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História Ele é o 5 (Yoonmin e Namjin) - Você Não é V.I.P.


Escrita por: BTSHunt

Notas do Autor


Biscoitinhoooooosssss eu esqueci que era dia de postagem kkkkkkkkkkkkkkkk Desculpa!

Vamos nessa então que já enrolei demais

Apreciem.

Capítulo 7 - Você Não é V.I.P.


Fanfic / Fanfiction Ele é o 5 (Yoonmin e Namjin) - Você Não é V.I.P.

Busan, Distrito, Quarta-Feira, 13:15h.

 

 

POV JIMIN

Paramos em frente a uma grande porta que Yoongi empurrou sem esforço, entrando no grande salão cheio de mesinhas de inox e cadeiras metalizadas, um grande balcão com estufas repletas de lanches e almoços prontos embalados.

- Vai almoçar ou comer besteira? - ele me perguntou.

- Almoçar.

- Vou fazer o pedido então.

Ele levantou a mão para o rapaz de branco encostado no balcão e mostrou dois dedos, depois um e depois dois novamente, terminando com os cinco.

- Esse foi o seu "fazer o pedido?"

- Pedi duas refeições com frango frito e macarrão e dois refrigerantes. Você não bebe refrigerante?

- Bebo, sim. É que de onde eu venho nós verbalizamos o pedido.

- Eu posso usar a boca pra outra coisa, não precisa ser pra fazer o pedido.

- Pra salvar colegas de trabalho de terem uma hemorragia, por exemplo?

- Pegou a ideia de utilidade. - ele riu baixinho.

- Imagino outras utilidades também, graças à sua língua mais cedo.

- Eu sei, conviva com isso. - ele colocou as mãos nos bolsos e estalou a língua.

Era ou não era um perfeito filho da puta?

A comida veio em duas bandejas de metal fosco, ele entregou cada uma para um e eu segui Yoongi para uma das mesas que não tinha ninguém, me sentando de frente com ele. Peguei os hashi com a mão esquerda e olhei a saborosa comida que cheirava divinamente bem, ou eu só estava com muita fome. Notei que Suga me olhava com curiosidade.

- O que foi, Yoon?

- Vai pra puta que te pariu por me chamar de Yoon.

- Tá, mas você não estava olhando pra minha cara esperando eu te chamar de Yoon pra me xingar. Nem admirando a minha beleza, eu suponho.

- Por que acha que não?

- Estaria com cara de pervertido, não de curioso. O que foi?

- Você não é destro?

- Ambidestro. Eu quebrei o braço direito com nove anos e depois com dezessete, tive que aprender a me virar. – dei de ombros. – Eu posso fazer qualquer coisa com qualquer uma das mãos, é indiferente.

- E sua letra é daquele jeito com a esquerda?

- É igual com as duas. - eu dei de ombros.

- Legal, estranho. - ele riu baixinho.

A conversa correu leve, Yoongi era fácil de conversar, tinha as suas opiniões, mas não reclamava das alheias, em todo caso as dele eram bem parecidas com as minhas. Quando terminamos de comer, eu apoiei as mãos na cadeira e comecei a bater inquietamente os pés no chão.

- Vai lá pegar a sobremesa logo, Minie.

- Como sabe? E não me chama de Minie.

- Você parece uma criança querendo doce e com vergonha de pedir. - ele riu e levantou o olhar do celular para mim. - Aproveita e traz bolo de chocolate pra mim.

- Quem disse que eu vou pegar pra você?

- Pedi seu almoço, retribua.

Com um sorriso, eu me levantei e fui até a parte de doces, olhando tudo.

- Pois não? - disse o rapaz.

- Quero esse bolinho de chocolate e cereja em cima e... o que o Suga normalmente pede?

- Nunca vi o Suga comer doce. - ele deu de ombros.

- Ah... bom, ele pediu chocolate, então... eu vou levar o mesmo.

