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História E se você me amasse? - A neve sempre cai...


Escrita por: fecasanova

Notas do Autor


Nos vemos lá embaixo...

Capítulo 13 - A neve sempre cai...


Fanfic / Fanfiction E se você me amasse? - A neve sempre cai...

Quando eu acordei já estava dentro de um carro, com minhas mãos presas diante de mim. Olhei em volta, procurando alguém que me dissesse algo. Busquei o rosto de Mary ou o de Ansel, mas tudo o que vi foi o rosto de Mateus na penumbra.

 – O que eu... O que eu estou fazendo aqui? – Gemi enquanto tentava me levantar, mas o cinto me prendeu ao banco do carro.

– Relaxa, Li. Vamos só das uma volta e vou te mostrar porque você está errado ao escolher esse cara ao invés de mim.

– Você não vai me convencer de nada, Mateus. – Eu ainda tinha mais coisas para falar, queria reclamar e berrar, mas ele foi mais rápido.

Um soco pesado no meu nariz me silenciou. Uma cachoeira do meu sangue manchou meu rosto pálido e eu senti uma coisa que eu já tinha esquecido a muito tempo: medo.

 

P.O.V. Ansel

 

Assim que desci do palco, um monte de pessoas vieram para cima de mim, me cumprimentavam pelos filmes e pelas músicas. Eu fui o mais rápido que pude com os fãs e tirei as fotos com o sorriso mais amarelo que consegui. No meio de tantas pessoas, reconheci as anteninhas de Shailene e me aproximei dela.

– Ah, eu adorei esse novo remix. – Ela disse enquanto bebia um shot de tequila e entregava o copo para um garoto que estava seguindo-a por todos os lugares. Ela revirou os olhos e sorriu para mim. – Vai me contar sobre a garota ou não?

– Ela é incrível. Inteligente, bonita e me completa de uma forma que... Eu a amo, Shai. – admiti enquanto tirava o chapéu e respirava fundo. Liv tinha entrado na minha vida quando eu tinha certeza que o amor não existia e tinha virado meu mundo de cabeça para baixo. E eu gostava dele exatamente assim. De cabeça para baixo, mas com ela.

– Eu sei disso. Seus olhos não mentem. – Shailene passou os dedos nos cabelos e esticou uma das mãos para mim, ficamos de mãos dadas um tempo. Ela gostava de ficar assim e eu tinha que admitir que eu também gostava. – Eu torço para sua felicidade mais do que ninguém, Ansel.

– Obrigado. – Sussurrei enquanto lhe dava um beijo suave na testa.

– Ansel! – Mary se aproximou de mim, com os olhos arregalados. Nunca a havia visto assim. – Você está com a Liv, não é? Eu a procurei na boate toda e...

– Eu... Eu pensei que ela estava com você.

 

  Senti todo o meu corpo tremer e a minha visão embaçar. Mary olhou para mim, com os olhos cheios de água.

  Nunca tinha entendido porque as pessoas falavam que seu mundo caía quando algo ruim acontecia. Até aquele momento.

 

~||~

 

Três dias. Três dias sem dormir. Sentado com a Mary no apartamento que era delas, diante do telefone como a policia tinha mandado. Frank Scheck tinha ido e vindo várias vezes até a casa da Liv para ver se estava tudo bem e para perguntar a Mary como estava a conversa com a mãe de Liv.

Mary tinha ficado responsável por contar a mãe de Liv sobre seu desaparecimento e para convencê-la que não devia pegar o primeiro avião para NYC. Agora estávamos ali, vendo Frank na televisão pela milésima vez com uma foto de Liv que eu mesmo tinha tirado. Ele pedia ajuda, implorava para que devolvessem sua assistente, sua amiga.

– Eu odeio essa propaganda. – Mary admitiu. Ela já não era mais aquele poço infinito de beleza: estava com olheiras arroxeadas debaixo dos olhos, sem maquiagem e com os cabelos escuros presos em um coque mal feito. Ela estava de pijamas e com uma xicara de café nas mãos. Os olhos coloridos de Mary estavam cheios d’água. – Odeio quando mostram essas fotos, como se ela já estivesse morta.

– Mary, não. – Sussurrei enquanto me aproximava dela e a puxava para perto de mim. Tinha perdido as contas de quantas vezes Mary tinha chorado no meu ombro. – Ela está bem.

Era mentira. Tudo que eu estava falando desde que Liv tinha sumido era mentira. Eu tinha dito que estava bem, que não tinha medo, que não queria sair correndo e procura-la eu mesmo. Que não queria chorar como um bebê idiota.

– Foi ele não é? O Mateus. – Mary cobriu o rosto com as mãos, soluçando enquanto tentava falar coisas que eu não queria entender.

– Eu não sei. – Menti mais uma vez enquanto afagava os cabelos de Mary. – Eu acho melhor você dormir um pouco. Eu cuido de tudo por você.

 

Mary concordou comigo e sumiu, torci para que ela dormisse. E para que eu tivesse um minuto de paz pra poder chorar. Me sentei no sofá e abracei as almofadas. A simples ideia de não ver Liv mais me deixava com o estomago embrulhado.

Em três meses, Liv tinha se tornado a parte de mim que eu mais amava. A parte que eu mais queria ter de volta, que eu mais precisava para viver.

