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História Dormindo com fantasmas - One way or another I'm gonna get you


Escrita por: JamieHermeling

Notas do Autor


Demorei um pouco T_T esse feriado estragou meus planos T_T q
Esse capítulo ficou menor, e eu não fui muito com a cara dele >.< mas prometo que o próximo será melhor!

Capítulo 43 - One way or another I'm gonna get you


Sakura estranhou as batidas insistentes em sua porta. Naquela terça-feira, havia tirado algumas horas de folga e saído da Teruya mais cedo, para descansar. Saiu do sofá, ainda descalça, perguntando por que não usavam a campainha.

Teve sua resposta assim que abriu. O caso era que a pessoa em questão apenas não alcançava a campainha. Louis estava com sua usual expressão zangada ainda mais grave, usava um uniforme vermelho, meias brancas e grandes, uma chuteira preta, e carregava uma mochila igualmente escura.

– O que está fazendo aqui, hein? - ela bagunçou os cabelos negros do garoto, que instantaneamente se afastou.

– Fugi de casa - ele disse, torcendo os lábios e cruzando os braços.

Sakura riu estridente, agachou-se, ficando da altura dele.

– Fugiu, foi? Por quê?

– Hmphf. Seiji não queria me levar no futebol da escola hoje, disse que tem que sair daqui a pouco. Mas eu preciso ir! Aqueles idiotas da minha sala ficam me zoando, dizendo que francês não sabe jogar bola! Eu vou mostrar a eles porque é que nós temos a porra de uma estrela, e vocês americanos não têm nenhuma.

– Hm, quem andou te ensinando esses palavreados, hein?

– Tsc. Você vai me levar ou não?

A Haruno soltou um suspiro, levantando-se. Calçou os sapatos abandonados no tapete e pegou a bolsa, ainda deixada na mesa da sala. Mandou uma mensagem para o irmão, dizendo para não se preocupar, e pegou seu carro, que finalmente estava legalizado, para ir até a escola do garoto.

O campo era grande, próprio para crianças daquela idade. Sakura falou dois minutos com o professor, enquanto o menino já corria para se preparar. Resolveu assistir, subindo para as arquibancadas. Havia poucas pessoas ali, e Sakura sentou-se numas das mais próximas do campo. Uma ruiva já se encontrava naquele lugar quando ela chegou, mas a Haruno não prestou muita atenção.

– Esses meninos são enérgicos até demais, não acha? - a rosada foi pega de surpresa pela voz inesperada, que falava em um tom divertido. Olhou para a mulher ao seu lado. Era bonita. O rosto era delicado, os olhos eram de um castanho diferente, que estranhamente combinavam muito bem com os cabelos vermelhos.

– Ah, sim, demais - sorriu - aquele é o seu filho?

A ruiva negou com a cabeça - Meu sobrinho.

– Então estamos na mesma.A mulher riu - Meu nome é Tayuya.

Sakura sentiu sua mão enfraquecer, impedindo-a de esticá-la e cumprimentar a ruiva. Sua boca ficou entreaberta, sem que percebesse. Tinha ouvido, pelos corredores da Companhia, sobre uma noiva de Sasuke, o que confirmava sua teoria sobre o anel. E o nome dela não era aquele mesmo... Tayuya?

– Algum problema? - a ruiva perguntou, retirando a mão, com uma ruga formada entre as sobrancelhas.

– Não - a Haruno sorriu sem graça - É só que conheço alguém com esse nome. Eu sou a Sakura.

– Ah... - a ruiva levantou as sobrancelhas, como se lembrasse de algo, e apontou baixo para a rosada - Agora te reconheço! Claro! Você é aquela Sakura. Hamasaki Sakura, não?

– É, é sim - ela forçou um sorriso, e a outra revirou os olhos.

–Ora, veja só que grande coincidência temos aqui - Tayuya riu - Eu sou noiva de Uchiha Sasuke. Conhece? - ela disse, num sarcasmo divertido.

