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História Em Suas Mãos - Bananas e Cervejas


Escrita por: CamrenRari e gunspider

Notas do Autor


Olá Bolinhos? Como vcs estão? Como está sendo o feriado de vcs?
Bom, sabemos que demoramos para postar capítulo aqui, mas a Cami está trabalhando agora e nós queríamos escrever esse capítulo juntas, então já sabem né...
E esse capítulo é dedicado para duas leitoras, @Amuu_Tini e pra @AKTS, obrigada meninas por estarem sempre aqui conosco, vcs são show de bola!!!
Enfim, aqui está! Estamos com planos de escrever outro ainda nesse fim de semana, mas não garantimos, precisamos de folga também né hahahaha
Bom, boa leitura a todos e divirtam-se!

Capítulo 13 - Bananas e Cervejas


Fanfic / Fanfiction Em Suas Mãos - Bananas e Cervejas

 

POV ALLY

Lauren entrou na sala de Dinah logo após a cliente. Fazia pouco tempo que eu estava nesse emprego, minha família não é pobre, mas também não somos ricos. Meu pai trabalhava o dia todo e minha mãe estava com depressão, na verdade, ela tinha síndrome do pânico e tudo só piorou depois que meu irmão mais velho faleceu num acidente de carro. Os remédios da minha mãe eram caros, e eu optei por começar a trabalhar e estudar de noite. Graças a Deus, eu havia conseguido esse emprego.

FLASHBACK ON

— Oi, tudo bem? – perguntou a moça assim que eu entrei na sala, ela estendeu a mão em minha direção e eu repeti o gesto – Sou Dinah.

— Estou bem e você? Sou Ally – respondi.

— Certo, vamos começar? – ela perguntou e eu assenti – Seu nome completo é Allyson Brooke Hernandez, você é mexicana?

— Os meus avôs são – respondi sorridente.

— Entendi, também tenho um parentesco com o povo de lá – disse Dinah rindo – você tem apenas 16 anos, como vai fazer com a escola caso seja escolhida?

— Pretendo estudar a noite e trabalhar durante o dia – falei.

— E isso não é um problema para você? Não é perigoso? – questionou a loira a minha frente.

— Oh não, eu volto com alguns colegas da escola – respondi tentando soar o mais despreocupada possível.

— Entendi, e por que você precisa desse emprego? – falou Dinah olhando dentro dos meus olhos. E agora, eu dizia a verdade ou mentia? Eu não queria que ela achasse que eu estava mentindo apenas conseguir o emprego, mas eu não havia pensando numa resposta convincente para essa pergunta.

— Eu quero expandir meus conhecimentos – menti.

— Hum... – murmurou Dinah enquanto anotava alguma coisa na folha onde meu currículo foi impresso. – certo, última pergunta e a mais importante: Se eu pedisse para você esconder um corpo, o que faria? – perguntou séria enquanto cruzava seus dedos em cima da mesa que nos separava. Que tipo de pergunta era aquela? Isso é sério? Será que eu trabalharia para alguma psicopata? Ally, você não está podendo escolher.

— Bom... eu perguntaria onde você preferiria que eu enterrasse. – falei tanto soar o mais natural possível. Dinah ficou me olhando por alguns minutos como que me analisando.

— Gostei – disse apenas – vem comigo – continuou enquanto se levantava da cadeira.
Levantei-me e acompanhei Dinah por um corredor escuro, será que ela estava falando sério quando disse do corpo? Ela me levaria para algum tipo de vala onde fazia a desova? Por que eu aceitei vir nessa entrevista? Mas como eu podia prever? Por que esse corredor é tão escuro? Dinah parou diante de uma porta e bateu levemente, ouvi alguém gritar “entre” e assim nós fizemos. Meu coração estava batendo descompassado, mas dei graças a Deus quando vi que se tratava de uma sala comum.

— Nossa, temos que trocar a lâmpada desse corredor – disse Dinah fechando a porta atrás de nós. Havia uma mulher sentada em sua mesa anotando algumas coisas em um caderno – está sinistro.

