História Ensina-me a amar. - Fruto do nosso amor.

Que lugar... Branco. Onde eu estava? Suspirei ao sentir uma cama macia e um confortável travesseiro em minhas costas. Estranho! Tentei forçar meus olhos a abrirem, mas eu estava tão cansada. Voltei a fecha-los, respirando profundamente. Quem havia acendido todas essas luzes? Será que Tony tinha as deixado ligadas? Bufei, irritada. Voltei a abrir meus olhos, a luz os irritava. Puta merda! Eu queria voltar a dormir. Olhei em volta, estranhando aquele lugar. Isso era um hospital? Eu estava em uma cama de hospital? Vi Natasha sentada ao meu lado, me observando. Lembrei da explosão e do acidente de Wakanda. Ofeguei com todas aquelas memórias invadindo minha mente de supetão.

- Nat, o que aconteceu? Está todo mundo bem? Questionei, assustada. Ah meu Deus! Lembrei do meu estado pós-explosão. Coloquei minhas mãos na testa, procurando um ferido que já havia sido curado. – O rei? O príncipe? Perguntei, tentando me acalmar.

- Ora, ora... Se não é a mamãe mais forte do hospital. Disse, o médico entrando. Mamãe? Ele disse mamãe? ELE DISSE MAMÃE? Arregalei meus olhos para ele e olhei para Natasha que assentiu, sorrindo.

Levantei meu dedo, olhando para ele. Como, um aluno questiona seu professor.

- Desculpa... É que eu devo ter batido a cabeça com muita força. Mas, você disse mamãe? Questionei, o olhando. Caramba! Caramba! Caramba! Pelo amor de Deus.

- Sim, eu disse mamãe. Você está com quase 3 meses de gravidez. Você chegou ao hospital em péssimo estado. Pensamos que você já havia perdido seus bebês. Mas, minutos depois... Você está perfeitamente saudável e seus bebês também. Devo dizer que sua regeneração é algo incrível. Disse, sorrindo. Ele havia dito bebês no plural? Porque ele ficava dizendo bebês no plural? Olhei para Nat, em busca de uma explicação. Ela bufou e revirou os olhos.

- Sim, Scarlet. Você está grávida de gêmeos. Qual foi a parte que você não capitou? Juro que quase morri com você gemendo de dor e com as mãos no abdômen. Naquele momento, eu soube que você estava grávida. Não faça mais isso! Nunca mais. Me alertou, se colocando ao meu lado. Essa mulher não tinha um pingo de delicadeza. – Eles fizeram uma ultrassonografia, assim que chegamos. Depois, que seus outros ferimentos já haviam cicatrizado. Quase não conseguimos vê-los por causa do líquido amniótico que formou uma camada protetora em volta dos bebês. Disse, me olhando. Ela sorriu aliviada para mim. Senti lágrimas se formando em meus olhos. Oh Deus! Suspirei, fundo. Eu estava grávida. De gêmeos. Eu e Tony seriamos pais DE GÊMEOS. Um sorriso se formou em meu rosto e uma alegria tomou meu coração. Mas, da mesma forma que eu estava feliz, estava apreensiva.

Nós estávamos no meio de um problema imenso. Tinha o tratado, o governo e agora, esse atentado. Não era o melhor momento para ter filhos, definitivamente. Ainda mais, com a situação que Tony e eu estávamos. Tantas brigas e decepções um com o outro. Deus! Com a explosão, ele deve estar preocupado. Mais que preocupado! 

-  Natasha, e o Tony? Pedi, assustada.

- Eu já o tranquilizei. Ele me ligou desesperado, pensando que você estava gravemente ferida ou até morta. Ele está vindo! Disse, me tranquilizando. Suspirei, nervosa e aliviada por ele estar vindo.

- Ok! Podemos fazer a ultrassonografia, de novo? Quero ver meus bebês. Disse, animada. O médico assentiu e me levantei, respirando fundo e vendo se tudo estava bem. Comigo e com eles. Coloquei as mãos em minha barriga, tentando ver algum volume. Chegamos a sala e o médico passou um gel frio, assim que deitei na pequena cama.

Então, o som se dissipou na sala. Um som tão lindo e ritmado. Dois corações batendo em sintonia. Ofeguei com o sentimento que me tomou, vi meus olhos se encherem de lágrimas novamente acompanhados nos soluços. Meus bebês estavam ali.

- Olha, a camada protetora, novamente. Nós impede de ver os bebês, com clareza. Só podemos ouvi-los. Exclamou, olhando a tela. Suspirei, insatisfeita. Colocando as mãos ao redor da minha barriga. No momento que coloquei minhas mãos, a camada protetora se dissipou. O médico me olhou, surpreso. – Ora, o que temos aqui... Sorriu, me mostrando. Meus dois borrõezinhos sagrados. Então, a camada protetora voltou assim que tirei a mão.

- O que pode ser isso? Exclamou, o médico.

