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História Drowning Lessons - Madame Iero


Escrita por: littlezackary

Notas do Autor


Olá pessoal, como vocês estão?
Bem quero agradecer aos favs e a Ieroways que está sempre por aqui comentando e tal sz
Confesso que ando meia desanimada com as minhas estórias, mas não vou abandonar!
As coisas finalmente vão começar a se desenrolar e novos personagens vão surgir!
Mas enfim, leiam que é melhor!

Capítulo 6 - Madame Iero


Aquele mundo não era o meu. Aquelas roupas não eram as minhas. E essa era a parte ruim dos disfarces; o incômodo do que não é seu e do que é completamente diferente de você.

Jamia ainda era meio indiferente a mim, por conta do fato do departamento. E eu realmente não me sentia nenhum pouco culpado por isso.

Eu não sou obrigado a agradar todo mundo. Ninguém é.

E eu também não sou obrigado a dar bola a uma mulher que sequer se dá ao respeito.

-Sugiro que segure minha mão ao que entrarmos lá... – Jamia propôs ao meu lado, antes de empurrarmos a grande porta de madeira que dava acesso ao jardim.

-Não será necessário... Afinal estamos em crise, lembra?

Ela respirou fundo, mas eu tinha absoluta certeza de que não tinha soado rude.

Estava me esforçando ao máximo, até porque ele tinha parado com suas piadinhas sugestivas e focado totalmente em seu disfarce e em seu trabalho.

Mudamo-nos algumas horas antes como sugeriu Angelina para ao final da tarde. A única coisa que realmente levamos, foram nossas roupas e alguns objetos de uso pessoal e decoração, afinal, o apartamento era devidamente mobiliado.

Luxuosamente mobiliado.

-Está pronto para entrar na cova dos leões? – Jamia perguntou, ajustando o vestido vermelho de alças do corpo.

-Como nunca. Há algo errado com seu vestido?

-Watson errou na numeração.

Estávamos parecendo dois idiotas em frente à porta de madeira, sussurrando e com Jamia se contorcendo estranhamente na tentativa de que o vestido dilatasse para encaixar em seu corpo.

Empurrei a porta, e o que vi, me deixou inseguro em seguida.

O jardim transcrito do Green Palace estava com suas árvores repletas de luzes douradas. Uma mesa posta, com vários petiscos e com várias taças com vinho e champagne, algumas pessoas sorrindo e conversando abertamente, enquanto soava um jazz qualquer de uma pequena banda ao fundo do jardim.

Analisei tudo atenciosamente, e meu cérebro trabalhava a mil.

Pessoas robustas, com aspectos sobrepostos as outras. Seguravam as suas respectivas taças, como se estas fossem ouro ou rubi. Suas roupas caras e de grife, o cheiro de perfume francês, misturado ao cheiro verde das plantas e da grama.

O calor do verão que embaçava todo aquele luxo, transformando a maquiagem das mulheres em suor, as bocas, os petiscos sendo devorados...

-Pessoal; deem boas vindas aos Iero! – Angelina decretou ao que nos viu paralisados na porta.

O caminho era considerável até onde as pessoas estavam. Havia um pequeno caminho de chão de mármore até que a grama do jardim começasse a aparecer. E todos estavam nos olhando, curiosos.

Uns nos olhavam estranho, outros nos olhavam gentis.

Jamia acenou sorrindo e foi logo se aproximando.

Fui logo atrás, tentando manter o sorriso gentil firme, e treinando mentalmente para não ser rude com ninguém.

Já estando no jardim, um garçom se aproximou e nos ofereceu uma taça de vinho ou champagne. Outro, oferecendo canapés, ostras, caviar e toda aquela baboseira de gente rica.

Decidi provar do vinho, já que estava nesse mundo de insanidade, talvez provar do veneno não seria uma má idéia.

-Bem, deixem-me lhes apresentar nossos moradores. Aqueles ali são os Warren... – Ela apontou para um casal, que conversava com uma mulher loira de cabelos longos e de extrema beleza. O homem, que teria nome de Jack Warren, era parecido com o ex Presidente Kennedy, a diferença era que seus cabelos eram platinados e era um pouco bronzeado. Uma espécie de Donald Trump baixinho e de terno cinza. Sua esposa, Genna, tinha cabelos tão achocolatados quanto os de Jamia, eram cortados acima do ombro, e escovados quase sempre para dentro, como uma concha. Ela costumava vestir aqueles conjuntos que foram moda nos anos oitenta, mas creio que suas roupas remetem algo mais para anos sessenta. – Aquela ali com quem eles conversam – Ela nos olhou maliciosa, mas gentil – Kelly Morrison. Umas das mulheres mais belas que já moraram aqui.

-Ai é? – Jamia perguntou, com uma pontada de inveja.

Eu não poderia negar que Kelly era de se encher os olhos. Seu corpo era cheio de curvas, e o vestido que ela usava naquela ocasião, as valorizava ainda mais. Seus cabelos eram ondulados e longos, e seu decote com os seios salientes eram notáveis a metros.