— Com certeza. Já terminou as entrevistas? – perguntou a moça sem tirar os olhos do que fazia.

— Sim e essa aqui é a nossa nova recepcionista – falou Dinah.

— É sério? – perguntei – Eu consegui?

— Sim – respondeu Dinah sorrindo, não consegui conter o meu riso também – Lauren, essa é Allyson. Allyson, essa é Lauren – a moça que estava sentada, agora estava de pé em minha frente com uma de suas mãos estendida em minha direção.

— Podem me chamar de Ally – falei enquanto apertava a mão de Lauren.

— Seja muito bem-vinda – respondeu ela ainda sorrindo.

FLASHBACK OFF

Nem vi o tempo passar e só voltei a mim quando Lauren passou praticamente voando para sua sala, ela nem tinha se dado o trabalho de tirar o avental. Será que alguma coisa tinha dado errado? Camila, a cliente de Dinah, saiu antes que eu pudesse ir atrás de uma das minhas chefes.

— Ally... – disse ela terminando de ajeitar sua roupa e se aproximando de onde eu estava – foi a pessoa de sempre que fez a massagem em mim hoje? – não acredito que Camila tinha me chamado de Ally, achei que a senhorita “dona do dinheiro” não gostasse de informalidades.

— É... – falei ainda chocada.

— Desculpa, eu errei seu nome? – perguntou Camila. Como que alguém podia passar de chata para inocente em questão de minutos? Essa Camila deveria viver numa montanha-russa de sentimentos o tempo todo, acho que nunca vi uma pessoa tão temperamental. Ou será que a massagem de Lauren tinha feito algum milagre?

— Não – respondi – enfim, foi a dra. Hansen quem fez a massagem, a mesma pessoa de sempre – falei especificando – você notou alguma diferença ou tem alguma reclamação?

— Não imagina, só estava... esquece – disse Camila dando alguns tapinhas na minha mesa – enfim, passa no crédito para mim? – perguntou ela procurando alguma coisa em sua bolsa. Camila começou a tirar tudo o que tinha dentro, sombrinha, caixa de lenços, duas bananas... bananas? – Aqui – falou entregando o cartão a mim.

Peguei a maquininha e digitei o valor enquanto Camila descascava uma das bananas e dava uma grande mordida, meu Deus, e eu achava que eu era estranha. Virei a máquina em direção a ela que colocou a senha e depois retirou o cartão.

— Obrigada Ally – disse Camila.

— A gente é quem agradece – falei enquanto apertava o botão liberando a porta de saída.

POV CAMILA

—Até que enfim você chegou! – Falei jogando minhas mãos para cima assim que Normani atravessou a porta de seu apartamento.

—Quer me matar do coração? – Normani perguntou após dar um pequeno pulo. —Por que não me avisou que vinha para cá?

—Pensei em te fazer uma surpresa, desculpa! – Falei e me levantei para ir em sua direção.

—Tudo bem, as vezes eu esqueço que você tem as cópias da chave. – Ela falou e foi em direção a cozinha.

—Vai me contar como foi o seu almoço?

—Foi horrível! – Normani falou e suspirou ao colocar duas taças e um vinho sobre a bancada. Depois do dia de hoje eu queria tomar uma cerveja bem gelada, mas no apartamento de minha amiga não existia essa hipótese. Normani não comprava nada alcoólico a não ser vinho ou champagne. Fui até a gaveta, peguei um sacarrolhas e me encarreguei de abrir o vinho. Minha tentativa foi horrorosa, então Normani pegou o vinho de mim e o abriu de forma habilidosa. Ela sempre fazia isso por mim, abria garrafas e potes difíceis de se abrir.

—Ela beija tão mal assim? – Perguntei sorrindo maliciosamente.

—Quem me dera tivesse rolado um beijo! – Minha amiga falou decepcionada.

—Então por que foi horrível? – Perguntei confusa. Mani serviu vinho a nós duas, pegou nossas taças e foi em direção a sala, nos sentamos em seu sofá, e ela me entregou a minha taça antes de voltar a falar.