A risada simpática dela não fazia sentido algum ao chegarem aos ouvidos de Sakura, e ela não conseguiu acompanhar a ruiva, por mais que tentasse. Naquele momento, questionamentos sobre o porquê de aquilo estar acontecendo cruzaram e tomaram conta de seus pensamentos, e ela se detestou por não ter apenas agido normalmente. Apressou-se para melhorar a expressão nada agradável que devia estar fazendo e soltar um sorriso, mesmo que tímido.

– Pois é - ele riu baixo. Ficaram em silêncio, a rosada resolveu quebrar o desconforto - Mas então, o que você faz?

– Ah... Por enquanto, só fico de olho, esperando o velho se aposentar pra eu herdar as ações dele na empresa. Acredito que saiba de nós, somos sócios da Teruya.

Sakura assentiu, com certeza sabia. Os Sugawara eram um de seus maiores fornecedores tecnológicos.

– Vocês tiveram de assumir a Teruya bem cedo, não foi? Você e o Sasuke. Ainda lembro com todos os detalhes, como se tivesse sido ontem, o acidente terrível com os pais de vocês. Ainda bem que você tinha alguém pra te dar força. Aquele ruivo, ainda está com ele?

Sakura cerrou os olhos, incomodada com as perguntas indiscretas da mulher. Mas se ateve a outro fato. Então ela não sabia de sua história com Sasuke? Pensando bem, era algo até bem possível. Naquela época, a imprensa achou que Gaara era o namorado da Haruno. E o fato de Sasuke não ter contado nada não a surpreendia. Entretanto, o que a surpreendeu foi que não conseguiu desmentir Tayuya. Não conseguiu dizer que, na verdade, estava com o atual noivo dela, naquela época. Parecia existir uma trava quando o assunto era aquele, e sua mente mudava automaticamente o teor dos pensamentos. Murmurou uma desculpa qualquer para a ruiva, e cuidou para que o resto da conversa fosse marcado por assuntos essencialmente triviais.

Finalmente, o treino acabou. As duas se encaminharam para o campo, cada uma pegou seu sobrinho.

– Posso te ligar depois? Pra nós tomarmos alguma coisa. Creio que nos daremos bem - a ruiva falou.

– Ah, sim, claro - mal posso esperar, Sakura completou com ironia, silenciosamente.

Despediram-se, por fim, e cada uma tomou um rumo diferente no estacionamento da escola. Sakura desejou veemente que a tal Sugawara Tayuya não fosse de cumprir o que dizia, e que a suposta ligação jamais acontecesse.



....


Era a milésima vez que ligava para Naruto. O sábado, o domingo e o resto da semana se passaram sem que Sakura tivesse qualquer notícia do loiro. A operadora sempre informava que o número estava fora da área de cobertura ou desligado. Até tentou ligar para os pais dele, mas o telefone antigo que tinha não devia ser mais o mesmo.

Finalmente, naquela manhã de sexta-feira, o rapaz resolveu antender.

Sakura!– a mesma animação sem motivos de sempre pôde ser conteplada.

– Idiota! Tem noção do quanto eu fiquei preocupada, achando que alguma coisa tinha acontecido com você? Por que não me atendeu?

– Ah, desculpa, é que eu esqueci o recarregador da bateria do meu celular, e aqui não tem onde comprar. Mas finalmente pude ir a uma cidade maior e-


– Hã? Onde você está?

Anh... Em alguma cidade do Tennessee. Não sei o que Ville...

– E o que você está fazendo no Tennessee?! Eu te liberei pra ir até Seattle, não pro Tennessee!

Hm... É que... No aeroporto, minha mãe me ligou e disse que meu padrinho está com uns problemas judiciais meio urgentes... Esse velho bebarrão – Naruto cochichou, reclamando - Enfim, não pude recusar, você sabe como é minha mãe. Acho que vou ficar preso aqui uns dias... Mas confie em mim, eu vou fazer o que disse que faria. Bem, eu tinha uma férias atrasadas mesmo pra tirar... Use isto! Err... eu tenho que ir agora!