- Talvez, tenham sido seus poderes. Disse, Natasha. – O liquido amniótico em parte é água. Você não disse que seus poderes eram como entidades? Questionou, me olhando.

- Quando eles sentiram o perigo. Protegeram os bebês... Quando coloquei a mão, a camada se dissipou, porque eles estavam seguros. Comigo!  Exclamei, entendendo seu raciocínio.

-  Quando você se afastou, eles tornaram a protege-los. Finalizou, me encarando sorridente. – Super guardiões de bebês. Exclamou, rindo. A acompanhei nisso. Definitivamente, os elementos eram super guardiões de bebês. Meus filhos com o homem que eu amava. Minha alma gêmea. Nossa família! Eu definitivamente, não estava mais sozinha. Um amor sublime dominou meu peito e soube que era para sempre. Que eu daria a vida para protege-los. Eu já os amava tanto e sempre os esperei. Assim, que o médico finalizou, saiu para preencher minha alta.

- Quando dirá a Tony? Questionou Natasha. Me parando no corredor do hospital e me encarou.

- Não sei. Não é o melhor momento. Disse, a olhando. Passei as mãos em meu cabelo, me enchendo de duvidas nesse momento.

- Nunca é o melhor momento. Vocês são dois super-heróis, dois vingadores. E a vida de vocês é uma bomba ambulante, mas vocês tem dois bebês a caminho. Você TEM que fazer o melhor momento. Conte a ele! Conte agora.  Disse Natasha, quase desesperada. Andou ao meu lado, chateada. – Esqueça essa porra de tratado, esqueça tudo. Lembre-se que você é uma mãe, agora. Conte ao pai dos seus bebês, conte ao Tony. Ele não pode ser o melhor namorado do planeta... Mas, merece saber que vai ser pai. E agora! O amor de vocês é a coisa mais única e poderosa que já presenciei. Vocês vão dar conta. Exclamou, me olhando. Assenti, mas ainda acho que não seria o momento. Para nós dois. Tony enlouqueceria se soubesse dos bebês. E lá, estava eu chorando novamente. Ela tinha razão, não existia nada igual ao que eu sentia por ele e vice-versa. Nós lidaríamos bem com o imenso e poderoso fato que seríamos pais.

- Vou pensar nisso, Natasha. Afirmei, por fim. Andamos pelo corredor, conversando sobre contar ou não.

Vi Tony andando por entre os corredores com o olhar desesperado e ao me fitar, seu olhar foi tomado por um alivio sem igual. Ele correu até mim, verificando-me de longe e me abraçou. Seus olhos lacrimejados e sua respiração ofegante. Ele me enlaçou pela cintura com força, acariciando meu rosto.

- Achei que tivesse perdido você. Quantos sustos desse ainda pretende me dar? Vou colocar a porra de um desfibrilador na armadura para cada susto que você me der. Falou, me olhando. Não pude evitar de sorrir com aquilo. Seus olhos tão carinhosos e amorosos sobre mim. Sua boca me tomou em um beijo apaixonado e necessitado. Sua língua acariciava a minha com carinho, como se quisesse provar a si mesmo naquele beijo que eu estava ali com ele. Suspirei, sendo tomada pelo saudade dele. Enlaçando meus braços em seu pescoço.

- Eu ainda estou aqui, casal. Avisou, Natasha com o semblante enojado. Rhodes apareceu atrás de Tony me olhando aliviado.

- Nós ficamos tão preocupados. Disse, Rhodes. – Quando a notícia saiu. Todos pensamos que o pior havia acontecido. Falou, nos olhando.

- E aconteceu. Ela teve vários ferimentos. Mas, a regeneração colocou tudo nos conformes. O rei foi transferido para o centro médico em Wakanda sob as ordens de T’Challa. Já o príncipe... Informou, preocupada nos olhando. – Ficou para buscar pessoalmente o responsável pela tentativa de assassinato do pai. Disse, parecendo apreensiva. Oh isso era excelente! A situação só melhorava cada vez mais. Note o sarcasmo das frases. Um príncipe atrás de um terrorista no meio do problema com o tratado. Some isso mais uma vingadora gravida de gêmeos que não quer contar ao seu noivo que está gravida. Malditos hormônios. Sorri, com aquilo. Sempre quis dizer essa frase.

Eu vou surtar.

- E alguém sabe quem foi o responsável? Questionei, querendo pega-lo eu mesma. O cara tinha atentado contra os meus bebês. Eu o queimaria de dentro para fora.

- James Buchanan Barnes. O melhor amigo foragido de Steve. Afirmou.

- Mas que porra! Gritei, chateada. – Pensei que ele não fizesse mais isso. Ele havia recuperado a memória...Ou parte dela, ele mudou. Afirmei, voltando a pensar. Steve não deixaria ninguém ferir Bucky. Merda! Isso daria um imenso, imenso problema. Sai rapidamente, não notando que os havia deixado para trás. Dei um selinho em Tony, deixando os três abismados.