—Fomos almoçar, o almoço foi bom, no começo nos estranhamos porque acredite ou não, ela disse que preferiria almoçar em uma churrascaria! Quem prefere almoçar em uma churrascaria? – Normani perguntou incrédula.

—Ah, isso nem é tão ruim. Ela pode gostar bastante de carne, isso é normal! – Falei e dei de ombros.

—Tá, tudo bem, você pode ter razão! – Ela concordou. —Depois disso o almoço fluiu naturalmente, conversamos, demos risadas e tudo ia perfeitamente bem até ela receber uma ligação. Eu não sou de prestar atenção na conversa dos outros, mas eu ouvi algo relacionado a bebês e entrei em pânico.

—ELA TEM FILHOS?

—FOI O QUE EU PENSEI! E pra piorar ela disse que tinha três!

—Ela tem três filhos? – Perguntei incrédula. O lance com essa mulher não daria certo com certeza, Normani não gosta muito de crianças e duvido que ela se arriscaria numa relação assim.

—Não Camila, é pior! – Normani falou colocando sua mão em meu braço.

—O que pode ser pior que filhos?

—ELA TEM TRÊS MONSTROS! – Normani gritou e eu arregalei os olhos.

—Monstros? Que tipo de monstros?

—Cachorros! Cachorros enormes e assustadores! Um deles pulou em cima de mim e eu entrei em pânico, nem conseguia me mexer. – Normani falou e deu um grande gole em seu vinho.

—Mas espera, como os cachorros foram parar no restaurante? Pode entrar cachorros em restaurantes? – Perguntei confusa novamente.

—Não Camila, eu fui até o apartamento dela.

—Mas você disse que não rolou beijo, então por que foi até lá?

—Bom, quando ela disse que tinha três filhos eu acabei engasgando e caiu vinho em minha blusa. Então ela me ofereceu uma blusa emprestada e eu aceitei! – Normani me explicou.

—Ah, entendi agora! Mas você não pode estar falando sério Mani, são só cachorros. – Falei antes de beber um pouco mais de meu vinho.

—Só cachorros? Só cachorros Camila? Eu tenho horror a cachorros! Eles são criaturas estranhas que babam, pulam em você, te mordem, fazem sujeira e pra piorar, bagunçam a casa inteira! – Normani falou com cara de nojo.

—Então a casa dela é bagunçada?

—Não, até que não. – Mani respondeu pensativa.

—E suja? – Perguntei novamente.

—Também não.

—Bom, talvez eles não sejam tão ruim assim Mani! – Falei e dei de ombros.

—Tá, pode ser, mas quero eles longe de mim! – Ela falou e se levantou para ir novamente a cozinha.

—Não vai mais sair com ela então? – Perguntei indo atrás dela.

—Vou sim, vou convidá-la para ir a ópera comigo essa noite! – Normani falou sorridente.

—Espera, eu não entendi. Não quer os cachorros dela perto de você, mas vai sair com ela novamente?

—Vou Mila. Eu não quero os cachorros perto de mim, mas ela eu quero! Ela é uma mulher e tanto, não posso desperdiçar essa chance. – Normani falou com um sorriso malicioso nos lábios enquanto eu a encarava confusa. Eu nunca entendia quando ela fazia esse tipo de coisa. Encontrava “defeito” nas mulheres com quem saía, mas, mesmo assim, repetia a dose. —Se você a visse, ia me entender!

—Talvez sim! – Falei e dei de ombros.

—Mas e você? Como vai o lance com suas garotas? – Mani perguntou enquanto servia mais vinho para nós.

—Ah, ontem Sofia me deu o “então”. – Falei fazendo aspas com as mãos.

—Ih, já era pra ela né? – Normani perguntou apenas para confirmar, ela sabia o que significava o “então”.

Quando uma garota falava uma frase que começava com “então”, nada de bom vinha depois. “Então, como é que vai ser?”, “Então onde isso vai dar?”, “Então, o que está rolando entre nós?”, “Então, estamos namorando?”, “Então, quando vai me apresentar para sua família?”. Por que elas simplesmente não ficavam quietas e deixavam rolar? O momento “então” é um momento crítico numa relação, é nesse momento que você decide se tem que continuar ou não, e é claro que eu nunca sigo em frente.