E desligou. Sakura olhou frustrada para o telefone, mas deu-se por vencida, soltando um sopro. Mas não teve muito tempo para resmungar, já que ouviu leves batidas na porta, e logo esta foi aberta, revelando uma criatura que entrava sorrateiramente.

Ela abriu um sorriso ao ver a mulher morena com uma expressão angelical, que se aproximava.

Era Rin, secretária de Kakashi. E também, uma velha conhecida. E Rin a ajudaria, ou melhor, já estava ajudando, há alguns dias.

– Tudo pronto? - Sakura perguntou, com animação.

– Sim - a mulher, de seus trinta anos, confirmou - a reunião já havia sido marcada. Os principais executivos terminaram de confirmar presença ontem à noite. Será daqui há uma hora. Eu só preciso de uma coisa - ela disse, com os lábios comprimidos, e um certo receio.

– O que?

– É que... Não podemos permitir que o Sasuke esteja aqui enquanto a reunião estiver acontecendo. Ele pode, de alguma forma, ficar sabendo, e pedir para participar. Desse jeito, ele iria pôr tudo a perder.

Oh, sim, conhecendo Sasuke, era bem possível. Era jogo limpo que ele queria, então Sakura faria um jogo limpo. Tendo todo o cuidado, é claro, para que ele não o estragasse. A posse de Sasuke não deveria tardar mais que dois meses, mas a Haruno não podia permitir que isso acontecesse. Os rumores sobre sua competência, e até uns atrevidos "confio mais nela que no Uchiha", começavam a subir pelo andares, chegando aos ouvidos dela. E Sakura aproveitaria isso. Há alguns dias, havia começado a organizar aquela reunião, sem que deixar que ninguém soubesse que era ela quem os estava convocando. Isso tinha sido possível graças às preciosas colaborações de Rin e de Chiyo, uma acionista experiente que havia simpatizado com a Haruno, compartilhando a opinião de que ela merecia uma chance no lugar mais alto. Chiyo apresentaria os relatórios de desempenho e iria propor um novo sistema a ser instalado na Companhia. Um sistema que já vinha sendo estabelecido em alguns gigantes internacionais, o qual consistia numa divisão de poderes. No caso da Teruya, entre dois representantes. Enquanto um acumularia as funções diplomáticas, acompanhando mais de perto a rotina das operações, o outro seria responsável pelo planejamento estratégico e geral dos negócios. Era a divisão de poderes entre o chefe de operações e o chefe executivo, na qual o primeiro, que geralmente ficava alguns degraus abaixo do segundo, praticamente se igualaria. Agora, mostrando que ela tinha condições para ocupar tal cargo, deixando os escândalos de anos atrás soterrados, isso era possível. Então, Sakura definitivamente entraria no jogo. E tinha a prazerosa impressão de que Sasuke não gostaria nada disso.

– E o que você sugere que eu faça? - perguntou.

– Olha, Sakura, isso, eu deixo em suas mãos. Eu não consigo pensar em ninguém que poderia tirá-lo daqui tão de repente. Talvez, o irmão dele, mas eu não tenho como pedir isso. Ah... Quem sabe, se você o chamasse pra, não sei, um almoço, ele ficaria supreso com isso e aceitasse? Acho que é nossa melhor opção - Rin observou a expressão morta e intraduzível de Sakura, que a encarava - Bem... Eu tenho que ir. Kakashi pode estar precisando de mim. Deixo essa última parte pra você.

Sakura respirou fundo. Seus olhos passearam inúmeras vezes pelas paredes da sua sala. Jamais poderia se imaginar convidando Sasuke para alguma coisa. Não tinha a menor ideia de como faria isso. Passou as mãos pelos cabelos, deixando escapar um gemido de irritação e frustração. Mas não, ela tinha de se lembrar da ordem de importância das coisas. Proteger a reunião da interferência de Sasuke era muito mais importante. Como conseguir isso era só um detalhe que não deveria impedí-la. Levantou-se e saiu, decidida. Andou alguns poucos passos que separavam a sala do Uchiha da sua, e pôs a mão sobre a maçaneta da porta dele.

