Dois meses depois...
- E ele disse que está ansioso para finalmente se instalar aqui. – a loira falava animadamente, até perceber que seu amigo não lhe prestava a atenção, perdido em seus próprios pensamentos. Suspirou, desde a morte de Menma era assim, Sasuke passava a maior parte do tempo desligado do mundo – Sasuke... Sasuke! – estalou os dedos à frente do moreno, que piscou os olhos, atônito.
- Sim? – ela suspirou novamente.
- Qual o problema? – ele a encarou, confuso.
- Pro-blema? – e um novo suspiro escapou dos lábios femininos, precisava fazer alguma coisa, antes que seu amigo se afundasse ainda mais em um buraco sem saída.
(...)
- Gaa? Sou eu, Temari. Pode vir? Eu preciso da sua ajuda.
(...)
O moreno preparava o jantar quando a porta de entrada de sua casa soou, suspirou, acreditando ser Itachi mais uma vez, há dois meses que ele ou sua mãe o visitavam todos os dias para ver como estava, sabia que estavam preocupados, mas francamente, preferia ficar sozinho.
- Um... minu-to. – secou as mãos, que antes lavavam alguns copos, para então andar até a entrada da residência e abrir a porta, seus olhos abriram em surpresa ao encontrar aquele bonito sorriso o esperando.
- Como vai, Sasuke?
(...)
- Te-mari... telefo-nou... n-ão foi?
- Bom... sim, mas eu já queria vir. Queria ver como estava. – respondeu o ruivo, ambos estavam sentados na cozinha, um de frente ao outro, a mão do ruivo sobre a do menor na mesa, acariciando com o dedo polegar as costas da mão pequena.
- N-ão... preci-sava se... preo-cupar. Você... deve te-r... mais o que fa-zer. – falou o moreno, faziam apenas três semanas que Gaara havia ido visitá-lo, e agora já estava ali novamente, não podia negar, o ruivo havia sido um apoio muito importante após a perda de seu Menma, sempre estava para ele quando precisava, mesmo que tivesse que viajar horas de sua casa até a do Uchiha para vê-lo.
- Não. Nada é mais importante do que as pessoas que eu amo. – o moreno sentiu suas bochechas esquentarem ao ouvi-lo – Sei como está se sentindo, Sasuke. Acredite, eu sei, mas... não pode seguir assim, como se você também já não estivesse mais vivo. Tem muitas pessoas que te amam e precisam de você, Ren, sua família... eu.
- Vo-cê? – o maior assentiu.
- Sim, eu. Você se tornou uma pessoa muito importante para mim. Aliás, não só você, Ren também.
- Gaa-ra... – o ruivo o calou.
- Não se preocupe, sei que não está pronto para uma nova relação, mas eu tenho paciência, vou te esperar. – as bochechas pálidas do menor se tornaram ainda mais vermelhas e o maior sorriu enternecido – Por enquanto, eu só quero te ajudar a sair desse buraco.
- É? E... co-mo? – perguntou, o ruivo pegou a mochila que havia trazido, tirando vários papéis e tintas de dentro dela.
- Quando perdi minha esposa e meu filho, pintar foi o que não me deixou afundar de vez... pensei que você poderia experimentar.
- Eu... n-ão se-i... pin-tar. – o ruivo sorriu.
- Não se preocupe, eu te ajudo.
(...)
- Não acredito! – o garoto olhou a tela do computador mais uma vez, para ter certeza que não havia se enganado, seus olhos azuis escuro brilharam ao ver que havia lido certo – PAPI! PAPI! – paralisou ao ouvir o som das risadas de “sua mãe”, há meses não a ouvia, parecia até música a seus ouvidos, adentrou a cozinha, percebendo a presença do ruivo.
- O que... fo-i be-bê? – perguntou o moreno ainda sorrindo, estava todo sujo de tinta, não apenas as mãos, mas o rosto, braços e roupas também, olhou ao maior, percebendo que este não estava de melhor forma, também coberto de tinta, a mesa toda revirada.
- Como vai, Ren? – cumprimentou Gaara, também sorrindo, o menino correspondeu.
- Bem, anjo. E você? – foi até o maior lhe dando um abraço, que logo foi correspondido e ele suspirou ao sentir o calor contrário, estar perto de seu anjo era como estar perto de seu pai que não havia conhecido e que o havia rejeitado antes mesmo de nascer.
- Bem, pequeno.
- Por qu-e... chamava be-bê? – os olhos do garoto brilharam novamente.
- Não vai acreditar papi. Eu passei! Passei mesmo! – o Uchiha franziu as sobrancelhas sem entender, até que seu filho o respondeu – Está olhando para o novo estudante de Medicina da Konoha.
- Aque-la unive-rsidade... que que-ria... estu-dar? – o mais jovem balançou a cabeça positivamente, de forma animada.
- Sim, me deram uma bolsa integral. – respondeu orgulhoso, todos os anos com a cara enfiada nos livros e as noites em claro que havia passado estudando haviam valido a pena, realizaria seu sonho de ser médico e seu papi não poderia estar mais orgulhoso.
- Que bo-m... fi-lho. Estou... mui-to fe-liz... por vo-cê. – o abraçou com amor, pela primeira vez em meses sentia-se realmente feliz.