—Já era mesmo! Você sabe como as coisas funcionam! – Falei e dei de ombros enquanto Mani assentia com a cabeça. Normani riu da minha teoria na primeira vez, mas quando aconteceu com ela, ela aderiu minha “técnica” e passou a usá-la também. Mani era minha melhor amiga e a única pessoa que me conhecia tão bem a ponto de conhecer meus pontos fracos, ela era a única mulher que eu confiava além de minha mãe e eu não pretendia mudar isso em minha vida, pelo menos, não tão cedo.

POV LAUREN

Saí praticamente correndo da sala de Dinah, havia muitos anos que eu não sentia aquela estranha sensação de me arrepiar dos pés a cabeça, fui para minha sala ainda vestida com o avental e só reparei que ainda estava com ele bem depois. Respirei fundo diversas vezes e passei as mãos sobre meus cabelos, o que estava acontecendo comigo? Por que eu estava soando frio? Aquela tinha sido apenas uma massagem idiota para uma cliente idiota...

Esperei por mais alguns minutos na minha sala e saí, não queria dar de cara com a cliente de Dinah. Caminhei até a mesa da recepção e esperei Ally desligar o telefone.

— Ela já foi? – perguntei a Allyson assim que ela encerrou a ligação.

— Sim – respondeu ela – e dra. Jauregui, o seu cliente de agora acabou de cancelar a sessão.

— Tudo bem – falei sem dar muito atenção, eu estava interessada em outra coisa – ela não disse nada Ally? E por favor, me chame de Lauren.

— Desculpa, eu esqueço – se desculpou ela – bom, ela só perguntou se foi a mesma pessoa de sempre que fez a massagem – respondeu Ally mordendo o canto do seu lábio inferior.

— Droga... ela deve ter notado. – murmurei mais para mim mesma – E o que você respondeu?

— Disse que tinha sido a pessoa de sempre – falou Allyson insegura.

— Agiu certo – falei e voltei para minha sala. Eu tentaria não pensar naquilo pelo resto do meu dia.

Fui caminhando para casa, mas por mais que eu quisesse, não conseguia tirar aquela sensação de minha mente, era como se eu me esforçasse para lembrar onde e com quem senti aquilo. Cheguei em casa e como sempre, Brad estava jogado em sua poltrona.

— Ainda bem que chegou, achei que fosse precisar levantar para pegar outra cerveja. – disse ele.

— Oi para você também – respondi ríspida – como você está? Como foi seu dia? – perguntei ironicamente. Bradley nunca mais foi como antes, ele já não se importava mais com meu bem-estar, com o meu dia e nem me chamava para sair. Sexo? Só se ele quisesse e quando ele quisesse.

— Ah tanto faz Lauren – respondeu ele no mesmo tom – pegue logo uma cerveja para mim. – fui até a geladeira, peguei a cerveja e praticamente joguei a garrafa em cima dele. Não sei quando ou como tinha acontecido, mas minha vida parecia ter virado um inferno. Brad não era atencioso ou qualquer outra coisa que aparentava ser no começo do nosso namoro, ele nunca havia trabalhado muito tempo num lugar e passava o dia todo em casa. Quando arrumava um emprego, fazia de tudo para perdê-lo. Eu pensei em me separar diversas vezes, mas não voltaria para casa dos meus pais e nem para o apartamento de Dinah, porque eu odiaria dar razão a ela, quando foi contra meu casamento.

Subi as escadas, troquei de vestimenta e fui lavar as roupas sujas, arrumei toda a cozinha, meu quarto e mais tarde daria um jeito na sala. Estava preparando a janta quando ouvi o telefone tocar, Brad praticamente correu até o aparelho, provavelmente era alguém de sua família ou algum amigo tão inútil quanto ele. O ouvi gritar ao telefone e colocá-lo no gancho com violência.