Entretanto, parou parou nela. Não conseguia abaixá-la. Não conseguia entrar. Algo paralisava suas pernas e enchia sua mente, ora de medo, ora de repulsa, impedindo qualquer ação. A sensação quase física de seus músculos sendo todos congelados começava a sufocá-la. Havia um bloqueio. Ela simplesmente não conseguia chegar perto de Sasuke, falar com ele normalmente. Não conseguia olhá-lo. A obrigação de ter que fazer isso apertava-lhe o peito, fazia sua garganta pesar até praticamente doer, seus olhos fechavam-se com força automaticamente, como se para não deixar a pressão que se acumulava em seu interior fugir. A única vontade que tinha era de correr para longe e manter-se lá.

Afastou-se abruptamente da porta. Qualquer que fosse o motivo, apenas não podia fazer aquilo, e acabou. Balançava a cabeça infantilmente enquanto voltava para sua sala, e trancou-se lá. Pensou em outra pessoa a quem Sasuke não recusaria um convite. Tenten? Não, ela jamais participaria daquilo. Por mais que fosse amiga da Haruno, Tenten não faria nada que prejudicasse Sasuke.

Então, a imagem de Tayuya passou rápida e brilhante em sua cabeça. Sim, claro. Óbvio. Aquela ruiva havia sim ligado para ela, duas vezes, mas Sakura sempre dava um jeito de adiar a conversa. Seria uma situação totalmente constragedora e desnecessária, pela qual ela não sentia nenhuma vontade de passar. Mas conhecer a noiva de Sasuke havia se tornado algo bom, afinal. É claro que seria extremamente difícil de manipulá-la ao ponto de a Sugawara apenas convidar o Uchiha para um almoço, mas Sakura poderia fazer com que ela o levasse no suposto compromisso delas, sem maiores problemas.

Pegou seu telefone pessoal e ligou para o número agendado.

Sakura?– a voz dela tinha um misto de surpresa e desconfiança.

– Tayuya! Eu ainda estou me sentindo mal por nunca poder conversar com você. Com certeza temos muito para falar - soltou uma risada divertida - Então, estava pensando se você não queria se juntar a mim para um almoço, daqui a pouco.

Oh... Hm, sim, sem problemas. Aliás, eu ouvi Sasuke comentar sobre um ótimo aí perto...

– Ah, eu não estaria interrompendo nada, não é? Se você já tiver planos com ele, eu não quero atrapalhar-

Não, não– a ruiva interrompeu - Nós... Quase nunca fazemos esse tipo de coisa juntos– ela disse, e a Haruno podia jurar que existia alguma ponta de insatisfação em sua voz - Aliás, sabe de uma coisa?– Sakura sorriu. Tayuya ia fazer exatamente o que ela queria - Acho que tive uma ideia. Poderíamos nos juntar nós três, não acha? Já que vocês se conhecem, seria algo divertido.

Aquela mulher definitivamente não tinha uma boa definição para divertido. Obviamente, ter Sasuke de um lado e Tayuya de outro numa refeição era algo desprazeroso que a Haruno definitivamente não queria em sua vida. Mas quem disse que ela precisava comparecer? Inventaria uma desculpa qualquer para a ruiva depois, lamentando ter que faltar. E manteria Sasuke longe o tempo necessário. Nada podia dar errado.

– Claro, seria ótimo. Eu estou no banco agora, será que você poderia ligar para ele?

Sim, agora mesmo, eu já ia fazer isso. Estaremos lá em meia hora, no máximo, está bom pra você?

– Perfeito. Ah... Só mais uma coisa, Tayuya. Poderia não dizer que eu também vou? Quero fazer uma supresinha para o Sasuke, você sabe que a cara dele de assustado é algo à parte - fez uma careta por ter de dizer aquilo.

Ouviu uma risada do outro lado - Com certeza. Pode deixar.

Sakura desligou, e jogou o celular sobre a mesa, sem se importar com o destino dele. Relaxou em sua cadeira confortável, pondo as mãos sobre os olhos e respirando, aliviada, finalmente.


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