O rapaz pegou dois bolinhos cada um em um pratinho e me entregou com um sorriso; voltei para a mesa e coloquei um na frente de Suga.

- Explique.

- Nosso almoço foi igual, que tem de mais a sobremesa ser também?

- E se eu não gostar de cereja?

- Eu como! - levei minha mão para roubar, mas fui ameaçado.

- Tira a mão da minha sobremesa antes que você fique sem o outro dedo.

- Aish, quanta violência.

- Você nem me viu violento.

Eu segurei o riso e levantei uma sobrancelha para ele, provavelmente fazendo aquela expressão pervertida que Seokjin odiava porque o deixava vermelho; Yoongi começou a rir.

- Que merda, Minie, eu não tinha pensado putaria até agora.

- Eu também não. - tentei me defender, pegando um pedaço de bolo com o garfo. - Levantar a sobrancelha é um reflexo.

- É, Namjoon tem esse tipo de reflexo também, estalando a língua. Eu estou fodido com vocês dois e nem é do jeito bom.

- Isso dá pra ser resolvido, Yoon. - eu respondi depois de comer o bolo, lambendo o glacê do garfo. Era muito engraçado ver o Yoongi sem saber onde pôr a cara.

- E você quer resolver? – ele me encarou com um sorriso pequeno de lado nos lábios entreabertos.

- Ah, você resolveu responder as minhas provocações agora?

- Eu quero ver até onde você vai.

- Até aonde você quer que eu vá.

Ele riu, nada mais que isso, talvez porque alguém chegou na nossa mesa. O rapaz alto e loiro com a pele de um bronzeado bonito e leve não sorriu para nós, mas nos observou com curiosidade.

- Park Jimin. Yoongi. – o rapaz me cumprimentou de um jeito seco.

- Jackson.

- Pois não? – perguntei indiferente, me preocupando em comer meu bolo.

- Só vim fazer uma social. Você e seu amigo estão se adaptando bem? Apreciando a vista?

A vista, é? Olhei para Yoongi comendo o bolo e completamente alheio a tudo isso.

- Ah, sim, é realmente uma excelente vista. – eu sorri de lado.

- Busan é uma cidade maravilhosa.

- Ah, a cidade, sim.

Yoongi me lançou aquele olhar de "filho da puta" e riu sem produzir som.

- Imagino o quanto deve ser difícil se adaptar.

- Por enquanto o fuso horário é o que mais está me matando.

- É... você tem até um pouco de sotaque. Não pensei que iria sobreviver pra ver Kim Namjoon e Min Yoongi precisar de ajuda de estrangeiros.

Ah, ótimo, ele cuspiu a palavra estrangeiros. Conseguiu me deixar puto com isso.

- Eu não sou estrangeiro, senhor...

- Jackson.

- Jackson, isso. Nem eu, nem Seokjin.

- Bom, passaram mais tempo lá que aqui. Será que... não perderam um pouco com isso? Nossos... costumes e tudo o mais?

Eu vou perder a minha mão na sua cara daqui a pouco.

- Conseguimos dupla cidadania, depois de ter entrado na Scotland Yard. Mesmo assim, eu sou de Seoul e Seoul nunca saiu de mim, nem de Seokjin. Conhece Seoul?

- Trabalhei lá um tempo.

- É lindo lá. - eu disse olhando para Yoongi, que ignorou veementemente meu olhar. - Bom, viu só, não somos estrangeiros, mas obrigado por se preocupar com a pátria e a polícia de Busan.

Yoongi segurou o riso.

- Só me preocupo em ter pessoas de fora trabalhando em um caso tão...

- Internacional? Que eu saiba o contrabando ia até o outro lado do Índico.

Mais um riso contido do Yoon.

- Se achando o espertinho, Park?

- O caso é meu, eu tenho que sabê-lo até do avesso, certo, Jackson?

