História Ensemble pour toujours - IV- Meu coração só bate por você

Estava mais uma vez em seu estúdio, era incrível como a paixão e amor serviam de combustível para seu lado artístico. Hoseok o fazia desejar pintar e pintar e pintar, como se não houvesse amanhã e não apenas quadros dele. 

O menor o inspirava em paisagens belíssimas, o lembrava do sol e de todas as coisas bonitas que já havia visto em sua vida.

Nesse momento em específico, desenhava o contorno do mais velho com um fundo floral em tons de amarelo e laranja. Podia fechar os olhos e no mesmo instante se lembrar da sensação de ter os lábios macios colados aos seus e o corpo entre seus braços, completamente entregue assim como a si mesmo.

— 'Tá dormindo ou pintando? — foi tirado de sua nostalgia pela voz aguda de seu melhor amigo, como sempre parecia que o Park tinha o dom de ir perturbar a paz alheia.

— 'Tava em silêncio, mas você não deve saber o que é isso não é? — resmungou o Kim pondo o pincel no potinho com água que havia ali perto, virando a banqueta em que estava até estar de frente ao loiro.

— Uh, isso quase me afetou. — disse Jimin pondo a mão no peito em uma falsa pose ofendida, o que fez Tae revirar os olhos.

— Diz logo o que você quer, só aparece aqui quando quer pedir algo ou inventar moda. — pediu sorrindo ao ver a cara emburrada do Park, as vantagens de se conhecerem bem era saber exatamente como irritá-lo.

— Vou ignorar essa sua chatice, estava pensando que devíamos ir passar o fim de semana na casa de campo dos seus pais. — comentou o loiro como quem não queria nada, balançando as pernas fofamente.

— É uma boa, faz um tempo que não vamos pra lá.

— Você podia levar o Hoseok hyung e aquele amigo dele lá. — acrescentou sorrindo pequeno e sem graça, era óbvio sua atração pelo amigo do ruivo e um sorriso zombeteiro nasceu nos lábios de Taehyung.

— Quer um encontro duplo? Tudo bem por mim. — respondeu Tae dando de ombros e começando a girar devagar o banquinho em tédio.

— Não é isso! Só quero que você e o hyung se aproximem mais sabe? — respondeu na maior cara de pau, quando suas intenções estavam claras para o melhor amigo.

— Nós somos próximos, ele é minha alma gêmea e eu vou fingir que não quer isso pra dar uns pegas no JK no meio do mato. — disse certo de sua fala e xingou baixo ao receber uma almofadada na cara.

— Eu não quero dar uns pegas no JK no meio do mato! Talvez na cachoeira... — afirmou Jimin com a voz elevada, depois abaixando como se pensasse na possibilidade.

— Você tem um fogo de palha que meu deus! — comentou Taehyung rindo mais uma vez.

— Hahaha, muito engraçado. Aliás, você está rindo de mim, mas não avançou nada com o ruivinho gato. — tirou a atenção de si, puxando um assunto de interesse do Kim.

— Como assim? — perguntou confuso.

— Taehyung! Você é muito devagar amigo, tudo bem que vocês tiveram todo aquele lance de se encontrar e amor a primeira vista, mas fora isso são o que? — indagou olhando com os olhos apertados na direção do platinado, que cruzou os braços e fez um bico pensativo.

— Você tem um ponto, talvez eu devesse investir mais.

— Óbvio!

— Não me julga tá, ele estava muito ocupado essa semana com os negócios do grêmio e a gente só podia conversar um pouco por ligação a noite antes dele dormir. — respondeu suspirando frustrado, deveria apressar as coisas ou estavam no tempo certo?

— Sei, sei. Só tenta não se atropelar com as coisas também, porque se eu bem te conheço você pediria ele em casamento naquela festa mesmo. — esclareceu seu pensamento vendo que pela expressão do maior ele faria aquilo mesmo.

— C-Claro que não!

— Tudo bem Tae, vou fingir que acredito e você vai chamar o hyung pra ir com a gente esse fim de semana! — avisou se levantando e indo em direção a porta para voltar ao seu quarto.

— Aish, tá bom porra. — respondeu baixinho e impaciente, ótimo, agora estava nervoso por ter que chamar o mais velho pra sair.

— Eu ouvi! — disse a voz distante do loiro, o que fez Taehyung xingar um pouco mais.

Respirou fundo voltando os olhos para o quadro quase pronto, se perguntando como chamar Hoseok pra um programa daqueles sem parecer um pervertido apressado.