Conte ao Tony que está gravida. Porra! Minha mente gritou, desesperada. Eu tinha que contar e duvido muito que pudesse esconder por mais tempo. 3 meses foi o que o médico disse. Bolei um plano muito simples. Assim, que essa confusão se resolvesse... Eu contaria. Me lembrei da gravação do ultrassom que o médico havia me dado.  O pequeno pen-drive escondido em meu sutiã.

Peguei o telefone e disquei o número de Steve. Ele atendeu no primeiro toque.

- Steve. Exclamei, apreensiva.

- Por Deus! Você está bem... Afirmou, nervoso. – Eu pensei que algo tinha acontecido com você. Disse, cansado.

- Aconteceu. Mas... vaso ruim não quebra. Brinquei, sorrindo. – Steve, o Bucky... Exclamei, rápido. Aquele situação era tensa demais, para uma mulher... Grávida, ainda por cima. Cacete! Eu estava grávida, mas a ficha não havia caindo. Grávida de dois bebês.

As palavras grávida e gêmeos se repetiam em minha mente como um mantra.

Só conte ao Tony. Minha mente e coração imploraram. E eu havia esquecido Steve no telefone.

- Tenho que ir atrás dele. Disse, me resignado. Ele já havia decidido.

- Steve, a situação não é das melhores. Se você se meter nisso...O próprio príncipe de Wakanda está atrás dele. Informei, tentando convencê-lo de não fazer aquilo. Já imaginava o tamanho do problema que aquilo geraria na equipe. Nós já estávamos em corda bamba e o tratado. Agora, Steve queria simplesmente ir atrás do homem mais procurado da humanidade nesse momento.

- E é exatamente por isso que tenho que ir. Bucky só tem a mim, Scarlet. Afirmou, se justificando. Porra! Eu sabia disso. Sabia mesmo. – E eu gostaria de poder contar com você. Pediu, sua voz soando tímida.

- Steve, eu não posso. Eu... Exclamei, tentando me explicar. Não poderia falar para ele da gravidez. A primeira pessoa que eu contaria seria Tony. Natasha soube antes de mim, então ela não conta. Tony já tinha problemas por conta de Steve e seu pai. Não podia me justificar com isso a ele. Bufei, chateada. – Tudo bem. Eu vou! Mas, eu não irei brigar. Isso é sério, Steve. Não vou brigar... Se seu amigo te socar de novo, eu vou estourar uma pipoca e vou assistir. Reclamei, indignada.  

- Tudo bem. Disse, rindo. – Estou indo para a Romênia. Bucareste, sendo mais especifico. Espero você lá. Exclamou e desligou o telefone. Tirei umas moedas do bolso, tirando uns chocolates e amendoins da máquina de lanches, me sentando na sala de espera do hospital. Estava com fome e nervosa.

Rhodes, Tony e Natasha passaram correndo por mim. Sem parar para me ver. Quase rir deles... Me levantei, mordiscando uma barrinha de chocolate. Muito boa! Adorava Twix. A gravidez muda mesmo. Parando atrás dos três. Que me procuravam.

- Essa barra está uma delícia. Exclamei, rindo. Eles se viraram para mim, me olhando surpresos. – Vocês estavam tão desesperados que passaram por mim na máquina de lanches correndo. Disse, não contendo a gargalhada. Eles cruzaram os braços, bravos.

- Não acho graça. Disse, Tony. Me encarando. O olhei, desafiadora. Ele ficava tão sexy de qualquer forma. Eu queria tirar a roupa dele! Ele percebeu o olhar que eu lhe lançava e sorriu malicioso. Metade de mim era fome e a outra metade, um tesão imenso por aquele homem. Meu homem! Luxuria dominando meu corpo e pensamento.

Ele se aproximou de mim, apertando minha cintura. Provocador! Se aproveitando do meu estado. Não, que ele fizesse ideia do meu atual estado. Olhei para sua boca e me aproximei para lhe dar um beijo. Suspirei, ao sentir seu perfume perto de mim.

- Arrumem um quarto. Exclamou Natasha.

- E o prémio de empata foda vai para... Disse, sarcástica.

- Oh! Por favor, estávamos no meio da rua. Não é minha culpa, se por algum motivo... Você não consegue controlar sua libido. Disse, insinuante. Enquanto, me olhava com uma cara de ‘’ Você está grávida. Conte a ele. ‘’ Suspirei, voltando meu olhar a Tony. Eu precisava ir para Bucareste, imediatamente. Um voo e tudo estaria resolvido.

- Preciso ir. Disse, os encarando. Em breve, eu contaria a ele. Dei um selinho carinhoso em Tony que me olhava, confuso. Natasha me repreendia com o olhar. – Em breve, encontro vocês. Disse, voando para longe. Antes, que qualquer um deles pudesse me impedir. Porra, Steve!