História Duas Listras - Dramione - Aquela décima semana

— Hermione. — falou assim que viu a garota sair pela porta da escola sem querer nem lhe olhar. Entendia que ela deveria está uma fera naqueles dias, porém, mesmo assim se preocupava com ela. Contudo, Hermione estava ignorando todo mundo naquela semana. 

Ela não queria falar com ninguém. 

Correu em direção dela a parando na calçada em frente da escola. Segunda-feira ela havia faltado, na terça-feira ela havia brigado com Ron, algo que surpreendeu a todos, principalmente, quando a viram bater na cara dele no meio da aula. Na quarta-feira ela simplesmente não ousou dirigir a voz para ninguém, nem mesmo Gina teve algum sucesso, na quinta-feira ela havia faltado novamente e agora na sexta-feira ela queria fugir. Daquela vez foi mais rápido. 

— Oi. — ela resmungou dando-se por vencida e decidindo encarar Draco, um homem confuso que tentava acompanhar suas súbitas mudanças de humor. 

— O que aconteceu? Você mal falou comigo essa semana. Quero saber como está, se precisa de algo, se tem se alimentado, se está mais calma. — Draco cruzou os braços enquanto encarava-a pacientemente. Não iria perturbá-la com nada, ele não sabia como era está grávida e ter que carregar um bebê. 

— Ah Draco… — ela suspirou fazendo uma careta para o desconforto maior em seus costas. Retirou sua mochila e a segurou na mão. — Não aguento mais carregar peso. 

— Você está bem? — ao avaliá-la com o olhar percebeu a barriga de Hermione ficar mais redonda e a cintura dela ficando mais larga. Estava começando a aparecer que carregava um bebê. 

— Estou. — ela engoliu a própria saliva, aquela semana foi um saco por causa disso, parecia que vivia com água em abundância na própria boca. 

— Então, o que foi? 

Hermione encarou aqueles olhos de uma cor linda, como ele iria reagir se contasse o que aquele cretino tinha dito do seu filho? Ela não conseguia compreender o motivo que a fez ficar tão revoltada, mas ela estava. Quando começou a se analisar em frente do espelho naquela semana e notou que sua barriga começava a crescer percebeu que tinha desenvolvido um instinto materno. Será que Draco já tinha o dele? 

— Ron foi na minha casa, me beijou, me insultou e insultou nosso filho. — ela despejou de uma só vez. 

— Ele o quê? — quem falou aquilo de um maneira nervosa não tinha sido ele, seus olhos encararam Luna e Gina que facilmente ouviram a conversa deles. Antes de poder dizer qualquer coisa Ron estava saindo pelo portão da escola acompanhado de Harry e Dino. 

Iria se virar e ir embora sem deixar nada lhe tirar o resto da sua paz, contudo, a cena que prosseguiu lhe fez estagnar no lugar. 

— Ei seu desgraçado. — Draco disse bravo aproximado-se de Ron e pegando-o pelo colarinho da blusa o empurrando contra o portão de ferro.

— Me solta!

— Só vou te dizer uma coisa pra você, se encostar na Hermione ou xingar meu filho novamente eu arrebento essa sua cara. — ameaçou segurando-o com mais força. 

— Nossa, está bravinho é? Você se enfiou nas pernas dela e não perdeu a oportunidade de fazer um filho, eu odeio você e essa peste… — antes de Ron conseguiu dizer mais alguma coisa, Draco socou sua cara fazendo-o cair no chão, então, uma briga se desenrolou entre eles quando viu o ruivo revidar. O alvoroço de alunos começou, uns filmando, outros só assistindo enquanto que tinha alguns tentando separar os dois adolescentes que não paravam de trocar socos. Até chegar a coordenadora da escola e os mandar diretamente para a diretoria. 

— Pensei que meu dia tinha terminado. — resmungou Hermione sentindo uma dor de cabeça previsível. 