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O tempo passou rapidamente e logo se viu andando nos corredores da extensa faculdade, procurando seu ruivinho mesmo que ainda fosse muito cedo. Hoseok costumava chegar antes para poder agilizar suas tarefas extracurriculares e não se embolar todo, ele era muito organizado e isso era qualidade e tanto.

Se aproximou de onde estava localizado o armário do Jung e sorriu largo ao ver a figura pequena ali, trocando os materiais para se preparar para a aula. 

Ele parecia muito entretido e por isso resolveu chegar de mansinho e abraçá-lo por trás, o menor deu um pequeno gritinho e ficou assustado até reconhecer o toque do Kim.

— Tae! Você me assustou! — exclamou o Jung pondo a mão no coração, que batia acelerado e não poderia se responder se era pelo susto ou pela proximidade do platinado.

— Desculpe, eu não resisti hyung. — pediu o Kim deixando alguns beijinhos na bochecha farta e vermelhinha do rapaz.

— Bobo! Aliás, bom dia mocinho. — disse Hoseok se virando e pondo as mãos no pescoço do maior, sorrindo pela visão do belo rosto tão perto do seu.

— Bom dia solzinho! — exclamou Taehyung pertinho dos lábios vermelhinhos, intercalando o olhar entre os olhos e a boquinha perfeita.

— Se quer me beijar, recomendo que faça logo. — avisou o Jung, esperando que a provocaçãozinha tivesse resultado e teve.

As bocas se colaram delicadamente, Taehyung o beijava como se fosse frágil e pudesse quebrar ao mínimo toque brusco ou simplesmente adorava fazer as coisas de forma lenta para aproveitar melhor. Fora um beijo rápido, apenas para dar o bom dia decente e melhorar o humor de ambos para mais um dia de aula.

— Tenho uma proposta pra você. — comentou o maior deixando alguns selinhos nos lábios inchados e bonitos.

— Se for me pedir em casamento, saiba que tem que pedir pra minha mãe primeiro. — disse o ruivinho acariciando os fios macios do Kim, era uma brincadeira em que havia um fundo de verdade.

— Obrigado pelo aviso, vou me lembrar quando for a hora. Mas, não é isso ainda. — respondeu Tae sorrindo fechado, o nervoso tomando conta do seu ser e ficando tenso na hora.

— O que é então?

— Quer passar o fim de semana na casa de campo dos meus pais? N-Não é só a gente, Jimin e Jungkook podem ir também e não quero que pense besteira. — soltou tudo muito rápido e quase se embolou na frase toda, fechou os olhos com medo da resposta ser negativa.

— Esse fim de semana? Claro! Eu adoro essa vibe natureza e afins. — respondeu e Taehyung abriu os olhos surpresos, a tempo de ver a expressão adorável no rosto do menor enquanto aceitava seu convite.

— Sério?! Obrigado hyung, obrigado mesmo e por favor avise o Jungkook pra se preparar também. — avisou ao notar que iria dar o horário de aula e precisariam se separar pelo restante da manhã, apertando um pouco mais o menor em seus braços.

— Acho que o Jimin já fez isso. — comentou rindo e indicando com a cabeça um Jimin e Jungkook descabelados saindo do banheiro masculino.

— São 7h da manhã! Meu Deus! — exclamou e acabou por rir junto ao mais velho, entrelaçando seus dedos e seguiram em direção aos amigos.

Jamais perderiam a chance de provocar aos dois, perderiam os amigos mas jamais a piada.

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A paisagem passava correndo pela janela do carro e o vento que tocava a face corada do Jung o fazia sorrir, todo o clima parecia melhor sempre que havia mais verde do que cinza em sua visão. 

Ele admirava tanto a natureza, ela sendo perfeita em cada mínimo detalhe e o trazendo ótimas lembranças da infância eram alguns dos fatores de sua paixão, ainda que vivesse na capital.

Enquanto ele olhava encantado a linda vista, podia sentir o olhar do Kim variando entre a estrada e a si mesmo. 

Era quente, sempre que tinha a atenção do maior em si sentia um calor agradável surgir em seu peito e embalar seu coração naquele sentimento novo e profundo.

— Vamos chegar daqui um tempinho hyung, não se preocupe que logo estará correndo descalço na grama úmida. — comentou Taehyung sorrindo e em troca ganhou um afago nos fios escuros.

— Está tudo bem Tae-ah, obrigado por me convidar. — respondeu adorável e ambos sorriam felizes apenas por estarem juntos.