(...)
- Então vai estudar Medicina na Konoha? – o garoto assentiu.
- Sim, vamos estudar juntos. – respondeu, sabendo que sua amiga também havia passado na mesma universidade, mas ela ao contrário dele, pagaria pelos estudos, ou ao menos isso pensava.
- Sim... é...
- Miho? O que houve? – a garota suspirou.
- Não sei como te dizer isso, Ren. Mas... eu não vou mais à Konoha. – seus olhos azuis abriram-se pela surpresa.
- O que? Mas você estava tão animada, fazendo vários planos. – ela assentiu.
- Sim, mas Jiho não quer que eu estude, disse que como sua futura esposa meu lugar é em casa. – o garoto franziu as sobrancelhas.
- Jiho? O irmão de Menma? – a garota assentiu.
- Sim, nos conhecemos no velório... – respondeu ela desconcertada, sabendo que esse momento havia sido muito difícil para seu melhor amigo – e... eu não sei... alguma coisa aconteceu. Estou apaixonada, Ren.
- Tenha cuidado, Miho, eu não confio em Jiho. Não confio nele, nem no irmão, e papi também nunca gostou do senhor Sai. – a garota rodou seus olhos cor mel.
- Não precisa se preocupar, eu vou estar bem, Jiho é um príncipe e eu vou ser muito feliz.
- Só cuidado, para que seu príncipe não se transforme em um sapo. – a garota rodou os olhos, sem acreditar nas palavras de seu melhor amigo, Jiho era seu príncipe, e sempre o seria, não?
(...)
Quatro meses depois...
- Não... espera... Jiho... – ambos estavam dentro do carro do garoto, este lhe beijava o pescoço, o chupando, enquanto suas mãos adentravam por dentro do vestido florido que a garota usava – Eu acho melhor pararmos... eu...
- Parar porquê se está tão bom? – falou o garoto, levando a mão por dentro do vestido e conseguindo tirar a calcinha da menina, que se assustou.
- É melhor pararmos. Jiho! Pare com isso! – mas ele não lhe deu ouvidos, em nenhum momento, nem mesmo enquanto ela chorava a cada nova penetração, jamais havia sido assim que a garota havia pensado perder sua virgindade.
(...)
Dois meses depois...
- Tem certeza disso, Sasuke? – o mencionado assentiu.
- Te-nho. Eu... fu-i mui-to feliz... aqui. Mas... es-tá na hora de... mu-dar de a-res. – a loira sorriu.
- Está feliz, não está? – o moreno balançou a cabeça afirmativamente.
- Seu ir-mão... me fez des-cobrir uma pai-xão... que eu n-ão sabia que... possuía, e abrir essa ga-leria com e-le vai ser... muito es-pecial. – a mais velha o abraçou.
- Pois então lhes desejo muito sucesso nessa nova caminhada, aos dois. E saiba Sasuke, que eu vou estar torcendo muito por você, é como um irmão para mim. – ele lhe sorriu.
- E vo-cê... como uma ir-mã para mim. – ela separou o abraço, ainda sorrindo.
- É, mas espero que o meu irmão você não veja da mesma forma. – o rosto do Uchiha corou fortemente e o sorriso feminino apenas ampliou, para então ela lhe dar um beijo no rosto – Muita sorte, Sasuke.
- Obri-gado.
(...)
- Está de brincadeira, não está? – estava impactado, sem acreditar no que seus ouvidos escutavam.
- Não. Não podemos mais nos ver. Amanhã vou me mudar com Jiho e ele não quer visitas masculinas em nossa casa. – o olhar da garota era baixo, notavelmente triste, era assim desde que seu namorado a havia obrigado a ter relações sexuais com ele e tudo só havia piorado quando há poucos dias ela havia se descoberto grávida.
- Mas Miho...
- Por favor, Ren... não me procure mais. Adeus. – e fechou a porta na cara dele, agora seriam apenas ela, Jiho e toda a solidão que a rodearia.
(...)
- E o que achou desse? – lhe perguntou o ruivo quando estiveram sozinhos, após ver mais um possível local para a galeria que montariam juntos, Gaara finalmente havia negado o convite de Deidara e convidado a Sasuke para se tornar seu sócio, já que este havia descoberto uma paixão que não sabia que existia pela pintura, ambos haviam juntado suas economias e o ruivo também havia usado a herança que seu pai lhe havia deixado antes de falecer.
- Eu... n-ão sei. É... só um gal-pão... – o ruivo entrelaçou seus dedos aos do menor, vendo como o rosto deste adquiria uma coloração muito vermelha... era adorável.
- Mas é o mais barato que encontramos. Vamos conseguir, Sasuke. Vai ver como em breve esse galpão vai se transformar na galeria mais acolhedora já vista. – o nomeado não pôde evitar sorrir e pela primeira vez correspondeu ao carinho contrário, entrelaçando também seus dedos aos do maior.
- Ok... eu ace-ito. Va-mos comprar. – e o ruivo assentiu, para então ambos se dirigirem juntos até onde a corretora estava, ainda de mãos dadas, e pelo resto da tarde, nenhum havia soltado suas mãos.
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