— Pra você acabou aqui meu bem. — Gina enlaçou seu braço nos ombros de Hermione. — Vamos almoçar…

— Mas o Draco, ele… 

— Deixe eles pra lá, eles que se resolvam. — Luna apoiou a outra amiga a empurrando delicadamente para poder andar. — Agora me conte essa história direito que Ron foi na sua casa só para arrumar confusão. 

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O relato acabou junto com a maçã que comia, estava até mais tranquila desde do ocorrido que teve no final de semana anterior, porém, isso não significava que tinha perdoado o seu ex-amigo e que iria aceitar qualquer coisa vinda dele. Quando naquela semana ele ainda lhe provocou, não evitou de bater na sua cara, deixando seus cinco dedos bem marcados. 

— Ele é um cretino, desgraçado, filho da… — Luna parou seus xingamentos encarando Gina. — Desculpe, não vou xingar a tia Molly.

— Meu irmão fez muito mal mesmo, heim. — Gina suspirou. — Ele mereceu levar aquela surra do Draco. 

— Não vou perdoá-lo tão cedo. — Hermione afirmou. — Também não sei o que deu em mim, mas defendi meu filho, nunca pensei que iria fazer isso. — comentou pensativa vendo Gina e Luna se entreolhar para então abrir um sorriso. 

— Ownnnnn! Você está virando uma mãe coruja. — Gina disse empolgada abraçando Hermione que apenas ria. — Você quer menino ou menina? 

— Eu ainda não pensei nisso. 

— Mas deveria, você e o Draco já devem começar a ver os nomes dos bebês. — Luna disse animada. — Eu quero menina! 

— MENINO! — Gina gritou contra. 

Hermione apenas balançou a cabeça rindo, mas a dúvida estava plantada, ela queria menino ou menina? 

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— Você. Está. Louco. De. Ir. Parar. Na. Diretoria. Por. Causa. De. Brigas. — a cada palavra Narcisa batia nas costas de Draco enquanto entravam dentro da própria casa. Ele tentava se defender dos tapas certeiros da mãe, mas era quase difícil se livrar de agressões nível ninja. 

A agitação foi grande que acabou atraindo Daphne que estava sentada no sofá enquanto comia um pote de sorvete e assistia um filme. Ela apenas olhou para seu irmão se esquivando da sua mãe indo em direção do sofá, contudo, não deu outra quando ela tirou o próprio tênis e jogou contra o rosto dele. Não aguentou, começou a rir quando Draco passou a mão contra sua face após a pontaria boa que sua progenitora tinha. 

— O que aconteceu? — perguntou curiosa. 

— O que aconteceu? Aconteceu que eu tive que sair do meu trabalho pra ir retirar teu irmão da escola por que estava brigando na entrada do colégio. — Narcisa bufou cruzando os braços. — Nunca pensei que eu iria passar 17 anos com você pra me dar um desgosto desses filho, me fala o que aconteceu com detalhes. 

Draco tremeu ao vê-la tão irritada. 

— Você sabe o que aconteceu, eu bati no Ronald, ele também tentou me socar. — passou a mão sobre sua mandíbula. — Mas não foi forte o suficiente, eu acho. — desejou não ficar com nenhuma marca roxa. 

— Sim, foi o que me falaram. Agora por qual motivo? — Narcisa perguntou enquanto que Daphne apenas observava a cena risonha. 

— Levou uma surra da mamãe. — caçou. 

— Draco! — Narcisa exclamou. 

— Ele xingou a Hermione, beijou ela e também xingou meu filho. — resmungou cruzando os braços. 

— Hum, você bateu nele por quê xingou seu filho ou por quê beijou a Hermione? — Daphne perguntou vendo-o pegar uma almofada em cima da poltrona e jogar na sua cara. Ela segurou a almofada rindo. — Acho que é pelo dois. 