— Eu que agradeço por ter vindo, não deve ter sido fácil convencer sua mãe. — disse rindo ao lembrar a senhora Jung era.

— Ah, eu apenas precisei prometer que iria levá-lo para conhecê-la assim que voltarmos. Então desmarque seus planos pra domingo a noite, vai jantar lá em casa. — explicou ocultando a parte constrangedora das piadinhas de sua progenitora.

— Oh! Tudo bem, mas você terá que conhecer minha avó.

— Fechado.

Cúmplices, terminaram o assunto por ali e como estava anoitecendo a paisagem fora sumindo com a escuridão que invadia os céus. Encostando no banco do passageiro, Hoseok fora embalado pela música que tocava baixinho e ao som da melodia romântica dos anos 80 adormeceu suavemente, sendo admirado pelo outro.




[...]

Como tudo ali era perfeito! 

Hoseok estava completamente apaixonado na pequena cabana em que ficariam o fim de semana, era toda em madeira e cada detalhezinho a deixava ainda mais encantadora. 

Toda a decoração sendo em variados tons de marrom e creme, passavam uma sensação de elegância e conforto, mas seu verdadeiro surto foi ao encontrar uma vitrola em cima de uma mesinha de canto na sala.

— Meu Deus! Eu estou apaixonado! — exclamou com os olhos brilhando em animação, pegando um disco da icônica Edith Piaf e o abraçando com devoção.

— Eu também, acredite. — falou o Kim aparecendo pela porta dos fundo e se apoiando na pia da cozinha, que dava vista para a sala por ser todo um conceito aberto.

— Estava falando do disco.

— Eu não.

Caíram na gargalhada, por pura vergonha e para disfarçar o quão mexido ficou. Eram dois bobos, que sentiam demais e era de certa forma assustador. Precisariam de um tempinho para associar que realmente estavam com suas almas gêmeas.

— Então, você é muito fã dela? — perguntou Taehyung puxando assunto, não queria que caíssem no silêncio constrangedor.

— Quem não é fã dela?! Essa mulher é um ícone musical, uma francesa espetacular e suas músicas inexplicavelmente apaixonantes.— Hoseok descreveu todos os elogios a mulher e ainda suspirou no fim, arrancando um risinho do maior.

— Meus pais costumam dançar ao som das músicas dela, confesso que são muito boas mesmo. — comentou se aproximando do ruivo, com um olhar nostálgico ao lembrar de flagrar mais de uma vez os progenitores dançando agarradinhos.

— Eles devem ser incríveis.

— Sim, eles são. Agora vamos jantar? Você pode deixar o disco dela tocando se quiser. — não precisou de mais nada para que o menor acenasse alegremente e colocasse o vinil redondo no lugar certo e soltar a agulha em cima para tocar.

A voz melodiosa e com uma tonalidade única preencheu o cômodo e o ruivo fechou os olhos por um instante para apreciar, era definitivamente um tesouro musical. Saiu de seus pensamentos ao ter sua mão segurada pela do platinado e ser puxado para a cozinha, onde o jantar comprado já estava arrumado e assim poderiam comer junto a um bom vinho branco.

A conexão de ambos era visível e sua compatibilidade inegável, as conversas mais banais se tornavam super interessantes apenas por serem os dois falando sobre coisas rotineiras. Já deviam estar na terceira taça e as mãos brincavam sobre a pequena mesa quadrada, se tocando delicadas como dois adolescentes em um encontro bobinho.

Eles riam de quase qualquer coisa, apenas porque quando juntos o riso era melhor.

— Então, você acha que ele e o Jungkook já...? — perguntou o Jung curioso, seu melhor amigo andava super grudado ao do Kim e era engraçado pensar nos dois como casal.

— Hyung, garanto para você que Jimin não sugeriu que viéssemos aqui para sentarmos em uma roda ao redor de uma fogueira e comer marshmallows. — falou Taehyung dando de ombros e mais uma vez riram um pouco.

— Nossa, eles são apressados né? — disse o ruivo um pouco corado pelo álcool, as palavras saindo enroladas de forma bonitinha.

— Eles apenas decidiram pular o drama inicial do romance, mas não vai demorar pra que estejam sendo aqueles casais bem melosos sabe? — brincou o platinado mas não foi respondido, só então notou que o ruivinho estava com os braços sobre a mesa e a cabeça descansava apoiada sobre eles, ressonando baixinho.