— Acredita que minha mãe não quer mais pagar minha mesada? – perguntou entrando na cozinha, colocou a garrafa vazia de cerveja sobre o balcão e pegou outra na geladeira. E sim, meus sogros ainda pagavam uma mesada para o queridinho de 30 anos.

— Eu sinto muito – respondi dando de ombros. Um silêncio se estendeu sobre o recinto e senti os olhos de Brad sobre mim.

— Tá gostosa hoje – disse ele dando um tapa na minha bunda.

— Bradley, hoje não – pedi e me afastei. Fui até o armário e me abaixei para pegar alguma panela, senti Brad encostar o seu sexo em minha bunda. – Bradley, por favor, não.

— Só um pouco amorzinho, faz tanto tempo, não acha? – ele perguntou. Fazia mesmo um bom tempo que não transávamos, eu já não tinha mais prazer com meu próprio marido, na verdade, eu nem sei se algum dia eu tive. Eu andava me esquivando e fugindo de Brad, acho que peguei um certo nojo.

— Mas eu estou com dor de cabeça – menti. Me levantei e ele me abraçou por trás me juntando ao seu corpo, tirou seu sexo para fora das calças e tentou abaixar a minha. – NÃO – gritei tentando me desvencilhar de seus braços.

— Qual é Lauren, você é minha mulher ainda – respondeu ele.

— Mas eu não quero e você TEM que respeitar isso! – falei dando ênfase na palavra “tem” e ele acabou me soltando – Não acha que já chega de cerveja? – continuei tentando tirar a garrafa de suas mãos.

— Quem decide isso sou eu! – disse segurando fortemente meu braço e olhando com raiva em meus olhos – Sabe de mais uma coisa, Lauren? Quando o homem não tem sexo dentro da própria casa, ele sai para procurar fora...

— Eu não me importo mais com isso – falei com os olhos cheios de lágrimas. Brad soltou meu braço e riu debochadamente.

— Estou vendo – respondeu saindo da cozinha e indo para o quarto. Sentei na bancada e coloquei minha cabeça entre minhas mãos, chorei compulsivamente. Ouvi Brad descer as escadas e depois abrir e fechar a porta da frente. Nem me dei o trabalho de perguntar onde ele iria, eu não me importava mais, nada mais me importava, eu tinha que admitir para mim mesma que esse casamento foi meu maior erro. Eu deveria ter escutado a minha melhor amiga, eu deveria ter escutado meu pai.

Levantei-me da bancada, abri a geladeira e peguei uma garrafa de vinho, aquela seria minha janta.

POV NORMANI

Estava esperando Dinah em frente ao seu prédio, ela havia aceitado o meu convite para sair e eu queria fazer tudo “certo” dessa vez. Eu não sei porquê, mas eu gostava de passar um tempo ao lado de Dinah. Ela consegue despertar algo em mim, algo que nunca senti com ninguém. Claro que eu não ia ter nada sério com ela e muito menos contar a Camila o que estou sentindo, pois eu sei que minha melhor amiga surtaria se eu entrasse em um relacionamento agora, porém eu não tinha a mínima intenção de deixar isso acontecer.

—Vamos? – Ouvi uma voz feminina atrás de mim, me virei para encarar a pessoa e sorri ao ver Dinah. Ela estava usando um vestido longo na cor branca, sua maquiagem estava impecável e seus longos cabelos loiros estavam presos.

—Dinah, você está linda! – Afirmei sorrindo.

—Eu sei! – Ela falou convicta, mas riu quando arqueei uma sobrancelha. —É brincadeira. Obrigada, você também está!

—Obrigada! – Falei sorrindo e abri a porta do carro para Dinah entrar.

—Você é educada assim mesmo ou só está tentando me conquistar? – Dinah perguntou antes de entrar no carro.

—Não sei, acho que um pouco dos dois, por quê? – Perguntei ainda com a porta aberta.

—Porque está funcionando! – Ela falou sorrindo. Dei uma pequena risada, fechei a porta e dei a volta para entrar no carro.