- Isso se tiverem capacidade para manter esse caso nas mãos de vocês.

Isso, Jackson, provoca mais, eu quero muito um motivo pra jogar essa bandeja na sua cara.

- O caso está nas mãos de quem sabe o que faz, Jackson.

- Tanto que Yoongi e Namjoonie não tiveram a capacidade de fecha-lo ainda.

Ok, pode tentar me humilhar e me xingar, mas não diz que os detetives não tiveram capacidade de fechar o caso... porque eu vou é te fechar num caixão, seu filho da puta! Yoongi estreitou os olhos, mas não disse nada.

- Se queria tanto o caso, Jackson... devia ter mostrado mais idoneidade e conquistado a confiança de Hoseok para isso. - ele me olhou, processando a informação. - Ele sabe o que é idoneidade, certo? - perguntei para Yoongi.

- O gato comeu a língua dele.

Acho que ele nos xingou em hebraico.

- Desculpa, eu não entendi, o poliglota da equipe é o Seokjin.

- Não importa. Falando em Seokjin, onde ele está? Pensei que o casal não se desgrudasse.

- Apesar do meu primo ser muito colado comigo, ele encontrou outro pra grudar.

- Está com Namjoon. - Yoongi resumiu. - Não pergunta aonde, não sou tão específico e nem quero saber.

- Se ver o Namjoonie, diga que eu estou procurando por ele.

- Eu? - Yoongi olhou para Jackson. - Desde quando sou suas putas pra você mandar eu fazer alguma coisa?

- Que isso, rapazes, vamos ser gentis. – eu sorri e tirei meu celular do bolso, olhei alguma coisa nele antes de me virar para o rapaz novamente, falando de um jeito sério. – Namjoon está com a agenda lotada por hoje, mas se você tiver urgência eu posso marcar um horário. Quem sabe, se ele puder te atender... vai ser depois das cinco, quer agendar? - levantei uma sobrancelha para o policial que só não respondeu mal porque metade do refeitório olhava para nós.

- Horário? Com o Joonie?

- Sabe como é, ele tem uma responsabilidade agora e isso toma... tempo dele. Seokjin toma realmente muito tempo.

Segura essa indireta, Jackson.

- Namjoon vai querer saber o que eu tenho pra dizer.

- Então, posso marcar pras... cinco e vinte? Quer deixar telefone pra confirmar? Ele pode acabar perdendo a hora, sabe como são essas coisas... ou não sabe?

Ótimo, deixei o homem puto da vida e Yoon riu mais alto.

- Se acha engraçado, Park, mas não pense que vai se dar bem aqui. Muito menos com ele. – ele indicou Yoongi com a cabeça.

- Uh. – fingi ser atingido. – Desculpa se eu não vi a coleira, acho que ele tirou antes de entrar na minha sala.

Yoongi começou a rir, já tinha segurado muito o riso e agora simplesmente não conseguia mais, então gargalhava de modo que eu imaginei que ele fosse perder o ar, uma mão em sua testa tentando cobrir os olhos, mas era impossível disfarçar seu riso gostoso que me fez sorrir junto.

- Está fodido comigo, Jimin.

- Vai ter que marcar hora pra me foder também, Jackson. Aqui você não é V.I.P. - eu pisquei para ele.

E a impressão que eu tive foi que tinha assinado a minha sentença de morte. Mas quer saber? Que se foda. Já tinha deixado o homem explodindo de irritação e ódio, mas foi ele que provocou dando a entender que eu e a minha equipe não tínhamos capacidade. Ele saiu pisando alto e tudo que eu fiz foi voltar a comer meu bolo.

- Eu nunca vi o Jackson tão puto com alguma coisa. Mais que puto, ele vai te foder aqui dentro.

- É melhor ele vir com tudo, ou não vamos nem começar a brincar. - eu comi a cereja e deixei o cabo brincando entre meus lábios. - Eu tenho cara de secretário, por acaso?