Estava engasgando em lagrimas e em um choro quase convulsivo. Imerso em toda aquela tristeza que parecia tomar o meu corpo todo, mas a campainha tocou e eu tive que esconder todas as minhas fraquezas atrás de uma máscara de quem quase não se importava.  Sequei as lagrimas na manga da minha blusa de frio e corri, esperançoso para que, quem estivesse atrás da porta, fosse Liv. Mesmo que uma Liv suja e cansada, mas mesmo assim, a minha Liv.

Abri a porta e quem me esperava além da madeira grossa da porta do apartamento não era Liv e sim alguém que eu conhecia melhor que ela, ou achava que conhecia. Violetta.

Ela estava exatamente como eu me lembrava: o rosto redondo, os olhos pequenos, os lábios sempre pintados de vermelho. Ela estava usando uma roupa de balé estranha. Continuava com aquele sorriso bonito e me abraçou, com força, como se pudesse ler o meu rosto.

– Ansel! – Ela se manteve presa a mim, me apertando e eu, sem forças, apenas deixei que ela me abraçasse e que entrasse na casa de Olivia. – Meu deus, eu sinto muito. Por tudo.

– Eu estou bem. – Menti, mas Violetta percebeu.

– Não tem ideia de onde ela está? – Eu também sabia que Violetta estava mentindo. Ela não se importava com Olivia e aonde ela estava, mas sim com como eu estava. E eu era o que menos importava.

– Eu... Não faço ideia. – Afastei Violetta e me sentei no sofá que ainda cheirava como Liv. Vi me seguiu até se sentar, pousando as mãos sobre a minha coxa.

– Vou ajudar você, Ans. – Eu já não tinha mais certeza se o que ela estava falando era verdade ou mentira, mas eu realmente não importei. Fechei os meus olhos, implorei mentalmente para que, uma parte de mim, não quisesse abraçar Violetta e chorar com ela.

– Obrigado. – Sussurrei. Ela balbuciou alguma coisa e eu a olhei. A alguns meses, antes de tudo isso, eu e ela não aguentaríamos aquele momento de silencio, iriamos começar uma briga violenta e ela terminaria chorando e atirando coisas em mim, e eu, bem, eu terminaria quebrado.

– Eu ainda amo você, Ans. – Violetta pareceu ter que tomar coragem para dizer aquilo, teve de respirar fundo antes de me encarar. – Depois daquele dia, que você foi embora... Desde aquele dia, Ansel, eu não consigo parar de pensar em você.

– Violetta, não. – Implorei, desviando o olhar. Queria poder afasta-la, mas não tive força para isso. Ela veio em minha direção, pousando os dedos sobre a minha coxa.

Antes que Violetta pudesse me beijar, a salvação veio na forma de Mary. Ela estava com os olhos arregalados e quando me viu, pareceu mais surpresa ainda. Mas entre lagrimas e a cara de quem iria me matar, eu vi Mary balbuciar:

– Eles a acharam.

 

~||~

 

O bipe do aparelho que media a pressão de Liv já estava me irritando, mas o mínimo movimento do peito dela já me deixava mais aliviado. Ela estava respirando.

O rosto de Olivia estava cheio de hematomas: o olho esquerdo estava um pouco roxo, o nariz estava torto, como se tivesse quebrado e os cabelos estavam mais ralos do que eu me lembrava.

Ergui a mão para acariciar a dela. Estava com a mão gelada, assim como sempre tinha estado, mas havia algo nela que tinha mudado. Eu observei em silencio cada marca roxa em seu punho, como se uma mão pesada a tivesse agarrado com muita força. Notei as marcar em seu pescoço e, como já tinha ouvido seu médico dizer, ela tinha um ferimento muito forte em sua cabeça.

– Ah, minha Liv. – Sussurrei enquanto observava o movimento do peito dela. Ela ainda não estava respirando sozinha, um aparelho a ajudava naquilo, mas mesmo assim, mesmo com tudo, ela era linda. – Foi... Difícil te encontrar, não é? – Afaguei os dedos dela, me perdi lembrando de seu sorriso. – E... Meu Deus, por que eu te deixei sozinha? Isso é minha culpa. Esses machucados, isso tudo que te aconteceu... É minha culpa, Olivia.

– Não é sua culpa, Ans. – Mary sussurrou, entrando no quarto. – Pegaram o Mateus em um beco, ele estava um pouco maluco e... Drogado. – Ela suspirou e sentou-se na outra cadeira, diante de mim. Apanhou a outra mão de Liv e a segurou, com mais força do que eu. – Estão interrogando ele. Não é sua culpa, é culpa dele. – Eu estava prestes a dizer alguma coisa, mas Mary me olhou, com um meio sorriso torto. – Vá comer alguma coisa. Eu cuido dela.

 

Não protestei. Caminhei lentamente pelos corredores brancos, que me davam enjoo, até a pequena lanchonete. Pedi um café puro, sem açúcar. Tinha perdido a conta de quantos dias eu estava sem dormir, mas eu realmente não me importava. Pelo menos eu, finalmente, tinha a Liv de volta.

Fiquei ali por alguns minutos em silencio, sacudindo o brioche de um lado para o outro e agitando meu café. Minha mãe já tinha mandado várias mensagens, assim como meus irmãos e meus amigos, mas eu não estava nenhum pouco afim de explicar o estado em que Liv estava.

Mas ouvi meu celular vibrar sobre a mesa e uma mensagem do número de Mary ascendeu, o que estava escrito me fez correr, sem me importar com nada que estava ficando para trás.

 

Ela acordou.”


Notas Finais


Estamos a dois passos do fim, galera.
Espero que estejam tão desesperados quanto eu. :3


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