—Está pronta pra essa noite? – Perguntei enquanto colocava o cinto.

—Acho que sim. – Dinah respondeu me encarando.

—Acho bom estar, você vai sofrer fortes emoções! – Afirmei sorrindo e dei partida no carro.

Fomos guiadas até nossos assentos do camarote do maior teatro de Miami. Cada camarote particular continha um espaço com quantas cadeiras você pedisse, quando você pedia um camarote pequeno e particular, só tinha duas cadeiras disponíveis e o espaço era menor. Dinah se sentou do meu lado esquerdo, remexeu na pequena bancada que tinha em nossa frente e pegou um dos binóculos que tinha disponível ali.

—O que você tá fazendo? – Perguntei encarando-a.

—Eu não enxergo daqui! – Ela respondeu dando de ombros.

—Sério?

—Não, estou brincando. Só estou vendo, é um binóculo bacana! – Dinah explicou e sorriu enquanto mexia no objeto.

—Você sempre mexe em tudo? – Perguntei curiosa.

—Você sempre vai implicar comigo?

—Não, só queria saber mesmo. – Menti e sorri da melhor maneira que conseguia.

—Aqui tem algo para beber? – Dinah perguntou enquanto olhava em volta.

—Não?! – Falei como se fosse óbvio.

—E se eu sentir sede? Morro? – Dinah perguntou com a mão no peito.

—Não, você vai até o banheiro e bebe a água da pia. – Falei e sorri.

—Sério?

—Não, é brincadeira! Aqui tem água.

—Ai que ótimo, pede uma pra mim? – Ela perguntou sorrindo.

—Você tá falando sério? – Perguntei incrédula.

—Estou, por quê? – Dinah perguntou ainda me olhando.

—Por nada. Quando quiser pedir algo, aperte esse botão que alguém vem nos atender. – Expliquei e Dinah abriu a boca em sinal de surpresa. Apertei o botão e aguardei algum atendente vir até nós. A pequena cortina atrás de nós foi aberta e Dinah se levantou.

—Desculpa moço, já tá ocupado! – Dinah falou educadamente e dei uma breve risada.

—Ah não senhorita, eu sou o James, estou aqui para atendê-las! – O rapaz falou sorrindo.

—Ah sim. – Dinah falou e se sentou novamente.

—Olá James, boa noite, nós queremos duas águas. – Pedi educadamente e ele assentiu com a cabeça.

—Algo mais? – James perguntou sorrindo.

—Sim! – Dinah falou rapidamente. —Vocês não tem nada alcoólico?

—Não senhorita, eu lamento. – Ele falou sorridente. Dinah assentiu com a cabeça, pegou sua bolsa e abriu a mesma.

—Você pode ir até a esquina comprar uma cerveja para mim? – Ela perguntou sorrindo. Coloquei a mão na cabeça e abaixei meu olhar. Não acredito nisso, que vergonha.

—Eu estou em horário de serviço senhorita, não posso sair, me desculpe.

—Não, tudo bem, ela estava brincando, né Dinah? – Perguntei sorrindo forçado e a encarando.

—Na verdade não, mas tudo bem! Obrigada James! – Dinah falou sorrindo e colocou sua bolsa de volta na bancada. O rapaz saiu do camarote e fechou as cortinas atrás de nós.

A ópera já estava quase chegando ao fim, meus olhos estavam cobertos de lágrimas por conta da história, estava tão vidrada no palco que mal conseguia olhar para Dinah durante a apresentação.

—Você está gostando? – Perguntei baixinho sem tirar os olhos do palco. Dinah não me respondeu, então olhei para ela e vi que sua cabeça estava recostada nas costas da cadeira. Me ajeitei na cadeira, e aproximei meu rosto de Dinah, vi que seus olhos estavam fechados e ela parecia dormir profundamente. —Dinah! – A chamei enquanto cutucava seu ombro.

—Que? Quando? – Ela perguntou enquanto se ajeitava na cadeira e passava a mão por sua boca.

—Você estava dormindo? – Perguntei incrédula.