- Precisava de uma roupa mais social pra ser secretário. Ou transparente. Nem vou comentar mais justa, já posso te prender por atentado só pelo que está vestindo agora. - ele disse antes de beber o refrigerante, sem me olhar.

- Minhas roupas sociais não entram no distrito, Yoongi. E se quiser me prender por ser gostoso, vá em frente, só lembra que eu posso fazer o mesmo com você.

- Sei que pode. - ele riu baixinho. - Agora eu entendo como você entrou em tantos problemas em Londres, você perde a oportunidade de ficar quieto.

- Eu estava disposto a deixar ele me xingar sem revidar, até ele dizer que vocês não fecharam o caso por incapacidade. Isso me deixou puto.

- Eu vi. Jackson trabalha com Lay na balística, ele também é o chefe do setor de problemas civis que eu te falei.

- Realmente, tem um ótimo trato com civis.

- Você não é um civil.

- Se fosse estava preso por desacato agora. Esse Jackson... é o que do Namjoon, especificamente?

- O Jackson e o Namjoon são conhecidos de muito tempo, tiverem uns rolos aí mas nunca foi pra frente. O Jack é assim mesmo, se acha dono do Namjoon.

- Ele já viu o Jin?

- Não.

- Ah, faz sentido. Quando ele ver... quem sabe entende de uma vez.

- Que o Jin é mais bonito que ele?

- Jinie é muita coisa mais do que ele... bonito é só uma qualidade superficial que ele tem.

- Só espero que o Jackson não tente bater de frente com o Jin.

- Se ele tentar, eu vou pegar um balde de pipoca, sentar e assistir, porque o Jin vai acabar com a vida do Jackson.

- Tem cara mesmo.

- Você ainda não viu o demônio que é Kim Seokjin quando se trata da mente dele.

- Vi você, já tenho uma ideia.

- Eu? Eu sou a cria do Jinie, quase tudo que eu sei eu aprendi com ele e com meu tio.

- Puta que me pariu.

- Nisso tudo a minha única preocupação é que Namjoon tenha paciência com o meu garoto.

Afinal, de fácil o Jin não tinha nem a cara.

- Ele vai. Eu conheço o meu Monster. Pronto pra voltar pra sala?

- Obrigado pelo almoço, Yoon. Me diverti muito.

- De nada, Minie.

E assim, anulados pelos apelidos que detestamos, nós juntamos as coisas da mesa para volta para a sala.

 

Busan, Distrito, Quarta-feira, 08:50h

 

POV NAMJOON

Imaginei que Jin fosse ficar mais irritado quando ouviu o nome do Kai e a possibilidade de ter que trabalhar com ele na parte da manhã, mas o rapaz parecia bem tranquilo com isso; colocando as mãos nos bolsos da jaqueta, ele caminhou comigo pelos corredores observando tudo.

- Tudo bem, Jinie?

Ele deu um sorriso, aquele sorriso que mostra que ele entendeu tudo que eu não perguntei naquela frase; ele abaixou a cabeça um pouquinho antes de levantar novamente o olhar, seus cabelos rosa impecavelmente alinhados de lado eram tão perfeitos com seu rosto que eu imaginava de que museu ele tinha escapado.

- Não estou incomodado, Nam. Eu ia tirar a mão de Kai de cima de mim, nem que fosse quebrando ela, mas eu não tenho nada contra o rapaz, a não ser o fato dele invadir meu espaço sem ser convidado.

- Kai não ia forçar nada, ele só seria inconveniente e insistente.

Ele deu um suspiro como quem não acreditava muito naquilo. Não quis perguntar a respeito, mas ele acabou contando sem que eu pedisse.

