comprando dois sucos e sentando em um daqueles bancos de meio de shopping. Respirando fundo, ficamos a fitar nosso redor, todas aquelas pessoas que passavam por nós, sem nada dizer. Estávamos claramente cansados, mas nenhum dos dois se daria por vencido. Eu só sairia dali com um presente para DongHae debaixo dos braços.

– Diga-me um pouco mais sobre esse seu primo – ela quebrou o silêncio.

– O que você quer saber?

– Bem, sei que vocês são muito próximos, que passam um bom tempo juntos e não muito mais que isso. Sei também que você quer dar a ele algo que o faça se lembrar de você, estou certa?

–Sim, está.

– Você descartou a chance de um celular. Pois não tem sinal onde ele mora. Tudo bem que é muito complicado um lugar na Coreia do Sul onde isso ocorra, mas ok. Vejamos, você acha uma câmera digital muito mainstream. O que mais poderia se dar para uma pessoa dessas?

– Não sei – sorri – por isso que pedi sua ajuda.

– Mas é claro. Ele gosta de jogos?

– Jogos? Creio que sim, vivemos jogando um Playstation junto com alguns vizinhos dele. Até brigamos pelo controle – sorri bobamente da lembrança, mas logo me recompus. Não poderia transparecer à ela que fosse mais além do que um “primo” que eu estava presenteando.

– Desculpe perguntar, Hyuk –a essa altura, eu já havia mandado-a me chamar de Hyuk. EunHyuk era muito formal, e quando chamavam-me de HyukJae, tinha um som mais sério - mas por que esse presente tem que fazer seu primo se lembrar de você? – ela levantou uma sobrancelha, e pude jurar ver um pouco de desconfiança nesse seu ato. Droga! Minha tentativa de disfarçar fora frustrada. Sorte minha a agilidade com as palavras, pois eu precisava de uma estória agora.

– Lembra que eu lhe disse que não poderia dizer o mesmo sobre ter amigos que me apoiassem?

– Sim...

– Então. Poucos foram esses, na verdade. E um deles foi esse primo. E bem, agora ele está indo morar nos EUA, e nem sei quando voltará. Por isso quero um presente que faça-o lembrar de mim – agradeço a Deus por dar-me tais habilidades ao nascer.

– Ah! Sim... Entendo – pude ver a maior parte de sua desconfiança dissipar-se, mas ainda era visível um resquício dela. Era apenas eu agir normalmente – bem, se ele gosta de vídeo-games e você quer algo que faça-o lembrar-se de você, com imagens, por que não um Nintendo DS?

– Um DS? – COMO-EU-NÃO-HAVIA-PENSADO-NISSO-ATÉ-O-MOMENTO?

Claro que era um item um pouco caro, mas... Eu ainda estava com o cartão de meu pai, nada havia para temer. Feliz e extasiado com a saída que ela arranjara-me, puxei-a para cima pelo braço e seguimos para a loja mais perto. Amber havia mais uma vez, ajudado-me com algo que eu não fazia ideia de como escapar.

~*~*~*~

Rapidamente as compras estavam feitas. Sem mais delongas, conversamos mais um pouco e tomamos nosso rumo. Agradeci-a várias vezes, e ela apenas respondeu com simpáticos sorrisos e “de nadas”. Deixei-a em casa, após ela guiar-me o caminho até onde morava, e segui o meu, de volta para a casa de meus pais, mais feliz e ansioso do que estivera, talvez desde quando começara a frequentar a casa de DongHae. Afinal, faltava apenas mais algumas horas para que eu me encontrasse com ele, e eu não podia conter-me de tanta felicidade. Parando no meio do caminho, passei em uma farmácia, comprando aqueles remédios típicos para enjoo, que davam sono. Seriam úteis logo mais.