—Nããããão, eu estava apenas de olhos fechados para poder sentir melhor a música. – Dinah falou enquanto piscava os olhos algumas vezes.

—Sei. – Respondi brevemente e voltei minha atenção para a apresentação.

Dinah assistiu o que faltava da ópera em silêncio e só abriu a boca para perguntar o motivo de algumas pessoas estarem chorando, apenas respondi que era por causa da história e me calei novamente. Saímos do teatro assim que tudo terminou, olhei em meu celular, vi que já eram quase nove da noite e minha barriga estava roncando de fome.

—Quer sair para comer alguma coisa? – Perguntei a Dinah enquanto esperávamos o manobrista trazer meu carro.

—Eu estou um pouco cansada, que tal pedirmos uma pizza no apartamento? – Dinah sugeriu sorrindo fraco.

—Só se for no meu né?! – Falei com uma sobrancelha arqueada.

—Qual o problema com o meu? – Dinah perguntou me encarando e eu apenas arqueei minha sobrancelha novamente fazendo com que ela entendesse o recado. —Aaaah, tudo bem então.

—Perfeito!

Dinah e eu acabamos com uma pizza que era metade de frango e metade de brócolis, e agora estávamos sentadas no tapete da minha sala de estar enquanto conversávamos. Contava um pouco mais sobre minha rotina para Dinah, precisamente mais sobre o meu trabalho que era minha principal razão de viver. Eu amava o que eu fazia e não negava isso a ninguém, não consigo me lembrar quando me apaixonei por sorrisos perfeitos ou ainda, por sorrisos que eu teria que deixar perfeitos, mas eu simplesmente amava.

—Quer mais uma cerveja? – Perguntei para Dinah enquanto me levantava para pegar mais uma taça de vinho para mim.

—Por favor. – Ela falou sorrindo e me entregou sua pequena garrafa já vazia. Eu não tinha cervejas em casa, mas fiz questão de pedir uma pequena caixa junto com a pizza apenas para agradar Dinah. Eu não gostava muito de cerveja, apenas bebia em dias quentes enquanto tomava um belo banho de piscina, mas esses dias para mim eram extremamente raros, eu trabalhava até mesmo no fim de semana e quando estava livre saía com Camila ou ia até seu apartamento, então para que eu teria cerveja em casa?

—Aqui está! – Falei assim que voltei a sala e entreguei a cerveja a Dinah. Me sentei novamente ao seu lado e estralei meu pescoço.

—Nossa, você costuma estralar bastante seu pescoço? – Dinah perguntou me encarando.

—Não muito, mas eu trabalho muito tempo olhando para baixo, isso acaba me deixando com algumas dores. – Me justifiquei e dei de ombros.

—Você quer uma massagem? – Dinah perguntou antes de dar mais um gole em sua cerveja.

—Não, não precisa, não quero incomodar. – Menti educadamente. Eu queria muito uma massagem, mas não podia ser tão oferecida assim.

—Não é incomodo nenhum, eu sou massagista Normani, posso dar um jeito nisso. – Ela falou sorridente e pousou sua cerveja próxima ao meu tapete.

—Bom, nesse caso, eu aceito. – Falei sorrindo e coloquei minha taça ao lado da garrafa de Dinah. Tirei minha camisa social devagar, fiz questão de desabotoar cada botão lentamente para provocar Dinah e sorri ao ver que seus olhos me fitavam sem parar. Me deitei de barriga para baixo no tapete e senti Dinah sentar na altura do meu cóccix.

—Se importa se eu abrir o fecho do seu sutiã? – Ela perguntou próxima ao meu ouvido e eu senti um arrepio se instalar por todo meu corpo.

—Não, pode abrir. – Respondi rapidamente. Dinah se afastou do meu ouvido e abriu meu sutiã, em seguida senti suas mãos macias contra minha pele. Ela apertava todos os pontos doloridos das minhas costas com precisão, eu sentia meu corpo cada vez mais relaxado e me convencia de que Dinah tinha mãos mágicas. Como não vou me entregar para essa mulher?


Notas Finais


E aí, o que acharam?


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