- A última vez... eu estava indo pegar um café, era um corredor mais largo que esse, e não tinha portas, era a parte de trás do Distrito, uma das redes menores da Scotland Yard. Todos no Distrito estavam cuidando das suas vidas e comemorando que tínhamos conseguidos todas as provas e vários suspeitos estavam detidos. Joseph apareceu na minha frente, eu estava distraído e não vi o rapaz; ele não me deixou continuar, e era mais alto e mais forte do que eu. Ele discutiu comigo e segurou meu pulso, foi quando o primeiro soco veio. Depois mais alguns até ter certeza que eu estava tonto o suficiente pra não reagir, passou uma cinta plástica nos meus pulsos e me levou até uma sala de produtos de limpeza. Ninguém supunha que Joseph era capaz de algo assim então... não me culpe por ficar tão na defensiva.

Entendi em um segundo a reação dele mais cedo; ele estava tremendo levemente, mas foi o contato comigo, e não o Kai.

- Me desculpa, Jinie. Por mais cedo.

- Eu que agradeço, por ter afastado ele. Me desculpa se eu reagi mal ao seu abraço é que... eu só tenho contato físico com o Jimin.

- Hmm...

- Entenda tudo que quiser com essa frase.

- Hey, eu não... - tentei me defender, mas ele riu alto, era bem tarde para isso.

- Namjoonie, sua ficha chega muito antes que a sua presença, não precisa nem tentar.

- Vencido. - coloquei as mãos em rendição.

- Por que o Kai tem medo de você? Não vem me dizer que não é medo, eu reconheço à quilômetros de distância.

- Ah, é que... bom... antes do D.O. ser transferido para cá, o Kookie foi aceito como estagiário e pegou amizade bem rápido com o Kai. Eles combinaram de sair, mas o Kookie não estava confortável com isso e pediu a minha opinião; o garoto era muito novo e eu acabei aconselhando a ficar em casa, ele seguiu e não foi no encontro. Kookie estava conversando comigo quando o Kai veio perguntar o que aconteceu e os sintomas do que poderia vir a ser um ataque de ciúmes do mais velho apareceram, então eu disse que Jungkook tinha passado a noite no meu apartamento, revisando material da Lady Oca com Suga, Taehyung e Hoseok.

- Ele não confirmou a história?

- Mesmo que tivesse, nós cinco temos a política de sempre confirmar a história um do outro, provavelmente ele receberia o sim de todo mundo.

- E o que ele fez?

- Insistiu. Então eu disse que ele estivesse achando tão ruim assim, era pra ele tirar satisfações e se resolver comigo.

- E ele resolveu?

- Nem fodendo. Acho que ele tinha tomado posse do garoto biscoito e vê-lo não retribuir deixou o homem possesso. Foi só isso. Kookie tinha 14 anos, era mais baixo, mais fraco que ele. Hoje, ele quebra o Kai com uma mão só, a sorte do mais velho é que ele comete o erro uma vez, sem reincidências.

- Estou precisando de treino físico antes que eu não tenha um guarda-costas pra me salvar desse tipo de coisa.

Nós paramos em frente a uma porta dupla com janelinhas de acrílico.

- Tem uma academia junto com o estande de tiros, tem aulas de artes marciais ou você pode marcar horário pra treinar sozinho. Eu treino com o Suga todas as terças, quartas e quintas, depois do expediente e eu sei de uma sala vazia nesse horário, você pode usar com o Jimin.

- E com quem eu falo?

- TaeTae, o faz-tudo. - eu sorri. - Pronto?

- Nasci pronto.

Ah, com certeza, muito pronto...dei duas batidas na porta e a abri, entrando no que poderia muito bem ser uma sala médica, de tão clara e limpa, com seus azulejos impecavelmente brancos, assim como o piso; haviam algumas escrivaninhas em um canto e uma enorme bancada onde ficavam computadores e toda a sorte de coisas e instrumentos que eles usavam para fazer as perícias, além de um monitor enorme e uma mesa de aço disposta quase no centro da sala, vários carrinhos de metal ao lado com algumas ferramentas sobre eles e, do outro lado, as gavetas frigoríficas que guardávamos os corpos. Eu odiava aquele lugar.