— Draco você não pode bater em todo mundo que xingar seu filho. — Narcisa disse calmamente. — Metade das pessoas vão questionar o seu modo de educar, uns vão dizer que você está mimando muito e outros que você não dar um pingo de atenção. Existe infinitas pessoas que vão dizer que é um péssimo pai e outras mil que é um bom pai. Você apenas tem que se preocupar em ser o melhor pra ele ou pra ela, e não ficar brigando com todo mundo, além do mais precisa ser tão bom para eles, sabe porquê para que possam confiar em você, sabia que é triste ver filhos que não contam nada para os pais por quê não confiam neles? Muitos tem a mente tão fechada que apenas afastam seus filhos, outros impõe um tipo de educação tão rígida que eles passam metade da vida tentando não tirar uma única nota vermelha, outros não aceitam as diferenças que seus filhos têm. Existe tantos pais de diversas formas que você precisa entender qual tipo de pai você deseja ser, aquele que irá ter mais filhos e os compararem entre si o tempo todo? Aquele que irá colocar tanta pressão psicológica para ele ser alguém "com futuro" e esculachar qualquer coisa que ele fará? Ou será aquele que apenas irá incentivá-lo, ficando ao seu lado o tempo todo e ajudando com o que precisar? E o mais importante, sempre irá confiar nele?

— Eita, ela te deu maior bronca agora. — Daphne confirmou. 

— Um conselho. — Narcisa corrigiu. — Agora vou voltar para o trabalho e não me faça mais uma vez ir te buscar na escola por causa de brigas. Você já é um pai, amadureça. 

Draco suspirou quando sua mãe saiu de casa, passou a mão em seus fios rebeldes. 

— Então, você está apaixonado? — Daphne perguntou. 

— Cala boca! — rosnou ele caminhando em direção das escadas que levava para o seu quarto deixando sua irmã mais velha rindo de si. 

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Suspirou se sentindo cansado, aquela noite tinha sido tão movimentada. Como o pessoal tinha tanto dinheiro pra gastar? Ele não tinha nem pra começar a juntar para cuidar do próprio filho que logo estará no mundo. Apostava que passava tudo no crédito e no final do mês estava todo mundo ferrado sem dinheiro. 

Quando deu sua pausa pra descansar decidiu se sentar no mesmo lugar que ficou semana passada e tentar impedir a música alta, essas que são para pessoas que sofrem de amor. Era pior ainda, lidar com bêbados que tinham o coração partido. Ouviu cada história naquela noite, desde de ter traído a esposa e ela ter descoberto, até viver um triângulo amoroso que não sabe aonde vai dar. 

Só queria relaxar. 

Como se fosse um dejavu a porta foi aberta novamente e a mesma mulher passou por ela. Seus olhos observaram Cho Chang andar calmamente até sentar-se ao seu lado, pela primeira vez se incomodou com ela, como uma pessoa poderia ser tão idiota a ponto de não perceber que não queria se incomodado? Draco só queria que aquele dia terminasse pra voltar para casa e descansar, afinal, estava sentindo o gosto que era ter que trabalhar. Além que não fazia isso todos os dias e sim três vezes na semana. 

— Olá Draco. 

— Oi. 

— Como você está? 

— Bem.

Uns segundos se passaram e Draco continuou olhando para ela. 

— Não vai perguntar como estou? — Cho cruzou os braços emburrada. 

— Não. 

— Por que não?

— Porquê não estou interessado em saber se você está bem ou não. — respondeu. — Você por favor pode ir embora? Gostaria de ter só um momento de paz. 

Aquele dia tinha sido uma confusão, além de brigar na escola, tinha que ouvir cada coisa naquele lugar e pra finalizar não havia conseguido falar com Hermione. Queria saber exatamente como ela estava, não deixaria ela sozinha, principalmente, após o seu ex-amigo dizer algo como aquilo. Acreditava realmente que Hermione tinha ficado magoada com aquelas palavras. 

— Você é um imbecil! 

— Sério? — questionou. A viu se levantar e sair bufando dali, agradeceu internamente, deitou-se no sofá e decidiu que tentaria relaxar o máximo possível. 

A última coisa que ele queria era uma louca atrás de si. Já tinha problemas demais, principalmente, gostaria de voltar a quebrar a cara de um certo alguém.