Escapando de minha mãe e irmã, que fizeram-me dezenas de pergunta assim que adentrei a sala, subindo rapidamente pelas escadas, tentando ao máximo não cantarolar ou dançar daquele jeito todo desprovido de aptidão, logo eu estava dentro do quarto, jogado em minha cama, abraçando o travesseiro tubo que tornara-se minha única companhia. A caixa de doces, do tamanho de uma de sapatos, que havia comprado para ele, já que na cidade era bem mais barato que em Gageodo, estava repousada tranquilamente em cima da cadeira da mesa do computador.

Peguei o primeiro saquinho que vi pela frente, que por sorte eram daquelas balinhas de ursinho que tanto me recordavam de seu sabor. Sem o mínimo de delicadeza, coloquei meia dúzia na boca e mastiguei lentamente. Até mesmo o macio dos gomos era parecido com o macio de sua pele. Deleitava-me com aquele sabor. Não era muito tarde, nem mesmo passava das oito da noite, mas eu já não aguentava ficar acordado. Pegando os comprimidos de dentro do saquinho de papel, procurei o copo d’água que minha mãe sempre deixava ao lado de minha cama e bebi um grande gole, sentindo o diminuto comprimido descer por minha garganta.

Terminado o pacote de doces, minha boca já abria, dominada pelo sono do efeito do remédio. Era tudo o que eu mais queria. Entregar-me nos braços do sono, e com isso, procurá-lo em meus sonhos, pois se havia uma coisa que eu tinha plena certeza era que, ele estaria lá, de braço abertos, como sempre esteve naquelas duas semanas que passei longe dele.

~*~*~*~

– Hyukie... – seu gemido tornava tudo muito mais ébrio. Seu cheiro dominava-me e começava a impregnar cada parte de meu corpo com todo seu esplendor. Se havia algo que me deixava ainda mais louco por ele, era o cheiro de sexo misturado ao cheiro de sua pele.

– Diga... Diga o que você quer... – entre beijos, o som molhado de nossos lábios famintos um pelo outro ecoavam, enquanto nossas línguas se envolviam de forma a demonstrar nem o mínimo de pudor. Não precisávamos de coisas simplórias como essas, quando era apenas eu e ele.

Sentia suas mãos apertarem com força minhas coxas, força essa que eu desejava mais. Adorava quando ele tentava dominar-me e inverter as posições, mesmo sabendo que, por fim, era eu que sempre ganhava e que sempre ganharia o jogo.

O nosso jogo de sexo particular.

Minhas mãos envolviam suas nádegas de forma a apertar toda a carne ali existente, que não era pouca, ainda mais evidenciada por aquela boxer negra semi úmida. Sua língua soltou-se da minha e desceu por meu tórax, e apenas por isso já senti toda a expectativa de seus futuros atos. Com gosto, ele lambia e deixava caminhos de saliva em cada dobra de meu corpo magro, mas bem feito, enquanto eu apenas apoiava-me em minhas mãos e contentava-me a soltar gemidos inexplicáveis. Afinal, tudo o que ele fazia era inexplicável. Sua existência em si, o era.

Suas mãos em minha cintura apertavam-na, deixando-me mais ansioso e desejoso, pronto para seu futuro trabalho em um local localizado, que eu sentia esquentar a cada centímetro de pele que ele abaixava. Com os olhos postos nos meus, assim como na primeira vez, ele mordera a barra de minha boxer e descera-a, lentamente, fazendo questão de torturar-me com o aperto que aquele tecido incômodo proporcionava-me. Sorrindo, sem o mínimo de vergonha que demonstrava nos momentos pós-sexo, terminou de descer aquele pedaço de tecido e logo voltou, com as mãos ávidas. Dedilhando a extensão daquela minha parte tensa pelo momento, brincava com minha ereção, fazendo-me gemer seu nome e algumas palavras de baixo calão. Eu não me importava. Queria sentir sua boca quente e úmida trabalhando do jeito que apenas ele sabia fazer. Queria sentir minha glande bater no fundo de sua garganta, praticamente estuprando-a de forma libidinosa e nem um pouco casta. Eu gostava daquela sensação de pré-orgasmo que ele proporcionava-me.