- Bom dia, senhores, senhorita.

- Que bom que veio, Namjoon. Eu não consegui fazer o que me disse. - Karen foi a primeira a vir falar com a gente.

Ocupado com o computador, Kai nem notou nossa presença - ou ignorou, tanto faz. - enquanto Kyungsoo colocava a máscara sob o queixo para vir nos cumprimentar.

- Bom dia, Namjoon. Valeu por ter vindo. - ele apertou a minha mão depois de tirar a luva branca.

- Do Kyungsoo, este é Kim Seokjin, detetive transferido.

- Prazer. - ele sorriu para Jin que retribuiu o sorriso e o aperto de mão. - Balística, não é?

- Formado em. - ele deu de ombros. - Trabalho em campo.

- Talvez possa nos dar uma luz com a autopsia da Maia.

- Ainda estão autopsiando ela?

- Não chegamos em um acordo. - ouvimos a voz de Kai. - E, de verdade, isso está me desesperando.

- Nos mostrem.

Karen pegou luvas e máscaras para nós enquanto D.O pegava dois jalecos; ele se debruçou sobre o corpo da mulher pálida, seus cabelos lisos e negros estavam alinhados atrás da cabeça e ela parecia dormir. No peito, a marca da costura da autópsia que ia de perto da garganta até abaixo do umbigo, onde por respeito um lençol branco a cobria.

- Bom, o corte foi profundo, da esquerda para a direita pra atingir a carótida, o esterno esquerdo foi cortado, mas o esterno direito não foi atingido. As cartilagens tireóide e cricóide foram cortadas, mas nem precisava, o buraco na carótida já a mataria sem esforço.

- E o que tem de errado? - Jin perguntou.

- Nada! - respondeu Kai.

- É claro que tem! - Karen pegou uma pinça comprida e abriu parte do ferimento na garganta. - O corte da carótida foi fundo, mas o da garganta não, no caso do Chong também, mas o músculo direito dos policiais foram cortados, os dos civis não!

- Foi o mesmo corte, Karen. - D.O. parecia cansado demais, como quem já ouviu isso milhares de vezes e eu não duvidava.

- Mas os policiais tiveram o corte.

- Foram cinco milímetros! - Kai jogou as mãos para cima. - Cinco, a faca pode ter escorregado da mão dele ou a vítima se mexido.

- Mas porque aconteceu em dois e não aconteceu em outros dois?

- Dopados? - Jin perguntou.

- Nada no sangue de nenhum deles, nem nos testes para as substâncias invisíveis. - Explicou Kai. - Não foram dopados, sedados nem nada do gênero.

- Acha que foi um copiador, Karen?

- Não posso afirmar isso. - ela mordeu os lábios, nervosa. - Não foi o mesmo modus operandi, mas eu não posso afirmar que foi outra pessoa com cinco milímetros de diferença.

- Ah, ainda bem que ela sabe.

- Kai, não complica, OK. - ela olhou feio para ele. - Essa informação pode ser relevante, eu não posso ignorar, ainda mais em um caso que tem tanto tempo.

- Me mostrem os arquivos de todos eles, por favor. - Jin pediu, e então cada um sumiu para um lado, procurando nas pilhas de arquivos.

O primeiro a voltar foi D.O. com as coisas de Maia e depois Karen com as informações de Chong. Kai voltou com duas pastas, as informações das autópsias dos policiais.

- Vou precisar de tempo para olhar tudo isso. – Jin pegou as pastas nos braços e as espalhou no balcão.

- Já temos cópias dos arquivos na rede e no almoxarife, se quiser ficar com esses, nós pedimos cópias novas pra deixar aqui.

- Eu quero, e agradeço. Vamos ver a cena do crime de Maia e ver se podemos ajudar a resolver isso.