-O que ela faz...? – Falei a analisando. Por anos eu não havia olhado uma mulher com atração, mas Kelly, que começara a me olhar penetrante, fazia com que isso acontecesse de forma demoníaca.

Jamia me deu uma cotovelada, de leve.

-Ela é professora de letras na universidade de Newark, e escritora.

-Se a senhora não tivesse me dito isso, nunca adivinharia com o que ela trabalha. O perfil dela não remete nenhum pouco algo intelectual, não acha querido? – Jamia falou sarcástica.

-... Sim... Acho...

-Aquela ali, é Mercedes, filha de um magnata da construção civil. – Ela se referiu a uma garota que aparentava vinte e poucos anos, bebendo vinho.

Algum desconhecido chamou Angelina, que teve de se despedir de nós, afinal, não éramos os únicos convidados da festa.

-As pessoas aqui são bem estranhas, não acha? – Jamia comentou, largando sua taça em um canto.

-Eles parecem ventríloquos... Peles de porcelana, e fios aparentemente tão macios... – Retruquei o comentário, quase provando do conteúdo da taça e logo me lembrando que as últimas pessoas que haviam bebido vinho que eu conhecera, estavam mortas.

 

Depois de alguns minutos trocando informações com Angelina e Jack, passei a procurar o tal Gerard Way.

Eu estava ansioso, pois havia uma única vez pela qual o vi dentre pessoas. Queria analisá-lo, pois ele mantinha um perfil muito instigante e singular, e ele parecia o único espesso daquela atmosfera tão peculiar que pairava no Green Palace.

Havia algo nele... Algo ruim. Algo podre, e que ninguém ali sabia.

Apenas eu farejara com meu instinto aguçado por coisas ruins.

-Você acha que alguém daqui matou Piper? – Jamia se aproximou cuidadosa e sussurrou.

-Pelo pouco que conversei com Jack, ele parece ser muito ambicioso. Gosta de conversar sobre diversidade de religiões. Apoia o ocultismo...

-Acha que ele e a esposa possam fazer parte de seitas, como o Cartel?

-Tenho que me aprofundar mais para afirmar algo... Mas eles escondem algo. Observe... Ele sempre sorri sedutor, independente de ser homem ou mulher... Sua mão direita está sempre no bolso, enquanto a outra segura delicadamente a taça de vinho... Quando ele sorri de uma piada sem graça, inclina o corpo um pouco para a direita, e quando fala de coisas sobre o seu interesse, como dinheiro e ocultismo, seu olhar é penetrante, e seus olhos azuis não deixam escapar que suas pupilas dilatam... Ele tem um aspecto superior aos veteranos deste edifício.

-Então está formando uma teoria de que, ele faça parte de algum culto ou seita?

-As probabilidades são fortes. Eu diria que, pelo que eu observei até agora, está em cinquenta por cento.

-Quer que eu levante a ficha dele?

-Não, apenas, por essa noite, vamos observá-los. Vamos começar pelos Warren.

-Acha que Mercedes teria pulso para matar alguém? – Jamia indagou, comendo um canapé.

-Até agora não sei... Ela parece fazer o tipo: magricela rica, protetora dos animais, que vai para a Nigéria fazer trabalho voluntário... Mas não se sabe: sócio e psicopata teem uma veia muito duvidosa. O que parece ser muitas vezes não é.

-Concordo...

- Acho melhor não ficar comendo esses aperitivos Jamia... – Falei, analisando-os e tirando minhas conclusões que ali poderia ser uma armadilha.

E se os moradores do Green Palace fizessem parte de um clã?

Eles pareciam ser muito unidos, e Jack Warren tinha muita influencia sobre todos ali, exceto aos novatos, que não eram nada mais nada menos que Frank Iero e Jamia Nestor.

Jack era fissurado em assuntos religiosos, e eu precisava me aprofundar mais sobre sua personalidade e suas ideologias, afinal, não é todo dia que se esbarra com um amante e simpatizante de ocultismo e magia negra. O argumento que ele usa é que, acredita em todos os “Deuses” e entidades, e que todos teem a liberdade de escolherem o que querem seguir, e que a intolerância a respeito do satanismo, por exemplo, era apenas ignorância, e uma idéia absoleta.

Mas Jack se contraria.

Ele mesmo não aprova homossexuais, isto não é um paradoxo?

Um homem tão eclético em relação a religiões e cultos, e ser tão antiquado neste quesito?

Não é um tanto duvidoso?

Por isso que ele me despertou tanta curiosidade.

Angelina se aproximou com aquele jeito dramático dos teatros de ópera antigos, com aquele sorriso indecifrável e seu aspecto luxuoso e de porcelana.

-Meus queridos...  Sinto em lhes dizer que apesar de mútua, a nossa festividade pela vinda de vocês está sem dois dos nossos moradores... O Sr. Ludovico Markov não se sente bem e está recluso em seu apartamento, mas o Sr. Gerard Way está voltando de uma reunião com uma editora e avisou que logo estará presente.