Se levantou e pôs as coisas na pia, se importaria com aquilo apenas no outro dia e foi pegar o menor no colo. Delicadamente e tentando não acordar ao Jung, Taehyung o arrumou em seus braços e o viu se aninhar ainda mais em si, sorrindo bobo com essa atitude inconsciente.

Foi até o quarto que dividiriam, as malas estavam no canto já que nenhum deles havia se preocupado em arrumar alguma coisa, deitou o menor no colchão macio e arrancou seus sapatos e blusa. 

Felizmente Hoseok usava um conjunto de moletom e por isso não precisou tirar mais nada, não queria ser ainda mais invasivo ou ser entendido errado depois.

Depois de o deixar arrumadinho, coberto com os cobertores felpudos, desceu para trancar as portas e desligar a música e luzes. Não demorou nada e já estava no quarto novamente, tirou os sapatos e a blusa também, se deitando ao lado do menor e encarando o rostinho amassado.

— Você é definitivamente, minha obra de arte favorita. — sussurrou Tae mesmo sabendo que não seria escutado, passando os dedos pela lateral do rosto gordinho.

Foi surpreendido com a aproximação do mais velho, que praticamente grudara seus corpos e o abraçou como se fosse um grande bichinho de pelúcia. Vendo-o se aninhar em seu peito, esfregando a bochecha ali, apenas sorriu apaixonado e apagou a lâmpada do abajur ali ao lado.

Sua mão desceu automática para os fios vermelhos e perdeu algum tempo acariciando o cabelo do menor antes de cair no sono. Precisam mesmo descansar e aproveitar esses momentinhos tranquilos, já que no dia seguinte o outro casal apareceria e aqueles dois eram o próprio furacão.

Estando ali, nos braços um do outro, os rapazes tiveram uma da melhores noites de sono de suas vidas.

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No dia seguinte foram acordados por um Jimin todo barulhento batendo na porta, meio descabelado e sem a camisa Taehyung foi atender. Havia tirado a peça no meio da noite por ser muito calorento, mas pela expressão de seu melhor amigo ele não iria acreditar naquilo.

— Wow! Bom dia garanhão! — exclamou sorrindo arteiro e já adentrando a casa sem se importar com nada.

— Bom dia, onde está Jungkook? — perguntou o Kim tentando tirar o foco do Park dele e do Jung, que devia estar dormindo ainda.

— Está descendo as malas e nosso amado ruivinho? — indagou Jimin apoiando o rosto na palma da mão e arqueando a sobrancelha sugestivo.

— Ele agora é seu servo por acaso? — disse Tae andando até a geladeira para tirar os ingredientes para um café reforçado, já que passariam o dia fora para aproveitar.

— Hum, digamos que ele goste de me obedecer.

— Hugh! Você não vale nada Minnie! — exclamou rindo e o melhor amigo o acompanhou.

Foram interrompidos pela entrada de um Jeon todo atrapalhado segurando cinco malas, Tae olhou reprovador para o Park que mesmo resmungando fora ajudar ao outro. Acabaram por derrubar algumas e o barulho deve ter acordado ao Jung, já que a figura pequena apareceu descalça e com o cabelo bagunçadinho. 

Faltou muito pouco pro Kim não suspirar, aquele hyung era perfeito até de manhã!

— Bom dia! — desejou sorrindo fofo e isso fez com que todos os presentes sorrissem, principalmente JK que não se importou em se jogar nos braços de seu hyung como um bebê grande.

Os outros dois amigos ficaram olhando aquela cena adorável, Jungkook se esfregava e buscava carinho como um filhote de coelho. Hoseok apenas podia rir da manha do melhor amigo e o momento fora cortado pela barriga faminta do moreno, que roncou em fome e todos foram tomar o café da manhã.

Bem alimentados e com todas as coisas necessárias, foram caminhando até a tal cachoeira enquanto conversavam animados. Em algum momento do percurso, as mãos dos rapazes se cruzaram e olhares tímidos foram trocados, a sensação de entrelaçar almas presente até mesmo nos mínimos toques.

— Eu aposto vinte pratas que eles dois vão dar perdido na gente depois do almoço. — comentou o mais novo se aproximando do Jung, sussurrando no ouvido alheio e sorrindo ao ver os pelinhos arrepiados.

— Fechado, mas eu aposto que eles somem antes. — respondeu da mesma forma, sorrindo ao ver que o Kim era tão vulnerável.

Riram cúmplices e receberam olhares interrogatórios dos amigos, mas ignoraram e seguiram seu caminho. Alguns metros perto, já era possível ouvir o barulho de água corrente e aquilo fez o Jung sorrir ansioso, puxando Tae para que fossem mais rápido.