Jogando as imagens no monitor, Jin ficou todo o tempo do mundo observando cada coisa, cada detalhe, cada pedaço que pudesse fazer alguma diferença na perícia deles. Ele jogou contraste no sangue da parede e ficou observando como se visse uma obra de Da Vinci; é claro que quarenta minutos depois, eu comecei a ficar preocupado.

- O que exatamente está fazendo, Jinie?

- Decorando. Aprendi com o Jimin, mas eu não sou tão bom quanto ele nisso.

- Exatamente para que você está decorando?

- Comparar com a cena do Chong.

Ele então trocou as fotos da cena do crime e colocou as fotos de Chong na tela, pegou uma prancheta roubada descaradamente de Karen e uma caneta; no exato momento que ele viu a imagem na tela, começou a anotar e assim ficou pelos próximos trinta minutos, olhando e anotando. Eu não era nem louco de interrompê-lo. Saí da sala com D.O. e peguei café para mim e para Jin, enquanto ele pegava para Kai e Karen também; quando voltei o rapaz estava exatamente no mesmo lugar.

- Jinie... café.

- Thanks, Nam.

Ele estava tão absorto que nem notou que me agradeceu em inglês.

- Ah, nevermind, and you need a break.

Só então ele notou o outro idioma e parou de anotar, me olhando com um sorriso pequeno nos lábios.

- Eu nem notei.

- Precisa de um tempo, Jinie, porque não bebe sem olhar pra sangue e gargantas cortadas?

Só então ele olhou para os lados e viu que algumas coisas não estavam mais ali, como por exemplo o corpo de Maia que foi devolvido para a geladeira e ele nem notou a movimentação.

- Não é à toa que Jiminie reclama que eu fico em outro planeta.

- Mas você fica.

Sentamos todos em uma mesa grande, Jinie ainda estava muito longe quando Kai perguntou se ele tinha encontrado alguma coisa; ele teve que repetir a pergunta duas vezes antes de Jin sair do transe.

- Ah, me desculpem. É que... e se eu disser... que eu acho que foram dois assassinos diferentes?

- Eu falei que era. - comemorou Karen.

- Não, Deus, mais um nessa... - Kai colocou as mãos no rosto.

- Por que acha isso? - perguntei.

- Pelas cenas dos crimes. Comparando umas com as outras, eu tenho uma bagunça muito grande com os dois policiais e uma limpeza estranha com os civis. Principalmente em relação ao sangue; com os civis, o corte foi superficial na traqueia e não impediu o Chong de pronunciar suas últimas palavras, enquanto com os policiais a cabeça faltou ser decepada de uma vez. Chong teve dez segundos depois de ter o corte feito, supondo que Suga demorou quatro ou cinco para chegar até ele, temos a explicação de porque ele não conseguiu estancar o sangue, não dava mais tempo. O mesmo aconteceu com Maia, ela teve a garganta cortada, mas o corte mais profundo foi para atingir a carótida e a jugular.

- Quer dizer que... aqueles cinco milímetros...

- Exatamente, Kai. Pode ser que esses cinco milímetros estejam escondendo um outro assassinato, que não temos ideia do motivo.

- Ah, já não temos ideia do outro também. – D.O. sorveu um longo gole do café. – Que merda... o pior é que amanhã ou depois pode aparecer mais um corpo com o mesmo modus e o que a gente vai fazer?

- Só vai aparecer mais um corpo se eles sentirem a necessidade de cortar mais uma ponta. – eu batuquei os dedos na mesa. – Mas mais uma ponta do que?

- Eu queria muito saber, Joonie. Muito mesmo.

 

 

 

Eu também, Jinie.


Notas Finais


Eeeitaaaaaa será que foram dois assassinos? Será que Karen estava certa?
Kai amorzinho perto do D.O. Eu vi isso.

Jimin defendendo o Mozão ❤

Gostaram? Me deixem saber ❤❤

2beijo


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