-Reunião com editora? – Indaguei curioso.

-Oh sim, ele levou os manuscritos de seu livro para a editora analisar. Ele me pediu para ler alguns de seus poemas, estão imensamente incríveis, porém, com uma característica muito  melancólica... Sabe... – Ela se aproximou de mim e de Jamia e sussurrou. – Faz muito tempo que o Senhor Way não namora, acho que ele se sente sozinho. Ele adorava a senhorita Ray, e depois que ela faleceu ele pareceu muito mais nebuloso do que já era...

-Eles eram amigos? – Minhas antenas estavam em alerta, uma informação daquelas, junto às suspeitas que eu tinha para com aquele homem, era como pólen para abelhas.

-Tocavam e cantavam Jazz juntos... Gerard é muito talentoso com o piano...

-Que pena para ele não é Angelina?

-Oh sim, com certeza...

Angelina tinha certa afeição pelo tal Gerard Way, naquele instante, eu supus que ela não teve filhos, e que o Sr. Way havia preenchido este vazio nela. E ela pareceu muito preocupada ao relatar sobre o hiato na vida amorosa dele.

 

Eu estava começando a ficar entediado, sentado naquela mesa cheia de enfeites de cristal. Jamia conversava com a tal Kelly, e esta me olhava de soslaio, como se quisesse me devorar. Seus olhos pareciam o próprio inferno, demonstrando aquelas labaredas invisíveis que apenas eu naquela mesa parecia ter percepção.

-Olhem lá, Gerard chegou! – Mercedes falou animada, e com os olhos brilhando.

Talvez a pobre garota nutrisse certos sentimentos por ele.

Ele trajava um terno simples, porém justo e escuro. Sua pele parecia muito mais pálida durante a noite, e seus movimentos, pareciam mais uma pluma ao vento.

-Boa noite, conterrâneos! – Ele saudou com um jeito estranho.

Todos responderam.

Angelina se aproximou em meio às outras pessoas e deu um leve abraço em Gerard e falou algo em seu ouvido.

-Bem querido Gerard, este são os Iero, nossos novos vizinhos!

Quando Gerard me notou na mesa, toda aquela sua expressão congelada se transformou numa leve e instigante face surpresa.

-Sejam bem vindos senhores... – Ele estendeu a mão para mim e eu a toquei.

Ali tive a certeza de que não me daria nada bem com ele. Ele despertava a raiva em mim, o medo. Ele era incrivelmente insuportável.

Ele deu a volta na mesa e se inclinou em direção a Jamia. Eu estava realmente curioso em saber o que ele iria fazer, e então ele pegou na mão dela, e a olhou sedutor.

-Seja bem vinda, Madame Iero... – Ele beijou sua mão, e continuou a fitá-la penetrantemente.

Já ela, parecia estar em um estado catatônico, onde nada mais existia a não serem os olhos dele.

Assim como aconteceu no dia dos depoimentos.

Depois que ele começou a ficar ali, a atmosfera pareceu ter pesado, e para mim, o clima ficou imensamente desconfortável.

***

Todos haviam se recolhido, e Jamia estava no sofá desatando a fivela de seu salto, enquanto eu a observava, nesse ato tão curioso.

Eu estava exausto, mas minha cabeça funcionava a mil. Eu acho até que terei um acidente vascular cerebral por causa disso. Eu não parava de raciocinar um instante.

-Frank, você está bem?

-Não consigo para de pensar Jamia.

-Quer um chá de camomila? Vai te ajudar a relaxar, e você não comeu nada na festa...

Eu me incomodava com essa preocupação de Jamia. Mas ter alguém sempre perto disposto a ajudar, assim como ela era, eu tinha de admitir que era muito bom.

-Sim eu aceito.

Ela foi até a cozinha, e eu fui ao banheiro tomar um banho para relaxar.

Mas antes, eu iria lavar meu rosto na pia.

Liguei a água fria, enquanto molhava meu rosto e passava o sabonete para extrair a oleosidade. Minha pele ficava horrível no verão e eu tinha de cuidar, afinal, acne perto dos trinta anos era uma calamidade.

Mas eu notei algo estranho. A água da pia demorava muito a descer e aquilo, na ansiedade em que eu estava; incomodava-me ao extremo.

-Jamia! – Gritei.

-Oi... O que foi? – Ela apareceu na porta assustada.

-Angelina falou algo sobre a pia do banheiro estar entupida?

-... Não, ela está?

-Está bem entupida... Ela não entregaria um apartamento estando com entupimento e infiltrações, por exemplo...

-Podemos chamar um encanador, o que acha? – Ela propôs analisando a pia.

-Se continuar pela manhã, eu mesmo olho...

Mais uma coisa para me deixar intrigado.

Angelina não entregaria um apartamento de luxo, naquele preço, com defeitos. Nenhum proprietário competente faria isso.


Notas Finais


Apareçam, cometem, quero interagir com vocês!
Bjs!


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