Chegaram numa espécie de clareira, abaixo da belíssima cachoeira havia um lago cristalino e as pedras redondas e escorregadias davam um ar a mais. Hoseok deixou todas as coisas na mão do platinado e logo estava tirando a roupa para poder nadar, felizmente era prevenido e já havia passado protetor assim como tinha a vantagem da mata fechada o cobrir dos raios solares. 

Assim que mergulhou sentiu frio, mas a água logo se tornou refrescante e seu corpo estava acostumado a se adequar rapidamente.

— Hoseok Hyung! Está muito gelado? — perguntou o Park fazendo a mesma coisa que o ruivo fez anteriormente, deixando as coisas com o moreno e tirando as roupas.

— Que nada! Vem! — chamou passando a mão sobre a agua e sentindo a terra com pedrinhas sobre seus pés.

— Okay!

Confiando na palavra do mais velho, Jimin se jogou com tudo no lago e o susto pela temperatura fez com que se levantasse rapidamente. Se ergueu tremendo e quis socar a cara bonitinha do ruivo que estava rindo de si.

— Você é um mentiroso hyung! Isso aqui tá congelando. — reclamou apontando para o Jung risonho.

— Logo você acostuma, chama o Kookie pra te esquentar. — provocou querendo deixar o outro constrangido, mas não foi bem o que aconteceu.

— Jungoo! Vem aqui me esquentar neném, vem! — chamou e o que mais deixou Hoseok chocado foi ver que o mais novo realmente estava vindo.

Viu o maior mergulhar e se erguer como se não fosse afetado pelo choque de temperatura, boquiaberto viu o maior se aproximar do loiro e ambos se envolverem em um abraço fofo.

Se sentindo um pouquinho de vela, buscou com o olhar seu amado mas não viu nada. Quase infartou ao sentir mãos firmes em sua cintura e o grito nada masculino que saiu de sua garganta fizera o outro casal gargalhar.

— Maluco! — exclamou Hobi batendo no peitoral exposto do Kim, que saiu debaixo da água e o manteve entre seus braços.

— Você é muito medroso hyung. — comentou Taehyung passando uma mão pelos fios umidos e os jogando para trás, querendo deixar a visão livre.

— Você é muito bonito, minha nossa. —  confessou o Jung sem notar que havia deixado o pensamento escapar, aquela cena havia mexido consigo.

Taehyung apenas sorriu ladino, olhando profundamente nos olhos do menor e se aproximando cada vez mais. Quando estavam prestes a se beijar, foram acertados por respingos de água e como belos competitivos que eram, devolveram na mesma moeda.

— Não é pra ficar se agarrando não hein! — exclamou Jimin todo brincalhão.

— Não pensei que fosse tão ousado Hobi-ah — provocou Jungkook e saiu nadando na direção oposta que o ruivinho envergonhado e furioso.

E assim os casais entraram nas brincadeiras maos infantis que podiam, variando entre guerrinha de água e pega-pega aquático, esse que o Kim sempre perdia por ser muito lerdo nadando. As horas passaram e logo o sol brilhava forte, indicando meio dia e todos saíram para poder almoçar tranquilos.

Comeram as marmitinhas feitas de manhã entre conversas e risadas, eles tinham muitos assuntos em comum e isso contribuia para a socialização dos quatro. 

Assim que terminaram seus pratos, o Jeon e Park foram se levantando e arrumando desculpas fajutas.

— Hã, eu esqueci algo na cabana e Jimin vai comigo. — comentou um Jungkook nervoso e se afastando rapidamente com o loiro ao seu lado, como se as intenções não fossem claras para os amigos.

— Vão lá, boa foda! — exclamou Taehyung divertido e recebeu um dedo do meio do melhor amigo, uma relação adorável.

— Eu não acredito! — exclamou o Jung inconformado, eles podia ter ido antes poxa.

O outro casal sumiu em meio as árvores e os rapazes restantes se olharam por um tempo, até Hoseok suspirar e tirar uma nota de vinte da carteira e dar ao Kim.

— Eu sabia! Pode falar, eu sou muito nisso hyu— fora cortado pelos lábios macios do menor que se chocaram ao seus no meio de seu discurso egocêntrico.

Fora um selinho simples, como da primeira vez havia toda a calmaria e sensações de sempre. Suspirando, Tae olhou interrogatório para o ruivo.