Por fim, suas mãos envolveram a base, apertando de leve. Ele tinha o mínimo de noção do que fazia comigo? Era castigo por sempre fazê-lo pedir por mais? Sorrindo descaradamente e mordendo os lábios, tentando-me, abaixou a cabeça, tirando a língua de dentro da boca assim que se aproximaou de meu membro pulsante. Era totalmente visível cada veia saltada, esperando por seus carinhos. Involuntariamente, minhas mãos foram para seus cabelos, obrigando-o abaixar de uma vez e...

UM MALDITO SOM ELETRÔNICO INVADIU MEUS OUVIDOS.

Assustado com o som que eu não esperava no momento, girei por entre os lençóis e logo encontrei-me no chão, agarrado ao travesseiro carinhosamente batizado de “The Second”, com os lençóis por cima de meu corpo. Eu não podia acreditar que aquilo era um sonho. E se o era, por que infernos o despertador tinha que tocar exatamente naquele momento? Não queria nem pensar no estado em que estaria da cintura para baixo. Tateando a mesa atrás de mim, apertei o botão do despertador, desligando-o. Merecia ter sido jogado pela janela na verdade, mas fui bondoso. Havia coisas que mereciam muito mais minha atenção do que um simples despertador.

Tirando os lençóis de cima de mim, levantei e pude perceber a visível ereção por baixo de minha boxer molhada. Era tudo o que eu precisava, sujar minha cama no último dia com pré-gozo causado por um sonho. Correndo para o banheiro, adentrei o box com a boxer ainda, e liguei o chuveiro. Deixando a água correr pelo meu corpo, livrando-me do suor que grudava em minha pele e que, misteriosamente, cheirava a ele, tentei relaxar, mas foi em vão. Os fluídos que iriam pelo ralo não eram nada mais que meu suor. Havia algo mais necessário para ir junto.

Abaixando minha boxer, virei de costas e encostei minha testa na parede, amparando-me de pé. Senti a força do chuveiro toda concentrada em minhas costas. Sem pudor, envolvi a base de meu membro, apertando-o, do mesmo jeito que ele fizera-me no sonho. Não podia esperar, e não iria jogar comigo mesmo.

Com, no início, leves movimentos, comecei o delicioso vai-e-vem da masturbação. Podia sentir meu membro rijo, pedindo por cada vez mais, e atendi-o. As veias ao seu redor, saltadas, ainda sentindo o prazer que “sentira” no sonho, pediam por mais fricção. Aumentando o ritmo cada vez mais, logo podia ver a pele vermelha pelo atrito, esgarçar-se junto com a glande, cada vez mais escarlate. Todo o sangue de meu corpo estava concentrado naquele ponto, e minha mão era a única que poderia ajudar-me naquele momento. Aumentando ainda mais a velocidade, senti um arrepio correr pela minha cintura, passando assim que senti o fluído escorrer por entre meus dedos. Não fora tão maravilhoso quanto poderia ser no sonho, mas fora bom. Satisfazia-me de momento.

Lavando a mão, continuei a tomar meu banho e logo estava limpo, totalmente livre de minhas secreções, quaisquer que fossem. Saindo do boxer, visualizei minha imagem borrada no espelho, e tratei de sorrir. Embora aquilo não tenha passado de um sonho, o mais delicioso de todos os sonhos, ele não estava longe de ser concretizado. Mais algumas horinhas e eu estaria ao seu lado, por entre seus braços.


Notas Finais


* Bem, nessa fic ele não dança... Ainda. Futuramente, DBTW terá uma OtherSide, extensa, contando como seria se uma coisa aí no passado não houvesse acontecido, e nessa será focado mais a vida cotidiana...
Bem, mesmo sendo noite de ano novo, começo o ano com DBTW linda e bela pra você XD
Amanhã trago mais um capítulo revisado <3 Espero que gostem ^^


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