— Você fica mais bonito me beijando sabia? — comentou risonho e pertinho dos lábios vermelhos do Kim.

Segundos depois estava deitado sobre a grama verde e tinha o corpo do maior sobre o seu, com toda a delicadeza do mundo TaeTae deslizava suas mãos lentamente pela cintura do mais velho.

— Estarei bonito sempre então. — disse baixinho puxando o labio inferior do menor entre seus dentes em uma mordidinha provocante.

Os lábios se juntaram mais uma vez, as mãos do Jung variando entre as costas largas do Kim e os fios macios e molhados da nuca do maior. Sempre que se beijavam, um êxtase invadia ao ser dos dois e como da primeira vez era como a explosão de uma supernova em seus corações, o simples ato de se beijar tornava-se enlaçar de almas sempre que envolvia os dois rapazes.

A tarde seria bem agitada, para todos.






[...]

No fim das contas, não puderam aproveitar mundo pois houve uma mudança de tempo e uma chuva inesperada começou a cair. Correram rindo e molhados até a cabana, souberam que não veriam ao outro casal tão cedo já que se não haviam voltado antes agora era que não iriam.

Entraram na casinha e deixaram as coisas molhadas na beirada da entrada, logo seguindo para banhar-se e não pegar nenhum resfriado. Intercalando para fazer isso rápido, enquanto um se trocava o outro acendia a lareira e fazia chocolate quente para que aproveitassem a noite da melhor forma possível.

Trocados e aquecidos com seus pijamas, estavam sentados coladinhos no sofá em meio a algumas mantas e assistiram a um musical antigo absurdamente bom. Depois de terminar Cantando na chuva, Hoseok teve uma ideia.

Pegou o celular e conectou na caixinha de som que havia trazido, precisava mostrar aquela canção para o maior e quem sabe ela poderia se tornar a música deles. 

Puxou o maior, esse que resmungou não querendo sair do conforto mas seguindo a vontade do mais velho, até que estivesse parado a sua frente.

— Vamos dançar! Preste atenção na letra dessa música, eu quero que ela seja nossa canção... — comentou Hoseok dando play e se aproximando de Taehyung, levando seus braços para o pescoço do rapaz e deixando eles descansarem ali.

Taehyung desceu as mãos para a cintura do rapaz e lentamente ambos moviam seus corpos com a introdução da melodia, quando a voz feminina ecoou o Kim focou na tal letra.

Às vezes, você consegue o que sempre desejou

Eu estava exausta e cansada de tentar o amor das pessoas

Não pode evitar sorrir ao entender que seria uma canção romântica, realmente havia achado sua outra metade visto que o Jung estava se mostrando tão bobo quanto a si mesmo.

Quando eles perguntam o motivo, eu nunca consigo explicar

E eu considerei isso um sinal

Levou a mão para o queixo do menor e o fez olhar para si, ele estava com as bochechas avermelhadas em vergonha pela exposição indireta de seus sentimentos e Tae fez questão de beijar cada pedacinho daquele rosto perfeito, demorando-se em um selinho na boca carnuda.

Você será meu começo, meu meio, meu fim?

Você será meu começo, meu meio, meu fim?

Às vezes, é difícil ver o que o futuro reserva

Há magia nos detalhes, nos pequenos e ternos gestos de amor

Sorriu tentando passar confiança para o menor, não poderia prometer perfeição ou um amor impecável. Mas o que tinha, lhe daria por completo, seu coração e alma pertenceriam a Jung Hoseok pelo resto da eternidade.

— Eu posso ser tudo isso pra você amor, se você for o mesmo para mim. — sussurrou para o menor, esse que apenas acenou afirmativo e levou seu nariz arrebitadinho para encostar no do maior como em um beijinho de esquimó.

Cinco anos depois, e ainda sou seu 

Cinquenta anos depois, e ainda sou seu começo, meio e fim

Dez anos depois, e ainda sou seu

— Seja tudo isso Taehyungie, seja meu assim como eu já sou seu desde o começo e serei até o final. — respondeu baixinho perto do rosto bonito do Kim, olhando cada detalhe daquele homem e pensando no quanto o destino era incrível.

— Eu serei amor, eu serei.

Tal promessa fora selada com mais beijos apaixonantes, com alguns toques variando entre a admiração e desejo, todos no mesmo clima amoroso que sempre envolvia o casal.

Era óbvio que seriam perfeitos, afinal o destino nunca erra.

Você será meu começo, meu meio, meu fim? (Oh)

Você será meu começo, meu meio, meu fim? (Oh)